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Inicial Adjudicação Compulsória Quitação, inversão ônus da prova e fornecimento da escritura . ELAINE E FÁBIO

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________________________________________________________________________
ExcelentíssimO Senhor doutor Juiz Da vara cível REGIONAL de madureirA DA COMARCA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
	ELAINE MARINHO CAMPOS,brasileira, divorciada, desempregada, portadora da carteira de identidade sob nº11628034-8 IFP/RJ, inscrita no sob nº CPF 03397616794, residente e domiciliada aRua Mário Hermes, nº 79, Bento Ribeiro,Rio de Janeiro. CEP: 21.550-550; eFÁBIO MARINHO CAMPOS,brasileiro, solteiro,atendente de consumidor, portador da carteira de identidade nº 12.568.063-7IFP/RJ, inscrito no CPF sob nº084.487.587-22, residente e domiciliadoaRua Carolina Machado, nº 1866, Marechal Hermes, Rio de Janeiro, CEP: 21.557-150vem através de suas advogadas legalmente constituídas (procuração em anexo), vem à presença de V. Excelência,ajuizar aseguinte;
AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA
emlitisconsórcio passivo emface doEspólio deJOAQUIM PEREIRA PINHEIROE LAURA FERREIRA GUIMARÃES PINHEIRO; VERA LÚCIA CASTRO DE JESUS,brasileira, desquitada, do lar,portadora da carteira de identidade nº 06.301.364-3 IFP/RJ, CPF nº073.298.467-08; RAYMUNDO DE CASTRO,brasileiro, viúvo, aposentado, portadora da carteira de identidade nº 49.664, expedida pelo Exército, CPF nº 019.465.397-72;CARLOS PINHEIRO ALFREDOe sua esposaSEBASTIANAPINHEIRO ALFREDO,brasileiros, casados pelo regime da comunhão de bens, portadores da carteira de identidade nº2.472.891 e 05.192.049-4 IFP/RJ;ARMANDO PINHEIRO ALFREDOe sua esposaANITA MARIA DE FRANÇA ALFREDO,brasileiros, casados pelo regime dacomunhão de bens,portadores da carteira de identidade nº 04.442.868-8e03.585.558-4IFP/RJ;MARLENE PINHEIRO ALFREDO,brasileira, solteira,portadora da carteira de identidade nº 04.615.826-3 IFP/RJ, CPF nº 547.509.117-04;ANIZIA DE BARROS PINHEIRO,brasileira, viúva,pelos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:
I) DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
	Os autoresafirmamquenãotêmcondições de arcar com as custas processuais e honorários advocatíciossem prejuízo do sustento próprio e de suas respectivas famílias, razão pela qual fazem jus ao benefício da gratuidade de justiçaconforme os artigos 98 e 99 do CPC.
III) DOS FATOS.
	O primeiro autor, pai dos demais autores, celebrou contrato com a finalidade de aquisição de imóvel situado na Rua Júlio da Conceição, n° 50, Senador Camará, Rio de Janeiro, à época pertencente ao “IAPAS” (Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – doc. anexo), autarquia que se fundiu ao “INPS” (Instituto Nacional de Previdência Social) para formar o Instituto Nacional de Seguro Social (“INSS”).
	Tal operação foi documentada pelo antigo instituto com o nome de “processo administrativo n° 15.416/79” (doc. anexo), fornecido a requerimento desta Defensoria Pública da União, onde fica evidenciado, segundo a fl. 05, que “o financiamento em referência foi quitado em 11/10/79, pelas GRD n° 2.327/79, cópia às fls. 03.” Tal informação já havia sido fornecida por meio do Ofício n° 322/GEXRJ – INSS/LOG/17.302.1, encaminhado à Defensoria Pública do Estado em 15 de agosto de 2008.
	Conforme consta nos documentos ora anexados, em 05 de dezembro de 1995, a ré firmou contrato de promessa de compra e vendado imóvel situado á Rua Mário Hermes, nº 79,Bairro Bento Ribeiro, conforme se comprova através da Escritura de Promessa de Compra e Venda, emitida pelo 11º Ofício de Notas da Comarca do Estado do Rio de Janeiro, contrato firmado em 05 de dezembro de 1995, constando os seguintes vendedores; a Vera Lúcia Castro de Jesus, Raymundo de Castro, Carlos Pinheiro Alfredo, Armando Pinheiro Alfredo e Anizia de Barros Pinheiro,e outorgados promitentes compradores, Elaine Marinho Campos, ora ré,Fábio Marinho Campos e Edna Marinho Campos, imóvel este que foi objeto de formal de partilha do inventário deLAURA FERREIRA GUIMARÃES PINHEIRO, JOAQUIM PEREIRA PINHEIRO E WAGNER PINHEIRO DE CASTRO,em anexo.
De acordo com o Código Civil Brasileiro de 2002, a redação do artigo 1.417, estabelece que, mediante promessa de compra e venda em que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.
Sem embargo, resta claro que o INSS não tomou nenhuma providência quanto à outorga da escritura definitiva...
	A interveniência era imprescindível pois a mencionada autarquia, hoje extinta, era a legitima proprietária do imóvel objeto da presente demanda, cujo endereço atual corresponde à Avenida Pastor Matin Luther King, n° 10.805, outrora chamada de Avenida Automóvel Club, quando aquele tinha como identificação o n° 4.153 (doc. anexo).
	De acordo com o contrato, o Sr. Antônio Vieira do Nascimento (que era funcionário autárquico) cederia à autora a titularidade da promessa de compra e venda que havia celebrado com o INPS, no ano de 1968, referente ao imóvel onde a demandante até hoje reside.
	Deixou-se assentado, conforme a cláusula 4ª do contrato que:
“(...) a promitente compradora, em troca, compromete-sea pagar ao INPS95 (noventa e cinco) prestações mensais, consecutivas, correspondendo cada uma a 0.587 vezes o valor do maior salário-mínimo vigente no País (...)”
	Também ficou explicitado na cláusula 2ª que:
“Findo o prazo e pagas todas as prestações previstas neste contrato, o INPS dará quitação à promitente compradora.”
	Ocorre que, apesar do pagamento de todas as 95 (noventa e cinco) parcelas acordadas, evento certificado pelo próprio INPS em 17/03/1981, quando, por meio de um de seus agentes, afirmouexpressamente que“(...) este instituto está providenciando a legalização do imóvel junto às repartições competentes quando outorgará a escritura definitiva (...)”(doc. anexo), até hoje o imóvel está matriculado em nome do INPS (doc. anexo), sucedido em suas relações, por óbvio, pelo INSS.
	Em suma: há uma certidão acerca da quitação, efetivada dentro do prazo normal, mas até o presente momento este documento não produziu seus efeitos jurídicos próprios em razão de uma indevida inércia das entidades públicas destacadas, quais sejam, INPS e, em seguida, seu sucessor, o INSS.
	Assim, estando a autora preocupada com a situação incerta que acomete o imóvel, pleiteia a outorga da escritura definitiva. Esta regularização do bem poderá advir do simples cumprimentode promessa efetuada pelo INPS. Porém, caso não seja isto possível, pleiteia sentença que produza os mesmos efeitos do contrato de compra e venda junto aos registro próprios.
IV) DO DIREITO.
1. DA PROMESSA DE COMPRA E VENDA COMO DIREITO REAL.
	Consabidoque o Código Civil de 2002 (“CC”) trouxe como uma de suas novidades a explícita inclusão do direito do promitente comprador do imóvel entre os direitos reais (art. 1.225, VII do CC). Sem embargo, também é de conhecimento generalizado que tal direito era visto como modalidade de direito real desde o advento da Lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979 (Lei do Parcelamento do SoloUrbano).
	A despeito de tais discussões, a mencionada lei afirma de forma categórica que as promessas de compra e venda e as cessões -como ocorre na espécie –valerão como título hábil ao registro da propriedade, desde que acompanhados da respectiva prova da quitação:
“Art. 25 - São irretratáveis os compromissos de compra e venda, cessões e promessas de cessão, os que atribuam direitoa adjudicação compulsória e, estando registrados, confiram direito real oponível a terceiros.
(...)
§ 6º Os compromissos de compra e venda, as cessões e as promessas de cessão valerão como título para o registro da propriedade do lote adquirido, quando acompanhados da respectiva prova de quitação.”
	Como é possível verificar na fotocópia da certidão expedida pelo INPS em 17/03/1981,há prova da quitação do valor do imóvel, o que somado à própria promessa de compra e venda e respectiva cessão, formam conjunto probatório suficiente para a imposição imediata do registro do imóvel em nome da autora.
2. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVAE DA EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO REFERENTE À QUITAÇÃO DO IMÓVEL. ART. 466-B DO CPC.
No caso em tela, faltaria para o registro do imóveltão-somente a prova quanto à quitação das parcelas. No entanto, os autores não conseguiram ter acesso aos comprovantes de pagamento, aparentemente perdidos pelo falecido ou não guardados por este ao longo dos anos.
Vê-se que a atitude “descuidada” do paidos autores decorreu da perspectiva clara de que receberia um termo de quitação com o pagamento da última parcela. A pouca “malícia” do falecido ao não exigir o imediato registro do imóvel e ao não guardar os comprovantes demonstra sua boa-fé, deduzindo-se que firmemente cria que a outraparte da relação contratual iria se pautar pelos parâmetros da lealdade, entregando-lhe a escritura definitiva.
Como dito, a quitação não foi entregue ao falecido pela exigência de pagamento de “taxa” pela autarquia federal, atitude que além de ilegal, viola os os preceitos contidos no próprio contrato.
Por certo o INSS tem em seu poder algum tipo de comprovante do adimplemento das parcelas pelo falecido, o que explicita a possibilidade de inversão do ônus da prova na presente demanda. A prova fundamental para a lide está em poder da autarquia federal, sendo impossível aos autores a demonstração de seu direito.
Como se sabe, o art. 333 do CPC traz a regra geral da distribuição do ônus da prova: incumbe ao autor a prova dos fatos constitutivos de seu direito e, ao réu, a existência de fatos modificativos, extintivos e impeditivos do direito do autor.
O entendimento clássico afirma que as regras emanadas deste artigo são fixas, tendo sido estabelecidas de forma imutável pelo legislador. Sem embargo, essa visão estática de distribuição do ônus da prova vem sofrendo críticas da doutrina moderna e,felizmente, já não prevalece diante de situações onde o direito material alegado por uma das partes é de difícil, onerosa ou mesmoimpossível demonstração.
A doutrina moderna pugna pela flexibilização destas regras, no sentido de permitir ao juiz que, deparando-se comnítido desequilíbrio das condições probatóriasentre as partes, decida por adequar a regra de distribuição do ônus da prova ao caso concreto, determinando que este ônusrecaia sobre a parte que dispuser das melhores condições de provar os fatos submetidos a julgamento.
Não há exagero em afirmar que a regra estática de distribuição do ônus da prova, sofre sérias mitigações . É o que expõe com clareza Leonardo Greco:
“Convencendo-se, pelas circunstâncias do caso concreto, de que as regras legais de distribuição do ônus da prova tornarão excessivamente onerosa a prova da existência do direito pela parte a quem aproveita,deverá o juiz, em respeito às garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa e, particularmente, à igualdade concreta de que devem desfrutar as partes no acesso à Justiça, inverter o ônus da prova, exigindo da parte que está em condições maisfavoráveis a prova do fato contrário, evidentemente, após intimá-la da inversão e dar-lhe ampla oportunidade de desenvolver as atividades necessárias ao cumprimento desse novo ônus. Ao contrário do que se pode pensar, a regra do art. 6°, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor não é privativa das relações de consumo, aplicando-se a todas as hipóteses em que as regras do art. 333 do CPC venham a gerar uma concreta desigualdade entre as partes ou tornar excessivamente onerosa a demonstração da verdadefática que a uma delas interessa.
E continua:
“Haverá casos em que não despontará com clareza a maior facilidade do adversário de apresentar a prova esclarecedora da ocorrência de determinado fato, mas em que estará de qualquer modo patente aincapacidadein concretodo próprio interessado em conhecê-la ou produzi-la, caso em que o próprio juiz deverá suprir essa deficiência com a determinação de ofício da produção da prova, com arrimo no art. 130 do CPC1“A Prova no Processo Civil: do Códigode 1.973 ao novo Código Civil.” p. 8.
.”
Enquadra-se o caso a esta nova forma de distribuição do ônus daprova, advinda da patente fragilidade de uma das partes em demonstrar a validade de seu direito e a facilidade em que se encontra a outra para fazê-lo.
Válido lembrar a possibilidade de aplicação do art. 355 e seguintes do CPC, ordenando-se a pronta exibição do documento que se encontre em poder do INSS, sob pena de se admitir como verdadeiras as alegações relacionadas ao total adimplemento do pai dos autores.
Com a definitiva entrega dos comprovantes de quitação, estarão presentes todos os elementos necessários para a formação do título (registro no Ofício de Notas e prova da quitação), impondo-se sentença que produza o mesmo efeito do contrato de compra e venda, nos termos do art. 466-B do CPC, a ser levada imediatamente ao Registro Geral de Imóveis.
3. DA ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA.
	Estando presentes todos os elementos relacionados à conclusão do contrato, inclusive no que diz respeito à quitação dasparcelas, fica evidente que somente uma das partes (qual seja, o antigo INPS) não cumpriu sua obrigação de registro da escritura definitiva.
	Desta forma, caso tal providência não seja tomada espontaneamente pela autarquia federal, a partir da ciência da demanda, impõe-sesentença que produza o mesmo efeito do contrato de compra e venda, nos termos do art. 466-B do CPC, a ser levada imediatamente ao Registro Geral de Imóveis.
V) DOS PEDIDOS.
	Ante o exposto, requer:
	1)a concessão dos benefícios da gratuidade de justiça, nostermos da Lei nº 1.060/50;
	2)a intimação pessoal da subscritora da presente, bem como a contagem de todos os prazos em dobro, nos termos da LC n° 80/94;
	3)a citação da ré, para, querendo, contestar o pedido no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de revelia;
	4)a imediata determinação pelo Juízo da exibição de todos os documentos que estão em poder do INSS relacionados à promessa de compra e venda e à respectiva cessão, além dos documentos adicionais que se referem à quitação do imóvel;
	5)ao final, a total procedência do pedido, devendo ser prolatada sentença que produza o mesmo efeito do contrato definitivo de compra e venda.
	Protesta, por fim, pela produção de todas as provas em direito admitidas, notadamente a documentalsuperveniente, pericial contábil, testemunhal e depoimento pessoal.
	Atribui-se à causa o valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais).
Neste Termos.
Pede Deferimento.
Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2009.
DANIELA CORRÊA JACQUES
Defensora Pública da União
VICTOR HUGO PÉREZ ALVES
Bacharel Voluntário
OAB/RJ: 157.469
Rua General Polidoro, nº 152/401. Botafogo.
Tel: 99719-2474

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