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O Barroco na Literatura Brasileira

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O Barroco
O barroco se desenvolveu primeiramente na Itália, se espalhou pela Europa, e foi introduzido na América Latina. Esse movimento teve como destaque as pinturas e esculturas e, posteriormente, a literatura, o teatro e as músicas. A arquitetura barroca surgiu na construção de grandes igrejas, capelas e palácios transpassando uma imagem de poder e magnificência.
Apesar de seu imenso poder, durante o século XVI a Igreja Católica Romana passou por uma crise devido à reforma protestante. Em reação a isso, a Igreja foi renovada para evitar a perda de fiéis. Foram adotadas medidas como a criação da Companhia de Jesus, a oficialização da Vulgata e a divulgação de uma lista de livros condenados pela Igreja.
Nesse contexto, surgiram os artistas barrocos, patrocinados pela burguesia, monarcas e principalmente o clero, com o intuito de propagar a fé católica através da representação da devoção com um caráter dramático e contraditório, visto que o homem se viu entre o céu e a terra, consciente de sua grandeza, mas atormentado pelo pecado. 
O barroco brasileiro foi inspirado no barroco português. Deu-se início no Brasil a partir da chegada dos jesuítas, que buscaram atingir a missão de catequizar nativos também através de construções de grandes igrejas e imagens religiosas. O conhecimento que a população da época possuía de religião era adquirido das catequeses com o auxílio de imagens e ornamentações que promoviam o caráter sagrado de santos e templos religiosos.
O Brasil não possuía condições para um possível desenvolvimento da literatura barroca, o que fez com que escritores acompanhassem as características portuguesas e espanholas. A literatura foi a principal arte barroca que demonstrou o contraste entre o Teocentrismo e Antropocentrismo, tendo como principais recursos para isso o uso amplo de metáforas, antíteses, paradoxos, e uma necessidade de demonstrar intensidade em suas obras.
O Barroco na literatura brasileira 
A tendência artística que influenciou não só a arquitetura e as artes plásticas, mas também a literatura brasileira. 
Recentemente descoberto, quando os portugueses trouxeram a influência barroca para o Brasil nos séculos XVII e XVIII, ainda não existia a formação de uma consciência literária. Muitas pessoas ainda não sabiam ler ou escrever e, devido a esse fato, não existiam muitos autores brasileiros na época. Toda influencia barroca na literatura brasileira foi através de autores portugueses, mas apesar disso, a literatura brasileira foi adquirindo características próprias com o passar do tempo.
A literatura barroca no Brasil era caracterizada por oposições e dilemas. Alguns dos autores brasileiros da época já utilizavam figuras de linguagem para representar a oposição entre o profano e o sagrado ou para mostrar o conflito entre ideias como o humanismo do período renascentista e a busca pela retomada da religiosidade medieval, com a razão e a fé.
O poema “Prosopopeia” do autor Bento Teixeira marca o início do barroco literário no Brasil no ano 1601. Apesar de a obra marcar um importante momento histórico, ela não foi uma das obras mais reconhecidas e não é considerada de grande valor literário devido às obras posteriores que foram mais valorizadas.
Os principais escritores do barroco brasileiro foram Padre Antônio Vieira, conhecido como o "Imperador da língua portuguesa", escreveu profecias, cartas e sermões, e Gregório de Matos Guerra, poeta lírico, religioso e satírico apelidado de "Boca do inferno".
Padre Antônio Vieira
Nascido em Portugal, Antônio Vieira veio para o Brasil quando criança onde iniciou seus estudos no Colégio dos Jesuítas e aos 21 anos já lecionava no Colégio de Teologia de Salvador. Em 1640 voltou para Portugal onde foi nomeado pregador-régio. Após 12 anos, retornou ao Brasil, onde se tornou chefe de uma missão da Igreja no Maranhão, porém foi expulso da região em 1661 por defender os indígenas da escravidão imposta pelos colonos portugueses. A inquisição cassou seus direitos, colocando-o em prisão domiciliar. 
Mesmo com todas as condições que lhe foram impostas, Vieira continuou acreditando que a evangelização salvaria os índios e que isso os livraria da escravidão. Devido a isso continuou lutando pelas causas dos índios e negros.
Durante toda sua vida, padre Antônio pregava e escrevia sermões que criticavam os colonos portugueses, os pregadores que não cumpriam com o dever de salvar através da pregação, a má influência do Protestantismo e também a própria Inquisição. Além dos sermões, cartas e profecias publicadas ficaram muito famosas durante e após o período do barroco.
Suas publicações mais famosas eram seus sermões. Escreveu cerca de duzentos sermões utilizando de uma linguagem lógica e racional para tratar dos assuntos, privilegiando o uso da retórica. Dentre seus sermões, dois dos que mais se destacaram foram: 
“Sermão Sexagésima”, que fala das formas de pregar e condena aqueles que pregam de maneira vazia e que não fazem a palavra de Deus “gerar frutos”.
“Sermão de Santo Antônio dos peixes”, que usa os peixes como uma metáfora, um símbolo para representar os índios e criticar os colonos portugueses por se aproveitarem das condições de “fragilidade” dos índios para escraviza-los.
Gregório de Matos Guerra
Gregório de Matos Guerra nasceu em Salvador, na Bahia e pertencia a uma família rica. Ele estudou no Colégio dos Jesuítas e se formou em direito em Coimbra, Portugal. Ainda em Portugal, fez uma carreira de jurista e voltou ao Brasil já com a fama de ser satírico. 
No Brasil, passou a viver de trabalhos na área jurídica, começando a dedicar-se à literatura, foi nomeado pelo arcebispo Gaspar Barata de Mendonça desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia e, posteriormente, nomeado como tesoureiro-mor da Sé, por D. Pedro II, rei de Portugal. O novo arcebispo, frei João da Madre de Deus, entretanto, o destituiu dos cargos por não querer usar batina e nem aceitar a imposição de ordens maiores, não estando apto para as funções que tinha sido incumbido.
Começou, então, a escrever sátiras sobre as classes sociais da Bahia, chamando-as de “canalha infernal” e aos nobres de “caramurus”. Graças à suas obras satíricas e eróticas, que apresentavam duras críticas aos políticos, religiosos e empresários, foi apelidado de “Boca do Inferno”. Também escreveu poemas amorosos, líricos e religiosos, abordando a salvação espiritual do homem, o sentimento de culpa por haver pecado e a promessa de redimir-se.
As autoridades locais não gostavam das críticas apontadas pelo autor. Em 1685, o promotor eclesiástico da Bahia o denunciou ao tribunal da Inquisição, onde foi acusado, entre outras razões, de difamar Jesus Cristo e de não mostrar reverência. Contudo a acusação não teve seguimento. Já em 1694, foi acusado pelo governador Antônio Luís Gonçalves da Câmara Coutinho, correndo risco de morte ele foi deportado para a Angola, na África.
Alguns anos depois, recebeu a permissão de voltar ao Brasil, para viver em Recife sem permissão de voltar à Bahia, por ter ajudado o governo local a combater uma conspiração militar. Em 1696 faleceu de uma febre contraída na Angola.
“Inconstância das coisas do mundo!”
“Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas e alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se a tristeza,
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza.
A firmeza somente na inconstância.”
(O soneto é marcado pela desolação que reforça o fim das coisas boas que existem no mundo e pela metáfora feita sobre a morte e a brevidade da vida.)
O Barroco em Minas Gerais
A principal manifestação das artes barrocas no Brasil durante o período, não só na arquitetura como também nas esculturas e pinturas comtemas sacros.
O barroco desenvolveu-se no Brasil no final do século XVII quando o país vivia o período colonial chamado “Ciclo do Ouro”, período em que a descoberta desse metal precioso e cobiçado em Minas Gerais fez com que a região se tornasse o centro da principal atividade econômica desenvolvida no Brasil Colônia. A movimentação comercial e o enriquecimento gerado pela mineração, somados à forte religiosidade, beneficiaram o desenvolvimento da Arte Barroca em Minas Gerais. 
A religiosidade do Barroco Mineiro se formou a partir das influências vindas de Portugal como forma de reafirmação do catolicismo, contrária ao protestantismo crescente na Europa. Apesar da influência Europeia, foi recriada uma versão original, autêntica e brasileira do Barroco, visto que, os artistas mineiros tiveram que improvisar novos materiais para a confecção das obras porque nem sempre podiam desfrutar dos materiais de Portugal devido à dificuldade de importação, como afirmou o historiador Arno Vehling:
“[...] Havia dificuldade para a importação de materiais da Metrópole – a ausência de azulejos provocou prodígios de improvisação nas decorações. Também a quantidade de artífices locais – brancos, mulatos e negros alforriados – favorecia as inovações e o uso de material da terra. A escultura em pedra-sabão é o melhor exemplo disso.”
A abundância de recursos, como a pedra-sabão, em Minas Gerais, ocasionou a criação de grandes e magníficos ornamentos e esculturas. Como consequência, grande parte da herança barroca do Brasil se encontra nas cidades mineiras, não apenas nas obras artísticas, como esculturas, mas também na arquitetura de igrejas e museus, com destaque para as obras de Aleijadinho.
A arquitetura barroca está entre as principais formas de manifestação da contrarreforma religiosa católica por meio da arte. A arquitetura barroca mineira, apesar de obedecer à religiosidade imposta pelo movimento, tem suas próprias características como o luxo e a riqueza de detalhes que é encontrada principalmente em igrejas e catedrais. Nas igrejas os altares tinham decorações exuberantes, era recobertos por espirais e por esculturas de anjos e monstros, e o interior delas era folheado a ouro devido à abundância desse recurso no país. 
Aleijadinho
Nascido em Cachoeira do Campo, Ouro Preto, na primeira metade do século XVII, era filho de uma escrava com um arquiteto português. Ele iniciou sua vida artística na infância, observando seu pai que era um entalhador. 
Antônio Francisco Lisboa foi o maior artista barroco brasileiro e ficou conhecido como Aleijadinho pela atrofia muscular que deformou seus membros, principalmente as mãos e os pés. Além de arquiteto, foi um excelente escultor e mesmo com a doença continuou trabalhando em sua oficina, na hora de fazer suas obras, ele pedia um ajudante para amarrar em seus punhos instrumentos para talhar e aparar blocos de pedra. As obras de Aleijadinho misturam vários estilos do barroco. As principais matérias prima utilizada em suas obras são a pedra-sabão e a madeira.
Aleijadinho foi responsável por esculpir os doze profetas e os seis passos da Paixão de Cristo, obras que fazem parte do conjunto do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, um conjunto arquitetônico formado por uma igreja, um adro e seis capelas, que se encontra em Congonhas e é considerado o altar da arte do Brasil colonial. 
Obras Arquitetônicas do Barroco Mineiro
Sendo um dos principais marcos do barroco mineiro, a Igreja São Francisco de Assis é destacada por sua fachada deslumbrante, onde é possível ver a imagem de Nossa Senhora da Conceição, padroeira dos franciscamos e um medalhão redondo que ilustra São Francisco recebendo as chagas de Cristo, e por seu altar-mor, que ilusta a ascensão de uma Nossa Senhora com traços mulatos, circundada por anjos, projetado por Aleijadinho e pintado por Manuel da Costa Athayde. A arquitetura da igreja apresenta uma nova característica conduzida pelo barroco que é a presença da forma curvilínea na fachada e no corpo da igreja. 
A Igreja Nossa Senhora do Carmo de Sabará é um exemplar significativo da tradição artística barroca no país. Tem destaque para o grande frontispício em pedra-sabão que se encontra na fachada, onde o brasão coroado da Ordem do Carmo é egrandecido e sustentado por dois anjos. A igreja é revestida por piso de tabuado em toda sua extensão e seu interior é decorado com esculturas feitas por Aleijadinho, talhas e pinturas feitas por Francisco Vieira Servas. A capela-mor é decorada por pinturas parietais descrevendo os Dez Mandamentos, de responsabilidade de Joaquim Gonçalves da Rocha e o piso do coro é decorado por pinturas que representam as Virtudes Teologais, contornados por imagens do sacrifício de Abraão Moisés retirando água da pedra.
Conhecida por ser o maior templo católico de Tiradentes, a Igreja Matriz de Santo Antônio tem destaque para a talha de sua capela-mor, por ser um dos melhores modelos da talha barroca. A igreja possui uma porta central com uma moldura feita em pedra entalhada por Aleijadinho e uma larga fachada. Outros componentes da fachada são o par de grandes janelas com balaustradas e o frontão, que é composto por duas volutas largas nas laterais que são adornadas com rocalhas e coroadas com pináculos, tendo ao centro uma cruz. Ao lado da fachada se elevam duas torres sineiras com relógios no alto e seteiras na base. O interior da igreja conta com seis altares laterais e o altar-mor. O primeiro altar à direita, é dedicado à Nossa Senhora do Terço, o segundo à Nosso Senhor dos Passos e o terceiro à São Miguel Arcanjo. Já o primeiro altar ao lado esquerdo é constituido por uma imagem de Nossa Senhora da Piedade carregando Cristo nos braços, o segundo altar é dedicado ao Senhor da cruz e o terceiro à Imaculada Conceição. A arquitetura da igreja segue o padrão básico do barroco.
Quando, em meados da década de 30, o presidente Getúlio Vargas estabeleceu que que os despojos do Inconfidentes mineiros degregados para a África seriam tragos de volta ao Brasil. Essa sentença foi inserida num movimento de recuperação da memória e dos monumentos do período colonial brasileiro, já que nesta mesma época foi criado o órgão nacional de defesa do patrimônio histórico e artístico brasileiro.
Ao esvaziar o prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, que funcionava como uma penitenciária estadual, um de seus salões foi designado para aguaritar o Panteão dos Inconfidentes. Posteriormente foi criado por decretado o Museu da Inconfidência. 
O museu foi organizado como um documentário sobre a evolução social mineira mas a exposição parou de seguir a evolução museológica e condições políticas contrárias minimizaram notavelmente as capacidades técnicas e administrativas do museu.
A Casa da Câmara e Cadeia de Ouro Preto é uma grande herança da arquitetura colonial no barroco brasileiro e o prédio foi projetado por José Fernandes Pinto Alpoim e erguido por Luís da Cunha Meneses. O edifício conta com uma fachada simétrica e exuberante de dois pisos com ornamentos destacados em cataria e um corpo feito acima de um pódio elevado.
O Museu Arquidiocesano de Arte Sacra, que se encontra em Mariana, é um edifício que foi construído a fim de que fosse a sede para reuniões do Cabido ou Colégio dos Cônegos, que são padres que auxiliam o Bispo. Em 1926 a Mitra Arquidiocesana tomou posse de prédio e instalou a Cúria Metropolitana e o Arquivo Eclesiástico e em 1962 o edifício passou a ser sede do museu, graças a Dom Oscar de Oliveira. O museu tem como ponto principal a Arte Sacra de Minas Gerais no período do barroco e é formado por peças provenientes das igrejas, capelas, e seminários.
O prédio do Museu do Ouro em Sabará é um exemplar legítimo da arquitetura colonial do século XVII e se encontra onde, no passado, era localizada a Casa de Intendência e Fundição. Depois de finalizada, a construção já serviu como residência e escola. Posteriormente, foi adquirida pela Companhia Siderúrgica Belga Mineira e foi doada ao Serviço do PatrimônioHistórico e Artístico que a restaurou para ser usada como museu, atualmente é administrado pelo Instituto Brasileiro de Museus. O museu contém artefatos antigos e instrumento relacionados ao ofício do ouro, como por exemplo, a prensa mais antiga usada em uma casa de fundição.
O Barroco na atualidade
Nas escolas, muito se fala sobre o barroco, principalmente nas disciplinas de história e literatura, e este assunto é tratado como um “acontecimento” histórico que teve grande influência apenas no passado. Por isso, a maioria das pessoas não percebe que a cultura barroca teve grande influência na cultura atual, tanto em construções arquitetônicas quando em músicas, filmes e moda.
Músicas Barrocas?
Não seriam exatamente músicas barrocas, mas sim músicas com letras que possuem características semelhantes às características da literatura barroca. No barroco, era comum o uso de metáforas e de paradoxos, especialmente para representar o contraste entre o sagrado e o profano, e entre alegria e sofrimento.
Na música popular brasileira (MPB), Caetano Veloso se destaca com músicas que retém essas características nas letras, principalmente porque uma de suas músicas, “Triste Bahia”, é uma adaptação de um poema de Gregório Matos, um dos mais influentes autores da literatura barroca. Assim como o poema, a música fala sobre problemas sociais presentes na época em que o poema foi escrito que perduraram até a época que a música foi escrita. Em outra música, “Quereres”, também há a presença de muitas oposições e contrastes entre os versos, o que
é uma marca das características do barroco.
O Barroco e arquitetura 
Na arquitetura, o barroco influenciava diretamente na forma visual das construções, principalmente nas igrejas. Em muitas cidades históricas, essas construções mantêm-se até hoje e é possível ver as características do período nelas. Todas as edificações possuem muitos elementos decorativos como ornamentos e esculturas. É uma arquitetura marcada por grandes obras, a maioria de caráter religioso, por isso em muitos edifícios é possível ver pinturas, ou esculturas de anjos e imagens que remetem à religião. Nas fachadas percebe-se a valorização das formas geométricas, das pilastras e de muitos detalhes. Em seu interior, as edificações são marcadas por decorações de cores vermelhas, douradas, azuis e pinturas nos tetos.
Em muitas metrópoles é possível encontrar muitas construções com essas características. Em Belo Horizonte, por exemplo, na Praça da Liberdade existem diversas edificações com a influência do barroco, como os museus que circundam a praça e o Palácio da Liberdade. Por todo Brasil isso se repete, mantendo o barroco vivo nas cidades.
Barroco, até nos filmes?
Sim, a literatura barroca já foi inspiração para filmes estrangeiros. Como por exemplo, o filme “Anjos e Demônios” que discute a ideia da existência de Deus e desenvolve a trama em cima da discussão entre o pecado, o sagrado e outras oposições de cunho religioso. Esta ideia de oposição e contraste está diretamente ligada às características vindas do barroco. Outro filme, um dos mais conhecidos pela marca da influência barroca é “Constantine”, de temática religiosa. Possui cenas que mostram anjos e demônios e o próprio personagem principal apresenta contradições ao fumar e beber e ao mesmo tempo ser herói do filme, mostrando a oposição entre o bem e o mal.
Um filme brasileiro onde é possível perceber a presença do barroco é “O Aleijadinho: Paixão, Glória e Suplício”, apesar de ser um filme que não é propriamente influenciado pela literatura barroca, ele conta a história de Aleijadinho, e nele é possível ver as construções, as esculturas de Aleijadinho, e a grande influência da religião no barroco.
 
Moda? Até nisso o barroco se meteu?
Claro que sim, e foi uma influência que inovou nas roupas, maquiagens e acessórios. O barroco está presente em muitas coleções de roupas, muitos estilistas investirem no uso de rendas, cores douradas e vermelhas e no uso de elementos, como o crucifixo na criação das coleções. Na criação de acessórios, os detalhes de rendas e uso de preto com dourado vieram com a influência do barroco. E, sim a maquiagem também foi influenciada pelo barroco, uma marca de cosméticos conhecida no Brasil inteiro, “O Boticário”, criou uma coleção de maquiagem inspirada no barroco chamada Barroco Tropical com cores e texturas referentes ao barroco.
Referências
ALEIJADINHO, Museu. Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Mariana. Disponível em: <http://www.museualeijadinho.com.br/?op=conteudo&id=62>. Acesso em: 19 ago. 2017.
ARAUJO, Felipe. Literatura barroca no Brasil. 1999. Disponível em: <http://www.infoescola.com/literatura/literatura-barroca-no-brasil/>. Acesso em: 19 ago. 2017.
CINECLUBE. O Museu da Inconfidência. Disponível em: <https://museudainconfidencia.wordpress.com/about/>. Acesso em: 20 ago. 2017.
DE, Aula. Literatura - Barroco. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?list=LLj9ATUnv9QsI2qu8wFpm2kg&v=N6jXwPXGTeM&app=desktop>. Acesso em: 21 ago. 2017.
FERNANDES, Claúdio. Barroco Mineiro. Disponível em: <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiadobrasil/barroco-mineiro.htm>. Acesso em: 18 ago. 2017.
GEORGIA, Nayla. Vida e obras de Padre Antônio Vieira. Disponível em: <https://www.estudopratico.com.br/vida-e-obras-de-padre-antonio-vieira/>. Acesso em: 19 ago. 2017.
LITERATURA, Só. Barroco no Brasil. Disponível em: <http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php>. Acesso em: 19 ago. 2017.
LITERATURA, So. Gregório de Matos Guerra: o Boca do Inferno. Disponível em: <http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco05.php>. Acesso em: 19 ago. 2017.
MATÉRIA, Toda. Barroco no Brasil. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/barroco-no-brasil/>. Acesso em: 19 ago. 2017.
OLIVEIRA, Catarina. Gregório de Matos Guerra. Disponível em: <http://www.infoescola.com/escritores/gregorio-de-matos-guerra/>. Acesso em: 19 ago. 2017.
PAES, Cíntia. Conheça um pouco da história do mestre Aleijadinho. Disponível em: <http://g1.globo.com/minas-gerais/noticia/2014/11/conheca-um-pouco-da-historia-de-mestre-aleijadinho.html>. Acesso em: 21 ago. 2017.
PESQUISA, Sua. Aleijadinho. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/aleijadinho/>. Acesso em: 21 ago. 2017.
PESQUISA, Sua. Gregório de Matos. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/biografias/gregorio_matos.htm>. Acesso em: 19 ago. 2017.
ROMANO, Catolicismo. Matriz de Santo Antônio Tiradentes - Minas Gerais. Disponível em: <http://www.catolicismoromano.com.br/content/view/614/27/>. Acesso em: 18 jul. 2017.
SABARÁ, Sou. Museu do ouro, uma viagem ao passado sabarense. Disponível em: <http://sousabara.com.br/historia/museu-do-ouroibram-uma-viagem-ao-passado-sabarense/>. Acesso em: 18 ago. 2017.
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VASCONCELOS, Yuri. Como é uma igreja típica barroca? Disponível em: <https://mundoestranho.abril.com.br/religiao/como-e-uma-tipica-igreja-barroca/>. Acesso em: 18 ago. 2017.

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