Buscar

Estudo de praticas e fatores de risco no ambiente hospitalar que podem favorecer o aparecimento de S. aureus resistente à antimicrobianos

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Resumo de artigo “Risk factors associated with nosocomial methicillin-resistant Staphylococcus aureus(MRSA) infection including previous use of antimicrobials.
Disciplina: Microbiologia.
Aluna: Vanessa Kiill Rios.
Estudo de praticas e fatores de risco no ambiente hospitalar que podem favorecer o aparecimento de S. aureus resistente à antimicrobianos.
Introdução: A resistência à meticilina pela S. aureus(MRSA) em hospitais nos EUA teve um grande aumento de 1975 até 1991, com grande grau de resistência em UTI’s. Novo dado de 1990 até 1997 de hospitais participantes do programa INSPEAR mostra aumento de 260%.
MRSA tem sido encontrada em comunidade, o que não é comum, mostrando uma possível mudança de epidemiologia.
A emergência das MRSA pode ser devido à fatores do próprio hospedeiro, práticas de controle à infecção e do antimicrobicida. Aparecimento de fenótipos resistentes de bactérias pode estar ligado ao uso clínico de antimicrobicidas, aos quais a bactéria expressa resistência.
Revisões de estudos mostram grande associação entre dose- efeito que podem estar associados com MRSA e uso de antimicrobicidas. Estudo em um hospital demonstrou que ciproflaxina e cefalosporina promoveram a colonização e propagação de MRSA. As duas classes separadamente foram identificadas como fator de risco para MRSA.
Pesquisa com 50 hospitais da Bélgica associou o aumento de incidência de MRSA com aumento de uso de ceftazidima e cefsulodina, co-amoxiclav e quinolonas. Uma pesquisa também mostrou que pacientes com infecção por MRSA já tinham essa bactéria há um tempo significante antes da infecção e eram susceptíveis de já ter recebido tratamento com antimicrobiano.
Em determinada instituição junto com o aumento de incidência de MRSA houve também o aumento no uso de fluoroquinolona e β-lactâmicos.
Objetivo: Identificar características associadas com infecção nosocomial por MSRA.
Metodologia: Foram analisados casos com pacientes infectados com MRSA entre 1997 e 1999. 
Controles foram selecionados aleatoriamente através do arquivo de pacientes infectados no mesmo período.Foram considerados casos nosocomial pacientes que não demontravam evidências de infecção e tiveram resultado positivo após 48h depois de admissão. Todos os dados de MRSA e MSSA foram pegos. Antimicrobicidas foram separados por classes para análise. Foi utilizado CDC NNIS definitions para definir infecções. Foi calculada a taxa de mortalidade sendo a mesma atribuída apenas se o paciente morreu por conta da infecção, ou se atenuou algum problema pré-existente.
Teste de sensibilidade ao antimicrobicida foi feita com a técnica de difusão em discos. Análise estatística foi feita com SPSS Version 8 e likeihood ratio statisc.
Resultados principais: Foram feitas tabelas sobre características e fatores de risco dos pacientes, se destacando hospitalização, colonização há um longo tempo antes da infecção, cirurgia, alimentação enteral (esta pode servir como porta de entrada para as MRSA), uso de floxacina e macrolídeos. Esses fatores representam doença crônica, uso prévio de antimicrobianos e/ou possibilidade de colonização por bactérias resistentes. Estudos mostram que utilização de fluoroquinolona com alimentação enteral pode reduzir em até 72% sua biodisponibilidade, o que pode atrapalhar no tratamento.
Pacientes com MRSA tendiam a usar mais antibióticos, como β-lactâmicos, levofloxacina e macrolídeos. Pacientes que receberam levofloxacina possuem o maior risco de desenvolver MRSA. Muitos estudos mosntarm que uso de fluoroquinolonas pode estar associado à MRSA.
Fez-se análise de β-lactâmicos separadamente e combinados, pois acredita-se que pode diluir o seu efeito. Analisou-se também a relação dose-efeito dos combinados. Apenas os macrolídeos não tiveram um resultado concordante, mostrando que seu papel como antimicrobicida pode ser discutido.
Os tipos de infecção mais comuns foram: no sangue, trato respiratório inferior e pneumonia. Infecção em local de cirurgia foi maior em MRSA, isso porque a cirurgia pode ser um fator de quebra das defesas normais do organismo. 
Pacientes com MRSA tendem a ter um índice maior de mortalidade. Em análises separadas os fatores de risco mais associado à mortalidade foram: bacteremia, diabetes, esteroides, falência nos rins e instabilidade hemodinâmica.
Conclusão: Cirurgia, hospitalização prévia e colonização há um longo tempo antes da infecção são fatores que aumentam a probabilidade de infecção com MRSA.
Os dois fatores de risco que apresentam o maior risco de infecção por MRSA são: alimentação enteral e levofloxacina. Não se sabe se esses dois têm efeito associado ou não.
A relação entre antimicrobianos e MRSA é complexa e necessita de novos estudos.
Ainda assim, os mais estudiosos apostam em boas práticas de controle de infecção uso prudente de antimicrobianos como um ótimo começo para diminuir o problema com bactérias resistentes, e MRSA.

Continue navegando