Buscar

Aulas 1 a 10

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Aula 01 – Estudo de Resíduos
Normas (ABNT) referentes a resíduos:
• 1987 – A primeira edição das normas da ABNT referentes a resíduos sólidos foi publicada em 1987, e baseou-se, fundamentalmente, em um modelo norte-americano.
• 1993 – Por volta de 1993, houve uma tentativa de se revisar a ABNT NBR 10.004:1987, sendo elaborado um Projeto de Norma identificado como PN 1:603.06-008. Entretanto, esta não foi finalizada ou aprovada.
• 2000 – Mais recentemente, a ABNT, com o objetivo de revisar as normas relacionadas à classificação de resíduos, formou uma Comissão de Estudo Especial Temporária de Resíduos Sólidos em novembro de 2000, que resultou na atual NBR 10.004, publicada em 31 de maio de 2004.
Conforme a NBR 10.004/2004, resíduos sólidos são definidos como: resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível.
Classificação dos resíduos sólidos
Resíduos Sólidos Municipais (RSM):
Resíduos domésticos ou residenciais – também conhecido como lixo doméstico, gerados nas atividades diárias de residências (casas, apartamentos, etc) constituídos por restos de alimentos, embalagens de papel/papelão, plástico, vidro, papel higiênico, fraldas descartáveis, lâmpadas, pilhas, entre outros.
Resíduos comerciais e de serviços – resíduos gerados em estabelecimentos comerciais, como hotéis, bancos, restaurantes, constituídos por restos de alimentos, embalagens de papel/papelão, papel higiênico, papéis toalha.
Resíduos de limpeza pública – que englobam resíduos de varrição (terra, areia, poeira, folhas e restos vegetais), assim como papéis, embalagens e restos de alimentos.
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS): 
Compreendem todos os resíduos gerados nas instituições destinadas à preservação da saúde da população, tais como farmácias, hospitais, clínicas médicas, odontológicas e veterinárias, postos de saúde etc.
Resíduos de Construção Civil (RCC):
Também denominados entulhos, são aqueles oriundos de obras civis, compostos de materiais inertes, tais como concreto, argamassa, madeira, plásticos, papelão, vidros, cerâmica, terra e areia, e de outros compostos como tintas, sucatas metálicas etc.
Resíduos Sólidos Industriais (RSI):
São aqueles gerados pelas diversas atividades industriais, podendo apresentar características muito distintas.
Resíduos de fontes especiais:
Resíduos, que, por suas características peculiares, necessitam de cuidados especiais, englobando resíduos radioativos, agrícolas, de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários, entre outros.
Impactos ambientais relacionados aos resíduos sólidos
Os impactos ambientais promovidos por resíduos sólidos são intensos, de difícil resolução e bastante preocupantes. O controle da poluição por resíduos sólidos é extremamente complexo e diferente do controle das demais formas de poluição, à medida que tanto os poluentes das águas como os do ar, mesmo que causem efeitos extremamente negativos ao meio ambiente, acabam por se diluir, afastar ou misturar, perdendo sua identidade.
Já os resíduos sólidos, cuja degradação costuma ser bastante lenta, convertem-se em uma fonte de poluição independente até da atividade que os gerou, na medida em que podem ser dispostos longe de sua fonte geradora e, onde quer que se encontrem, podem se constituir numa fonte viva de poluição, mesmo que seu gerador já nem mais exista.
A produção de resíduos sólidos é crescente, o que é confirmado por análises estatísticas. A geração de resíduos no mundo gira em torno de 12 bilhões de toneladas por ano, e até 2020 o volume previsto é de 18 bilhões de toneladas/ ano (UNEP-EEA, 2007).
Conceito de avaliação do ciclo de vida dos produtos
Toda matéria-prima retirada da natureza e que sofre as modificações do processo produtivo pelas indústrias, e que é consumida, de alguma forma, inevitavelmente retorna à natureza. Por isso, é fundamental que o planejamento e produção contemplem uma análise do ciclo de vida do produto.
O ciclo de vida de um produto pode ser entendido como a história completa do produto através de suas fases de vendas: introdução, crescimento, maturidade e declínio. É o conceito de obsolescência planejada, ou seja, os produtos já nascem com data prevista para serem retirados do mercado.
O custo total de produção de um produto deveria contemplar todos os custos do ciclo de vida, em toda a cadeia de valor, que inclui: Custo Total de Produção (Extração, transformação, transporte, uso, reuso, manutenção, reciclagem retorno e deposição final).
Nesse processo, os custos ambientais vêm crescendo sistematicamente em função de exigências legais e sociais, e por isso mesmo, sua identificação, mensuração, evidenciação e gestão passam a ser fator crítico do sucesso das empresas.
Essa avaliação visa identificar todos os custos e benefícios internos e externos associados com o produto ou atividade, através dos estágios de sua vida, para a empresa e para a sociedade.
Gestão dos custos ambientais
A gestão dos custos ambientais está associada aos impactos da atividade, que são identificados através de direcionadores de atividades e de custos, característicos dos sistemas de custeio por atividade.
Os custos de um produto envolvem a produção passada, presente e futura, em todo o seu ciclo de vida. Logo, uma adequada avaliação permitirá gerir os custos presentes e futuros e, com isso, seu aprimoramento.
No processo de avaliação, estão incluídos todos os participantes diretos da cadeia de valor — como os fornecedores e consumidores — e aqueles indiretamente interessados no desempenho ambiental da cadeia de valor, incluindo-se entre eles governos, sociedade, ambientalistas, comunidade, vizinhança, população em geral e até as gerações futuras, conforme proposto pela ONU, no conceito de desenvolvimento sustentável.
Exemplo de caso concreto de impactos negativos causados pelos resíduos sólidos: O aterro municipal de Gramacho – Rio de Janeiro.
Aula 02 – Legislação Ambiental de Resíduos
A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81):
Esta lei é a referência mais importante na proteção ambiental, propondo inúmeras inovações. No plano dos instrumentos de ação, institui a avaliação de impacto ambiental, e o licenciamento ambiental, anteriormente existente na legislação de alguns estados.
Foi bastante relevante ao criar na esfera institucional uma estrutura articulada de órgãos governamentais dos três níveis do governo:
SISNAMA (O Sistema Nacional do Meio Ambiente) – Regulamentada pelo Decreto 99.274, de 6 de junho de 1990, sendo constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e pelas Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
CONAMA (O Conselho Nacional do Meio Ambiente) – É o órgão consultivo e deliberativo do SISNAMA. É composto por Plenário, Comitê de integração de políticas ambientais, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e constituído por um colegiado representativo de cinco setores, a saber: órgãos federais, estaduais e municipais, setor empresarial e sociedade civil.
Propostas da PNMA:
• A compatibilização do desenvolvimento econômico-social, com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
• A difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações ambientais.
• A formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico.Avançando na busca do equilíbrio homem/ natureza, a Lei 12.305/10 é resultado de ampla discussão entre governo, instituições privadas, organizações não governamentais e a sociedade civil.
Uma grande inovação dessa lei consiste nos planos de gestão dos resíduos sólidos, em que todas as unidades da federação e ainda o setor produtivo estão obrigados a realizar no sentido de promover o manejo dos resíduos sólidos (Rauber, 2011).
Princípio do Poluidor Pagador (PPP)
Um dos grandes avanços da Política Nacional do Meio Ambiente foi estabelecer “a imposição ao usuário, da contribuição pela utilização dos recursos ambientais com fins econômicos e da imposição ao poluidor e ao predador da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados”.
O Princípio do Poluidor Pagador é normativo de caráter econômico, porque imputa ao poluidor os custos decorrentes da atividade poluente. Portanto, o poluidor deve arcar com os custos das medidas necessárias para assegurar que o ambiente esteja num estado aceitável.
O objetivo maior do princípio do poluidor pagador é fazer não apenas com que os custos das medidas de proteção do meio ambiente sejam suportados pelos agentes que as originaram, mas também que haja a correção e/ou eliminação das fontes potencialmente poluidoras.
Resumidamente, o PPP tem três funções primordiais: a de prevenção, reparação e a de internalização e redistribuição dos custos ambientais.
Aplicações do Princípio do Poluidor Pagador
E m alguns casos, mesmo sendo aplicadas medidas de prevenção, o dano ambiental pode ocorrer, quando ultrapassa a margem de segurança dos padrões ambientais previamente estabelecidos. Deste fato, decorrem duas constatações:
Os poluidores que desrespeitaram os níveis máximos de poluição permitida pela norma ambiental. Aplicam-se, neste caso, as normas ambientais referentes à ação praticada pelo poluidor, como, por exemplo, multas ou punição por crimes ambientais.
B. No que tange à utilização dos instrumentos econômicos, infere-se que o PPP não foi corretamente empregado e, portanto, o interesse social visado pela norma ambiental não foi alcançado.
Tal fato reforça a necessidade de proceder-se uma avaliação periódica e sistemática da legislação ambiental, para a melhora de seus resultados.
O Princípio do Poluidor Pagador: a coletividade e a atividade produtiva
Da mesma forma que o Poder Público, a coletividade (indivíduos, associações civis, pessoas jurídicas, grupos) também pode ser responsabilizada pela omissão ambiental. Todavia, não será toda a coletividade responsável pelo dano, mas sim o integrante da coletividade responsável pelo descumprimento das normas ambientais.
Se a poluição for desencadeada por uma atividade produtiva, a produção pode voltar-se tanto para o consumo quanto para o mercado. Na primeira hipótese, temos apenas o poluidor direto, enquanto que no segundo caso, verifica-se a existência de um poluidor direto e um poluidor indireto.
Uma vez determinado quem é o poluidor, é preciso determinar quais os custos a ele imputados. No entanto, a legislação ambiental impõe ao causador do dano ambiental o dever de corrigir, recuperar e/ou eliminar os efeitos negativos para o ambiente.
Portanto, o poluidor suporta tanto os custos necessários para a prevenção e reparação dos danos ambientais, quanto para a redução dos efeitos negativos da ação lesiva ao meio ambiente.
Licenciamento Ambiental
A autorização concedida para a realização da atividade é denominada de licença ambiental, um dos instrumentos mais importantes da política ambiental. Tem caráter preventivo, uma vez que seu emprego visa evitar a ocorrência de danos ambientais.
O licenciamento ambiental no Brasil começou em alguns estados em meados da década de 1970. A legislação moderna sobre licenciamento ambiental começou no Rio de Janeiro pela obrigatoriedade estabelecida através do decreto-lei 134/75 de prévia autorização para operação e funcionamento de instalação de atividades real ou potencialmente poluidoras.
Além disso, através do decreto-lei 1.633/77 instituiu-se o sistema de licenciamento de atividades poluidoras, estipulando que o estado deve emitir licença prévia, licença de instalação e licença de operação. Modelo este que foi também adotado pela legislação federal.
Na legislação federal, o licenciamento aparece como um dos instrumentos da política nacional do meio ambiente, descrito como licenciamento e revisão de atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.
Licenças expedidas pelo Poder Público: 
Licença Prévia (LP) – Será expedida na fase preliminar do planejamento das atividades, contendo requisitos básicos a serem atendidos nas fases de localização, instalação e operação, observados planos estaduais ou federais de uso do solo.
Licença de Instalação (LI) – Será expedida, autorizando o início da implantação, de acordo com as especificações constantes no projeto executivo aprovado.
Licença de Operação (LO) – Será expedida, autorizando, após as verificações necessárias, o início da atividade licenciada e o funcionamento de seus equipamentos de controle de poluição, de acordo com o previsto nas licenças prévias e de instalação.
Lei de Crimes Ambientais (9.605/98)
A Lei nº 9.605/98 trouxe grandes avanços para o Direito Ambiental no Brasil. As legislações anteriores acerca deste tema não eram muito claras. Esta nova lei, editada em 1998, introduziu em nível de norma infraconstitucional a responsabilidade penal da pessoa jurídica no Direito brasileiro. Esta lei sofreu influência de legislações de outros países, como exemplo de Portugal e França.
Um dos maiores problemas encontrados nesta lei é que ela não distingue o tipo de pessoa jurídica que pode ser punida criminalmente pela prática de crimes previstos. Sendo assim, até mesmo as pessoas jurídicas de direito público podem ser responsabilizadas se incorrerem na prática de algum dos crimes.
Partindo para o plano prático da questão, a responsabilidade da pessoa jurídica já encontra previsão civil e administrativa que se mostra mais eficaz do que o Direito Penal, principalmente, porque a responsabilidade das pessoas físicas que ensejaram o fato já está prevista no ordenamento jurídico penal.
Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/10)
A Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos.
Aula 03 – Origem e Fontes de Resíduos Sólidos
Classificação dos resíduos sólidos
A classificação dos resíduos sólidos é uma etapa inicial, indispensável e fundamental na gestão de resíduos, para que se possa planejar e executar de forma eficaz e viável o gerenciamento.
Isso é realizado através de estudos que evidenciem as características e propriedades dos diferentes resíduos. De forma inicial, estes são classificados de acordo com suas origens e graus de periculosidade.
A origem também identifica a responsabilidade do gerenciamento e as normas legais relacionadas. Quanto a origem, os resíduos podem ser classificados em: domiciliares, comerciais e públicos, em conjunto denominamos de:
• Resíduos Sólidos Urbanos (RSU);
• Resíduos Sólidos Industriais (RSI);
• Resíduos de Serviços de Saúde (RSS);
• Resíduos de aeroportos, portos, terminais rodoviários, construção civil (RCD).
Classificação dos resíduos sólidos urbanos
Os resíduos sólidos urbanos podem ser classificados em:
• Domiciliar: Com origem nas residências, constituído por aproximadamente 50% de material orgânico, embalagens, plásticos de diversos tipos, vidros, papéis, fraldas descartáveis, papel higiênico, metais e uma variedade bem ampla de possibilidades.
• Comercial: Com origem nos estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços como lojas, supermercados, shoppings centers, bares, restaurantes, estabelecimentos públicos como bancos, estes resíduos têm predominância do papel, papelões,plásticos diversos e embalagens em geral.
• Público: Originados nos serviços de limpeza urbana, varrição de ruas, galerias, praias, podas de árvores, limpezas de terrenos e córregos.
Aula 04 – Análise e Classificação dos Resíduos Sólidos
Classificação dos resíduos de acordo com a periculosidade
• Resíduos perigosos ou Classe I (laranja): Possuem uma ou mais características como inflamabilidade, corrosividade, toxicidade, reatividade e patogenicidade. São classificados em inertes (Classe II-B) e não inertes (Classe II-A).
• Resíduos não perigosos ou Classe II: Têm propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade e solubilidade em água. Resíduos orgânicos, por exemplo.
Obtenção de extrato lixiviado de resíduos sólidos
Lixiviação é o processo para determinação da capacidade de transferência de substâncias orgânicas e inorgânicas presentes no resíduo sólido, por meio de dissolução no meio extrator.
Consideram-se compostos voláteis 25 substâncias, entre as quais: acetato de etila, acetona, álcool n-butílico, benzeno e mais 21 outras. 
Requisitos para a obtenção de extrato solubilizado de resíduos
NBR 10.006 – Para os efeitos da NBR 10.006, são determinados os requisitos exigíveis para a obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados na ABNT NBR 10.004 como classe II A - não inertes – e classe II B – inertes. É importante destacar que a norma citada não se aplica aos resíduos no estado líquido. Requisitos e etapas:
• Aparelhagem;
• Reagente e materiais;
• Amostragem de campo;
• Procedimento;
• Interpretação dos dados.
NBR 10.007 – Para os efeitos da norma 10.007, são determinados os requisitos exigíveis para a amostragem de resíduos sólidos. Para os efeitos desta norma, aplicam-se as seguintes definições:
• Amostra composta
• Amostra homogênea
• Amostra representativa
• Amostra simples
• Amostrador
• Contêiner de resíduos
• Pilha ou monte
• Quarteamento
• Tambor
• Tanque de armazenagem
• Técnico de amostragem
Preparação para amostragem
Estabelece as linhas básicas a serem observadas, antes de se retirar qualquer amostra, com o objetivo de definir o plano de amostragem. O objetivo da amostragem é a coleta de uma quantidade representativa de resíduo, visando determinar suas características quanto à classificação, métodos de tratamento etc. Etapas a serem executadas:
• Pré-caracterização de um resíduo;
• Plano de amostragem;
• Seleção do amostrador;
• Ponto de amostragem;
• Volume de amostra;
• Identificação e ficha de coleta;
• Procedimentos de amostragem;
• Amostragem de resíduos sólidos heterogêneos;
• Preservação e tempo de armazenagem de amostras.
Aula 05 – Aspectos Técnicos e Sociais de Resíduos
A produção de resíduos sólidos
A Lei Federal que institui a PNRS definiu a coleta seletiva como a coleta de resíduos sólidos previamente separados de acordo com a sua constituição e composição, devendo ser realizada por municípios como forma de encaminhar as ações destinadas ao atendimento do princípio da hierarquia na gestão de resíduos.
A limpeza urbana é um termômetro que indica a eficiência da gestão de resíduos sólidos. No Brasil, a PNRS determina que cabe ao poder público local o gerenciamento dos resíduos sólidos produzidos em suas cidades.
Normas para a execução da PNRS
O decreto nº 7.404/2010 estabelece normas para a execução da Política Nacional de Resíduos Sólidos, tendo criado o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa. Nesse mesmo decreto, em seu capítulo II, é determinada a regulamentação da coleta seletiva, sua importância, seus procedimentos e gestores.
Fica evidente que deve haver um sincronismo de ações e interesses entre os participantes desse processo, que resumidamente é mostrado a seguir.
Os geradores de resíduos sólidos segregam previamente os resíduos, conforme sua constituição ou composição. Dispõem-nos adequadamente, na forma estabelecida pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
Sistema de Coleta Seletiva
O sistema de coleta seletiva será implantado pelo titular do serviço público de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e deverá estabelecer, no mínimo, a separação de resíduos secos e úmidos. Progressivamente, deve ser estendido à separação dos resíduos secos em suas parcelas específicas, segundo metas estabelecidas nos respectivos planos. É prioritária a participação de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, constituídas por pessoas físicas de baixa renda.
Os sujeitos participantes desse processo devem ser devidamente mobilizados para participar do planejamento, devendo desempenhar um papel ativo não só através da coleta, mas como do fornecimento de dados quando necessário, contribuindo nas decisões e atuando como propositores de melhorias nos procedimento. As responsabilidades de cada interessado devem ser claras e bem definidas, para evitar a duplicação de trabalho.
RESOLUÇÃO CONAMA nº 275/2001
Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.
Princípio dos 3 Rs:
• Redução (do uso de matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras);
• Reutilização direta dos produtos;
• Reciclagem de materiais. 
Reduzir
Significa diminuir a quantidade de resíduos gerados. Os consumidores devem adotar hábitos de consumos saudáveis, como adquirir produtos que realmente serão utilizados e que sejam reutilizáveis.
 
Além disso, significa avaliar tudo que consumimos atualmente, distinguir o que é verdadeiramente importante do que é absolutamente supérfluo e reduzir estes últimos. Deve-se analisar a qualidade e a quantidade do que se compra. Adquirir produtos simples e duráveis.
Reutilizar
Significa utilizar novamente o mesmo produto ou embalagem, dando assim um novo uso para as coisas, evitando que gerem lixo.  Há um grande número de produtos que podem ser reutilizados. Exemplos comuns são garrafas de plástico/vidro para o armazenamento de líquidos e recipientes diversos para organizar os materiais de escritório.
Reciclar
Significa promover a transformação dos materiais para a produção de matéria-prima para outros produtos, por meio de processos industriais ou artesanais. É fabricar um produto a partir de um material usado. Podemos produzir papel reciclando papéis usados. Papelão, latas, vidros e plásticos também podem ser reciclados.
A separação também é necessária para o descarte adequado de resíduos perigosos. Destes princípios, este é o que envolve uma grande logística para se tornar eficaz. É necessário um sistema de coleta, destinação adequada, tratamento adequado e redistribuição. Demanda um grande esforço e cooperação da sociedade.
Princípio dos 3 Rs
A prática do princípio dos 3 Rs é altamente relevante para alcançarmos uma série de resultados que nos conduzam à sustentabilidade ambiental. A redução de geração de resíduos implica em menos recursos ambientais a serem explorados para a produção de novos bens, evitando a degradação, contaminação e poluição do ambiente.
Além disso, a exploração dos recursos ambientais pode promover o desaparecimento de materiais, desequilíbrios ecológicos e extinção de espécies, dentre elas a humana. O resultado da prática dos 3 Rs é, portanto, uma melhor qualidade de vida.
Aula 06 – Técnicas de Reciclagem
Tratamento e reciclagem da matéria orgânica
De todos os materiais apresentados, a matéria orgânica é a que apresenta a maior geração: cerca de 51%. Porém é ela que apresenta o menor valor percentual de tratamento e reciclagem: cerca de 1,6% do total.
De acordo com a NBR 13.591/1996, a compostagem é um processo de decomposição biológica da fração orgânica biodegradável dos resíduos, efetuado por umapopulação diversificada de organismos, em condições controladas de aerobiose e demais parâmetros, desenvolvido em duas etapas distintas: uma de degradação ativa e outra de maturação.
A compostagem possibilita a transformação de resíduos orgânicos em um composto de grande valor fertilizante para as plantas e solo. Trata-se de um processo que permite a reciclagem dos resíduos orgânicos, possibilitando seu reaproveitamento em detrimento da mera disposição final, que no geral implica em impactos ambientais negativos.
Tratamento de resíduos plásticos
A origem de praticamente todo o plástico que se utiliza hoje é do petróleo, além do gás natural, ambos combustíveis fósseis, não renováveis. Os plásticos levam muito tempo para se decompor, uma vez descartados como resíduos sólidos domésticos.
Os plásticos que amolecem ao serem aquecidos (termoplásticos) podem ser submetidos a repetidos processos de aquecimento e moldagem e, por isso, são passíveis de reciclagem.
Tratamento de reciclagem de papéis
A indústria de papel e celulose tem grande importância no Brasil, sendo responsável por aproximadamente 1% do PIB do país. O papel é fabricado a partir de matéria-prima de fonte renovável ou blenda de matéria-prima de fonte renovável e não renovável; 100% biodegradável.
Apesar de estes materiais serem biodegradáveis, existem impactos da produção do papel, que estão relacionados ao desmatamento de árvores nativas e plantio de monoculturas de eucalipto para sua produção e nos resíduos gerados durante seu processo de fabricação.
A diminuição da biodiversidade é uma das causas de aumento da probabilidade de desequilíbrios ecossistêmicos. Neste sentido, a reciclagem é fundamental na busca pela sustentabilidade. Para que o papel seja passível de reciclagem com qualidade, ele não pode estar “contaminado” com materiais tais como ceras, plásticos, manchas de óleo e tintura, terra, pedaços de madeira, barbantes, cordas, metais, vidros etc., que podem dificultar o processo de reciclagem.
Tratamento e reciclagem de vidros
O vidro é um material obtido a partir da fusão de matérias-primas, principalmente minerais, e resfriado até uma condição de rigidez, sem se cristalizar. É um material não poroso comum, que resiste a temperaturas de até 150ºC sem deformar, por isso pode ser reutilizado várias vezes para a mesma finalidade.
Sua reciclagem, além de poupar uma boa parte dos recursos naturais, também consome menor quantidade de energia e emite menos material particulado. Outros aspectos a considerar ao se reciclar o vidro é a menor geração e descarte de resíduos sólidos urbanos, a redução nos custos de coleta urbana e o aumento da vida útil dos aterros sanitários (SMA, 2010).
Metais
Os metais são materiais de elevada durabilidade, resistência mecânica e facilidade de conformação. Poucos metais, como o ouro e o cobre, são encontrados na forma nativa, ou seja, em estado metálico, na natureza.
Portanto, a obtenção de metais e suas ligas depende da extração e processamento de minérios extraídos de solos e rochas são geralmente processos altamente intensivos em termos de consumo de energia e, na maioria dos casos, a produção de metais gera grande quantidade de resíduos e emissões.
Entretanto, os benefícios da utilização dos metais e ligas superam largamente estes problemas ligados à sua extração e produção.
Técnicas de reciclagem de outros materiais: pneus
Inevitavelmente, todo pneu se tornará inservível, transformando-se em um resíduo com potencial de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública, pois sua principal matéria-prima, a borracha vulcanizada, é de difícil degradação.
A resolução CONAMA No 258/1999, em seu Art.1o, determina:
As empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no território nacional, na proporção definida nesta Resolução relativamente às quantidades fabricadas e/ou importadas.
Lâmpadas
Existem vários tipos de lâmpadas com várias tecnologias de iluminação, tonalidade, tamanho e poder luminoso. As lâmpadas incandescentes podem conter ou não halogênio em seu filamento. Este tipo de lâmpada é pouco eficiente em termos energéticos.
As lâmpadas fluorescentes atuais possuem cerca de 21 mg de mercúrio, variando de acordo com o tamanho, tipo e fabricante. As lâmpadas de descarga fluorescente utilizam a energia necessária para excitar os átomos do gás mercúrio e as lâmpadas LED (light emitting diode).
Do total de lâmpadas fluorescentes consumidas, 94% são descartadas em aterros de resíduos sólidos domiciliares, gerando grandes riscos de contaminação do ambiente, principalmente durante o manuseio e na quebra das lâmpadas, por causa do mercúrio.
No caso das lâmpadas incandescentes, estas não são recicladas no Brasil, uma vez que nenhum de seus constituintes apresenta valor comercial que justifique a separação para sua recuperação. Por outro lado, seu descarte não representa um risco ambiental como no caso das lâmpadas fluorescentes.
Eletroeletrônicos
São os televisores, rádios, telefones celulares, eletrodomésticos portáteis, todos os equipamentos de microinformática, vídeos, filmadoras, ferramentas elétricas, DVDs, brinquedos eletrônicos e milhares de outros produtos concebidos para facilitar a vida moderna. Como esses produtos têm um tempo curto de vida, já que inovações tecnológicas ocorrem cada vez mais rapidamente, também se tornam resíduos em um curto espaço de tempo. Resíduo eletroeletrônico é todo resíduo resultante da rápida obsolescência de equipamentos eletroeletrônicos.
Responsabilidade compartilhada e logística reversa
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto é um conceito inovador que envolve o entendimento e comprometimento de toda a sociedade. A logística reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social que permite a coleta do que foi consumido e sua restituição ao setor empresarial, para o reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou em outros ciclos. Trata-se do caminho de volta que o produto percorre, após ser vendido e consumido.
Aula 07 – Gestão Integrada de resíduos sólidos
A gestão integrada de resíduos sólidos é uma questão de relevância na sociedade contemporânea.
Em 2010, através da Lei 23.705, o Brasil alça o marco regulatório para definir de forma integral as responsabilidades relacionadas a resíduos sólidos.
Para que seja possível alcançar o definido na PNRS, faz-se necessário a elaboração de planos de gestão de resíduos sólidos, nos níveis federal e estadual. Cabe ressaltar que, em relação aos municípios, o plano de gestão está integrado no plano de saneamento básico municipal.
Um plano integrado de gestão de recursos sólidos pode ser compreendido como o conjunto de ações cujo objetivo é a resolução dos problemas ocasionados pelos resíduos sólidos levando-se em consideração as dimensões política, econômica ambiental, cultural e social, com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável.
Dimensões da gestão de resíduos sólidos
A gestão integrada de resíduos sólidos consiste de três dimensões:
• Interessados
São sujeitos da sociedade civil ou de organizações que tenham ou não interesses em comum com relação à problemática dos resíduos. Esses interessados desempenham funções as mais variadas na sociedade e apresentam também visões, expectativas e interesses distintos com relação ao gerenciamento de resíduos.
No entanto, o gerenciamento de resíduos sólidos tem como objetivo fazer com que estes sujeitos sincronizem suas propostas e ações em busca de um bem comum.
• Elementos do sistema de resíduos
Referem-se a como os resíduos sólidos são manejados e para onde são destinados. Em particular, este último ponto tem importantes implicações ambientais e, por esta razão, vários entes nacionais de meio ambiente têm adotado a ideia de uma hierarquia no gerenciamento de resíduos como uma diretriz da política operacional.
Em consonância à Lei Federal 12.305, cria também uma hierarquia que deve ser observadapara a gestão dos resíduos: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, instituindo uma ordem de precedência que deixa de ser voluntária e passa a ser obrigatória.
• Sustentabilidade
Estes aspectos podem ser definidos como norteadores do processo de avaliação do gerenciamento integrado de resíduos sólidos. A dimensão na qual se analisa a eficácia dos procedimentos adotados e, de acordo com os resultados, fazem-se os devidos ajustes, ou se é necessário propor um novo sistema.
Fases do planejamento da gestão de resíduos sólidos
• Fase de mobilização 
É a fase anterior ao início do processo de planejamento. Na fase inicial de planejamento da GIRS, é importante pôr em prática atividades que mobilizarão o processo de planejamento.
Essas atividades estão principalmente relacionadas com as atividades de apoio à mobilização, que incluem o apoio político e a participação dos interessados. Além disso, este esforço deve ser apoiado pelos governos nacional, regional e local/municípios, para se chegar a uma conclusão sobre as alternativas preferíveis e mais viáveis.
• Fase do status
É a fase na qual uma linha base abrangente da situação atual na GRS é criada. O objetivo da linha base é avaliar a gama de aspectos institucionais e técnicos da GRS atual e definir lacunas e restrições importantes. Esta gestão valiosa de informações forma o marco para o projeto de um sistema melhorado de GRS.
• Fase de planejamento
Esta fase envolve todas as atividades necessárias para preparar um plano de ação apropriado de GRS. A parte do planejamento é preparada de acordo com a linha base, as exigências definidas pela legislação nacional e os pressupostos relevantes para a projeção de desdobramentos futuros. Definir metas e objetivos é uma atividade central da fase de planejamento e um pré-requisito para o projeto do plano de ação.
• Fase de implementação
Após o desenvolvimento do plano de GRS, seus pressupostos são postos em prática através dos sistemas legislativo, tecnológico e logístico apropriados. É preparado um programa de implementação.
• Fase de monitoramento e revisão
Uma pergunta importante no processo de planejamento é se o sistema atual ou planejado de gerenciamento de resíduos é o meio mais eficiente de alcançar os objetivos definidos. Para tal avaliação, as metas do gerenciamento dos resíduos devem ser trazidas para um nível passível de avaliação e devem ser definidos critérios que permitam avaliar o sistema de gerenciamento de resíduos em bases quantificáveis.
Instrumentos legislativos
A promulgação de legislação adequada é fundamental para o desenvolvimento e a implementação bem sucedida dos planos de gestão de resíduos sólidos em todos os níveis. Os instrumentos legislativos podem ser usados como um meio extra de pressão, para alcançar os objetivos estratégicos definidos pelo plano GRS.
Mais especificamente, este tipo de instrumento oferece uma base legal para regular o comportamento de pessoas físicas e jurídicas, garantindo assim a base legislativa para a implementação do plano de gestão de resíduos, manutenção de sistemas de coleta e descarte de resíduos, e fornecendo a base para a execução e as sanções.
Instrumentos econômicos
Os instrumentos econômicos utilizados para a implementação de um plano GIRS podem desempenhar um papel duplo. Em primeiro lugar, eles podem ser usados para assegurar que os custos de serviços de gestão de resíduos sejam recuperados. Em segundo lugar, para influenciar o comportamento de geradores de resíduos, visando causar menos pressão sobre o ambiente, e assegurando, ao mesmo tempo, a direção preferida do fluxo de resíduos.
Os instrumentos econômicos podem, portanto, promover uma utilização otimizada dos serviços e proporcionar incentivos para reduzir a produção de resíduos.
A título indicativo, são mencionados alguns instrumentos econômicos:
• Impostos sobre aterro sanitário;
• Taxas ou encargos sobre a coleta de resíduos;
• Taxas ou encargos sobre resíduos tratados.
Instrumentos de comunicação
A comunicação eficiente é crucial para o sucesso global e para a sustentabilidade de um plano de GIRS. A melhor maneira de sensibilizar o público em torno de questões de gestão de resíduos é através da informação e educação.
As autoridades devem igualmente envolver a comunidade local e outros parceiros externos de maneira inovadora e ativamente em uma fase precoce. Uma consulta adequada deve ser contínua ao longo do processo de desenvolvimento do sistema de GIRS.
Instrumentos organizacionais/institucionais
São muito comuns, especialmente nos países em desenvolvimento, as mudanças que um plano de GIRS exige para se diferenciar muito das práticas atuais de gestão de resíduos.
Por essa razão, o conhecimento de novas tecnologias e métodos, juntamente com formação em todos os níveis são necessários, e isto é conseguido através de programas de capacitação.
Plano de avaliação da gestão integrada de resíduos sólidos
O monitoramento e avaliação do desempenho da implementação de um PGIRS constituem uma parte essencial e integrante do processo de planejamento, garantindo que o plano continue a ser relevante para suas metas e objetivos ao longo do tempo, e que a gestão sustentável de resíduos seja alcançada.
O monitoramento e avaliação visam melhorar a prestação de serviço, determinar se os objetivos são atingidos e ajudar na identificação de áreas para melhorias.
Eles ainda asseguram que o progresso na implementação do plano de GIRS está no caminho certo. De acordo com o programa de implementação, os ajustes e aperfeiçoamentos podem ser feitos quando necessário.
Aula 08 – Elaboração do plano de gestão de resíduos
Gerenciamento de resíduos sólidos (GRS)
O GRS é mais complexo onde o volume crescente e os tipos de resíduos, como resultado do crescimento econômico, urbanização e da industrialização, estão se tornando um problema marcante para os governos nacionais e locais, como é o caso do Brasil.
Considerando os problemas que a gerenciamento inadequado e ineficiente de resíduos pode causar, muitos países identificaram a necessidade de esboçar planos de gerenciamento de resíduos sólidos. Entretanto, em muitas ocasiões isso não é factível, principalmente por questões relacionadas à falta de recursos ou insuficiente capacidade técnica ou institucional.
Coleta Seletiva e Reciclagem
A coleta seletiva e a reciclagem são elementos básicos e indispensáveis de todo sistema moderno de GRS, não apenas por razões ambientais, mas também por razões financeiras. A Lei 12.305 fornece os princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a GRS integrada no Brasil, incluindo resíduos perigosos, as responsabilidades dos geradores e do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis. O novo arcabouço legal brasileiro está em linha com as práticas globais no estado da arte da GRS, com o objetivo, entre outras ações, de:
• Proteger a saúde pública;
• Alcançar uma gestão integrada e ambientalmente eficiente dos resíduos;
• Manter a qualidade ambiental;
• Adotar, desenvolver e melhorar as tecnologias limpas, para minimizar os impactos ambientais;
• Reduzir o volume de resíduos perigosos.
A Lei Nacional de Resíduos Sólidos define três áreas básicas a serem abordadas:
I - A preparação de planos de resíduos sólidos;
II - O princípio de responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos entre governo, empresas e público.
III - A participação dos catadores de recicláveis e de materiais reutilizáveis no sistema de logística reversa.
Autoridades Públicas
A Lei Nacional dos Resíduos Sólidos define que as autoridades municipais são os principais responsáveis pela gestão da limpeza urbana e da coleta e disposição final do lixo. Além disso, as autoridades municipais devem estabelecer a coleta seletiva dos recicláveis e sistemas de compostagem para os resíduos orgânicos.
Desse modo, eles alcançam benefícios ambientais e econômicos, uma vez que preservam os recursos naturais,tirando vantagem do valor dos materiais reciclados e mantendo seus aterros, já que as quantidades de resíduos que vão para esses locais são significativamente reduzidas.
Etapas do Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Quantidade de Resíduos
Um dos parâmetros mais importantes de GRS é a quantidade de resíduos a ser administrada. A quantidade é o parâmetro de determinação do tamanho e número de unidades funcionais e equipamentos necessários para o gerenciamento dos resíduos.
Essa visão é um componente chave de qualquer processo de planejamento, e sua estimativa deve ser documentada com todas as diferentes ferramentas disponíveis.
Composição dos Resíduos
O conhecimento da composição dos resíduos pode ter uma ação semelhante ao conhecimento dos fluxos de resíduos. As informações sobre a composição dos resíduos ajudam a entender onde existe potencial para reciclar mais e detectar as quantidades de materiais biodegradáveis disponíveis.
Além disso, a importância da composição dos resíduos torna-se mais evidente quando as decisões relativas aos métodos de tratamento e eliminação de resíduos devem ser tomadas.
Transporte e Coleta de Resíduos
Os sistemas para a coleta e o transporte de todos os fluxos de resíduos devem ser incluídos na descrição e, se possível, devem ser combinados com uma instrução dos responsáveis pela coleta e transporte.
No nível nacional, é suficiente um esboço geral da coleta de resíduos e sistemas de transporte. No entanto, é necessária uma análise mais detalhada em nível regional/ local.
Tratamento de Resíduos – Reciclagem
Deve definir o tipo, quantidade e qualidade dos materiais que estão sendo reciclados e descrever o funcionamento das estações de reciclagem.
Eliminação de resíduos
As práticas mais comuns de disposição final de resíduos sólidos, na maioria dos países ao redor do mundo, são a deposição em aterros sanitários ou as descargas descontroladas. Estes tipos de descarte podem incluir a disposição de resíduos sólidos mistos ou os resíduos podem ser pré-tratados em estações apropriadas.
O plano deve incluir as seguintes informações sobre a disposição de resíduos:
Número de locais de disposição de resíduos (número de aterros sanitários e número de aterros controlados e lixões);
Áreas servidas pelos locais registrados;
Dimensão dos locais registrados;
Quantidades e tipos de resíduos dispostos nesses locais;
Tipo de pré-tratamento antes do descarte para cada local;
Estimativa do número de catadores que trabalham no local;
A quantidade de resíduos a ser recuperada.
Avaliação de Indicadores Operacionais e Ambientais da Gestão de Resíduos Sólidos
O processo de avaliação não só permite que as autoridades analisem se os esquemas estão tendo um bom desempenho, mas também ajuda a diagnosticar problemas, projetar novas abordagens e, finalmente, a melhorar os procedimentos e a eficiência e eficácia do sistema de GRS atual.
Além disso, ele ajuda as autoridades locais a reduzir o desperdício e reciclar mais, fazendo melhor uso dos recursos e ajudando a combater as mudanças climáticas.
Aula 09 – Resíduos Perigosos
Conceito de Resíduos Perigosos
Resíduos perigosos são as substâncias com propriedades físico-químicas capazes de propiciar riscos à saúde pública, provocando mortalidade e doenças ou acentuando seus índices; ou ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada.
A Convenção de Basiléia em 1989 tratou do controle dos movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos. No documento oriundo dessa convenção, ficou estabelecido em seu artigo I, anexo I que resíduos perigosos são aqueles cujas propriedades tóxicas, infecciosas, radioativas ou inflamáveis colocam em riscos reais ou potenciais a saúde dos seres humanos, outros organismos vivos ou o ambiente.
A ONU identificou algumas propriedades físico-químicas que possibilitam classificar um determinado produto como perigoso: temperatura, pressão, toxicidade, corrosividade, radioatividade, inflamabilidade, potencial de oxidação, explosividade, reação espontânea, polimerização, decomposição, infectantes, entre outras.
Segundo o DNIT 2005: “Carga perigosa é a reunião de diversos produtos perigosos compatíveis, embalados ou a granel (art. 7º do Decreto Lei nº 96.044/1988, compatibilidade entre produtos), segregados por conteúdos externos (contêineres) ou compartimentados (compartimentos de carga). Esse termo é geralmente usado em transporte marítimo pelas normas internacionais (IMO), adotadas pelo Brasil, em que é comum uma mesma embarcação (navio-tanque) levar sempre mais de um produto perigoso (gasolina, óleo diesel etc.), como no caso dos navios de carga (portando contêineres com diversos produtos).”
Segundo a ANTT: “Produtos perigosos são substâncias ou artigos encontrados na natureza ou produzidos por qualquer processo que, por suas características físico-químicas, representem risco para a saúde das pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente, conforme relacionado na Resolução ANTT nº 420/2004. Considera-se carga perigosa, de forma geral, qualquer tipo de carga sendo transportada de forma inadequada, mal acondicionada, estivada etc.”
• Características do transporte rodoviário de carga no Brasil:
Possui a maior representatividade entre os modais existentes;
Adequado para curtas e médias distâncias;
Baixo custo inicial de implantação;
Alto custo de manutenção;
Muito poluente, com forte impacto ambiental;
Maior flexibilidade, com grande extensão da malha;
Transporte com velocidade moderada;
Os custos se tornam altos para grandes distâncias;
Baixa capacidade de carga com limitação de volume e peso;
Integra todos os estados brasileiros.
Classes, subclasses
Aula 10 – Tratamento e disposição final de resíduos
Aterros Sanitários
A disposição final de resíduos sólidos urbanos em aterros sanitários é quase imprescindível, mesmo nos países onde existem outras tecnologias de tratamento, como incineração, compostagem e reciclagem.
Atualmente, para se cumprir o que determina a PNRS, antes de encaminhar os resíduos sólidos ao aterro sanitário, deve-se primeiramente reciclá-los, tratá-los e/ou reutilizá-los, visando prolongar sua vida útil. 
Assim, devem ser enviados para o aterro sanitário apenas rejeitos, que são os resíduos que não podem ser mais recuperados sob nenhuma forma, ou ainda, aqueles para os quais não existe mercado.
Incineração
O objetivo principal dessa tecnologia consiste no tratamento térmico e redução do volume dos resíduos com a utilização simultânea da energia contida. A energia recuperada pode ser utilizada para a produção de calor e produção de energia elétrica. Os resíduos incinerados são submetidos a um ambiente fortemente oxidante, em que são decompostos em três fases: uma sólida inerte (cinzas ou escórias), uma gasosa e uma quantidade líquida mínima.
Combustíveis Derivados de Resíduos (CDR)
Os principais beneficiários desse material são os fornos decaimento e as centrais de energia elétrica. Em relação à produção de CDR, o mais importante é a recuperação de energia e a melhora da logística (transporte e armazenamento) dos resíduos. 
Quanto a sua composição, o CDR deve ser composto de material orgânico com baixa umidade e não deve possuir frações descontaminação crítica (por exemplo: metais pesados, como Cr, Cd, Pb, Hg etc.), nem substâncias orgânicas críticas (substâncias halogenadas, medicamentos ou resíduos infectados etc.), pois essas frações críticas geram um CDR de má qualidade.
Plasma
O plasma pirólise é uma tecnologia dedicada de destruição de resíduos, que associa as altas temperaturas geradas pelo plasma com a pirólise dos resíduos.
Coprocessamento de Resíduos
O coprocessamento não é uma tecnologia aplicável para o tratamento de resíduos sólidos urbanos, mas é um processo indicado para o tratamento de resíduos industriais em estado líquido, sólido e/ou pastoso.
Esse processo é utilizado em fornos de clinquerização das indústrias cimenteiras, nos quais, em altas temperaturas,os resíduos são destruídos ao mesmo tempo em que são utilizados como energia alternativa para os fornos, em substituição aos combustíveis fósseis ou matéria-prima.
No Brasil, essa alternativa tecnológica vem sendo adotada por algumas indústrias cimenteiras. Neste processo, são utilizados diversos tipos de resíduos, os chamados combustíveis alternativos do processo.
Tratamento Biológico
O tratamento biológico envolve processos de decomposição aeróbia ou anaeróbia da matéria orgânica, resultando na produção de compostos orgânicos e, dependendo da tecnologia, energia.
Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde
A finalidade de qualquer sistema de tratamento dos resíduos sólidos dos serviços de saúde é eliminar as características de periculosidade. Nesse caso, merecem destaque os resíduos do Grupo A (resíduos com risco biológico), do Grupo B (resíduos com risco químico) e do Grupo C (rejeitos radioativos). Cada um desses grupos de resíduos tem características próprias, o que implica em tratamento específico.
De acordo com o Ministério da Saúde, uma análise preliminar mostra que os procedimentos atuais de tratamento dos resíduos infectantes se dividem em duas categorias: a esterilização e a incineração.

Outros materiais