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Aula 1 - Direitos Políticos e Partidos Políticos

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Direitos Políticos e Partidos 
Políticos 
Direitos Políticos 
 CONCEITOS 
 O direito democrático de participação do povo no 
governo, por seus representantes, acabou exigindo 
a formação de um conjunto de normas legais 
permanentes, que recebeu a denominação de 
“direitos políticos”. 
 Conjunto de normas que regula a atuação da soberania 
popular –art 1º, §único CF. 
 Direitos políticos consistem na disciplina dos meios 
necessários ao exercício da soberania popular. 
 
A Constituição 
possibilita ao 
cidadão exercer 
a sua soberania 
popular através 
dos direitos 
políticos 
expressos 
Direito de 
sufrágio 
Ação 
popular 
Iniciativa 
popular 
Referendo 
Plebiscito 
Direitos Políticos 
 SOBERANIA POPULAR: qualidade máxima de poder em 
escolher os seus representantes no governo, através do 
sufrágio universal e do voto direto, secreto e igualitário. 
 NACIONALIDADE: vínculo jurídico-político que liga um 
indivíduo a um determinado Estado; 
 CIDADANIA: caracteriza a titularidade de direitos 
políticos de votar e ser votado; 
 SUFRÁGIO: é o direito de votar e ser votado (direito); 
 VOTO: exprime a vontade em processo decisório 
(exercício); 
 ESCRUTÍNIO: é o modo, a maneira, a forma através da 
qual se exercita o voto (público ou secreto); 
 
Direitos Políticos 
 REGIME DEMOCRÁTICO 
 democracia direta: o povo exerce por si o poder, sem intermediários, sem 
representantes; 
 democracia representativa: por meio da qual o povo, soberano, elege 
representantes, em nome deles, governem o país; 
 democracia semi direta ou participativa: “sistema híbrido”, uma 
democracia representativa, com peculiaridades e atributos da democracia 
direta. 
 arts. 1º§único e 14 CF 
 ‘Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição’; 
 ‘A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto 
direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante: 
 Plebiscito; 
 Referendo; 
 Iniciativa popular 
 
Direitos Políticos 
 MODALIDADES DE DIREITOS POLÍTICOS 
 Tais modalidades estão ligadas à Capacidade 
Eleitoral podem ser: 
 
 ATIVA: é a capacidade eleitoral consubstanciada nas condições 
do direito de votar; 
 PASSIVA: atinge na elegibilidade atributo de quem preenche 
as condições do direito de ser votado. 
 
 
Direitos Políticos Positivos 
 É o direito subjetivo de participação no processo político e 
nos órgãos governamentais. 
 Garantem a participação do povo. 
 
 direito ao sufrágio; 
 direito de voto nas eleições; 
 direito de elegibilidade; 
 direito de voto nos plebiscitos e referendos; 
 direito de participação popular; 
 direito de propor ação popular; 
 direito de organizar e participar de partidos políticos. 
 
Direitos Políticos Positivos 
 Capacidade Eleitoral Ativa: dá-se pelo voto. (art.14, §1º, I e II, a, b, c) 
 alistamento eleitoral na forma da lei (título eleitoral); 
 nacionalidade brasileira; 
 idade mínima de 16 anos; 
 não ser conscrito durante o serviço militar obrigatório; 
 
OBRIGATÓRIOS 
 
(+) DE 18 ANOS 
(-) DE 70 ANOS 
 
FACULTATIVOS 
 
(+) DE 16 ANOS 
(-) DE 18ANOS 
ANALFABETOS 
(+) DE 70 ANOS 
Direitos Políticos Positivos 
 DIRETO: O cidadão vota diretamente no candidato, sem qualquer 
intermediário. 
 SECRETO: na medida em que não se dá publicidade da opção do leitor, 
mantendo-a em sigilo absoluto. 
 UNIVERSAL: não está ligado a qualquer condição discriminatória. 
 PERIÓDICO: uma vez que a democracia representativa prevê e exige 
mandatos por prazo determinado. 
 LIVRE: pois a escolha pode se dar um ou outro candidato, ou se 
preferir votar em nulo ou em branco; 
 PERSONALÍSSIMO: o voto é exercido pelo eleitor, sem procurador. 
 IGUALITÁRIO: o voto deve ter igual valor para todos “one man one 
vote”. 
 
 
Direitos Políticos Positivos 
 Capacidade Eleitoral Passiva: possibilidade de 
eleger-se, concorrendo a um mandato eletivo: 
 Condições de Elegibilidade: 
 nacionalidade brasileira; 
 pleno exercício dos direitos políticos; 
 alistamento eleitoral; 
 domicílio eleitoral na circunscrição; 
 filiação partidária; 
 idade mínima de acordo com o cargo ao qual se 
candidata: 
 
Direitos Políticos Positivos 
18 anos 
VEREADOR 
21 anos 
 
DEPUTADO 
FEDERAL 
DEPUTADO 
ESTADUAL ou 
DISTRITAL 
PREFEITO 
VICE-PREFEITO 
30 anos 
 
GOVERNADOR 
VICE-GOVERNADOR 
GOVERNADOR DO 
DISTRITO FEDERAL 
35 anos 
 
PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA 
VICE-PRESIDENTE 
SENADOR 
Direitos Políticos Negativos 
 Determinações constitucionais que, de uma forma 
ou de outra, importem privar o cidadão do direito 
de participação no processo político e nos órgãos 
governamentais. 
 Regras que privam o cidadão, pela perda definitiva ou 
temporária (suspensão), da totalidade dos direitos de 
votar e ser votado (inelegibilidade). 
 
Direitos Políticos Negativos 
 INELEGIBILIDADES 
 São as circunstâncias (constitucionais ou previstas em 
lei complementar) que impedem o cidadão do 
exercício total ou parcial da capacidade eleitoral 
passiva, ou seja, da capacidade de eleger-se. (art.14 
§§4º e8º). 
 ABSOLUTA: impedimento eleitoral para qualquer cargo 
eletivo taxativamente previstas na CF / 88 §4º. 
 RELATIVA: impedimento eleitoral para algum cargo eletivo 
ou mandato em função de situações em que se encontre o 
cidadão candidato, previstas na CF/88 §§8º 9º. 
 
Direitos Políticos Negativos 
ABSOLUTA – art. 14 §4º 
 
INALISTÁVEIS (conscritos 
e estrangeiros) 
 
ANALFABETO 
 
 
RELATIVA – art. 14 §9º 
 
3º mandato sucessivo. 
concorrência para outros 
cargos; §6º (afastamento 06 
meses antes do pleito). STF 
parentesco; §7º (são 
inelegíveis, território da 
circunscrição titular). 
Militares §8º; 
Lei complementar; 
 
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos 
 Podem ser definitivos ou temporários, mas não será 
permitida a cassação de direitos políticos. 
 Perda dos Direitos Políticos: arts. 15, I e IV e 12, §4º, II 
 
 Cancelamento da Naturalização por Sentença Transitada 
em Julgado; 
 Recusa de Cumprir Obrigação a todos imposta ou 
prestação alternativa; 
 Perda da Nacionalidade brasileira em virtude de 
aquisição de outra; 
 
Perda e Suspensão dos Direitos Políticos 
 Suspensão dos Direitos Políticos: art. 15, II, III e V. 
 Incapacidade Civil Absoluta; 
 Condenação Criminal Transitado em julgado; 
 Improbidade Administrativa nos termos do art. 37, §4º. 
 
 Reaquisição dos Direitos Políticos Perdidos ou Suspensos. 
 Cancelamento de naturalização trans. Julg. – Ação 
Rescisória; 
 Recusa de cumprir obrigação – cumpri-la; 
 Em casos de suspensão – cessarem os motivos; 
 
Direitos Políticos 
 SERVIDOR PÚBLICO E EXERCÍCIO DO MANDATO 
ELETIVO – ART.38 CF 
 
“Ao entrar, limpe a ficha.” 
Lei de Inegibilidade (LC 64/90) alterada pela 
Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) 
 A inelegibilidade de um candidato pode ser pedida por 
qualquer partido político, coligação, candidato ou pelo 
Ministério Público Eleitoral perante a Justiça Eleitoral. A 
representação deverá ser feita por meio da Ação de 
Investigação Judicial Eleitoral e deve relatar fatos e indicar 
provas, indícios e circunstâncias. 
 São inelegíveis quem tiver condenação definitiva ou de órgão 
colegiado, nos seguintes casos: 
 Ocupantes de cargos eletivos: 
 Cassados por violação à Constituição Estadual ou Lei Orgânica dos 
Municípios. 
 Que tiverem suas contas recusadas 
 Que desfizerem união conjugal ou estávelpara descaracterizar 
situação de inelegibilidade. 
 Que renunciaram para não serem cassados 
 Ocupantes de cargos na administração pública condenados por abuso de poder 
econômico ou político 
 Oficiais excluídos das forças armadas 
 Profissionais excluídos da categoria por falha ético-profissional. 
 Magistrados e membros do MP aposentados compulsoriamente 
 Quem teve os direitos políticos suspensos por improbidade. 
 Demitidos do serviço público em processo administrativo. 
 Condenados por fazer doações eleitorais ilegais 
 Condenados: 
 Por crime contra a economia popular, a fé pública, a administração e o patrimônio públicos. 
 Por crime contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e por 
violação à Lei de Falências. 
 Por crime contra o meio ambiente e a saúde pública. 
 Por crime eleitoral punido com pena de prisão. 
 Por abuso de autoridade 
 Por lavagem de dinheiro, tráfico de droga, racismo, tortura e crimes hediondos 
 Por trabalho escravo 
 Por crime contra a vida e a dignidade sexual 
 Por organização criminosa, quadrilha ou bando 
 
 
DOS PARTIDOS POLÍTICOS 
 CONCEITO 
 Organização de pessoas reunidas em torno de um mesmo programa 
político com a finalidade de assumir o poder e de mantê-lo ou, ao 
menos, de influenciar na gestão da coisa pública através de críticas e 
oposição. 
 Partido Político: é uma forma de agremiação de um grupo social que se 
propõe organizar, coordenar e instrumentar a vontade popular com o 
fim de assumir o poder para realizar seu programa de governo. 
 
 Função dos Partidos 
 Organizar a vontade popular e exprimi-la na busca do poder, visando à 
aplicação de seu programa de governo. 
 Assegurar, resguardados da soberania popular, o regime 
democrático e o pluripartidarismo, a autenticidade do sistema 
representativo e a defender os direitos fundamentais da pessoa 
humana. 
 Art. 17 CF e a Lei nº 9096/1995, art. 1º; 
 Lei nº 12.034/2009 
Partidos Políticos 
 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ORGANIZAÇÃO 
PARTIDÁRIA 
a) Liberdade Partidária: É a liberdade de organização 
partidária de criar os partidos, transformá-los e extingui-los, 
a de aderir ou não a um partido, permanecer ou não filiado 
ou de desligar-se. 
 Cabe ao partido, aceitar ou não proposta de filiação, não 
cabendo à estrutura de poder interferir nos partidos para 
extingui-los. 
b) Condicionamentos à Liberdade Partidária: 
condicionada ao caráter nacional, ou seja, os partidos devem 
ser criados na esfera nacional, em acordo aos preceitos do 
funcionamento parlamentar de acordo com a lei. (Art. 
17§4º) 
Partidos Políticos 
c) Autonomia e Democracia Partidária: (art. 17§1º) 
 Quanto à matéria interna, organização e funcionamento dos partidos, 
estabelecem critérios que quiserem sobre organização e seu 
funcionamento, assim como para adotar os critérios de escolha e o 
regime de suas coligações eleitorais (EC52/2006); 
 Escolhem o sistema que melhor lhes parecer para a designação de seus 
candidatos: convenção mediante delegados eleitos apenas para o ato, ou 
com mandatos, escolha de candidatos mediante votação da militância. 
 
 
d) Disciplina e Fidelidade Partidária: Trata-se de uma determinante 
estatutária. 
 O ato indisciplinar mais sério é o da infidelidade partidária, que se 
manifesta de dois modos: Oposição: por atitude ou pelo voto, a 
diretrizes legitimamente estabelecidas pelo Partido; Apoio ostensivo ou 
disfarçado a candidatos de outra agremiação. 
 Sanções que podem ir da simples advertência até a exclusão, mas a CF 
não permite a perda do mandato por infidelidade partidária. (Exc.) 
O Tribunal Superior Eleitoral editou a Resolução-TSE nº 22.610, de 
25.10.2007, alterada pela Resolução-TSE nº 22.733, de 11.03.2008, que 
disciplina o processo de perda de cargo eletivo e justificação de desfiliação 
partidária. 
De acordo com a Resolução, o partido político interessado pode pedir, perante 
a Justiça Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de 
desfiliação partidária sem justa causa. 
Conforme § 1º, do art. 1º, considera-se justa causa a incorporação ou fusão do 
partido, a criação de novo partido, a mudança substancial ou desvio reiterado 
do programa partidário e grave discriminação pessoal. 
Podem formular o pedido de decretação de perda do cargo eletivo o partido 
interessado, o Ministério Público Eleitoral e aqueles que tiverem interesse 
jurídico, de acordo com a norma. 
O TSE é competente para processar e julgar pedido relativo a mandato 
federal. Nos demais casos, é competente o Tribunal Eleitoral do respectivo 
estado. 
 
Situação polêmica: 
Partidos Políticos 
 EC 52 
 Assegurou aos Partidos Políticos o direito de estabelecer 
coligações eleitorais, vedando, contudo, a obrigatoriedade 
da vinculação entre as candidaturas nas diversas esferas 
de poder. A denominada verticalização, ou seja, a 
obrigatoriedade de os partidos repetirem as mesmas 
alianças em pleitos federais, estaduais e municipais era 
uma tentativa de exigir uma maior coerência 
programática entre os partidos coligados. 
Partidos Políticos 
 e) Sistema de Controles dos Partidos Brasileiros: 
 A CF não coloca em seu texto um controle quantitativo de 
partidos, mas poderá existir lei que o defina. 
 Controle qualitativo: ainda é o da vedação de utilização 
pelos partidos políticos de organização paramilitar, que 
significa repelir partidos fascistas, nazistas ou integralistas. 
 Controle Financeiro: (art. 17, I e II), proíbe recebimentos 
pelos partidos de recursos financeiros de entidade ou governo 
estrangeiro ou de subordinação. Dever de prestar contas de 
sua administração financeira à Justiça Eleitoral. (art.17§3º, 
Fundo Partidário). 
Partidos Políticos 
 PERSONALIDADE JURÍDICA 
 Trata-se de pessoa jurídica do direito privado art. 17§2º. 
 A constituição dos partidos políticos consolida-se na forma 
da lei civil, junto ao Cartório de Registro de Títulos e 
Documentos e, posteriormente, já tendo adquirido a 
personalidade jurídica, formaliza-se através do registro de 
seus estatutos perante o TSE. 
 O partido é uma associação de pessoas para fins políticos 
comuns e tem caráter permanente – no que se encontram os 
elementos básicos do conceito de “instituição”. 
Partidos Políticos 
 PARTIDOS E REPRESENTAÇÃO POLÍTICA 
 É que o fenômeno partidário permeia todas as 
instituições político-governamentais: separação de 
Poderes, o sistema eleitoral, a técnica e 
representação política, sistema representativo; 
 São intermediários pode onde se realiza a 
representação política do povo, desde que no 
sistema pátrio não se admitem candidaturas 
avulsas, se não for registrado por um partido 
(art.14, §3º). 
Partidos Políticos 
 PARTIDOS E EXERCÍCIO DO MANDATO 
 É o instrumento pelo qual o povo governa. 
 Os partidos políticos deverão desenvolver diversas formas 
de atividades, tais como: 
 permitam aos cidadãos participar nas funções públicas; 
 atuem como representantes da vontade popular e da opinião 
pública; 
 instrumentem a educação política do povo; 
 facilitem a coordenação dos órgãos políticos do Estado.

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