Buscar

pedagogia interdisciplinar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIDADE I  -  OS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO NO PASSADO, A FRAGMENTAÇÃO DO CONHECIMENTO
  Estamos vivendo o início de um novo século. Esta época nos apresenta inúmeros desafios para fazermos avançar a educação de maneira a conquistar o desenvolvimento social almejado. Não é mais possível manter a escola nos moldes do passado, com sua cultura autoritária e excludente, com práticas escolares pouco dinâmicas e ineficazes.
Trata-se agora de enfrentar a dicotomia entre o passado e o futuro, apontando no presente novas maneiras de reordenar o currículo e novas ações de organização e gestão escolar que façam das escolas instituições capazes de antecipar o futuro, por meio de uma educação altamente comprometida com a sociedade.
A civilização da qual somos parte tem-nos apresentado a natureza como algo separado de nós. Forjou em nossas mentes uma concepção de mundo onde os fatos, fenômenos e a existência se apresentam de forma fragmentada, desconexa, cuja consequência é a incompreensão da realidade. Surge dessa forma a ciência multiplicada em reinos (FAZENDA, 1993).
O enfoque disciplinar pode ser considerado na atualidade como resultado do racionalismo científico que, para Weil, D´Ambrosio e Crema (1993), modelou a mente e a atitude básica do ocidente nos últimos séculos, a partir de três fragmentos principais: o físico, o biológico e o humano. Cada um desses ramos estilhaçou-se em dezenas de sub-ramos, dedicados a objetos gradativamente mais específicos, sendo o instrumento básico o método analítico. Para os autores analisar é fracionar um todo em todas as suas partes constituintes. O método analítico é um método de decomposição, centrado nas partes, desenvolvido no século XVII por Descartes, que teve o mérito de superar o paradigma escolástico aristotélico-tomista medieval, a em que a ciência estava mesclava à religião e caracterizada pela supremacia do fator subjetivo e transcendente.
O enfoque disciplinar analítico gerou a especialização, pela vastidão do conhecimento humano, a partir da revolução científica e da revolução Industrial. Torna-se prioritário, para os autores, entender a disciplinaridade moderna em sua origem, função e limitação diante dos desafios modernos. “Transdisciplinaridade é um significativo passo para além, um avanço qualitativo. representa a convocação para a mesa de reflexão e sinergia, ao lado dos cientistas e técnicos, dos exilados do exaltado império da razão: os artistas, os poetas, os filósofos e os místicos” (Weil, D´Ambrosio e Crema, 1993, p. 132).
Devemos procurar, acentua D´Ambrosio (1997), uma transformação radical de nossos modelos de desenvolvimento, de educação e de civilização. Devemos apoiar-nos no reconhecimento de uma pluralidade de modelos, de culturas e de diversificações socioeconômicas, por meio de uma ética em que o respeito pelas diferenças comportamentais de cada indivíduo e pela diversidade cultural, associado à solidariedade do homem para com seus semelhantes.
É insustentável atuar nos dias atuais, de acordo com Moraes (2010), tendo como foco o pensamento pedagógico que separa disciplinas e que apenas valoriza o pensamento abstrato e verbal e não as inteligências interpessoal, intrapessoal e espiritual do ser humano. É insustentável aquele pensamento que recorta, isola, mutila, fragmenta os objetos do conhecimento e a realidade pesquisada e que ainda continua presente na sala de aula e nos processos de reorganização curricular.
No projeto interdisciplinar não se ensina nem se aprende, vive-se, exerce-se. A responsabilidade individual é a marca do projeto interdisciplinar, mas essa responsabilidade está imbuída do envolvimento – envolvimento esse que diz respeito ao projeto em si, às pessoas e às instituições a ele pertencentes (FAZENDA, 1993, p. 17).
 
O pensar interdisciplinar, continua a autora, tenta o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento de senso comum como válido, pois por meio do cotidiano damos sentido às nossas vidas. “Ampliado através do diálogo com o conhecimento científico, tende a uma dimensão utópica e libertadora, pois permite enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo” (FAZENDA, 1993, p. 17).
Um pensar nesta direção exige um projeto em que causa e intenção coincidam, enfatiza a autora, pois consegue captar a profundidade das relações conscientes entre pessoas e entre pessoas e coisas, surgindo de uma proposição, de um ato de vontade frente a um conjunto de situações que se quer conhecer melhor.
1. Considerando as concepções de metodologia de projetos e de interdisciplinaridade, analise as afirmativas abaixo.
 
 I.             A justaposição de disciplinas e o trabalho com um único tema por diferentes disciplinas são ações que garantem o sucesso do trabalho educativo na perspectiva interdisciplinar.
 II.            O respeito às especificidades das diferentes áreas de saberes e a superação de problemas advindos da compartimentalização do conhecimento são fatores relevantes em uma metodologia de projetos.
 III.           A estratégia metodológica de pesquisa e a utilização de disciplinas como meio para a construção de saberes desejados são características da abordagem interdisciplinar.
 IV.          O sucesso do grupo em detrimento do sucesso do indivíduo e o envolvimento de todos os segmentos desde a concepção até a avaliação são características da metodologia de projetos.
 V. A concepção dos Parâmetros Curriculares Nacionais tem seus fundamentos na perspectiva interdisciplinar, que inclui o trabalho com temas transversais.
 
Está correto o afirmado em
R: (A) II, III e V
2. A interdisciplinaridade surgiu no final do século passado, dada a necessidade de lidar com a fragmentação científica. As ciências haviam se dividido em muitas disciplinas e a interdisciplinaridade propunha criar um diálogo entre elas. Nas escolas os professores sempre tiveram dificuldade para responder a questionamentos que envolviam disciplinas distintas daquelas ministradas por eles, de modo que, teoricamente, consideraram a interdisciplinaridade uma tábua de salvação. Porém, a prática demonstrou que essa proposta demandava muito trabalho e muitos tiveram, e continuam tendo problemas para usá-la. A esse respeito, é incorreto afirmar que
R: (D) no processo de aprendizagem interdisciplinar a biografia do aluno não é relevante, pois não constitui a base do seu projeto de vida e da aquisição de conhecimento e de atitudes novas.
3. O questionamento sobre as finalidades da ciência moderna, das especializações e das tecnologias configurou, globalmente, um movimento epistemológico pela interdisciplinaridade. Considerando o movimento pela interdisciplinaridade na educação brasileira, assinale a afirmativa correta.
R: (B) Os teóricos da Pedagogia que desencadearam o movimento pela interdisciplinaridade têm como expoente Ivani Fazenda.
4. A Pedagogia é marcada por estudos de teóricos que direcionam a prática pedagógica às suas pesquisas e tem como objetivo otimizar o processo de ensino-aprendizagem. A interdisciplinaridade é a tendência atual utilizada pela Pedagogia no âmbito escolar para desfragmentar o conhecimento.
 O trabalho interdisciplinar
R: (E) possui a capacidade de aprimorar a capacitação do professor na disciplina por ele ministrada em sala de aula.
5. Nogueira (2001) explica que na ..................... “a tônica é o trabalho de integração das diferentes áreas do conhecimento, um real trabalho de cooperação e troca, aberto ao diálogo e ao planejamento. As diferentes disciplinas não aparecem de forma fragmentada e compartimentada, pois a problemática em questão conduzirá à unificação.”
 Nogueira está se referindo ao conceito de
R: (E) interdisciplinaridade.
6. A interdisciplinaridade
 I.             tem por função superar a segmentação do conhecimento científico e sua falta de relação com a realidade dos alunos.
 II.            considera que os alunos têm, por natureza, dificuldades na construção de nexos e relações entre as diferentesáreas do conhecimento e, por isso, procura aproximar as disciplinas escolares.
 III. sugere a superação das disciplinas, constituindo um novo modo de agrupar/organizar o conhecimento a partir de matrizes de análise.
 Está correto o afirmado em
R: (A) I
7. Estamos vivendo o início de um novo século. Esta época nos apresenta inúmeros desafios para fazermos avançar a educação de maneira a conquistar o desenvolvimento social almejado. Não é mais possível manter a escola nos moldes do passado, com sua cultura autoritária e excludente, com práticas escolares pouco dinâmicas e ineficazes.
Aponte o que corresponde a afirmação incorreta a respeito da escola do passado:
R: (E) As disciplinas estão interrelacionadas de modo a explicar a complexidade do mundo.
8. O pensar interdisciplinar tenta o diálogo com outras formas de conhecimento, deixando-se interpenetrar por elas. Assim, por exemplo, aceita o conhecimento de senso comum como válido, pois por meio do cotidiano damos sentido às nossas vidas.
Leia as asserções abaixo:
(1ª) O conhecimento do senso comum, ampliado através do diálogo com o conhecimento científico, tende a uma dimensão utópica e libertadora, pois permite enriquecer nossa relação com o outro e com o mundo.
(2ª) Um pensar nesta direção exige um projeto em que causa e intenção coincidam, pois consegue captar a profundidade das relações conscientes entre pessoas e entre pessoas e coisas.
Assinale a resposta correta, seguindo a chave abaixo:
R: (A) Se as duas asserções forem verdadeiras e a segunda for uma justificativa correta da primeira.
9. O enfoque disciplinar pode ser considerado na atualidade como resultado do racionalismo científico que, para Weil, D´Ambrosio e Crema (1993), modelou a mente e a atitude básica do ocidente nos últimos séculos, a partir de três fragmentos principais: o físico, o biológico e o humano.
Assinale a alternativa correta:
R: (D) O método analítico é um método de decomposição, centrado nas partes, desenvolvido no século XVII por Descartes, que teve o mérito de superar o paradigma escolástico aristotélico-tomista medieval.
MÓDULO II   - A PEDAGOGIA LIBERTADORA DE PAULO FREIRE
O questionamento da escola tradicional, impregnada de uma cultura escolar homogeneizadora, que vê a realidade de maneira fragmentada, tem no educador Paulo Freire, a contraposição brilhante, por sua atuação promotora da consciência do educando sobre sua realidade e seu mundo, bem como o instrumentaliza a promover transformações, a partir da Pedagogia Libertadora.
Neste sentido, é essencial para você, futuro professor conhecer o grande mestre brasileiro e sua obra. Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife, Pernambuco. Aprendeu a ler e a escrever com os pais, à sombra das árvores do quintal da casa em que nasceu. Tinha oito anos quando a família teve que se mudar para Jaboatão, a 18 km de Recife. Aos 13 anos perdeu o pai e seus estudos tiveram que ser adiados. Entrou no ginásio com 16 anos. Aos 20 conseguiu uma vaga na Faculdade de Direito do Recife.
O estudo da linguagem do povo foi um dos pontos de partida da elaboração pedagógica de Paulo Freire, para o que também foi muito significativo o seu envolvimento com o Movimento de Cultura Popular (MCP) do Recife.
Foi um dos fundadores do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife e seu primeiro diretor. Através desse trabalho elaborou os primeiros estudos de um novo método de alfabetização, que expôs em 1958. As primeiras experiências do Método Paulo Freire começaram na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte, em 1962, onde 300 trabalhadores foram alfabetizados em 45 dias.
No ano seguinte, foi convidado pelo presidente João Goulart para repensar a alfabetização de adultos em âmbito nacional. O golpe militar interrompeu os trabalhos e reprimiu toda a mobilização popular.
Paulo Freire foi preso, acusado de comunista. Foram 16 anos de exílio, dolorosos, mas também muito produtivos: uma estadia de cinco anos no Chile como consultor da Unesco no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma Agrária; uma mudança para Genebra, na Suíça em 1970, para trabalhar como consultor do Conselho Mundial de Igrejas, onde desenvolveu programas de alfabetização para a Tanzânia e Guiné-Bissau, e ajudou em campanhas no Peru e Nicaraguá; em 1980, voltou definitivamente ao país, passando a ser professor da PUC-SP e da Univesidade de Campinas (Unicamp). Uma das experiências significativas de Paulo Freire foi ter trabalhado como secretário da Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão Luiza Erundina (PT), entre 1989 e 1991. Paulo Freire morreu no dia 2 de maio de 1997, aos 76 anos de idade, em plena atividade de educador e de pensador. Estava casado com Ana Maria (Nita) Araújo Freire, também educadora.
A produção bibliográfica de Paulo Freire é extensa. Nela tratou dos mais variados temas da educação, tendo como foco a possibilidade do professor em sua atuação apresentar o mundo real aos seus educandos, possibilitando-lhes enxergar sua próprias condições de mudança. Não tratou apenas da Educação de Jovens e adultos, como muitos professores pensam. Ao contrário, em sua obra expões os princípios e a metodologia da Pedagogia Libertadora. Segue uma lista dos principais livros de sua extensa obra.
 
Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1967;
Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1970;
Extensão ou comunicação? Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1971;
Ação cultural para a liberdade e outros escritos. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1976;
Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977;
Educação e mudança. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1979;
A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo, Cortez, 1982;
A Educação na cidade. São Paulo, Cortez, 1991;
Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1992; Política e educação. São Paulo, Cortez, 1993;
Professora sim, Tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, Olho D'Água, 1993;
Cartas a Cristina. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1994;
À sombra desta mangueira. São Paulo, Olho D'Água, 1995.
Pedagogia de autonomia. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1996.
Pedagogia da indignação. São Paulo, Editora da Unesp, 2000.
 
5.1 A Metodologia Dialógica
 
A responsabilidade ética, política e profissional do ensinante lhe coloca o dever de se preparar, de se capacitar, de se formar antes mesmo de iniciar sua atividade docente é a questão fundamental da filosofia presente na obra de Paulo freire. Se ele não nos deixasse outras valiosas contribuições acerca da atuação docente, esta já seria suficiente para fazer do professor uma pessoa que se capacita continuamente, pois entende a educação como ato fundante da mudança social e para esta tarefa necessita preparar-se continuamente.
A experiência docente, se bem percebida e bem vivida, vai deixando claro que requer uma formação permanente do ensinante. Formação que se funda na análise crítica de sua prática. Para Freire não existe ensinarsem aprender. “É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado” (FREIRE, 1996,  p. 23).
O aprendizado do ensinante ao ensinar não se dá necessariamente através da retificação que o aprendiz lhe faça de erros cometidos. O aprendizado do ensinante ao ensinar se verifica na medida em que o ensinante, humilde, aberto, se ache permanentemente disponível a repensar o pensado, rever-se em suas posições; em que procura envolver-se com a curiosidade dos alunos e dos diferentes caminhos e veredas, que ela os faz percorrer. “É a força criadora do aprender de que fazem parte a comparação, a repetição, a constatação, a dúvida rebelde, a curiosidade não facilmente satisfeita, que supera os efeitos negativos do falso ensinar” (FREIRE, 1996, p. 25).
A metodologia dialógicaque propõe em sua Pedagogia Libertadora requer do professor a capacidade de associar, jamais dicotomizar, os conceitos emergentes da experiência escolar aos que resultam do mundo da cotidianidade.
Uma das formas de realizar este exercício consiste na prática a que se refere como "leitura da leitura anterior do mundo", pois a leitura da palavra, fazendo-se também em busca da compreensão do texto e, portanto, dos objetos nele referidos, nos remete agora à leitura anterior do mundo. O que me parece fundamental deixar claro é que a leitura do mundo que é feita a partir da experiência sensorial não basta. Mas, por outro lado, não pode ser desprezada como inferior pela leitura feita a partir do mundo abstrato dos conceitos que vai da generalização ao tangível.
Estudar, para Freire (2001), é desocultar, é ganhar a compreensão mais exata do objeto, é perceber suas relações com outros objetos. Implica que o estudioso, sujeito do estudo, se arrisque, se aventure, sem o que não cria nem recria.
Por isso também é que ensinar não pode ser um puro processo, como enfatizas, de transferência de conhecimento do ensinante ao aprendiz. Transferência mecânica de que resulte a memorização maquinal. Ao estudo crítico corresponde um ensino igualmente crítico que demanda necessariamente uma forma crítica de compreender e de realizar a leitura da palavra e a leitura do mundo, leitura do contexto.
A forma crítica de compreender e de realizar a leitura da palavra e a leitura do mundo está, de um lado, na não negação da linguagem simples, "desarmada", ingênua, na sua não desvalorização por constituir-se de conceitos criados na cotidianidade, no mundo da experiência sensorial; de outro, na recusa ao que se chama de "linguagem difícil", impossível, porque se desenvolvendo em torno de conceitos abstratos. Pelo contrário, a forma crítica de compreender e de realizar a leitura do texto e a do contexto não exclui nenhuma das duas formas de linguagem ou de sintaxe. Reconhece, todavia, que o escritor que usa a linguagem científica, acadêmica, ao dever procurar tornar-se acessível, menos fechado, mais claro, menos difícil, mais simples, não pode ser simplista.
 
 
5.2 Os saberes necessários do professor libertador
A questão a formação docente ao lado da reflexão sobre a prática educativo-progressiva em favor da autonomia do ser dos educandos é a temática central do livro de Paulo Freire, Pedagogia da autonomia. O autor expõe a responsabilidade ética no exercício da tarefa docente, da qual apresentamos alguns dos saberes necessários à prática educativa, por ele expostos.
 
Ensinar exige respeito aos saberes do educando: pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente à escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos chegam a ela, mas também, discutir com os alunos a razão e ser de alguns desses saberes em relação com o ensino dos conteúdos. Por que não estabelecer uma intimidade entre os saberes curriculares fundamentais aos alunos e a experiência social que eles têm como indivíduos?
 
Ensinar exige respeito à autonomia do educando: Saber que devo respeito à autonomia e à identidade do educando exige de mim uma prática em tudo coerente com este saber. A dialogicidade verdadeira em que os sujeitos dialógicos aprendem e crescem na diferença, sobretudo, no respeito a ela, é a forma de estar sendo coerentemente exigida por seres que, inacabados, assumindo-se como tais, se tornam radicalmente éticos. Neste sentido, qualquer discriminação é imoral e lutar contra ela é um dever por mais que se reconheça a força dos condicionamentos a enfrentar.
 
Ensinar exige pesquisa: Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade.
 
Ensinar exige criticidade: precisamente porque a promoção da ingenuidade para a criticidade não se dá automaticamente, uma das tarefas precípuas da prática educativa progressista é exatamente o desenvolvimento da curiosidade crítica, insatisfeita, indócil.
 
Ensinar exige disponibilidade para o diálogo: Somente quem escuta pacientemente e criticamente o outro, fala com ele, mesmo que, em certas condições, precise falar a ele. O educador que escuta aprende a difícil lição de transformar o seu discurso, às vezes necessário ao aluno, em uma fala com ele. Quem tem o que dizer, deve assumir o dever de motivar, de desafiar quem escuta, no sentido de que, quem escuta diga, fale, responda.
 
Ensinar exige respeito à identidade cultural e apreensão da realidade: Mulheres e homens somos os únicos seres que, social e historicamente, nos tornamos capazes de apreender. Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura criadora, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é construir, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. A nossa capacidade de aprender não apenas para nos adaptar, mas, sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir, recriando-a.
Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo: Não posso ser professor se não reconhecer cada vez melhor que, por não poder ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de posição. Sou professor a favor a decência contra o despudor, a favor a liberdade contra o autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da luta constante contra qualquer forma de discriminação, contra a dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais.
Referências e indicação e leitura:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Editora Paz e terra.
1996.
1. O professor Sílvio desenvolve as suas atividades docentes sob perspectiva de uma educação crítica e coletiva e planeja as suas ações de forma a contribuir para que os seus alunos aprendam a lidar com a diversidade cultural.  (ACAPLAM 2010). Nesse sentido, chama a atenção para que os estudantes
R: (C) acolham as diferentes formas de expressão e de credo religioso e respeitem as escolhas dos colegas e as suas dificuldades de aprendizagem.
2. Segundo Terezinha Rios (2002), “o conceito de qualidade é totalizante, abrangente, multidimensional. É social e historicamente determinado porque emerge em uma realidade específica de um contexto concreto”. Nesse sentido podemos afirmar que uma análise crítica da qualidade do trabalho docente deve considerar os seguintes aspectos:
 I.             Articulação dos aspectos técnicos e pedagógicos aos de caráter político-ideológico.
 II.            Unificação dos aspectos religiosos e das normas morais.
 III. Superação dos aspectos técnicos em detrimento do caráter político-ideológico.
 Está correto o afirmado em
R: (B) I
3. O relatório da Unesco publicado com o título “Educação: um tesouro a descobrir” elaborado pela Comissão Internacional sobre a Educação para o Século XXI, coordenado por Jacques Delors, destaca que ao longo de toda a vida a educação deve-se basear em quatro pilares de conhecimento.
A respeito desse Relatório e dos pilares do conhecimento, analise os itens a seguir:
I. O aprender a ser privilegia a educação e o desenvolvimento das potencialidades afetivas do indivíduo. O desenvolvimento do ser humano tem por objeto a realização afetiva do homem, como membro de uma coletividade e se inicia na sua formação escolar.
II. O aprender a conhecer destaca o domínio do conhecimento como meio e finalidade da vida humana, isto é, aprender a aprender. O aumento dos saberes favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimula o sentido crítico e permite compreender o real. Nesse sentido, é essencial que cada criança, estejaonde estiver, possa ter acesso, de forma adequada, às metodologias científicas, de modo a tornar-se, para toda a vida, "amiga da ciência".
III. No aprender a fazer, o indivíduo deve adquirir não somente uma qualificação profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que o tornem apto a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe.
IV. O aprender a viver juntos deve levar a pessoa à descoberta de si mesmo, desenvolvendo a compreensão do outro e a percepção das interdependências, por meio da realização de projetos comuns. Esse pilar pretende preparar o indivíduo para gerir conflitos - no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão mútua e da paz.
 Podemos afirmar que:
R: (D) Apenas o item II está incorreto;
4. Uma nova concepção de educação foi projetada para o século XXI, onde todos pudessem descobrir e fortalecer o seu potencial criativo e para isso é preciso ultrapassar a visão puramente instrumental e organizar-se em torno de aprendizagens ao longo da vida.
Assinale a alternativa que não está relacionada com essas aprendizagens:
R: (A) Uma proposta puramente quantitativa à necessidade insaciável de educação, uma bagagem escolar cada vez mais pesada.
5. Um dos pilares do conhecimento é aprender a fazer. As afirmativas abaixo estão relacionadas com essa aprendizagem, EXCETO:
R: (C) Continuar a ter o significado simples de preparar alguém para uma tarefa material bem deter minada, participando do fabrico de alguma coisa.
6. A metodologia dialógica que Paulo Freire propõe em sua Pedagogia Libertadora requer do professor a capacidade de associar, jamais dicotomizar, os conceitos emergentes da experiência escolar aos conceitos da cotidianidade.
Assinale a alternativa incorreta:
R: (E) O professor, sujeito do estudo, não deve, porém, se arriscar, se aventurar, pois assim não cria nem recria.
7. Leia o texto abaixo e complete-o adequadamente.
Por isso, somos os únicos em quem aprender é uma aventura _____________, algo, por isso mesmo, muito mais rico do que meramente repetir a lição dada. Aprender para nós é __________, reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem abertura ao risco e à aventura do espírito. A nossa capacidade de aprender não apenas para nos adaptar, mas, sobretudo para ______________ a realidade, para nela intervir, recriando-a.
Escolha uma das alternativas abaixo, em que as palavras completem o sentido do texto:
R: (B) criadora -  construir – transformar
8. A experiência docente, se bem percebida e bem vivida, vai deixando claro que requer uma formação permanente do ensinante. Formação que se funda na análise crítica de sua prática.
I.   A humildade pode ser um valor para o professor que, perante o mundo em transformação, sabe que o conhecimento que ora detém, é provisório e parcial.
 II. É importante que o ensinante possua a força criadora do aprender, evidenciando ao aprendiz o valor da pesquisa.
 III. A forma crítica de compreender e de realizar a leitura da palavra e a leitura do mundo está na negação da linguagem simples.
IV.A forma crítica de compreender e de realizar a leitura do texto e a do contexto não exclui nenhuma das duas formas de linguagem: a simples e a acadêmica.
 V. O professor deveria utilizar uma linguagem simplista para se aproximar do aluno.
 Estão corretas as alternativas:
R: (E) I, II e IV
MÓDULO III - A INTERDISCIPLINARIDADE COMO POSSIBILIDADE DE INTERCÂMBIO E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
O paradigma da fragmentação do conhecimento presente na Pedagogia Tradicional tem então, na interdisciplinaridade, a possibilidade de revisão, com vistas a possibilidade de melhor aprendizado dos alunos se este for realizado a partir da realidade complexa e abrangente na qual vivem.
É importante esclarecer que o trabalho com projetos teve início na Escola Experimental da Universidade de Chicago, expandindo-se depois na América do Norte, como uma escola ativa, onde meninos e meninas aprendem, sobretudo, ao partilhar diferentes experiências de trabalho em comunidade, conforme expõem Barbosa e Horn (2008). O foco é a vida em comunidade e a resolução de problemas emergentes da mesma, sendo que a sala de aula, como uma sociedade em miniatura, prepara seus participantes para a vida adulta.
A função principal da escola seria, então, a de auxiliar a criança e o adolescente a compreenderem o mundo por meio da pesquisa, do debate e da solução de problemas, devendo ocorrer uma constante interrelação entre as atividades escolares e os interesses dos educandos e das comunidades.
Historicamente, os projetos foram construídos com o intuito de inovar e de quebrar o marasmo da escola tradicional. Seus criadores tinham a convicção de pioneiros, isto é, o compromisso com a transformação da realidade, o desejo e a coragem de assumir o risco de inovar e a convicção de que era preciso criar uma nova postura profissional (BARBOSA E HORN, 2008, p. 19).
 
A iniciativa de Chicago foi inspirada nos preceitos de John Dewey que definiu os princípios norteadores da planificação de um projeto como: a decisão do seu propósito; a realização e um plano de trabalho; a execução do plano e também a avaliação de sua execução. Dewey (1959, p. 47) detalhou esses princípios como:
 intenção: a ação deve ser intencional, desejada pelos sujeitos por corresponder a um fim
situação-problema: que exige a análise das dificuldades, a formulação de conexões, constituindo um todo e pensamento completo
ação: a aprendizagem implica a razão, a emoção e a sensibilidade
real experiência anterior: as experiências passadas representam a base das novas experiências
investigação científica: a aprendizagem escolar, como a ciência, se constrói pela pesquisa
integração: é preciso partir das situações fragmentadas  construindo relações e significações
prova final: verificar se houve aprendizagem e se algo se modificou
princípio da eficácia pessoal: as experiências de aprendizagem vem fortalecer o comportamento democrático e solidário
PIAGET (1988), de outro lado, explica que se fala muito de interdisciplinaridade, porém o que mais se encontra são experiências de simples multidisciplinaridade. Para ele a via interdisciplinar multiplica os ensinamentos, de tal forma que cada uma das especialidades é abordada dentro de um espírito permanentemente interdisciplinar, ou seja, sabendo cada qual generalizar as estruturas que emprega e redistribuí-las em um sistema de conjunto que englobe as outras disciplinas.
Na atualidade não podemos continuar transmitindo informações nos processos de ensinar   aprender com a visão simplista limitada do conhecimento.
É preciso aumentar o número de vozes que questionem as interpretações  por demais reducionistas que distancia o currículo de sua função principal, que o afasta dos aspectos relacionados às configurações sociais da educação e das relações de poder delas decorrentes. Isto pressupõe, sem dúvida, uma discussão mais aprofundada dos aspectos ontológicos, epistemológicos e metodológicos que prevalecem na ciência, a partir das novas descobertas científicas e das novas realidades ecológicas, humanas, políticas e socioculturais (MORAES, 2010, p. 292).
 
Tais práticas educativas curriculares favorecem o surgimento da interdisciplinaridade e da transdisciplinaridade, expõe MORAES (2010), cujos diálogos viabilizam o trabalho a partir de um projeto comum que ajuda na superação das fronteiras, que melhora a qualidade do processo pedagógico e do conhecimento nele inserido. Ambas permitem uma releitura crítica da lógica disciplinar organizadora da maioria dos currículos existentes. Sabemos que tanto a interdisciplinaridade como a transdisciplinaridade pressupõem a relação de mutualidade, de intercâmbio, de diálogo, de integração e mudança de atitude diante do conhecimento. Ambas demandam a necessidade de se conhecer bem o objeto do conhecimento, para que dele possam ser extraídas todas as relações possíveis.
O projeto da escola, para Medel (2008), representa sua identidade. Trata-se de construção e reconstrução que exige a participaçãode todos, envolvendo a equipe de gestão, docente, discente e os pais dos alunos. Sendo assim, será representativo da vida escolar e comunitária vivenciada por todos e, a partir daí, geradora de questionamentos, estudos e reflexões. Moraes (2010, p. 298) acentua que o “aprender acontece a partir de nossas configurações e ideias prévias e de nossas relações com o outro, mediante convivência social”.
Ao se optar pelo trabalho com Projeto Interdisciplinar se está fazendo uma opção por uma pedagogia ativa, que se contrapõe à transmissão de conhecimento, ou como enfatiza FREIRE (1976), opta-se por criar possibilidades para a sua própria produção ou construção.  Ao se perceber como produtor de conhecimento o educador estará também aberto às indagações dos alunos, à sua curiosidade e, mesmo, às suas inibições.
Com a relação à interdisciplinaridade e à multidisciplinaridade, a transdisciplinaridade é multirreferencial e multidimensional. Embora levando em conta os conceitos de tempo e de história, a transdisciplinaridade não exclui a existência de um horizonte transhistórico (Carta da Transdisciplinaridade, artigo 6).
 
Diversidade e desigualdade social no contexto do projeto interdisciplinar
 
Os processos de ensino-aprendizagem se desenvolvem a partir de contextos socioculturais determinados, sendo orientados pela dinâmica homem x sociedade x cultura. Sendo assim, não há como negligenciar as situações de grande diversidade da sociedade brasileira seja multicultural, seja de classe econômica, seja de capacidade.
Estas diferenças devem ser consideradas e, mais do que isso, devem se tornar o foco dos projetos interdisciplinares, pois a escola deve oferecer resposta a diversidade dos alunos e de sua comunidade. O tema eleito como gerador de todo o questionamento da realidade pode ser a chave para se focar esta diversidade, contemplada na pergunta-problema. Uma das razões do ensino voltado à realidade vivenciada é o compromisso de uma aprendizagem que garanta a formação cidadã aos educandos, pelo aprimoramento da sua capacidade de reflexão sobre a problemática que os cerca, a partir de uma discussão conectada com os grandes desafios que a contemporaneidade apresenta. Moraes aponta as facetas da realidade:
Assim, enfatiza MORAES (2010) nossa realidade é multidimensional em sua natureza complexa, interdependente, mutável, entrelaçada pelos fluxos que acontecem no ambiente e a partir do que cada um faz. Uma realidade que é contínua, descontínua, indeterminada em sua dinâmica operacional, que se manifesta dependendo do contexto, das situações vividas e das circunstâncias criadas. O reconhecimento da existência de múltiplas realidades e a legitimidade de todas elas é algo muito importante para esta construção teórica, lembrando que a realidade surge a partir do que cada um faz, pensa, sente e age. Conscientes ou não, somos construtores, criadores e recriadores das propostas curriculares no momento de sua materialização em sala de aula.
Por este motivo é muito importante que seja realizada análise do contexto para se identificar a questão que motiva a equipe escolar para dar continuidade ao projeto, de modo que participem com empenho para a mudança desta realidade a médio ou longo prazo. Somente com esta atitude exploratória e de aceitação à vivência real dos sujeitos que participam da ação educativa, poderá a escola promover um real projeto interdisciplinar que amplie os horizontes dos educandos e os faça compreender a realidade para assumirem postura proativa perante as problemáticas ali vivenciadas.
1. O professor Sílvio desenvolve as suas atividades docentes sob perspectiva de uma educação crítica e coletiva e planeja as suas ações de forma a contribuir para que os seus alunos aprendam a lidar com a diversidade cultural.  (ACAPLAM 2010). Nesse sentido, chama a atenção para que os estudantes.
R: (C) acolham as diferentes formas de expressão e de credo religioso e respeitem as escolhas dos colegas e as suas dificuldades de aprendizagem.
2. Segundo Terezinha Rios (2002), “o conceito de qualidade é totalizante, abrangente, multidimensional. É social e historicamente determinado porque emerge em uma realidade específica de um contexto concreto”. Nesse sentido podemos afirmar que uma análise crítica da qualidade do trabalho docente deve considerar os seguintes aspectos:
 I.             Articulação dos aspectos técnicos e pedagógicos aos de caráter político-ideológico.
 II.            Unificação dos aspectos religiosos e das normas morais.
 III. Superação dos aspectos técnicos em detrimento do caráter político-ideológico.
 Está correto o afirmado em
R: (B) I
3. Observe o quadrinho abaixo, leia a questão e responda o que se pede.
 
 “Ilustração da História em Quadrinhos "Programa 5s - A Caminho da Qualidade!”(www.gibiosfera.com.br - Acesso em 12.09.2011)
A imagem acima ilustra o Programa de Qualidade Total adotado por empresas nacionais. A noção de qualidade total, desenvolvida no Japão nos anos de 1950, foi trazida ao Brasil nos anos 80. Esse programa desenvolveu o conceito de organização empresarial a partir das seguintes palavras de ordem: eficiência, controle e competitividade. Em relação à educação, podemos observar que esse programa
 I.             atingiu primeiramente as escolas particulares, mas ganhou também a atenção de sistemas públicos de ensino, apresentando-se como uma alternativa para a superação dos problemas enfrentados nas instituições escolares.
 II.            foi amplamente divulgado e aceito pelos educadores, visto que a ideia de qualidade total passa pela construção do espaço público da escola e pelo reconhecimento das diferenças e dos direitos iguais nas diferenças.
 III.           surtiu efeitos indesejados para alguns educadores, que viram aspectos negativos nesse programa, já que, era “importado do mundo empresarial” e, portanto, reforçava valores do sistema capitalista.
   Está correto o afirmado em
R: (E) I e III
4. Leia o texto abaixo.
 
“O discurso competente confunde-se, pois, com a linguagem institucionalmente permitida ou autorizada, isto é, com um discurso no qual os interlocutores já foram previamente reconhecidos como tendo o direito de falar e ouvir, na qual as circunstâncias já foram predeterminadas para que seja permitido falar e ouvir e, enfim, no qual o conteúdo e a forma já foram autorizados segundo os cânones da esfera de sua própria competência”. (CHAUÍ, 2000).
 De acordo com Rios (2002), ao considerar o discurso competente como o discurso do conhecimento, podemos afirmar que a competência se reveste de
 I.             caráter ideológico, cujo papel é dissimular a existência da dominação na sociedade dividida e hierarquizada em que vivemos.
 II.            uma competência privada, identificada como um modelo sustentado pela “linguagem do especialista, que detém os segredos da realidade vivida”.
 III. um caráter democrático, pois procura trazer as ideias e os valores da racionalidade e da neutralidade científicas para os sujeitos sociais e para as suas relações.
 Está correto o afirmado em
R: (C) I e II
5. Angel Gabilondo (2001) discorre sobre a diversidade:
“O outro não é nem uma pura identidade, nem uma mera diferença; não é um outro redutível que o faz transformar-se do indefinível em algo definível (...) a diferença não se reduz à diferença de um consigo mesmo, nem simplesmente à de um com o outro, mas é a experiência viva de uma erupção – da palavra e do olhar que torna possível essas outras formas de alteridade”.
 A partir dessa reflexão, analise as afirmativas abaixo.
 I.             Aprender a apreciar a diversidade é fundamental para o exercício de qualquer ação educativa.
 II.            Devemos exercer uma atividade docente baseada na prática do ensino tradicional e behaviorista.
 III. Precisamos de uma dimensão educativa que busque desenvolver técnicas de ensino baseadas em sistemas de produção educativa tradicional.
 Está correto o afirmado em
R: (B) I
6. Ao discutirmos questões relativas às diferenças em salade aula devemos adotar objetivos que possam garantir uma educação para a diversidade, se adotadas estratégias efetivas para atingir tais objetivos em espaço escolar:
 I.             Promover o desenvolvimento de uma consciência realista sobre a sociedade contemporânea, um sentido de responsabilidade local e um interesse ativo que vá além da família e do grupo de pertença dos indivíduos.
 II.            Apoiar o desenvolvimento das habilidades educacionais e sociais necessárias para que as crianças se tornem participantes plenas da sociedade, de modo adequado aos estilos e às orientações culturais.
 III. Desenvolver atitudes solidárias e não discriminatórias, reconhecendo que todos nós temos direito à educação, apesar de termos tempos e ritmos de aprendizagem distintos.
 Está correto o afirmado em
R: (A) I, II e III
7. De acordo com Perrenoud (1997), a noção de competência tem múltiplos sentidos. As competências utilizam, integram e mobilizam conhecimentos diferenciados para enfrentar um conjunto de situações complexas. A esse respeito, analise as afirmativas abaixo.
 
I.             Competência e qualidade são noções que se relacionam na medida em que a ação competente se reveste de determinadas práticas, utilizadas como recursos de memorização nos processos de ensino-aprendizagem.
 II.            Não existe relação entre competência e qualidade, visto que a qualidade pode ser qualquer adjetivo que designe uma característica do sujeito.
 III. Competência e qualidade são noções que se relacionam, na medida em que a ação competente se reveste de determinadas propriedades, denominadas “qualidades boas”.
 Está correto o afirmado em
R: (D) III
8. Para trabalharmos com a diversidade em sala de aula é importante reconhecermos que as próprias crianças são diferentes umas das outras. Por essa razão, ao trabalhar com diferenças raciais, culturais e familiares devemos
 I.             combater visões classificatórias equivocadas sobre as questões raciais, que geram preconceitos, e construir conhecimentos sobre as características étnicas das crianças que as induzam a ter orgulho de si.
 II.            classificar a cultura em vários tipos, como o erudito, o popular e o popular individualizado, e trabalhar cotidianamente a cultura de massa com as crianças.
 III. ensinar sobre diversas culturas a partir da perspectiva de que todas as pessoas pertencem a grupos culturais e de que todas as culturas são importantes e merecedoras de respeito.
 Está correto o afirmado em
R: (E) I e III
9. É importante observarmos que, como ator social, o professor tem um papel importantíssimo na política educativa e, como tal, deve “desenrolar-se” no cruzamento das interações político-pedagógicas, curriculares e administrativas da escola.
 Analise os seguintes itens:
 I.             Rigor metódico, respeito aos saberes do educando e disponibilidade para o diálogo.
 II.            Respeito aos saberes do educando, convicção de mudança e distanciamento dos métodos de ensino.
 III. Disponibilidade para o diálogo, negação do novo e rejeição à discriminação.
 Na perspectiva das necessidades da ação pedagógica, estão corretos os itens reunidos emdes da ação pedagógica, estão corretos os itens reunidos em
R: (B) I
10. O ensino competente, ou de boa qualidade, implica a conexão estreita entre as dimensões técnica, política, ética e estética da atividade docente. É importante refletir sobre como os saberes se encontram em relação à formação e à prática docente. Nessa perspectiva, o conceito de qualidade
R: (B) é abrangente e multidimensional.
11. Quem desenvolve competências utiliza, integra e mobiliza conhecimentos para enfrentar um conjunto de situações complexas. A competência de envolver os alunos em projetos de pesquisa exige que:
R: (A) o professor torne acessível e desejável a sua própria relação com o saber e com a pesquisa, encarnado um modelo de aprendiz.
12. Leia a afirmativa abaixo.
“Na perspectiva de uma escola mais eficaz para todos, organizar e dirigir situações de aprendizagem deixou de ser uma maneira ao mesmo tempo banal e complicada de designar o que fazem espontaneamente todos os professores”. (PERRENOUD, 2000, p. 24).
Para que possamos organizar e gerir a progressão das aprendizagens é necessário
R: (E) aplicar avaliações periódicas para diagnosticar as aquisições dos alunos.
13. Segundo Perrenoud (2000), enquanto uma situação-problema se organiza em torno de um obstáculo e desaparece quando ele é ultrapassado, um procedimento de pesquisa parece mais ambicioso, pois leva os alunos a construírem, eles próprios, uma teoria. Logo, conceber e administrar situações-problema ajustadas às possibilidades é o mesmo que
R: (D) propor situações que favoreçam a aprendizagem.
14. Leia as afirmativas abaixo e assinale cada uma delas como falsa (F) ou como verdadeira (V).
 I – O fenômeno da globalização oferece uma percepção clara sobre as diferenças e as especificidades dos saberes e das práticas que permitem realizar um trabalho coletivo e interdisciplinar. (  )
 II – A noção de um ensino competente e de boa qualidade implica a conexão estreita entre as dimensões técnica, política, ética e estética da atividade docente. (  )
 III – Investigar a qualidade não implica questionar seus desdobramentos. (  ).
 IV – O ensino de qualidade cria condições para a formação de alguém que “LÊ” além, que “LÊ” o mundo. (  )
 V – O termo “competência” é usado para designar um único conceito de capacidade. (  )
 Qual é a sequência correta de afirmativas falsas e verdadeiras?
R: (D) V, V, F, V, F
15. Saber escolher e modular atividades de aprendizagem é uma competência profissional fundamental para os mecanismos gerais da aprendizagem e também para:
R: (E) o domínio didático das disciplinas.
16. De acordo com Rios (2002, p. 107), “O trabalho docente competente é um trabalho que faz bem.” Para abordar o ofício de professor de modo mais concreto, Phillippe Perrenoud faz uso de um inventário de competências para delinear a atividade docente. O autor reconhece que são múltiplos os significados  atribuídos à noção de competência e esclarece que ele mesmo se orienta pelo significado de competência como
R: ( C) a capacidade de mobilizar recursos cognitivos para enfrentar qualquer tipo de situação.
17. "Desenvolver a cooperação entre os alunos e certas formas de ensino mútuo" é uma competência específica que
R: (C) apela para a autonomia e para a responsabilidade dos alunos, provocando conflitos cognitivos e estimulando a metacognição.
18. O valor da aprendizagem escolar com a ajuda pedagógica do professor está justamente na sua capacidade de introduzir os alunos aos significados da cultura e da ciência por meio de
R: (E) mediações cognitivas e interacionais.
19. Rios, Coll e Solè (2001) afirmam que “uma escola de qualidade será capaz de atender à diversidade”. Logo, o grande desafio de uma escola é
R: (B) aproximar-se de cada aluno e ajudá-lo a progredir.
20. Leia o texto abaixo.
 Preconceitos, rótulos, discriminação. É inevitável: desde muito cedo, os pequenos entram em contato com discursos negativos. Para que eles saibam lidar com a diferença com sensibilidade e equilíbrio, é preciso que tenham familiaridade com a diversidade – e não apenas participem de projetos com duração definida ou de festividades com datas comemorativas, como ainda é habitual em vários lugares. Outra recomendação importante é que a questão não seja tratada como um conteúdo específico (o que invalida propostas do tipo “bom, turminha, agora vamos todos entender por que é importante respeitar as diferenças”).
 Melhor que isso é abordar o tema de jeito natural, inserindo-o em práticas diárias, como brincadeiras, leitura e música (leia o projeto institucional na página seguinte). “O convívio cotidiano é a forma mais eficaz de trabalhar comportamentos e atitudes”, diz Daniela Alonso, psicopedagoga e selecionadora do Prêmio Victor Civita – Educador Nota 10.
 Para conseguir isso, uma providência essencial é adquirir materiaisdidáticos que valorizem as diferentes raças, pessoas com deficiências físicas e mental e mostrem meninos e meninas em posição de igualdade. Ao comprar instrumentos musicais, contemple os de diversas culturas. No caso de brinquedos como bonecas, já existem lojas que se preocupam especialmente em privilegiar a diversidade. A compra de livros pode ser mais difícil: uma pesquisa da Fundação Carlos Chagas que analisou 33 obras de Língua Portuguesa só encontrou duas meninas não brancas nas ilustrações. Entretanto, a busca criteriosa e a leitura prévia costumam resolver o problema. Se a turma já estiver em fase de alfabetização, o Guia Nacional de Livros Didáticos, do Ministério da Educação, é a melhor referência – ele garante que as obras recomendadas não contêm situações de discriminação. Não se pode esquecer que os pequenos aprendem com o exemplo dos adultos. Pensando nisso, a direção da EMEI Aricanduva, em São Paulo, capacitou a equipe para lidar com a diversidade. Antes, só algumas professoras trabalhavam a questão, por meio de projetos específicos. Hoje a diversidade é contemplada em todo o currículo. “Um resultado prático é que, agora, crianças negras que se retratavam como brancas nos desenhos passaram a usar lápis marrom e preto”, comemora a coordenadora Cleide Andrade Silva.   (MARTINS, Ana Rita. Revista Nova Escola, 01/01/2009).
Considerando o texto, analise as afirmativas abaixo.
 I.             A diversidade deve ser tratada apenas como um conteúdo específico pela Educação Infantil.
 II.            O tema da diversidade deve ser abordado de modo natural e inserido em práticas diárias, como brincadeiras, leitura e música.
 III.           As obras de Língua Portuguesa já abordam eficazmente o tema da diversidade.
 Está correto o afirmado em
R: (E) II
21. A respeito da obra Pedagogia da Diversidade (SANTOS, 2005), analise as afirmativas abaixo. O livro
 I.             discute as pedagogias diferenciadas para refletir sobre o momento que estamos vivendo em relação à Pedagogia da Diversidade. Para isso, levanta questões relativas à diversidade na educação, à multiculturalidade e à interculturalidade.
 II.            lembra que garantir a Diversidade Cultural deveria ser uma atitude tão simples quanto caminhar ou respirar, para que todos tivessem seus direitos respeitados e pudessem falar e ser ouvidos, com harmonia e integração.
 III.           constata que na escola podemos encontrar maior diversidade cultural: por isso ela tem o papel principal de assegurar a inclusão racial e o acesso e a permanência de todos na multicultura.
 IV.          argumenta que o professor deve estar preparado para trabalhar em equipe com as diferenças, enfatizando a sua importância e mostrando aos alunos que a vida não seria interessante se todos fossem iguais. A descoberta de valores como esse deve acontecer desde a infância, na escola e na família, para conduzir a uma sociedade mais humanizada e a um povo cada vez mais diversificado.
Está correto o afirmado em
R: (D) I, II, III e IV
22. Todas as alternativas abaixo reproduzem aspectos contemporâneos da falta de articulação entre Filosofia e Didática presentes na obra de Teresinha Rios, EXCETO
R: (D) a valorização da reflexão filosófica e dos momentos de aprendizagem.
23. A respeito das reflexões de Teresinha Rios sobre o mundo contemporâneo, analise as afirmativas abaixo.
I – Enfrentamos uma crise de significados que abala a vida humana e as relações entre pessoas, instituições e comunidades.
 II – Vivemos em um mundo conquistado, desenraizado e transformado pelo titânico processo econômico e tecnocientífico do desenvolvimento do capitalismo, que dominou os dois ou três últimos séculos.
 III – A crise na qual nos encontramos atualmente aponta para duas perspectivas: a do perigo e a da oportunidade.
 IV – A globalização pode ser considerada o fenômeno mais apontado quando se trata do mundo contemporâneo.
 Está correto o afirmado em
R: (E) I, II, III e IV
24. Teresinha Rios aponta as demandas que o mundo contemporâneo apresenta tanto à Filosofia quanto à Didática. Para dar conta desse tema, a autora propõe a seguinte relação:
	
	CARACTERÍSTICAS DO MUNDO CONTEMPORÂNEO
	DEMANDAS À FILOSOFIA E À DIDÁTICA
	1. Mundo fragmentado
	a – trabalho interdisciplinar, por meio de uma percepção clara de diferenças e desigualdades
	2. Mundo globalizado
	b – valorização da razão articulada ao sentimento, no sentido da reapropriação do afeto no espaço pedagógico
	3. Razão instrumental ou irracionalismo
	c – visão de totalidade, olhar abrangente e articulação de saberes e capacidades
	 
	 
 A partir da compreensão do quadro acima e da correspondência lógica entre as proposições, assinale a alternativa que apresenta a associação correta entre as duas colunas:
R: (E) 1-c, 2-a, 3-b.
25. Sobre as relações entre Filosofia e Educação, considere as seguintes afirmativas:
I - A Filosofia e a Pedagogia não devem relacionar-se.
 II - A Pedagogia é uma ciência que prescinde da reflexão filosófica.
 III - A Pedagogia não pode abrir mão de uma reflexão filosófica sobre seus fins.
 Está correto o afirmado em
R: ( C) III
26. Para distinguir a atividade humana da animal usamos a palavra práxis, que significa
R: (A) união interdependente e recíproca entre teoria e prática.
27. Sobre a conceituação que Terezinha Rios faz da Didática, analise as afirmativas abaixo.
I – A Didática liga-se ao termo docência, que significa “exercício do magistério”.
 II – O professor é um profissional que está em exercício, desenvolvendo um processo de ensino.
 III – O ensino se caracteriza como uma ação articulada com a aprendizagem.
 IV – A Didática é composta exclusivamente pelo conjunto de técnicas específicas relativas ao ensinar.
 V – O aprendizado acontece quando o conteúdo programático é transmitido pelo professor.
 Está correto o afirmado em 
R: (B) I, II e III
28. Quando Terezinha Rios afirma que “o ensino competente é um ensino de boa qualidade”, ela está defendendo 
R: (A) ser preciso levar adiante a reflexão sobre os saberes que se encontram em relação na formação e na prática dos professores, que propiciam efetivamente a educação e o ensino.
29. Quando Terezinha Rios afirma em seu segundo capítulo que “o ensino competente é um ensino de boa qualidade”, ela está defendendo que:
R: (A) a reflexão sobre os saberes necessários à formação e à prática dos professores, que propiciam efetivamente a educação e o ensino, deve ser levada adiante.
30. Analise a seguinte afirmativa:
“A qualidade transformou-se (...) em uma nova estratégia competitiva de acordo com um mercado cada vez mais diversificado e diferenciado. A retórica empresarial nem sempre enfatiza essa razão, pretendendo explicar sua euforia com outros motivos – quem sabe – de caráter mais filantrópico: reconhecimento do valor humano implícito nos produtos de qualidade, aceitação da importância da qualidade de vida do consumidor, revalorização do meio ambiente”. (GENTILI, 1995, apud RIOS, 2010, p. 72).
 Essa afirmativa está relacionada
R: ( C) à crítica à associação imprópria entre a educação e o lucro.
31. Analise a seguinte afirmativa:
Descrever uma ________________ equivale, na maioria das vezes, a evocar três elementos complementares: (1) os tipos de situações sobre as quais confere um certo domínio; (2) os recursos que mobiliza, os conhecimentos teóricos ou metodológicos, as atitudes, (...) os esquemas motores, os esquemas de percepção, de avaliação, de antecipação e de decisão e a natureza dos esquemas de pensamento que permitem a solicitação, a mobilização e a orquestração dos recursos pertinentes em situação complexa e tempo real. (PERRENOUD, 2000, apud RIOS, 2010, p 77).
 A palavra que completa adequadamente a lacuna da afirmativa acima é
R: (D) competência
32. Perrenoud (2000, apud RIOS, 2010, p. 78) apresenta dez competências cujo desenvolvimento é necessário na escola. As alternativas abaixo apresentam algumas delas, exceto:
R: (B) trabalhar sozinho, quandopossível, para a concretização das estratégias de aprendizagem.
33. 1ª QUESTÃO: Historicamente, os projetos foram construídos com o intuito de inovar e de quebrar o marasmo da escola tradicional. Seus criadores tinham a convicção de pioneiros, isto é, o compromisso com a transformação da realidade, o desejo e a coragem de assumir o risco de inovar e a convicção de que era preciso criar uma nova postura profissional (BARBOSA E HORN, 2008, p. 19).
ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
R: (B) O foco do Projeto Interdisciplinar é a vida em comunidade e a resolução de problemas emergentes da mesma, sendo que a sala de aula, deve se constituir em um espaço artificial de representação do mundo.
34. PIAGET (1988) explica que se fala muito de interdisciplinaridade, porém o que mais se encontra são experiências de simples multidisciplinaridade. Para ele a via interdisciplinar multiplica os ensinamentos, de tal forma que cada uma das especialidades é abordada dentro de um espírito permanentemente interdisciplinar, ou seja, sabendo cada qual generalizar as estruturas que emprega e redistribuí-las em um sistema de conjunto que englobe as outras disciplinas.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
R: (B) A via interdisciplinar multiplica os ensinamentos por meio da criação de uma rede de conhecimentos sendo estes originários do cruzamento dos temas estudados.
MÓDULO IV  -  A DEFINIÇÃO DO PROJETO INTERDISCIPLINAR
A palavra “projeto” é voz comum em nossas escolas.  As ações comuns ou diferenciadas são assim chamadas quando se quer apresentar uma sequência pedagógica que culmine em um resultado positivo na aprendizagem. Ao abordar o Projeto Interdisciplinar nas escolas pretende-se promover a reflexão sobre os conceitos englobados nesta expressão.
Projeto, para FERREIRA (S. D., p. 1144), representa “plano, intento, desígnio” e a origem da palavra revela seu sentido mais interessante. Projeto vem do verbo projectu, particípio passado do verbo latino projetare, que significa “lançar para a frente”. Sendo assim, pode-se dizer que ao se escrever um projeto pedagógico pretende-se mudar a realidade com vistas ao futuro, com intenção de renovação. Em Larrousse (1999, p. 744) encontra-se também o sentido de “esboço” e “risco”, que complementam o anterior ao indicar que ao criar um projeto temos à nossa frente o rascunho de algo a ser realizado, cujo resultado não é garantido e, por isso, envolve boa dose de risco e inventividade no decorrer do processo. 
O projeto interdisciplinar pode ter como eixos temáticos a Identidade, a Cidadania, o contexto sociohistórico e cultural e o Meio ambiente. Estes eixos não estão, porém, isolados, ao contrário, entrecruzam-se dando sentido ao currículo escolar, a partir de vivências, experimentos, proposições e atividades. Como Temas Transversais podem oferecer múltiplas possibilidades de combinações, dando sentido ao que se ensina e se aprende.
                A organização do trabalho pedagógico por meio de projetos, lembram BARBOSA e HORN (2008), precisa partir de uma situação, de um problema real, de uma interrogação, de uma questão que afete ao grupo tanto do ponto de vista socioemocional quanto cognitivo. Os projetos propõem uma aproximação global dos fenômenos a partir do problema e não da interpretação teórica já sistematizada através das disciplinas.
As questões são elencadas a partir do questionamento da realidade, podendo ser a primeira: Quem sou eu? À qual pode-se somar outras: Onde estou? Qual é meu lugar no mundo? Que mundo é este que habito? As respostas a estas questões podem vir do estudo da natureza, aliado aos conteúdos de Ciências e também da Geografia, pois é importante que os educandos consigam localizar-se geograficamente em sua escola, bairro, município, país, continente, mundo... “Ler o mundo é ler o espaço ... e espaço é o território usado, natureza socialmente definida pelo movimento do viver-fazer humano, o que nos possibilita definir a geografia como uma escrita existencial do homem em seu território” PEREZ (1999, p. 33).
A autora acentua as relações entre história, geografia e a alfabetização ao dizer que o homem está no mundo e com o mundo – produzindo-o e transformando-o, preenchendo com a cultura os espaços geográficos e os tempos históricos e aprender a ler, a escrever é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender seu contexto, localizar-se no espaço social mais amplo, a partir da relação linguagem-realidade.
A disciplina de ciências e o estudo da natureza tomam rumo incrível no projeto interdisciplinar. De maneira complementar, CORNELL (1996) exclama que a natureza é infindavelmente magnífica; contudo conhecemos apenas um de seus bilhões de planetas, diz o autor:
Seu esplendor estende-se por um espaço infinito e manifesta-se em mundos incalculáveis; porém, para nós sua mais extraordinária dádiva continua a ser sua determinação em nos ensinar a compreender como somos. E, quando aprendemos a ver e compreender a nós mesmos e ao mundo que nos rodeia, tornamo-nos o apogeu das realizações da natureza; porque, por meio do homem, a natureza é capaz de ver e apreciar a si mesma na forma mais completa e mais intensa de todas (CORNELL, 1996, p. 106).
 
                A dicotomia entre o natural e o social, a natureza e a identidade humana apontada pelo autor, é complementada por GONÇALVES (2001). Este explica que é no plano da política, que haveremos de instituir condições iguais para que as individualidades floresçam. A autonomia de cada ser humano se desenvolve no seio da sociedade, portanto, todos devem ser igualmente livres para estabelecer as regras, as normas, as leis. Não foi a Biologia quem distinguiu homens para pensar, planejar e decidir e homens para fazer. Foi o terreno movediço, tenso e contraditório da História que os incluiu assim. E a História não é o passado. Ela se dá aqui e agora e cabe a cada um de nós decidir seus (nossos) destinos.
As aprendizagens nos projetos, afirmam BARBOSA e HORN (2008), acontecem a partir de situações concretas, das interações construídas em um processo contínuo e dinâmico. Nesse entendimento, conforme os autores, se afirma, se constrói e desconstrói, se faz na incerteza, com flexibilidade, aceitando-se novas dúvidas, acolhendo-se a curiosidade, a criatividade que perturba e que levanta conflitos. A ordem em que esses conteúdos serão trabalhados, o nível e profundidade e o tipo de abordagem, tudo será definido pelo processo de trabalho cooperativo do grupo.
É importante destacar, enfatizam Hernández e Ventura (1996), que a informação necessária para construir o projeto não está determinada de antemão, nem depende do educador ou do livro-texto, está sim em função do que cada aluno já sabe sobre um tema e da informação com a qual se possa relacionar dentro e fora da escola.
A ética transdisciplinar recusa toda atitude que se negue ao diálogo e à discussão, seja qual for sua origem - de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política ou filosófica. O saber compartilhado deveria conduzir a uma compreensão compartilhada, baseada no respeito absoluto das diferenças entre os seres, unidos pela vida comum sobre uma única e mesma Terra (Carta da Transdisciplinaridade, Artigo 13)
Rigor, abertura e tolerância são características fundamentais da atitude e da visão transdisciplinar. O rigor na argumentação, que leva em conta todos os dados, é a melhor barreira contra possíveis desvios. A abertura comporta a aceitação do desconhecido, do inesperado e do imprevisível. A tolerância é o reconhecimento do direito às ideias e verdades contrárias às nossas (Carta da Transdisciplinaridade, artigo 14).
1. Projeto, para FERREIRA (S. D., p. 1144), representa “plano, intento, desígnio” e a origem da palavra revela seu sentido mais interessante. Projeto vem do verbo projectu, particípio passado do verbo latino projetare, que significa “lançar para a frente”.
ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
R: ( C) Ao abordar o Projeto Interdisciplinar nas escolas pretende-se promover a reflexão sobre a realidade vivenciadapelos alunos e tentar resolver todos os seus problemas.
2. A organização do trabalho pedagógico por meio de projetos, precisa partir de uma situação, de um problema real, de uma interrogação, de uma questão que afete ao grupo tanto do ponto de vista socioemocional quanto cognitivo. Os projetos propõem uma aproximação global dos fenômenos a partir do problema e não da interpretação teórica já sistematizada através das disciplinas
I. As questões são elencadas a partir do questionamento da realidade, podendo ser a primeira: Quem sou eu? à qual podem-se somar outras: Onde estou? Qual é meu lugar no mundo? Que mundo é este que habito?
II. As respostas a estas questões podem vir do estudo da natureza, aliado aos conteúdos de Ciências e também da Geografia, pois é importante que os educandos consigam localizar-se geograficamente em sua escola, bairro, município, país, continente, mundo...
III. Ler o mundo é ler o espaço ... e espaço é o território usado, natureza socialmente definida pelo movimento do viver-fazer humano, o que nos possibilita definir a geografia como uma escrita existencial do homem em seu território.
IV. No projeto são acentuadas as relações entre história, geografia e a alfabetização ao dizer que o homem está no mundo e com o mundo, sendo mais importantes estes estudos do que as aulas de leitura.
V. Aprender a ler, a escrever é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender seu contexto, localizar-se no espaço social mais amplo, a partir da relação linguagem-realidade. Sendo assim, não é necessário se tratar do conteúdo escolar.
R: (D) I, II e III
3. As aprendizagens nos projetos, afirmam BARBOSA e HORN (2008), acontecem a partir de situações concretas, das interações construídas em um processo contínuo e dinâmico.
ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
R: ( C) A ética transdisciplinar recusa toda atitude que se negue ao diálogo e à discussão, seja qual for sua origem - de ordem ideológica, científica, religiosa, econômica, política ou filosófica.

Outros materiais