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APOSTILA DE TEOLOGIA - INTRODUÇÃO BIBLICA

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ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 1 
 
 
 
 
 
 
PPLLAANNOO DDEE AAUULLAA AAPPOOSSTTIILLAADDOO 
Escola de Teologia do Espírito Santo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IIIIIIIInnnnnnnnttttttttrrrrrrrroooooooodddddddduuuuuuuuççççççççããããããããoooooooo BBBBBBBBííííííííbbbbbbbblllllllliiiiiiiiccccccccaaaaaaaa 
 
Visão panorâmica e aspectos da formação da Bíblia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 2 
 
 
 
 
© Copyright 2004, Escola de Teologia do ES 
 
A Escola de Teologia do ES é amparada pelo disposto no parecer 
241/99 da CES – Câmara de Ensino Superior 
O ensino à distância é regulamentado pela lei 9.394/96 – Artº 80 e 
é considerado um dos mais avançados sistemas de ensino da 
atualidade 
 
■ 
 
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por 
 
ESCOLA DE TEOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO 
Rua Dionísio Rosendo - nº 155 - Ed. Renata - Sala 1001 
Centro - Vitória - ES - CEP 29 010-100 
Telefax (27) 3062-0773 
www.esutes.com.br 
 
■ 
 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR QUAISQUER MEIOS, SALVO EM BREVES 
CITAÇÕES, COM INDICAÇÃO DA FONTE. 
 
Todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Versão 
Almeida Corrigida e Fiel(ACF) 
©2008, publicada pela Sociedade Bíblica Trinitariana. 
 
 
 
O presente material é baseado nos principais tópicos e pontos salientes da matéria em questão. 
A abordagem aqui contida trata-se da “espinha dorsal” da matéria. Anexo, no final da apostila, 
segue a indicação de sites sérios e bem fundamentados sobre a matéria que o módulo aborda, 
bem como bibliografia para maior aprofundamento dos assuntos e temas estudados. 
 
TEOLOGIA DO ES, Escola de - Título original: Introdução Bíblica, Visão panorâmica e aspectos da 
formação da Bíblia – Espírito Santo: ESUTES, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 3 
 
 
 
 ____________________________ 
 
 SSSSSSSSUUUUUUUUMMMMMMMMÁÁÁÁÁÁÁÁRRRRRRRRIIIIIIIIOOOOOOOO 
 ____________________________ 
 
 
 
UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIII 
A BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVROA BÍBLIA COMO LIVRO 
Introdução...............................................................................................................................................................4 
A escrita e estrutura da Biblia.................................................................................................................................5 
O Antigo Testamento..............................................................................................................................................8 
O Novo Testamento.............................................................................................................................................11 
O tema central da Bíblia.......................................................................................................................................14 
 
UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIII 
OOOOOOOO CCCCCCCCÂÂÂÂÂÂÂÂNNNNNNNNOOOOOOOONNNNNNNN DDDDDDDDAAAAAAAA BBBBBBBBÍÍÍÍÍÍÍÍBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIAAAAAAAA EEEEEEEE SSSSSSSSUUUUUUUUAAAAAAAA EEEEEEEEVVVVVVVVOOOOOOOOLLLLLLLLUUUUUUUUÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO 
O Significado da palavra “CÂNON”.....................................................................................................................16 
O Cânon do Antigo Testamento...........................................................................................................................16 
O Cânon do Novo Testamento.............................................................................................................................17 
Os livros canônicos do NT....................................................................................................................................18 
 
UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII 
A BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUSA BÍBLIA COMO A PALAVRA DE DEUS 
A inspiração da Bíblia.........................................................................................................................................20 
Teorias sobre a inspiração da Bíblia....................................................................................................................27 
Provas da inspiração da Bíblia.............................................................................................................................28 
 
 
UUUUUUUUNNNNNNNNIIIIIIIIDDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDDEEEEEEEE IIIIIIIIVVVVVVVV 
AAAAAAAA PPPPPPPPRRRRRRRREEEEEEEESSSSSSSSEEEEEEEERRRRRRRRVVVVVVVVAAAAAAAAÇÇÇÇÇÇÇÇÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOO DDDDDDDDAAAAAAAA BBBBBBBBÍÍÍÍÍÍÍÍBBBBBBBBLLLLLLLLIIIIIIIIAAAAAAAA EEEEEEEE SSSSSSSSUUUUUUUUAAAAAAAASSSSSSSS TTTTTTTTRRRRRRRRAAAAAAAADDDDDDDDUUUUUUUUÇÇÇÇÇÇÇÇÕÕÕÕÕÕÕÕEEEEEEEESSSSSSSS 
A Septua Ginta.....................................................................................................................................................30 
As principais traduções da Bíblia para o inglês....................................................................................................31 
As principais traduções da Bíblia para o português..............................................................................................32A Bíblia no Brasil..................................................................................................................................................33 
 
APÊNDICE APÊNDICE APÊNDICE APÊNDICE 
O Período Interbíblico...........................................................................................................................................34 
Período Babilônico................................................................................................................................................36 
Período Medo-Persa.............................................................................................................................................39 
O período Greco-Macedônia................................................................................................................................40 
O período Macabeu..............................................................................................................................................41 
 
BIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIABIBLIOGRAFIA......................................................................................................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 4 
 
UUNNIIDDAADDEE II 
AA BBÍÍBBLLIIAA CCOOMMOO LLIIVVRROO 
............................................................... 
 
 “Através da Bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou 
até nós”. 
.............................................................. 
 
 
 IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO 
A Bíblia é um livro singular, inspirado por Deus. Escribas, Camponeses, Filósofos, Pescadores, 
Estadistas, Estudiosos, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas, homens das mais diversas culturas e 
pertenceram às mais variadas profissões e atividades, viveram e escreveram em continentes, regiões e 
países distantes uns dos outros e em épocas diversas. Mesmo assim, seus escritos formam uma 
harmonia perfeita, escreveram num período aproximado de 1.500 anos. Foram mais de 40 escritores que 
escreverem as páginas da Bíblia e notadamente vê-se a mão de Deus na sua unidade. 
 
Estes textos foram copiados e recopilados de geração para geração em diversos idiomas, tais como: 
Hebraico, Aramaico e grego; até chegar a nós. A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões 
de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de "citações” a divisão da Bíblia em 
capítulos foi feita em 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das 
escrituras. Apenas mais tarde foi dividido em versículos. Em 1445 o A.T. f pelo Rabino Nathan. 
 
O N.T. foi em 1551 por Robert Stevens, um impressor de Paris. Até a invenção da gráfica por 
Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente 
(manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras. A Bíblia é composta de 66 livros e divide-se em 
duas partes: o Antigo Testamento e o Novo Testamento, o A.T. tem 39 livros e o N.T. 27 livros, sendo 
1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. 
 
Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no 
mundo. Há uma estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão 
integral e o NT. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Afirmam ainda que a 
cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil 
exemplares! O estudo da Bibliologia auxilia grandemente a compreensão dos fatos bíblicos. 
 
Ela nos mostra, por exemplo, como a Bíblia chegou até nós. Pela Bíblia Deus fala em linguagem 
humana, para que o homem possa entendê-lo. Por isso ela faz alusão a tudo que é terreno e humano. 
Ela menciona países, rios, mares, plantas, comércio, dinheiro, produtos, costumes, raças, usos, línguas, 
etc. O autor da Bíblia é Deus, mas os escritores foram homens. 
 
Na linguagem figurada de diversas partes da Bíblia o próprio Deus age e é descrito como homem. É 
comum, por exemplo, encontrarmos na Bíblia antropopatismos (Ato de atribuir sentimentos humanos a 
Deus. Ex.: A ira de Deus, Deus arrependeu-se, etc.) e antropomorfismos (Ato de atribuir formas 
humanas a Deus. Ex: Os olhos de Deus, a mão do Senhor, etc.). A Bíblia chega a esse ponto para que o 
homem melhor compreenda o que Deus quer lhe dizer. 
 
A bibliologia estuda a Bíblia sob os seguintes aspectos: 
• Sua estrutura, considerando sua divisão, classificação dos livros, capítulos, versículos, 
particularidades e tema central. 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 5 
 
• A Bíblia como livro divino. 
• O Cânon sagrado: sua formação e transmissão até nós. 
• A preservação e tradução do texto bíblico. Isso aborda as línguas originais e os manuscritos bíblicos. 
• Incluem também elementos de história geral da Bíblia, inclusive o período interbíblico, e auxílios 
externos no estudo da Bíblia: geografia bíblica, usos e costumes orientais, sistemas de medida, peso e 
moeda, história das nações antigas, estudo dos personagens e dificuldades bíblicas. 
 
AA EESSCCRRIITTAA DDAA BBÍÍBBLLIIAA EE SSUUAA EESSTTRRUUTTUURRAA 
 
O vocábulo “Bíblia” 
O vocábulo “Bíblia” vem do grego, língua original do Novo testamento. Deriva do vocábulo grego 
“Biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “Biblion”, e vários destes eram uma 
“Bíblia”. Portanto, literalmente, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de livros pequenos”. 
 
A escrita da Bíblia 
A Bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vimos que os 
livros sagrados não estavam unidos como os temos hoje. Isso só foi possível com a invenção do papel 
no século II pelos chineses, bem como a invenção do prelo em 1450 pelo alemão Gutenberg. Os livros 
antigos tinham forma de rolo (Jr 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. Ainda hoje, devido aos 
ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas. 
 
Materiais Empregados na Redação da Bíblia 
Papiro 
O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios, lagos e banhados no oriente, cuja entrecasca 
servia para escrever. Essa planta ainda existe no Sudão, na Galiléia superior e no vale de Sharom. Seu 
uso na escrita vem de 3.000 a.C. A impossibilidade de recuperar muitos dos antigos manuscritos (um 
manuscrito é, neste sentido, uma cópia à mão das Escrituras) se deve basicamente aos materiais 
perecíveis empregados na escrita da Bíblia. 
 
Dentre os antigos materiais de escrita, o mais comum era o papiro, feito da planta do mesmo nome. 
Esse junco crescia nos rios e lagos de pouca profundidade, existentes no Egito e na Síria. Grandes 
carregamentos de papiros eram despachados através do porto sírio de Byblos. Supõe-se que a palavra 
grega para livro (biblos) tenha origem no nome desse porto. 
 
A palavra portuguesa "papel" vem da palavra grega papyros, isto é, papiro. The Cambridge History ofthe 
Bible (A História da Bíblia, de Cambridge) relata como se preparava o papiro para a escrita: “Retiravam-
se as películas que envolvem o caule. 
 
Essas películas eram cortadas no sentido longitudinal em fitas estreitas, sendo então socadas e prensadas 
em várias camadas, sendo que cada camada era disposta perpendicularmente em relação à camadade 
baixo. Quando seca, a superfície esbranquiçada era polida com uma pedra ou outro objeto. 
 
Plínio menciona diversos tipos de papiro que foram achados, de diferentes espessuras e superfícies, 
produzidos antes do período do Novo Império, quando as folhas eram freqüentemente bem delgadas e 
translúcidas". O mais antigo fragmento de papiro de que se tem notícia é de 2400 antes de Cristo. 
 
Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiro, e era difícil a preservação de qualquer um 
desses papiros, exceto em regiões secas, como as áreas desérticas do Egito, ou em cavernas semelhantes às 
de Qumran, onde foram achados os rolos do mar Morto. O uso do papiro era bem comum até por volta 
do século terceiro depois de Cristo. 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 6 
 
 
Exemplos de papiro manuscristo Papiro ainda em forma de planta 
 
 
Pergaminho 
O pergaminho é de pele de animais geralmente cabra ou carneiro e seu uso é mais recente; vem dos 
primórdios da era cristã. É um material gráfico superior ao papiro. Essa palavra designa "peles 
preparadas de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais". Essas peles eram "tosadas e raspadas" a fim 
de se obter um material mais durável para a escrita. F.F. Bruce escreve que a palavra "pergaminho” tem 
origem no nome da cidade de Pérgamo, na Ária Menor, pois a produção desse material para escrita 
esteve, numa certa época, especialmente associada ao local". 
 
Velino 
Era o nome dado à pele de filhotes de diversos animais. Freqüentemente o velino era tingido de 
púrpura. Alguns dos manuscritos que temos hoje em dia são velino cor-de-púrpura. Geralmente os 
caracteres escritos sobre o velino purpúreo eram prateados ou dourados. Os mais antigos rolos de peles 
de animais são de aproximadamente 1500 antes de Cristo. 
 
Outros Materiais para Escrita 
Ôstraco - Fragmento de cerâmica não-esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Esses fragmentos 
têm sido encontrados em abundância no Egito e na Palestina (Jó 2.8). 
 
Tabletes de argila 
 Inscritos com um instrumento pontiagudo e, então, secados a fim de se ter um registro definitivo 
(Jeremias 17.13; Ezequiel 4.1). Eram os mais baratos e um dos mais duráveis materiais para escrita. 
 
Tabletes de cera 
Um estilete de metal era usado para escrever num pedaço plano de madeira recoberto com cera. 
 
Instrumentos para a escrita 
Cinzel 
Um instrumento de ferro para entalhar as pedras. 
 
Estilete de Metal 
"Usava-se o estüeto, um instumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de 
argila e de cera". 
 
Pena 
Era feita de "juncos (juncus maritimis), com 15 a 40 centímetros de comprimento, sendo que uma das 
extremidades era cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse 
fazer traços grossos ou finos com as beiradas largas ou estreitas. A pena de junco esteve em uso na 
Mesopotâmia desde o início do primeiro milênio (a.C), sendo que é bem possível que tenha sido adotada 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 7 
 
em outros lugares, enquanto que a idéia de uma pena de ave parece ter vindo dos gregos, no século três 
a.C. (Jeremias 8.8). A pena era usada para escrever em velino, pergaminho e papiro. A tinta geralmente 
era uma mistura de "carvão, cola e água". 
 
As formas dos livros antigos 
Rolos 
Eram folhas de papiro coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras, e, então, enroladas num 
bastão. O tamanho do rolo era limitado por causa da dificuldade de seu uso. Geralmente se escrevia só 
de um lado. Um rolo escrito dos dois lados tem o nome de "opistógrafo" (Apocalipse 5.1). Conhecem-se 
alguns rolos com 43 metros de comprimento, mas em geral, os rolos tinham entre seis e dez metros. Não é 
de surpreender que Calímaco, pessoa cuja função consistia em catalogar os livros da biblioteca de 
Alexandria, tenha dito que "um livro grande é um grande transtorno". 
 
Forma de códice ou livro 
A fim de tornar a leitura mais fácil e menos desajeitada, as folhas de papiro foram montadas em forma de 
livro, sendo escritas em ambos os lados. Greenlee afirma que o cristianismo foi o principal motivo para o 
desenvolvimento de formato do códice, ou volume manuscrito antigo. Os escritores clássicos escreveram 
em rolos de papiro até aproximadamente o século três depois de Cristo. 
 
Tipos de escrita 
Escrita uncial 
Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, próprias para livros. Os códices Vaticano e 
Sinaítico são manuscritos unciais. 
 
Minúscula Carolina 
"Uma escrita de letras menores, cursivas, criadas com vistas à produção de livros". A mudança de unciais 
para minúsculas teve início no século nove. Os manuscritos gregos eram escritos sem quaisquer espaços 
entre as palavras. (Até 900 AD. o hebraico era escrito sem vogais, quando os massoretas introduziram a 
vocalização.) Bruce Metzger responde o seguinte àqueles que falam da dificuldade de um texto 
contínuo: "Não se deve, todavia, pensar que essas ambigüidades ocorram com muita freqüência no 
grego. Nessa língua a regra é que, com bem poucas exceções, as palavras vernáculas só podem terminar 
em vogai (ou em ditongo) ou em uma dentre três consoantes: n, r e s (ni, rô e sigma) Além do mais, não 
se supõe que a escrita contínua apresentasse dificuldades excepcionais na hora da leitura, pois, na 
antigüidade, aparentemente era costume ler em voz alta, mesmo quando se estivesse sozinho. Assim, 
apesar da inexistência de espaço entre as palavras, ao pronunciar, sílaba por sílaba, o que estava lendo, a 
pessoa logo se acostumava a ler o texto em escrita contínua". 
 
As línguas da Bíblia 
O estudo das diversas línguas é interessante e de muito proveito. As línguas estão sempre se 
modificando e mudando com o desenvolvimento dos povos e inter relacionando as nações. Será 
necessário que reconheçamos isto neste estudo. Deus não inspirou a Bíblia na língua portuguesa, 
embora tenhamos a Bíblia inspirada em vernáculo nosso. Originalmente a Bíblia fora escrita em três 
línguas, a saber: hebraica, aramaica e grega. Esta era a língua do Novo testamento. Alguns 
comentadores dizem que provavelmente Abraão deixou de usar a velha língua semítica. A caldaica, a 
qual era a da sua própria terra (Gn 12.1-5), quando saiu de Ur, e adotou a língua dos cananeus, em cujo 
meio foi morar. A sua descendência, os hebreus mais tarde, durante o cativeiro em Babilônia, deixou de 
falar a língua hebraica e adotou a caldaico-aramaica, a qual continuou a ser falada até os tempos de 
Jesus Cristo. Esta língua cananéia, que Abraão usou, era, provavelmente, a mesma ou alguma forma 
dela, que foi conhecida mais tarde como hebraica. Parece que a língua hebraica foi chamada “a língua 
de Canaã” (Is 19.18). Algumas das tabuinhas de Tel-el-Amarna, descobertas em 1887 no Egito, assim 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 8 
 
chamadas pelo nome do lugar em que foram achadas, com data de 400 anos mais ou menos depois de 
Abraão, são escritas em boa língua cananéia ou língua hebraica. 
 
A Língua do Antigo Testamento 
Com poucas exceções, o Velho Testamento foi escrito na língua hebraica. Esta era a língua do povo de 
Israel e é chamada “a língua judaica” (II Reis 18.26). Esta língua continuou a ser falada e escrita pelos 
hebreus até o cativeiro, quando adotaram a aramaica ou siríaca, a qual é um dialeto da hebraica. Devido 
a esta mudança de língua, os versados na língua hebraica podem descobrir três períodos em que se 
divide a históriado desenvolvimento dela. Cada período é distinguido pelo seu estilo e idioma.O 
período em que foi escrito o Pentateuco, é o da língua hebraica falada no tempo de Moisés. O período 
em que a língua alcançou o ponto do seu maior desenvolvimento em pureza e refinamento. Neste 
foram escritos os livros de Juízes, Samuel, Reis, Crônicas, Salmos dê Davi, Provérbios e os demais livros 
de Salomão e as profecias de Isaías, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum e Habacuque. 
O período em que foram escritos os demais livros de profecias, assim como os de Ester, Esdras e 
Neemias. Durante esta época, palavras, frases e idiotismos de línguas estrangeiras tinham sido 
incorporados à hebraica da segunda época, em conseqüência da comunicação dos judeus com as nações 
vizinhas. As passagens do Velho Testamento que não são escritas em hebraico são as seguintes: Esdras 
4.8-6.18, Esdras 7.12-26, Jeremias 10.11 e Daniel 2.4-7.28. Estas são escritas no dialeto caldaico. Este 
fenômeno se explica pela residência de Daniel e Esdras na Babilônia e as suas relações com os 
governadores desses países. 
 
A Língua do Novo Testamento 
Os livros do Novo Testamento foram escritos originalmente na língua grega, conhecida como helênica, 
porque os gregos eram chamados helenos ou o povo de Helas. Depois da grande conquista de 
Alexandre Magno, rei da Macedônia, filho de Filipe e de Olímpia, a língua grega, numa forma helênica, 
espalhou-se em toda parte do Egito e do Oriente, e tornou-se a língua vernácula dos hebreus que 
residiam nas colônias de Alexandria e outras partes 
 
OO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO 
Com 39 livros, foi originalmente escrito em hebraico, com algumas pequenas partes em aramaico. O 
aramaico foi a língua que Israel trouxe do cativeiro babilônico. Era a língua que se falava em toda a 
Mesopotâmia, e foi durante muitos anos a língua internacional do comércio. Era também conhecida 
com siríaco e caldaico e tinha praticamente a mesma estrutura do hebraico. Há também na Bíblia, 
algumas palavras persas. Podemos dividir os livros do A.T. em, Livros da lei ou Pentateuco são cinco: 
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. Tratam do início de todas as coisas, da lei e do 
estabelecimento da nação de Israel. 
 
Livros Históricos 
São doze: Josué, Juízes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias, Ester. 
Trata da história de Israel em seus vários períodos. Teocracia, sob os juízes. Monarquia, Sob Saul, Davi 
e Salomão. Divisão do reino depois da morte de Salomão, cativeiro e período pós-exílio. 
 
Livros Poéticos 
São cinco: Jó, Salmos, provérbios, Eclesiastes, cantares de Salomão. 
São chamados poéticos devido à sua construção literária. 
 
Livros Proféticos 
São dezessete: Profetas maiores (cinco): Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel, Daniel. 
Profetas menores (doze): Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, 
Ageu, Zacarias, Malaquias. 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 9 
 
 
 LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO 
 Lei (Pentateuco) – 5 livros Poesia – 5 livros 
1. Gênesis 
2. Êxodo 
3. Levítico 
4. Números 
5. Deuteronômio 
 1. Jó 
2. Salmos 
3. Provérbios 
4. Eclesiastes 
5. O Cântico dos Cânticos 
 Historia – 12 livros Profetas – 17 livros 
 
 1. Josué 
 2. Juízes 
 3. Rute 
 4. 1Samuel 
 5. 2Samuel 
 6. 1Reis 
 7. 2Reis 
 8. 1Crônicas 
 9. 2Crônicas 
10. Esdras 
11. Neemias 
12. Ester 
A. Maiores 
 
1. Isaías 
2. Jeremias 
3. Lamentações 
4. Ezequiel 
5. Daniel 
B. Menores 
 
 1. Oséias 
 2. Joel 
 3. Amós 
 4. Obadias 
 5. Jonas 
 6. Miquéias 
 7. Naum 
 8. Habacuque 
 9. Sofonias 
10. Ageu 
11. Zacarias 
12. Malaquias 
 
 
A classificação dos livros do A.T. como conhecemos, por assunto, não levando em conta a ordem 
cronológica dos livros, vem da Septuaginta. Calcula-se, por exemplo, que Jó seja o mais antigo dos 
livros da Bíblia. Na Bíblia em hebraico (chamada Tanach) a divisão dos livros é bem diferente: Leis, 
escritos e profetas. Abaixo encontramos a divisão dos livros do Antigo Testamento na Tanach. 
 
Lei (Em hebraico Torah), que compreende os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, 
Números,Deuteronômio. 
 
Profetas (Em hebraico Nebiim), agrupados em: Profetas anteriores: Josué, Juízes, 1 e II Samuel, I e II 
Reis; Profetas posteriores: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, 
Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. 
 
Escritos (Em hebraico Ketubim): Jó, Salmos, Provérbios, Rute, Cântico dos Cânticos, Eclesiastes, 
Lamentações, Ester, Daniel, Esdras, Neemias, I e II Crônicas. O título referido, Lei, Profetas e Escritos, 
aparece reduzido em ocasiões como a Lei e os Profetas ( Mt 5.17) ou, de modo mais singelo, a Lei ( Jo 
10.34). 
 
 
RESUMO DE CONTEÚDO DOS LIVROS DO ANTIGO TESTAMENTO 
ANTIGO TESTAMENTO 
A Lei (Pentateuco) – 5 livros 
1. Gênesis- Este livro, que mostra como era "no princípio", faz uma narrativa da criação, da relação de 
Deus com o homem e da promessa de Deus a Abraão e seus descendentes. 
2. Êxodo- O nome Êxodo significa "saída". Este livro conta como Deus livrou os israelitas de uma vida de 
penúrias e escravidão no Egito. Deus fez um pacto com eles e lhes deu leis para ordenar e governar sua vida. 
3. Levítico- O nome do livro se deriva do nome de uma das doze tribos de Israel. O livro registra todas 
as leis e regulamentos a respeito de rituais e cerimônias. 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 10 
 
4. Números- Os israelitas vagaram pelo deserto durante quarenta anos, antes de entrar em Canaã, "a 
terra prometida". O nome do livro se deriva dos censos promovidos durante esse tempo no deserto. 
5. Deuteronômio Moisés pronunciou três discursos de despedida pouco antes de morrer. Neles 
recapitulou, com o povo, todas as leis de Deus para os israelitas. O nome do livro expressa essa 
"recapitulação" ou "segunda lei" 
Históricos – 12 livros 
1. Josué Josué foi o líder dos exércitos israelitas em suas vitórias sobre seus inimigos, os cananeus. O 
livro termina descrevendo a divisão da terra entre as doze tribos de Israel. 
2. Juízes Os israelitas constantemente desobedeciam a Deus e caíam nas mãos de países opressores. 
Deus constituiu juízes para livrá-los da opressão. 
3. Rute- O amor e a dedicação de Rute à sua sogra, Noemi, são o tema deste livro. 
4. I Samuel- Samuel foi o líder de Israel no período compreendido entre os Juízes e Saul, o primeiro rei. 
Quando a liderança de Saul falhou, Samuel ungiu a Davi como rei. 
5. II Samuel- Sob o reinado de Davi, a nação se unificou e se fortaleceu. No entanto, depois dos pecados 
deDavi, adultério e assassinato, tanto a nação como a família do rei sofreram muito. 
6. I Reis Este livro inicia com o reinado de Salomão em Israel. Depois de sua morte, o reino se dividiu 
em conseqüência da guerra civil entre o Norte e o Sul, resultando no surgimento de duas nações: Israel no 
Norte e Judá no Sul. 
7. II Reis Israel foi conquistada pela Assíria em 721 a.C. Judá, pela Babilônia, em 586 a.C. Estes 
acontecimentos foram considerados como um castigo ao povo pela desobediência às leis de Deus. 
8. I Crônicas- Este livro inicia com as genealogias de Adão até Davi e, em seguida, conta os 
acontecimentos do reinado de Davi. 
9. II Crônicas- : Este livro abrange o mesmo período que II Reis, mas com ênfase em Judá, o reino do Sul, 
e seus governantes. 
10. Esdras- Depois de estar cativo na Babilônia por algumas décadas, o povo deDeus retornou a 
Jerusalém. Um de seus líderes era Esdras. Este livro contém a admoestação que Esdras fez ao povo para que 
este seguisse e honrasse a lei de Deus. 
11. Neemias- Depois do templo, também foi reconstruída a muralha de Jerusalém. Neemias foi quem 
dirigiu esse empreendimento. Ele também colaborou com Esdras para restaurar o fervor religioso do povo. 
12. Ester- Este livro relata a história de uma rainha judia da Pérsia, que denunciou um complô que visava 
destruir seus compatriotas. Com isso ela evitou que todos fossem aniquilados. 
Poéticos – 5 livros 
1. Jó- A pergunta "Por que sofrem os inocentes?" é tratada nesta história bíblica. 
2. Salmos- Estas 150 orações foram usadas pelos hebreus para expressar sua relação com Deus. 
Abrangem todo o campo das emoções humanas, desde a alegria até o ódio, da esperança ao desespero. 
3. Provérbios- Este é um livro de máximas de sabedoria, de ensinamentos éticos e de senso comum 
acerca de como viver uma vida reta. 
4. Eclesiastes- Na sua busca por felicidade e pelo sentido da vida, este escritor, conhecido como 
"filósofo" ou "pregador", faz perguntas que continuam presentes na sociedade contemporânea. 
5. O Cântico dos Cânticos- Este poema descreve o gozo e o êxtase do amor. Simbolicamente tem sido 
aplicado ao amor de Deus por Israel e ao amor de Cristo pela Igreja. 
Proféticos – 17 livros 
Profetas Maiores – 5 – Livros 
1. Isaías- O profeta Isaías trouxe a mensagem do juízo de Deus às nações, anunciou um rei futuro, à 
semelhança de Davi, e prometeu uma era de paz e tranqüilidade. 
2. Jeremias-: Muito antes da destruição de Judá pela Babilônia, Jeremias predisse o justo juízo de Deus. 
Embora sua mensagem seja majoritariamente de destruição, Jeremias também falou do novo pacto com Deus. 
3. Lamentações- Tal qual Jeremias havia predito, Jerusalém caiu cativa da Babilônia. Este livro registra 
cinco "lamentos" pela cidade caída. 
4. Ezequiel- A mensagem de Ezequiel foi dada aos judeus cativos na Babilônia. Ezequiel usou histórias e 
parábolas para falar do juízo, da esperança e da restauração de Israel. 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 11 
 
5. Daniel-Daniel se manteve fiel a Deus, mesmo enfrentando muitas pressões quando cativo na Babilônia. 
Este livro inclui as visões proféticas de Daniel. 
Profetas Menores – 12 – Livros 
1. Oséias- Oséias se vale de sua experiência conjugal, em que ele era dedicado à sua esposa, mesmo 
sabendo que ela lhe era infiel, para ilustrar o adultério que Israel tinha cometido contra Deus e para mostrar 
como o fiel amor de Deus pelo seu povo nunca muda. 
2. Joel- Depois de uma praga de gafanhotos, Joel admoesta o povo para que se arrependa. 
3. Amós- Durante um tempo de prosperidade, este profeta de Judá pregou aos ricos líderes de Israel 
sobre o juízo de Deus; insistia em que pensassem nos pobres e oprimidos, antes de pensarem em sua própria 
satisfação. 
4. Obadias- Obadias profetizou o juízo sobre Edom, um país vizinho de Israel. 
5. Jonas- : Jonas não queria pregar para a gente de Nínive, que era inimiga de seu próprio país. Quando, 
finalmente, levou a mensagem enviada por Deus, seus habitantes se arrependeram. 
6. Miquéias A mensagem de Miquéias para Judá era de juízo, em vez de perdão, esperança e 
restauração. Especialmente notável é um versículo em que resume o que Deus requer de nós (6.8). 
7. Naum- Naum anunciou que Deus destruiria o povo de Nínive por sua crueldade na guerra. 
8. Habacuque-Este livro apresenta um diálogo entre Deus e Habacuque sobre a justiça e o sofrimento. 
9. Sofonias- Este profeta anunciou o Dia do Senhor, que traria juízo a Judá e às nações vizinhas. Esse 
dia,que haveria de vir, seria de destruição para muitos, mas um pequeno remanescente, sempre fiel a 
Deus,sobreviveria para abençoar o mundo inteiro. 
10. Ageu- Depois que o povo voltou do exílio, Ageu o admoestou para que dessem prioridade a Deus e 
reconstruíssem em primeiro lugar o templo, mesmo antes de reconstruírem suas casas. 
11. Zacarias- Como Ageu, Zacarias instou o povo a reconstruir o templo, assegurando-lhes a ajuda e 
bênçãos de Deus. Suas visões apontavam para um futuro brilhante. 
12. Malaquias-Após o retorno do exílio, o povo voltou a descuidar de sua vida religiosa. Malaquias 
passou a inspirá-los novamente, falando-lhes do “Dia do Senhor”. 
 
 
OO NNOOVVOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO 
Tem 27 livros. Foi escrito em grego, mas não no grego clássico. Foi escrito em grego Koiné, (pronuncia-
se Koinê) o grego coloquial falado pelo povo. Seus 27 livros estão classificados em: 
 
Biográficos 
São os quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os primeiros três também são conhecidos 
como sinópticos, devido ao seu paralelismo. 
 
Histórico 
É o livro de Atos dos apóstolos. Registra a história da igreja primitiva, sua vida e a propagação do 
evangelho. 
 
Epístolas 
São 21 as epístolas ou cartas. Contém a doutrina da igreja. 
Nove, são dirigidas às igrejas: Romanos, I e II Coríntios, Gálatas. Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II 
Tessalonicenses. 
Quatro, são dirigidas a indivíduos: I e II Timóteo, Tito, Filemom. 
Uma é dirigida aos hebreus cristãos: Hebreus. 
Sete, são dirigidas a cristãos indistintamente: Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas. 
As últimas sete também são chamadas universais, católicas ou gerais. 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 12 
 
Profético 
É o livro de Apocalipse. 
Os livros do N.T. também não estão em ordem cronológica de escrita. 
 
RESUMO DE CONTEÚDO DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO 
NOVO TESTAMENTO 
Evangelhos – 4 livros 
1. Mateus- Este Evangelho cita muitos textos do Velho Testamento. Ele se destinava primordialmente ao 
público judeu, para o qual apresentava Jesus como o Messias prometido nas Escrituras do Velho 
Testamento. Mateus narra a história de Jesus desde seu nascimento até sua ressurreição e põe ênfase especial 
nos ensinamentos do Mestre. 
2. Marcos- Marcos escreveu um Evangelho curto, conciso e cheio de ação. Seu objetivo era aprofundar a 
fé e a dedicação da comunidade para a qual ele escrevia. 
3. Lucas- Neste Evangelho é enfatizado como a salvação em Jesus está ao alcance de todos. O 
evangelista mostra como Jesus estava em contato com as pessoas pobres, com os necessitados e com os que 
são desprezados pela sociedade. 
4. João- O Evangelho de João, pela sua forma, se coloca à parte dos outros três. João organiza sua 
mensagem enfocando sete sinais que apontam para Jesus como Filho de Deus. Seu estilo literário é reflexivo 
e cheio de imagens e figuras. 
Histórico – 1 livro 
1. Atos dos Apóstolos- Quando Jesus deixou os seus discípulos, o Espírito Santo veio habitar com eles. 
Este livro foi escrito por Lucas para ser um complemento ao seu Evangelho. Ele relata eventos da história e 
da ação da igreja cristã primitiva, mostrando como a fé se propagou no mundo mediterrâneo de então. 
Epístolas – 21 Cartas 
Dirigidas às Igrejas – 9 - Cartas 
1. Romanos- Nesta importante carta, Paulo escreve aos romanos sobre a vida no Espírito, que é 
dadapela fé aos que crêem em Cristo. O apóstolo reafirma a grande bondade de Deus e declara que, através 
deJesus Cristo, Deus nos aceita e nos liberta de nossos pecados. 
2. 1-Coríntios- Esta carta trata especificamente dos problemas que a igreja de Corinto estava 
enfrentando: dissensão, imoralidade, problemas quanto à forma da adoração pública e confusão sobre os 
dons do Espírito. 
3. 2-Coríntios- Nesta carta o apóstolo Paulo escreve sobre seu relacionamento com a igreja de Corinto e 
as dificuldades que alguns falsos profetas haviam trazido ao seu ministério. 
4. Gálatas- Estacarta expõe a liberdade da pessoa que crê em Cristo com respeito à lei. Paulo declara 
que é somente pela fé que as pessoas são reconciliadas com Deus. 
5. Efésios- O tema central desta carta é o propósito eterno de Deus: Jesus Cristo é a cabeça da Igreja, que 
é formada a partir de muitas nações e raças. 
6. Filipenses- A ênfase desta carta está no gozo que o crente em Cristo encontra em todas as 
circunstâncias da vida. O apóstolo Paulo a escreveu quando estava encarcerado. 
7. Colossenses- Nesta carta o apóstolo Paulo diz aos cristãos de Colossos que abandonem suas 
superstições e que Cristo seja o centro de sua vida. 
8. 1-Tessalonicenses- O apóstolo Paulo dá orientações aos cristãos de Tessalônica a respeito da volta de 
Jesus ao mundo. 
9. 2-Tessalonicenses- Como em sua primeira carta, o apóstolo Paulo fala do retorno de Jesus ao mundo. 
Também trata de preparar os cristãos para a vinda do Senhor. 
Dirigidas às (Pessoas) Indivíduos – 4 - Cartas 
1. 1-Timóteo- Esta carta serve de orientação a Timóteo, um jovem líder da igreja primitiva. O apóstolo 
Paulo lhe dá conselhos sobre a adoração, o ministério e os relacionamentos dentro da igreja. 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 13 
 
2. 2 Timóteo- Esta é a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. Nela lança um último desafio a seus 
companheiros de trabalho. 
3. Tito- Tito era ministro em Creta. Nesta carta o apóstolo Paulo o orienta sobre como ajudar os novos 
cristãos. 
4. Filemom Filemom é instado a perdoar seu escravo, Onésimo, que havia fugido. Filemom deveria 
aceitá-lo de volta como a um amigo em Cristo. 
Dirigida aos Hebreus (Cristãos) – 1 – Carta 
1. Hebreus- Esta carta exorta os novos cristãos a não observarem mais rituais e cerimônias tradicionais, 
pois, em Cristo, eles já foram cumpridos. 
Dirigidas a Cristãos (Indistintamente) – 7 – Cartas 
1. Tiago Tiago aconselha os cristãos a viverem na prática sua fé e, além disso, oferece idéias sobre como 
isso pode ser feito 
2. I Pedro- Esta carta foi escrita para confortar os cristãos da igreja primitiva que estavam sendo 
perseguidos por causa de sua fé. 
3. II Pedro- Nesta carta o apóstolo Pedro adverte os cristãos sobre os falsos mestres e osestimula a 
continuarem leais a Deus. 
4. I João- Esta carta explica verdades básicas sobre a vida cristã com ênfase no mandamentode amarem 
uns aos outros 
5. II João- Esta carta, dirigida à "senhora eleita e aos seus filhos", adverte os cristãos quanto aos falsos 
profetas 
6. III João- Em contraste com sua Segunda Carta, esta fala da necessidade de receber os que pregam a 
Cristo 
7. Judas- Judas adverte seus leitores sobre a má influência de pessoas alheias à irmandadedos cristãos. 
Profético – 1 livros 
6. Apocalipse - Este livro foi escrito para encorajar os cristãos que estavam sendo perseguidos e para 
firmá-los na confiança de que Deus cuidará deles. Usando símbolos e visões, o escritor ilustra o triunfo do 
bem sobre o mal e a criação de uma nova terra e um novo céu. 
 
 
 Quadro demonstrativo dos livros do novo testamento 
 
 LIVROS DO NOVO TESTAMENTO 
Evangelhos História 
1. Mateus 
2. Marcos 
3. Lucas 
4. João 
 Atos dos Apóstolos 
 Epístolas 
 1. Romanos 
 2. 1Coríntios 
 3. 2Coríntios 
 4. Gálatas 
 5. Efésios 
 6. Filipenses 
 7. Colossenses 
 8. I Tessalonicenses 
 9. 2Tessalonicenses 
10. 1Timóteo 
11. 2Timóteo 
12. Tito 
13. Filemom 
14. Hebreus 
15. Tiago 
16. I Pedro 
17. II Pedro 
18. I João 
19. II João 
20. III João 
21. Judas 
 Profecia 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 14 
 
1. Apocalipse 
 
OO TTEEMMAA CCEENNTTRRAALL DDAA BBÍÍBBLLIIAA 
A Bíblia é Cristocêntrica, seu tema central é Jesus. Se olharmos de perto a tipologia bíblica, através de 
símbolos, figuras e profecias, veremos que ele ocupa o lugar central nas escrituras: 
Em Gênesis, Jesus é o Descendente da mulher. (3.15). 
Em Êxodo, é o Cordeiro Pascal. (12.5-13) 
Em Levítico, é o Sacrifício Expiatório.(4.14,21) 
Em Números é a Rocha Ferida.(20.7-13) 
Em Deuteronômio, é o Profeta.(18.15) 
Em Josué, é o Capitão dos Exércitos do Senhor.(5.14) 
Em Juízes é o Libertador.(3.9 confira com Rm 11.26) 
Em Rute, é o Parente Divino. (3.12 confira com Tt 2.14) 
Em Samuel, é o Rei Esperado. (I Sm 8.5) 
Em Reis, é o Rei Prometido. (I Rs 4.34 confira com Ap 21.24) 
Em Crônicas, é o Descendente de Davi. (I Cr 3.10 confira com Mt 1.7) 
Em Esdras, é o Ensinador Divino. (7.10 confira com Mt 9.35) 
Em Neemias, é o Edificador. (2.18,20) 
Em Ester, é o Providência Divina. (4.14) 
Em Jó, é o nosso Redentor. (19.25) 
Em Salmos, é o nosso socorro e alegria. (46.1) 
Em Provérbios, é a sabedoria de Deus. (8.22-36) 
Em Eclesiastes, é o Pregador Perfeito. (12.10) 
Nos profetas, é o Messias Prometido. 
Nos Evangelhos, é o Salvador do Mundo. 
Em Atos, é o Cristo Ressurgido. 
Nas Epístolas, é o Cabeça da igreja. 
No Apocalipse, é o Alfa e o Ômega, o Cristo que volta para reinar. 
 
Fatos e particularidades sobre a bíblia 
A Bíblia é única, é um livro “diferente de todos os demais” e única em sua coerência. Ela é um livro: 
Escrito durante um período de mais de 1.500 anos; Escrito durante mais de 40 gerações; Escrito por 
mais de 40 autores, envolvidos nas mais diferentes atividades, inclusive reis, camponeses, filósofos, 
pescadores, poetas, estadistas, estudiosos, etc. 
Moisés, um líder político, que estudou nas universidades do Egito; 
Pedro, um pescador; 
Amós, um boiadeiro; 
Josué, um general; 
Neemias, um copeiro; 
Daniel, um primeiro-ministro; 
Lucas, um médico; 
Salomão, um rei; 
Mateus, um coletor de impostos; 
Paulo, um rabino. 
 
Escrito em diferentes lugares 
Moisés, no deserto; 
Jeremias, numa masmorra; 
Daniel, numa colina e num palácio; 
Paulo, dentro de uma prisão; 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 15 
 
Lucas, enquanto viajava; 
João, na ilha de patmos; 
Outros, nos rigores de uma campanha militar. 
 
Escrito em diferentes condições 
Davi, em tempos de guerra; 
Salomão, em tempos de paz. 
 
Escrito sob diferentes circunstâncias 
Alguns escreveram enquanto experimentavam o auge da alegria, enquanto outros escreveram numa 
profunda tristeza e desprezo. 
 
Escrito em três continentes 
Ásia 
África 
Europa 
 
Escrito em três idiomas 
Hebraico - a língua do Antigo Testamento. Em II Reis 18.26-28 essa língua é chamada de “judaica”. 
Em Isaias 19.18, de “língua de Canaã”. 
Aramaico - a “língua franca” do Oriente Próximo até a época de “Alexandre o Grande” (século VI a.C. – 
século IV a.C.). 
Grego - a língua do Novo Testamento. Foi o idioma de uso internacional na época de Cristo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 16 
 
UUNNIIDDAADDEE IIII 
OO CCÂÂNNOONN DDAA BBÍÍBBLLIIAA EE SSUUAA EEVVOOLLUUÇÇÃÃOO 
............................................................... 
 
“Através da Bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou 
até nós” 
..............................................................OO SSIIGGNNIIFFIICCAADDOO DDAA PPAALLAAVVRRAA ““CCÂÂNNOONN”” 
A palavra cânon tem raiz na palavra "cana", "junco" (do hebraico geneh, através do grego kanon). O 
"junco" era usado como uma vara para medir e, por fim, veio a significar "padrão". No sentido religioso, 
Cânon não significa vara de medir, mas aquilo que serve de norma ou regra. Orígenes empregou a 
palavra "cânon para indicar aquilo que chamamos de regra de fé, o padrão pelo qual devemos medir e 
avaliar". Mais tarde teve o sentido de "lista" ou "rol". Aplicada às Escrituras, a palavra cânon significa 
"uma lista de livros oficialmente aceitos". Deve-se ter em mente que a igreja não criou o cânon nem os 
livros que estão incluídos naquilo que chamamos de Escrituras. Ao contrário, a igreja reconheceu os 
livros que foram inspirados desde o princípio. Foram inspirados por Deus ao serem escritos. 
 
 Testes para a inclusão de um livro no Cânon 
Não sabemos exatamente quais foram os critérios que a igreja primitiva usou para escolher os livros 
canônicos. Possivelmente houve cinco princípios orientadores, empregados para determinar se um livro 
do Novo Testamento era ou não canônico, se era ou não Escritura. Geisler e Nix registram esses cinco 
princípios: 
Revela autoridade? Veio da parte de Deus? (Esse livro veio com o autêntico "assim diz o Senhor"?) 
É profético? Foi escrito por um homem de Deus? 
É autêntico? (Os pais da igreja tinham a prática de "em caso de dúvida, jogue fora". Isso acentua a 
validade do discernimento que tinham sobre os livros canônicos.") 
É dinâmico? Veio acompanhado do poder divino de transformação de vidas? 
Foi aceito, guardado, lido e usado? Foi recebido pelo povo de Deus? 
Pedro reconheceu as cartas de Paulo como Escrituras em pé de igualdade com as Escrituras do Antigo 
Testamento (II Pedro 3.16). 
 
 OO CCÂÂNNOONN DDOO AANNTTIIGGOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO EE SSEEUU DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO 
A divisão do Antigo Testamento que conhecemos vem da Septuaginta. A Septuaginta foi a primeira 
tradução das escrituras, feita do hebraico para outra língua, nesse caso o grego, em 285 a.C. Também a 
ordem por assuntos como conhecemos vem dessa tradução. A disposição dos livros no cânon hebraico é 
bem diferente da nossa. Há apenas uma tríplice divisão do cânon: Lei, escritos e profetas. Consiste em 
apenas 24 livros a invés dos nossos 66. Isso porque alguns livros são considerados apenas em seu 
conjunto: 
I e II Samuel.....................................................Considerados apenas um 
I e II Reis...........................................................Considerados apenas um 
I e II Crônicas..................................................Considerados apenas um 
Esdras e Neemias...........................................Considerados apenas um 
Os doze profetas menores........................Considerados apenas um 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 17 
 
É importante lembrar que segundo a tradição quem reuniu todos esses livros e os colocou em ordem 
como coleção completa foi Esdras, após a volta do cativeiro. Desses originais eram feitas cópias para as 
sinagogas largamente disseminadas. 
 
Data de reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento 
Em 90 D.C. em Jâmia, uma cidade próxima a Jope, em Israel. Os rabinos num concílio presidido por 
Johanan Ben Zakai reconheceram e fixaram o cânon do A. T. 
 
Fatores determinantes da necessidade do Cânon do Antigo Testamento 
• A destruição de Jerusalém e do templo, em 70 A.D., acabou com o sistema sacrificial judaico. Muito 
embora o cânon do Antigo Testamento estivesse fixado na mente judaica bem antes de 70 A.D., era 
necessário algo mais definitivo. Os judeus encontravam-se espalhados e precisavam definir que livros 
tinham a Palavra oficial de Deus devido à existência de muitos textos extra-escriturísticos e à 
descentralização. Os judeus se tornaram o povo de um Livro específico, e foi esse livro que os manteve 
juntos. 
 
• O cristianismo começava a florescer e muitos textos, de autoria de cristãos, principiavam a circular. 
Os judeus necessitavam desmoralizar de modo marcante esses textos, bem como impedir que fossem 
aceitos junto com os seus próprios escritos e usados nas sinagogas. 
É preciso ter cuidado em se fazer separação entre o cânon hebraico, as Escrituras e a grande variedade 
de literatura religiosa existente. 
 
A Literatura Apócrifa do Antigo Testamento 
A palavra apócrifo vem do grego apokruphos e significa "oculto" ou "escondido". Jerônimo, que viveu no 
quarto século, foi o primeiro a chamar de apócrifo esse grupo de livros. Os apócrifos são os livros 
acrescentados ao Antigo Testamento pela Igreja Católica, os quais os protestantes afirmam não serem 
canônicos. 
 
Por que não canônicos? 
O Unger's Bible Dictionary (Dicionário Bíblico de Unger) apresenta as seguintes razões para a exclusão: 
Estão repletos de discrepâncias e anacronismo históricos e geográficos. Ensinam doutrinas falsas que 
incentivam práticas divergentes das ensinadas pelas Escrituras inspiradas. Apelam para estilos 
literários e apresentam uma artificialidade no trato do assunto, com um estilo que destoa das Escrituras 
inspiradas. Faltam-lhes os elementos distintivos que conferem caráter divino às autênticas Escrituras, 
como, por exemplo, a autoridade profética e o sentimento poético e religioso. 
 
OO CCÂÂNNOONN DDOO NNOOVVOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO EE SSEEUU DDEESSEENNVVOOLLVVIIMMEENNTTOO 
 A formação dos livros do N. Testamento não levou mais que 100 anos. Em 100 d.C. estavam todos 
escritos. A ordem dos 27 livros como conhecemos vem da Vulgata e não leva em conta a seqüência 
cronológica dos livros (a ordem em que foram escritos). 
 
 As epístolas de Paulo...............................Foram os primeiros escritos do N.T. 
 Os Atos dos apóstolos..............................Escrito em 63 d.C. 
Os evangelhos...........................................Os Sinópticos escritos em 65 d.C. e João em 85 d.C 
Hebreus e Judas........................................Escritos entre 68 e 90 d.C. 
Apocalipse..............................................Escrito em 96 d.C. 
 
 Data de fixação e reconhecimento do cânon do Novo Testamento 
Foi no concílio de Cartago em 397 d.C. Nessa ocasião foi definitivamente reconhecido e fixado o cânon 
do N.T. 
 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 18 
 
Testes para a inclusão de um livro no Cânon do Novo Testamento 
O fator básico para determinar a canonicidade do Novo Testamento foi a inspiração divina, e o 
principal teste da inspiração foi a apostolicidade. Geisler e Nix detalham a respeito: "Na terminologia 
do Novo Testamento, a igreja foi edificada ‘sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas’ (Efésios 
2.20), os quais Cristo prometera que, pelo Espírito Santo, iriam guiar 'a toda a verdade' (João 16.13). 
Atos 2.42 diz que a igreja em Jerusalém perseverou 'na doutrina dos apóstolos e na comunhão'. A 
palavra apostolicidade, conforme empregada para designar o teste de canonicidade, não significa 
obrigatoriamente 'autoria apostólica' nem 'aquilo que foi preparado sob a direção dos apóstolos". 
 
"Parece muito melhor concordar com Gaussen, Warfield, Charles Hodge e a maioria dos protestantes 
em que o teste básico de canonicidade é a autoridade apostólica, ou a aprovação apostólica, e não 
simplesmente autoria apostólica". Stonehouse afirma que a autoridade apostólica que se revela no Novo 
Testamento nunca está divorciada da autoridade do Senhor. Há nas epístolas um constante 
reconhecimento de que na igreja só existe uma única autoridade absoluta;a autoridade do próprio 
Senhor. Sempre que os apóstolos falam com autoridade, fazem-no exercendo a autoridade do Senhor. 
 
Dessa forma, por exemplo, quando Paulo defende sua autoridade de apóstolo, baseia-se única e 
diretamente na comissão recebida do Senhor (Gálatas 1 e 2); quando evoca o direito de regulamentar a 
vida da igreja, declara que sua palavra tem a autoridade do Senhor, mesmo quando nenhuma palavra 
específica do Senhor lhe tenha sido transmitida (I Coríntios 14.37; I Coríntios 7.10). "O único que, no 
Novo Testamento, fala com uma autoridade interna e que se impõe por si mesmo é o Senhor". 
 
OOSS LLIIVVRROOSS CCAANNÔÔNNIICCOOSS DDOO NNOOVVOO TTEESSTTAAMMEENNTTOO 
Há três razões que mostraram a necessidade de se definir o cânon do Novo Testamento. 
1. Um herege, Marcião (cerca de 140 A.D.), desenvolveu seu próprio cânon e começou a divulgá-lo. A 
igreja precisava contrabalançar essa influência decidindo qual era o verdadeiro cânon das Escrituras do 
Novo Testamento. 
 
2. Muitas igrejas orientais estavam empregando nos cultos livros que eram claramente 
espúrios. Isso requeria uma decisão concernente ao cânon. 
3. 
3. O edito de Diocleciano (303 A. D.) determinou a destruição dos livros sagrados dos cristãos. Quem 
desejava morrer por um simples livro religioso? Eles precisavam saber quais eram os verdadeiros 
livros. Atanásio de Alexandria (367 A.D.) nos apresenta a mais antiga lista de livros do Novo 
Testamento que é exatamente igual à nossa atual. A lista faz parte do texto de uma carta comemorativa 
escrita às igrejas. Logo após Atanásio, dois escritores, Jerônimo e Agostinho, definiram o cânon de 27 
livros. Policarpo (115 A.D.), Clemente e outros referem-se aos livros do Antigo e do Novo Testamento 
com a expressão "como está escrito nas Escrituras". Justino Mártir (100-165 A.D.), referindo-se à 
Eucaristia, escreve em Primeira Apologia 1.67: "E no domingo todos aqueles que vivem nas cidades ou 
no campo se reúnem num só local, e, durante o tempo que for possível, lêem-se as memórias dos 
apóstolos ou escritos dos profetas. Então, quando o leitor termina a leitura, o presidente faz uma 
admoestação e um convite a que todos imitem essas boas coisas". 
 
Os livros Apócrifos 
 A palavra “apócrifo” significa literalmente “escondido”, “oculto”. No sentido religioso significa “não 
genuíno”, “espúrio”. Foram escritos entre Malaquias e Mateus, no período em que cessara por completo 
a revelação divina. Flávio Josefo os rejeitou totalmente e os judeus nunca os reconheceram como 
canônicos. Jamais foram citados por Jesus, nem foram reconhecidos pela igreja primitiva. Nas Bíblias de 
edição da igreja romana o total de livros é de 73 ao invés de 66. Isso porque essa igreja, desde o concílio 
de Trento, em 1546, incluiu no cânon do A. T. sete livros apócrifos, além de quatro acréscimos a alguns 
dos livros canônicos. A igreja católica os aprovou para combater a reforma protestante. Nessa época os 
ESUTES – Escola de Teologia do Espírito Santo 19 
 
protestantes combatiam avidamente as novas doutrinas romanistas: do purgatório, da oração pelos 
mortos (II Mac 12. 38-45), da salvação mediante as obras. A igreja romana via nos apócrifos uma base 
para sustentar essas doutrinas. 
 
 Apócrifos do antigo testamento 
Esses são os sete livros apócrifos do Antigo Testamento: 
Tobias; Judite; Sabedoria de Salomão; Eclesiástico; Baruque, I e II Macabeus; Os 04 acréscimos ao livro 
de Ester: (Ester 10.4 a 16.24); Cântico dos três santos filhos (a Daniel 3.24-90); História de Suzana (a 
Daniel 13); Bel e o dragão (a Daniel 14). 
 
Outras razões por que esses livros não foram reconhecidos como canônicos 
Estão repletos de discrepâncias e anacronismo históricos e geográficos. Ensinam doutrinas falsas que 
incentivam práticas divergentes das ensinadas pelas Escrituras inspiradas. Ex: O ensino da Crueldade e 
do Egoísmo. Em Eclesiástico 12:6, por exemplo, se escreve: "Não favoreças aos ímpios; retêm o teu pão e 
não o dês a eles." Poderá alguém pensar que Deus havia de inspirar a algum homem a escrever 
semelhante conselho? Eis, o que está escrito em Provérbios 25.21, 22. Se o que te aborrece tiver fome, dá-
lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre 
a sua cabeça, e o Senhor te retribuirá. Apelam para estilos literários e apresentam uma artificialidade no 
trato do assunto, com um estilo que destoa das Escrituras inspiradas. Faltam-lhes os elementos 
distintivos que conferem caráter divino às autênticas Escrituras, como, por exemplo, a autoridade 
profética e o sentimento poético e religioso. 
 
 Outros fatos importantes sobre os Apócrifos 
A respeito dos apócrifos, diz o biblicista Norman Geisler: “Que os apócrifos, seja qual for o valor 
devocional ou eclesiástico que tiveram não são canônicos, comprova-se pelos seguintes fatos”: A 
comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos. Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores 
do Novo Testamento. A maior parte dos primeiros grandes Pais da Igreja rejeitou a sua canonicidade. 
Nenhum concílio da Igreja os considerou canônicos, senão no final do quarto século. Jerônimo, o grande 
especialista e tradutor da “Vulgata”, rejeitou fortemente os livros apócrifos. Muitos estudiosos católicos 
romanos, ainda ao longo da Reforma rejeitaram os livros apócrifos. Nenhuma igreja ortodoxa grega, 
anglicana ou protestante, até presente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no 
sentido integral dessas palavras. 
 
 Apócrifos do Novo Testamento 
Os apócrifos do Novo Testamento não constituem nenhum problema, porque são rejeitados por todas 
as igrejas cristãs. Não podíamos esperar algo diferente diante da fragilidade de seus escritos. Basta citar 
um exemplo do Evangelho de São Tomás: "Jesus atravessava uma aldeia e um menino que passava 
correndo, esbarra-lhe no ombro. Jesus irritado, disse: não continuarás tua carreira. Imediatamente, o 
menino caiu morto. 
 
Seus pais correram a falar a José; este repreende a Jesus que castiga os reclamantes com terrível 
cegueira."Este relato, que não se coaduna com a sublimidade dos ensinos de Cristo, é suficiente para 
provar que este evangelho é espúrio. Apócrifos do Novo Testamento: Evangelho segundo os Hebreus; 
Evangelho dos Egípcios, Evangelho de Gamaliel, Evangelho de Tomé, Evangelho dos Ebionitas, As Sete 
Epístolas de Inácio, Aos Trálios, A Epístola de Policarpo, Atos de Paulo,Atos de André, Apocalipse de 
Pedro, Apocalipse de Tomé, Apocalipse de Paulo e vários outros. 
 
 
 
 
 
 
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UUNNIIDDAADDEE IIIIII 
 AA BBÍÍBBLLIIAA CCOOMMOO AA PPAALLAAVVRRAA DDEE DDEEUUSS 
............................................................... 
 
“Através da Bibliologia compreendemos a formação da Bíblia, sua história e como miraculosamente ela chegou 
até nós”. 
.............................................................. 
 
 
 
AA IINNSSPPIIRRAAÇÇÃÃOO DDAA BBÍÍBBLLIIAA 
Que a Bíblia é a palavra de Deus não resta nenhuma dúvida para nós Cristãos. Quem tem o Espírito 
de Deus deposita toda a confiança nela. Mas, mesmo assim apresentamos algumas provas de que a 
Bíblia é a palavra de Deus, não “para” crermos, mas “porque” cremos.Nossa era é marcada pelo 
ceticismo, materialismo, racionalismo e outras crenças errôneas procuram extinguir o conhecimento de 
Deus. Por isso, apresentamos agora algumas provas da origem divina da Bíblia. Antes, porém, veremos 
as falsas teorias sobre a inspiração da Bíblia. A característica mais importante da Bíblia não é sua 
estrutura e sua forma, mas o fato de ter sido inspirada por Deus. Não se deve interpretar de modo 
errôneo a declaração da própria Bíblia a favor dessa inspiração. Quando falamos de inspiração, não se 
trata de inspiração poética, mas de autoridade divina. A Bíblia é singular; ela foi literalmente "soprada 
por Deus". A seguir examinaremos o que significa isso. 
 
Uma Definição de Inspiração 
Embora a palavra inspiração seja usada apenas uma vez no Novo Testamento (II Tm 3.16) e outra no 
Antigo (Jó 32.8), o processo pelo qual Deus transmite sua mensagem autorizada ao homem é 
apresentado de muitas maneiras. Um exame das duas grandes passagens a respeito da inspiração 
encontradas no Novo Testamento, poderá ajudar-nos a entender o que significa a inspiração bíblica. 
 
Descrição Bíblica de Inspiração 
Assim escreveu Paulo a Timóteo: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, 
para repreender, para corrigir, para instruir em justiça" (II Tm 3.16). Em outras palavras, o texto sagrado 
do Antigo Testamento foi "soprado por Deus" (gr., theopneustos) e, por isso, dotado da autoridade divina 
para o pensamento e para a vida do crente. A passagem correlata de I Coríntios 2.13 realça a mesma 
verdade. Disto também falamos", escreveu Paulo, "não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o 
Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais." Quaisquer palavras ensinadas 
pelo Espírito Santo são palavras divinamente inspiradas. A segunda grande passagem do Novo 
Testamento a respeito da inspiração da Bíblia está em II Pedro 1.21. "Pois a profecia nunca foi produzida 
por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo." Em 
outras palavras, os profetas eram homens cujas mensagens não se originaram de seus próprios 
impulsos, mas foram "sopradas pelo Espírito". Pela revelação, Deus falou aos profetas de muitas 
maneiras (Hb 1.1): mediante anjos, visões, sonhos, vozes e milagres. Inspiração é a forma pela qual 
Deus falou aos homens mediante os profetas. Mais um sinal de que as palavras dos profetas não partiam 
deles próprios, mas de Deus é o fato de eles sondarem seus próprios escritos a fim de verificar "qual o 
tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, ao dar de antemão 
testemunho sobre os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e sobre as glorias que os seguiriam" (I Pe 
1.11). Fazendo uma combinação das passagens que ensinam sobre a inspiração divina, descobrimos que 
a Bíblia é inspirada no seguinte sentido: homens movidos pelo Espírito, escreveram palavras sopradas 
por Deus, as quais são a fonte de autoridade para a fé e para a prática cristã. Vamos a seguir analisar 
com mais cuidado esses três elementos da inspiração. 
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Definição Teológica da Inspiração 
Na única vez em que o Novo Testamento usa a palavra inspiração, ela se aplica aos escritos, não aos 
escritores. A Bíblia é que é inspirada, e não seus autores humanos. O adequado, então, é dizer que: o 
produto e inspirado os produtores não. Os autores indubitavelmente escreveram e Falaram sobre 
muitas coisas, como, por exemplo, quando se referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta vida, 
os quais não foram divinamente inspirados. Todavia, visto que o Espírito Santo, conforme ensina Pedro 
tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por extensão, referir-nos à 
inspiração em sentido mais amplo. Tal sentido mais amplo inclui o processo total por que alguns 
homens, movidos pelo Espírito Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas boca do Senhor; e, 
por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina. É um processo total de inspiração que contém 
os três elementos essenciais: a causalidade divina, a mediação profética e a autoridade escrita. 
 
Causalidade Divina. Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. O elemento divino estimulou o 
elemento humano. Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida, aos homens, mediante esses 
profetas. Deus revelou-lhes certas verdades da fé, e esses homens de Deus as registraram. O primeiro 
fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica, e o mais importante, é que Deus é a fonte principal 
e a causa primeira da verdade bíblica. No entanto, não é esse o único fator. 
 
Mediação Profética. Os profetas que escreveram as Escrituras não eram autômatos. Eram algo mais que 
meros secretários preparados para anotar o que se lhes ditava. Escreveram segundo a intenção total do 
coração, segundo a consciência que os movia no exercício normal de sua tarefa, com seus estilos 
literários e seus vocabulários individuais. As personalidades dos profetas não foram violentadas por 
uma intrusão sobrenatural. A Bíblia que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é a palavra 
do homem. Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas. Os profetas foram 
a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal. 
 
Autoridade Escrita. O produto final da autoridade divina em operação por meio dos profetas, como 
intermediários de Deus, é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. A Escritura "é divinamente 
inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça". A Bíblia é a 
última palavra no que concerne a assuntos doutrinários e éticos. Todas as controvérsias teológicas e 
morais devem ser trazidas ao tribunal da Palavra escrita de Deus. As Escrituras receberam sua 
autoridade do próprio Deus, que falou mediante os profetas. No entanto, são os escritos proféticos e 
não os escritores desses textos sagrados que possuem e retêm a resultante autoridade divina. Todos os 
profetas morreram; os escritos proféticos prosseguem. Em suma, a definição adequada de inspiração 
precisa ter três fatores fundamentais: Deus, o Causador original, os homens de Deus, que serviram de 
instrumentos, e a autoridade escrita, ou Sagradas Escrituras, que são o produto final. 
 
A Inspiração em contraste com a Revelação e a Iluminação 
Há dois conceitos inter-relacionados que nos ajudam a esclarecer, pela contraposição, o que significa 
inspiração. São eles a revelação e a iluminação. Revelação diz respeito à exposição da verdade. 
Iluminação, à devida compreensão dessa verdade descoberta. No entanto, a inspiração não consiste nem 
em uma, nem em outra. A revelação prende-se à origem da verdade e à sua transmissão; a inspiração 
relaciona-se com a recepção e o registro da verdade. A iluminação ocupa-se da posterior apreensão e 
compreensão da verdade revelada. A inspiração que traz a revelação escrita aos homens não traz em si 
mesma garantia alguma de que os homens a entendam. É necessário que haja iluminação do coração e 
da mente. A revelação é uma abertura objetiva; a iluminação é a compreensão subjetiva da revelação; a 
inspiração é o meio pelo qual a revelação se tornou uma exposição aberta e objetiva. A revelação é o 
fato da comunicação divina; a inspiração é o meio; a iluminação, o dom de compreender essa 
comunicação. 
 
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Inspiração dos Originais, não das Cópias 
A inspiração e a conseqüente autoridade da Bíblia não se estendem automaticamente a todas as cópias e 
traduções da Bíblia. Só os manuscritos originais, conhecidos por autógrafos,foram inspirados por Deus. 
Os erros e as mudanças efetuados nas cópias e nas traduções não podem ser atribuídos à inspiração 
original. Por exemplo, II Reis 8.26 diz que Azarias tinha 22 anos de idade quando foi coroado rei, 
enquanto II Crônicas 22.2 diz que tinha 42 anos. Não é possível que ambas as informações estejam 
corretas. O original é autorizado; a cópia errônea não tem autoridade. Outros exemplos desse tipo de 
erro podem encontrar-se nas atuais cópias das Escrituras (I Rs 4.26 e II Cr 9.25). Portanto, uma tradução 
ou cópia só é autorizada à medida que reproduz com exatidão os autógrafos. Veremos posteriormente 
até que ponto as cópias da Bíblia são exatas, segundo a ciência da crítica textual. Por ora basta-nos 
observar que o grandioso conteúdo doutrinário e histórico da Bíblia tem sido transmitido de geração a 
geração, ao longo da história, sem mudanças nem perdas substanciais. As cópias e as traduções da 
Bíblia, encontradas no século xx, não detêm a inspiração original, mas contêm uma inspiração derivada, 
uma vez que são cópias fiéis dos autógrafos. De uma perspectiva técnica, só os autógrafos são 
inspirados; todavia, para fins práticos, a Bíblia nas línguas de nossa época, por ser transmissão exata 
dos originais, é a Palavra de Deus inspirada. Visto que os originais não mais existem, alguns críticos 
têm objetado à inerrância de autógrafos que não podem ser examinados e nunca foram vistos. Eles 
perguntam como é possível afirmar que os originais não continham erro, se não podem ser examinados. 
A resposta é que a inerrância bíblica não é um fato conhecido empiricamente, mas uma crença baseada 
no ensino da Bíblia a respeito de sua inspiração, bem como baseada na natureza altamente precisa da 
grande maioria das Escrituras transmitidas e na ausência de qualquer prova em contrário. Afirma a 
Bíblia ser a declaração de um Deus que não pode cometer erro. É verdade que nunca se descobriram os 
originais infalíveis da Bíblia, mas tampouco se descobriu um único autógrafo original falível. Temos, 
pois, manuscritos que foram copiados com toda precisão e traduzidos para muitas línguas, dentre as 
quais o português. Portanto, para todos os efeitos de doutrina e de dever, a Bíblia como a temos hoje é 
representação suficiente da Palavra de Deus, cheia de autoridade. 
 
A Natureza da Inspiração 
O primeiro grande elo da cadeia comunicativa "de Deus para nós" chama-se inspiração. Há diversas 
teorias a respeito da inspiração. Algumas delas não se coadunam com o ensino bíblico sobre o assunto. 
Nosso propósito, portanto, neste capítulo, tem dois aspectos: primeiro, examinar as teorias a respeito da 
inspiração e, segundo, apurar com a máxima precisão o que está implícito no ensino da Bíblia a respeito 
de sua própria inspiração. 
 
Ortodoxia: a Bíblia É a Palavra de Deus 
Por cerca de 18 séculos de história da igreja, prevaleceu a opinião ortodoxa da inspiração divina. Os 
pais da igreja, em geral, com raras manifestações menos importantes em contrário, ensinaram 
firmemente que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita. Teólogos ortodoxos ao longo dos séculos vêm 
ensinando, todos de comum acordo, que a Bíblia foi inspirada verbalmente, i.e., é o registro escrito por 
inspiração de Deus. No entanto, tem havido tentativas de procurar explicação para o fato de o registro 
escrito ser a Palavra de Deus ao mesmo tempo que o Livro obviamente foi composto por autores 
humanos, dotados de estilos pessoais diferentes uns dos outros; essas tentativas conduziram os 
estudiosos ortodoxos a duas opiniões divergentes. Alguns abraçaram a idéia do "ditado verbal", 
afirmando que os autores humanos da Bíblia registraram apenas o que Deus lhes havia ditado, palavra 
por palavra. De outro lado, estão os estudiosos que preferiam a teoria do "conceito inspirado", segundo 
a qual Deus só concedeu aos autores pensamentos inspirados, e os autores tiveram liberdade de revesti-
los com palavras próprias. Ditado verbal. Na obra de John R. Rice, Our God-breathed book, the Bible 
Nosso livro soprado por Deus, a Bíblia, encontramos uma apresentação clara e bem ordenada do ditado 
verbal. O autor descarta a idéia de que o ditado verbal seja mecânico, sustentando que Deus ditou sua 
Palavra mediante a personalidade do autor humano. É que Deus, por sua atuação especial e 
providência, foi quem formou as personalidades sobre as quais posteriormente o Espírito Santo haveria 
de soprar seu ditado palavra por palavra. Assim, argumenta Rice, Deus havia preparado de antemão os 
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estilos particulares que ele próprio desejava, a fim de produzir as palavras exatas, ao usar estilos e 
vocabulários predeterminados, encontráveis nos diferentes autores humanos. O resultado final, então, 
foi um ditado palavra por palavra da parte de Deus, as Escrituras Sagradas. Conceitos inspirados. Em 
sua Systematic theology “Teologia sistemática”, A. H. Strong apresenta uma visão que vem sendo 
denominada inspiração conceitual.1 Deus teria inspirado apenas os conceitos, não as expressões 
literárias particulares com que cada autor concebeu seus textos. Deus teria dado seus pensamentos aos 
profetas, que tiveram toda a liberdade de exprimi-los em seus termos humanos. Dessa maneira, Strong 
esperava evitar quaisquer implicações mecanicistas derivadas do ditado verbal e ainda preservar a 
origem divina das Escrituras. Deus concedeu a inspiração conceitual, e os homens de Deus forneceram 
a expressão verbal característica de seus estilos próprios. 
 
Modernismo: a Bíblia CONTÊM a Palavra de Deus 
Ao surgir o idealismo germânico e a crítica da Bíblia, surgiu também uma nova visão evoluída da 
inspiração bíblica, a par do modernismo ou liberalismo teológico. Opondo-se à opinião ortodoxa 
tradicional de que a Bíblia é a Palavra de Deus, os modernistas ensinam que a Bíblia meramente contém 
a Palavra de Deus. Certas partes dela são divinas, expressam a verdade, mas outras são obviamente 
humanas e apresentam erros. Tais autores acham que a Bíblia foi vítima de sua época, exatamente como 
acontece a quaisquer outros livros. Afirmam que ela teria incorporado muito das lendas, dos mitos e 
das falsas crenças relacionadas à ciência. Sustentam então que, pelo fato de esses elementos não terem 
sido inspirados por Deus, devem ser rejeitados pelos homens iluminados de hoje; tais erros seriam 
resquícios de uma mentalidade primitiva indigna de fazer parte do credo cristão. Só as verdades 
divinas, entremeadas nessa mistura de ignorância antiga e erro grosseiro, é que de facto teriam sido 
inspiradas por Deus. 
 
O Conceito da Intuição 
 Na outra extremidade da visão modernista estão os estudiosos que negam totalmente a existência de 
algum elemento divinos na composição da Bíblia. Para eles a Bíblia não passa de um caderno de 
rascunho em que os judeus registravam suas lendas, histórias, poemas etc., sem nenhum valor histórico. 
O que alguns denominam inspiração divina não seria outra coisa senão intensa intuição humana. 
Dentro desse folclore judaico a que se deu o nome de Bíblia, encontram-se alguns exemplos 
significativos de elevada moral e de gênio religioso. Todavia, essas percepções espirituais são 
puramente naturalistas. Em absolutamente nada, passam de intuição humana; não existiria inspiração 
sobrenatural, tampouco iluminação. 
 
Neo-Ortodoxia: a Bíblia torna-se a Palavra de Deus 
No início do século XX, a reviravolta nos acontecimentos mundiais e a influência do pai dinamarquês 
do existencialismo, Soren Kierkegaard, deram origem a uma nova reforma na teologia européia. Muitos 
estudiosos começaram a voltar-se de novo para as Escrituras, a fim de ouvir nelas a voz de Deus. Sem 
abrir mão de suas opiniões críticas a respeito da Bíblia, começaram a levar a Bíblia a sério, por ser a fonte 
da revelação

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