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Gestão dos Resíduos Sólidos

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Estudo Dirigido – Gestão dos Resíduos Sólidos 
 
Os resíduos sólidos são todos os restos sólidos ou semi-sólidos das 
atividades humanas que, embora, possam não apresentar utilidade para a 
atividade fim de onde foram gerados, podem virar insumos para outras 
atividades. Desde que o homem deixou de ser nômade e passou a viver como 
um ser gregário (aproximadamente 4.000 anos a.C.), ou seja, habitando 
permanentemente uma mesma localidade a partir do domínio do fogo e da 
agricultura, a geração dos resíduos passou a ser uma questão a ser levada em 
consideração para o alcance de uma sociedade organizada e civilizada. 
A geração de algum resíduo sólido que não fossem excretas corporais e 
restos de alimentos foi uma novidade que surgiu na nossa espécie com a sua 
sedentarização, que começou a praticar a agricultura e elaborar o seu sistema 
de comunicação simbólica sob a forma de linguagem, ao mesmo tempo em que 
criava ferramentas para ajudar o poder e espectro de força de seu corpo, algo 
que nunca existiu antes na vida do planeta nesse grau de complexidade. Desde 
milênios, os antigos povos que habitavam o planeta terra, desenvolveram 
“tecnologias” capazes de evitar o contato direto de dejetos e resíduos com o 
homem e este processo evoluiu com o passar do tempo. Os romanos (século I 
a.C.) foram célebres construtores no que diz respeito a grandes dimensões, tanto 
para captação e distribuição de água quanto para a coleta de águas servidas. 
Um dos canais mais famosos (e ainda intacto) construído pelos romanos é a 
cloaca máxima, cuja limpeza era feita por prisioneiros de guerra e outros 
membros marginalizados da sociedade romana. 
A partir da Era Moderna é que se disseminaram as leis relacionadas à 
limpeza urbana. Vale destacar que, desde a época antiga, os principais 
responsáveis pela limpeza das cidades eram os marginalizados: prisioneiros, 
mendigos, escravos, prostitutas, originando um processo de construção 
desqualificada de quem trabalha com esse material. A Revolução Industrial 
(ocorrida na segunda metade do século XIX) proporcionou uma substancial 
mudança nos padrões de limpeza pública da época, já que, com o acelerado 
crescimento, problemas relacionados ao saneamento básico surgiram em 
maiores proporções. Um fator decisivo para a mudança de paradigmas 
relacionados aos resíduos foi a proposição da Teoria Microbiana da Doenças 
(Louis Pasteur, Joseph Lister, Robert Koch e Alexander Fleming) – postulada na 
segunda metade do século XIX e contrapondo a concepção dos miasmas. Nesta 
teoria, se estabelecia uma relação direta entre microrganismos e as doenças, 
fazendo uma reviravolta nos conceitos de saúde e higiene públicas. 
Historicamente, o desenvolvimento desigual que aconteceu no Brasil 
promoveu, também, uma diferença de culturas e políticas em nosso território, o 
que influenciou severamente na gestão dos resíduos em nosso país. Na cidade 
do Rio de Janeiro, localidade bastante representativa da História do Brasil, desde 
o século XVI até o século XIX, os padrões de higiene eram bastante precários 
conforme descreve o Inglês John Luccock: “Se dos dormitórios continuarmos 
para a cozinha, outras inconveniências não se farão esperar. Entre as piores, 
acha-se uma tina destinada a receber todas as imundícies e refugos da casa; 
que, nalguns casos, é levada e esvaziada diariamente, noutros somente uma 
vez por semana” (citado por Eigenheer, 2009, p. 94-95). O século XX foi 
caracterizado pela introdução de algumas tecnologias, como a incineração, 
triagem e compostagem, e a coleta seletiva (1985 – na cidade Universitária – 
Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ). Entretanto, a coleta seletiva em 
uma cidade somente aconteceu em 1988, em Curitiba/PR. 
De acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística), a população brasileira atual está em torno de 210 milhões de 
habitantes e, segundo o Relatório ABRELPE (Associação Brasileira de 
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) sobre o Panorama dos 
Resíduos Sólidos no Brasil, no ano de 2015, foram produzidas cerca de 80 
milhões de toneladas de resíduos sólidos no país e, deste montante, cerca de 7 
milhões de toneladas tiveram destino impróprio. A produção per capta de 
resíduos no país equivale a 1, 07 kg/habitante/dia. 
O aumento do consumo de bens e serviços levou, como consequência, 
ao aumento da geração de resíduos sólidos no Brasil. Assim, as políticas 
públicas de gerenciamento, gestão e sensibilização da população para a 
redução do consumo, segregação correta dos resíduos e seu correto descarte 
devem ser incentivadas e colocadas em práticas cotidianamente. Por esse fato, 
é muito importante conhecer e aprender a classificar os resíduos de acordo com 
as seguintes características que visam o seu correto gerenciamento e 
destinação final: 
- Características químicas. 
- Características físicas. 
- Características biológicas. 
Os resíduos sólidos são caracterizados por resíduos nos estados sólido e 
semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, 
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta 
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles 
gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como 
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento 
na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções 
técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. Os 
resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços são gerados 
nessas atividades, excetuados os Resíduos de limpeza urbana, Resíduos dos 
serviços públicos de saneamento básico, Resíduos de serviços de saúde, 
Resíduos da construção civil e Resíduos de serviços de transportes. 
A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas 
décadas nas esferas nacional e internacional, devido à expansão da consciência 
coletiva com relação ao meio ambiente. Os resíduos da construção civil são 
gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de 
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos 
para obras civis. 
Para a ABNT NBR 10.004:2004, os resíduos sólidos podem ser 
classificados segundo sua potencialidade de afetar o meio ambiente e a saúde 
pública (ABNT, 2004). Os resíduos de classe I (perigosos) oferecem risco ao 
meio ambiente ou à saúde pública, ou, ainda, apresentam características como: 
inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Essa 
classificação deve ser feita por um profissional capacitado, o qual deve seguir as 
orientações de análise emitidas na normativa para a avaliação de cada uma das 
propriedades citadas. Essa identificação é necessária para que sejam 
estabelecidos os procedimentos de acondicionamento, transporte e destinação 
final adequados. Os resíduos não perigosos são classificados em não inertes 
(classe II A) e inertes (classe II B). Os resíduos não inertes apresentam 
características como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em 
água. Já os resíduos inertes são aqueles que não se solubilizam em água 
destilada ou deionizada após contato com a temperatura ambiente. 
A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas 
décadas nas esferas nacional e internacional, devido à expansão da consciência 
coletiva com relação ao meio ambiente. Para a caracterização e classificação de 
um resíduo, devem ser identificadas, primeiramente, a sua fonte geradora 
(origem) e as seguintes características: 
- Características físicas: geração de resíduos per capta (por habitante) – 
há diferentes metodologias para inferir essa quantidade; teor de umidade 
(percentual de água em uma amostra de resíduo); composição gravimétrica 
(valores percentuais – em peso – dos diferentes componentes presentes 
naquelaamostragem); peso específico aparente (relação entre peso/volume); 
compressividade (potencial de redução em função de uma pressão exercida no 
material). 
- Características químicas: proporção carbono/nitrogênio (demonstra o 
grau de composição do resíduo); poder calorífico inferior (quanto de energia será 
liberada durante a queima do resíduo); pH (potencial ácido, básico ou alcalino 
do resíduo); composição química (verificação da presença de macro e 
micronutrientes – diretamente relacionado ao processo de degradação). 
- Características biológicas: verificação da presença de microrganismos 
no resíduo (fungos, bactérias, vírus, protozoários). 
A primeira normativa relacionada aos resíduos sólidos no Brasil é a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS - Lei n. 12.305/2010) que, em seu 
artigo 3º, define resíduos sólidos como: [...] material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação 
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos 
estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e 
líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública 
de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (Brasil, 
2010). A Agência Norte Americana de Proteção Ambiental (EPA) define resíduos 
sólidos como qualquer material proveniente de estação de tratamento de água 
(inclusive lodo) ou de estação de controle de qualidade do ar, material 
descartado de operações industriais, comerciais, mineração, agrícolas, ou, 
ainda, proveniente de atividades da comunidade em geral. 
Os chamados Resíduos Sólidos Urbanos (RSUs, de acordo com a norma 
NBR.10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT), 
vulgarmente denominados como lixo urbano, são resultantes da atividade 
doméstica e comercial dos centros urbanos. A composição varia de população 
para população, dependendo da situação socioeconômica e das condições e 
hábitos de vida de cada um. Atualmente, entre as questões ambientais de maior 
relevância, está a correta gestão dos resíduos sólidos. Portanto, quando o tema 
resíduos sólidos é abordado, é preciso compreender também as normas e as 
legislações relacionadas a este tipo de material. A compreensão das legislações 
pertinentes ao tema auxiliará no processo de gerenciamento e destinação final 
adequados, promovendo o bem-estar humano e ambiental. O manejo 
ambientalmente saudável dos resíduos sólidos urbanos deve ir além do simples 
depósito ou aproveitamento por métodos seguros dos resíduos gerados e buscar 
resolver a causa fundamental do problema, procurando mudar os padrões não 
sustentáveis de produção e consumo. Isso implica na utilização do conceito de 
manejo integrado do ciclo vital, o qual apresenta oportunidade única de conciliar 
o desenvolvimento com a proteção do meio ambiente. 
O gerenciamento de resíduos sólidos constitui um conjunto de 
procedimentos de gestão, planejados e implementados com o objetivo de 
minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, a 
adequada coleta, armazenamento, tratamento, transporte e destino final 
adequado, visando a preservação da saúde pública e a qualidade do meio 
ambiente. A Lei n. 12.305, de 02 de agosto de 2010, que estabelece a Política 
Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) é, sem dúvida, um marco histórico no 
gerenciamento dos resíduos no Brasil. É importante destacar que somente no 
ano de 2010 obtivemos uma legislação relativa aos resíduos no país, mas não 
foi fácil. O projeto de lei que estabelecia a PNRS tramitou por quase 20 anos em 
nosso Congresso Nacional até ser promulgado. Além de trazer inúmeras 
definições sobre diferentes aspectos relacionados aos resíduos – definições 
sobre rejeito, disposição final, geradores de resíduos, ciclo de vida, entre outras 
–, a grande vantagem da PNRS é que ela reúne as normas gerais nacionais 
sobre os resíduos sólidos. Antes, essas informações estavam em diversos 
documentos separados (portarias, decretos, resoluções etc.). 
Os seguintes princípios estão dispostos na Política Nacional de Resíduos 
Sólidos: 
- Princípio do poluidor-pagador. 
- Princípio do protetor-recebedor. 
Além dos princípios do Direito ambiental, o segundo objetivo presente em 
seu artigo sétimo estabelece a “não geração, redução, reutilização, reciclagem 
e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente 
adequada dos rejeitos”; nesta ordem de prioridades. 
A Lei n. 9.605/1998, mais conhecida como a Lei de Crimes Ambientais, 
dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e 
atividades lesivas ao meio ambiente. Em seu artigo 54, a Lei considera como 
crime ambiental, passível de pena de reclusão de um a cinco anos, o 
“lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou 
substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou 
regulamentos”. No caso do funcionário público que “conceder licença, 
autorização ou permissão em desacordo com as normas ambientais, para as 
atividades, obras ou serviços cuja realização depende de ato autorizativo do 
Poder Público”, este está passível de detenção, de um a três anos, e multa, de 
acordo com a Lei. 
Resíduos sólidos constituem aquilo que genericamente se chama lixo: 
materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados 
pela atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados. O 
gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de ações exercidas, direta ou 
indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e 
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de 
gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de 
resíduos sólidos. 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente “a gestão integrada dos 
resíduos sólidos inclui todas as ações voltadas à busca de soluções para os 
resíduos sólidos, incluindo os planos nacional, estaduais, microrregionais, 
intermunicipais, municipais e os de gerenciamento”. A gestão dos resíduos 
sólidos é uma das funções do Saneamento Básico. A definição de Gestão 
Integrada (GI) engloba os seguintes aspectos: 
- Aspectos políticos – que poderiam evitar qualquer tipo de conflito de 
interesses neste sentido e aspectos econômicos – relacionados à viabilidade 
econômica dos projetos. 
- Aspectos ambientais – na medida em que tem por objetivo a minimização 
do impacto ambiental e na saúde humana causados, direta ou indiretamente, 
pelos resíduos e aspectos culturais – que envolvem as questões relacionadas à 
mudança de hábitos e costumes de consumo, separação correta dos resíduos 
domiciliares, reuso de materiais. 
- Aspectos sociais – principalmente aqueles relacionados aos catadores 
de materiais recicláveis. 
Para que a Gestão Integrada seja bem-sucedida em seus objetivos é 
necessário que haja uma mútua cooperação entre os diferentes atores da 
sociedade; primeiro, segundo e terceiro setores, que engloba a sociedade civil, 
de governo e de empresariado. Assim, com base nesta perspectiva, as seguintes 
definições estão atreladas à Gestão Integrada: 
- Logística reversa: instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a 
viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para 
reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra 
destinação final ambientalmente adequada; (Brasil, 2010). 
- Responsabilidade Compartilhada pelo ciclo de vida do produto: conjunto 
de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, 
distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviçospúblicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o 
volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os 
impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do 
ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei; (Brasil, 2010). 
- Controle Social: conjunto de mecanismos e procedimentos que 
garantam à sociedade informações e participação nos processos de formulação, 
implementação e avaliação das políticas públicas relacionadas aos resíduos 
sólidos. (Brasil, 2010). 
Existem alguns conteúdos mínimos que devem estar contemplados no 
Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS) para municípios com 
mais de 20 mil habitantes. Eles estão explicitados no artigo 19º da PNRS. Caso 
o município tenha menos de 20 mil habitantes, ele pode elaborar um PGIRS 
simplificado. Os seguintes itens devem constar no plano simplificado: 
- Diagnóstico dos resíduos produzidos e locais para destinação final. 
- Logística reversa e soluções compartilhadas ou consorciadas. 
- Programas de educação ambiental, programas e ações voltadas à 
participação de cooperativas e associações de catadores de materiais 
reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda. 
A PNRS estabelece que o gerenciamento de resíduos envolve ações 
sistemáticas em todas as etapas relativas a estes materiais, desde sua geração 
até sua destinação final, observadas as prioridades (nesta ordem) de “não 
geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e 
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos. A cada ano no Brasil 
gera-se, aproximadamente, 78,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos 
urbanos, dos quais quase 10% não tiveram seu destino final adequado. Isso 
demostra que, passados alguns anos da implementação da PNRS, muitos 
aspectos ainda precisam ser melhorados, sobretudo no que diz respeito à 
reciclagem e à logística reversa. O correto gerenciamento dos resíduos pode 
auxiliar consideravelmente a preservação da saúde humana e ambiental. Para 
além das vantagens socioambientais, podemos citar as vantagens econômicas 
das empresas e dos municípios que fazem este trabalho corretamente, uma vez 
que se promove oportunidade de economia de matéria-prima e sua 
comercialização (reciclagem), reuso dos materiais em outra fase do ciclo de vida 
do produto, identificação das deficiências e redução do desperdício, contribuindo 
significativamente para uma imagem ambientalmente correta (ecofriendly) da 
empresa ou do município que adota essa prática. 
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um documento 
técnico que identifica a tipologia e a quantidade de geração de cada tipo de 
resíduo, sendo um documento legal que norteia as práticas relacionadas ao 
correto manejo, passando pelas seguintes etapas: 
- Geração e armazenamento dos resíduos. 
- Transporte dos resíduos. 
- Destino final dos resíduos. 
O manejo inadequado dos resíduos causa um grande impacto ao meio 
ambiente. Assim, é de importância jurídico-legal que os estabelecimentos, para 
os quais a elaboração do PGRS se faz obrigatória, façam seus planos da forma 
mais adequada possível, evitando danos ambientais desnecessário. Para isso, 
o art. 21 da Lei n. 12.3015/2010 estabelece os conteúdos mínimos para a 
elaboração do plano, seguindo o fluxo: 1. segregação na fonte; 2. coleta; 3. 
armazenamento; 4. transporte; e 5. destinação final, observando os seguintes 
aspectos prioritários: 
- Não geração e redução. 
- Reutilização. 
- Tratamento e destinação final adequados. 
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) é um documento 
técnico que identifica a tipologia e a quantidade de geração de cada tipo de 
resíduos e indica as formas ambientalmente corretas para o manejo, nas etapas 
de geração, acondicionamento, transporte, transbordo, tratamento, reciclagem, 
destinação e disposição final. As principais etapas do PGRS são: 
- Descrição do empreendimento ou atividade – algumas informações 
sobre o local em que será implementado o PGRS, além de informações sobre o 
responsável pelo plano. 
- Diagnóstico dos resíduos – caracterização dos resíduos gerados no 
local: identificação, classificação, volume, origem e passivos ambientais 
associados, de acordo com a NBR 10.004 (ABNT, 2004). 
- Etapa de gerenciamento. 
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal nº 
12.305/2010), a elaboração e a execução do PGRS são obrigatórias aos 
geradores de resíduos sólidos, responsáveis pelo adequado gerenciamento de 
seus resíduos. A etapa de gerenciamento da PGRS inclui as seguintes ações: 
- Segregação e coleta. 
- Armazenagem e transporte. 
- Destinação final. 
A destinação final incorreta dos resíduos sólidos é caracterizada como um 
crime ambiental, enquadrado na Lei n. 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais), 
levando a multas e pena de reclusão de 3 anos. 
A destinação final dos resíduos inclui os seguintes fatores: 
- Reutilização e reciclagem. 
- Compostagem. 
- Recuperação e o aproveitamento energético. 
O art. 54 da PNRS, na época de sua publicação, estabeleceu o fim dos 
lixões de todos os municípios brasileiros até dia 02 de agosto de 2014. Por meio 
da alegação de que as prefeituras não possuíam dinheiro nem pessoal 
qualificado para levar a cabo esse ordenamento, por meio de um projeto de lei 
houve prorrogação desse prazo até o ano de 2021. 
Os seguintes locais podem ser destinados os resíduos sólidos no Brasil: 
- Aterro sanitário. 
- Aterro controlado. 
- Lixão a céu aberto. 
Um lixão à céu aberto é o local em que o resíduo coletado é lançado 
(ilegalmente, de acordo com a legislação brasileira) diretamente no solo sem 
nenhum tipo de tratamento, critério técnico ou cuidado e, portanto, polui 
drasticamente as diferentes interfaces do ecossistema. 
Aterro sanitário é um local destinado à decomposição final de resíduos 
sólidos gerados pela atividade humana. Nele são dispostos resíduos 
domésticos, comerciais, da indústria de construção e também resíduos sólidos 
retirados do esgoto. A diferença básica entre um aterro sanitário e um aterro 
controlado é que este último prescinde das seguintes ações: 
- Coleta do chorume. 
- Tratamento do chorume. 
- Drenagem e queima do biogás. 
Alguns autores alegam que tanto um aterro sanitário como um aterro 
controlado podem ser considerados como sendo destinos ambientalmente 
corretos. No entanto, o aterro controlado pode não ser considerado uma boa 
alternativa para os resíduos em função dos seguintes fatores: 
- Emissão de gases tóxicos para a atmosfera. 
- Produção de chorume sem tratamento. 
- Possibilita a infiltração de líquidos no solo. 
Os aterros sanitários devem estar de acordo com a NBR 8.419 e possuir 
o Licenciamento Ambiental para funcionar. Os aterros sanitários possuem uma 
vida útil que está diretamente relacionada aos seguintes fatores: 
- Tipo do solo e a quantidade e tipo de resíduos depositados diariamente. 
- Percentual de reciclagem dos materiais (quanto maior for esse 
percentual, maior será a vida útil do local). 
- Tamanho da área utilizada. 
Em geral, um aterro possui uma vida útil programada para 10 a 20 anos 
de trabalho. A partir dessa informação é necessário compreender a importância 
das seguintes ações relacionadas aos resíduos sólidos: 
- Não geração e reuso. 
- Reciclagem. 
- Coleta seletiva. 
O lançamento de resíduos a céu aberto causa os seguintes problemas de 
saúde pública e para o meio ambiente: 
- Impactos na atmosfera (por meio da liberação de gases tóxicos gerados 
a partir da decomposição dos materiais). 
- Impactos no solo (por meio da liberação de substâncias químicas, físicas 
e biológicas). 
- Impactos nas águas subterrâneas e superficiais (por meio da 
contaminação do lençol freático a partir da percolação de líquidos tóxicos como, 
por exemplo, o chorume). 
O lançamento de resíduos a céu aberto gerainúmeros problemas e 
favorece a proliferação de vetores e animais indesejáveis, dentre eles: 
- Roedores. 
- Insetos. 
- Aves e mamíferos. 
Encerrar uma área de disposição final de resíduos, sobretudo os lixões, 
não se trata tão somente de não depositar mais resíduos no local, fechar as 
porteiras e abandonar a área. É importante ressaltar que, embora não haja mais 
deposição de resíduos no local, as atividades físico-químicas e biológicas que 
ocorrem em função da degradação e decomposição do material continuarão a 
acontecer. A escolha da melhor técnica para a recuperação de uma área outrora 
utilizada para esse fim depende dos seguintes fatores: 
- Realização de levantamento planialtimétrico do terreno. 
- Estudos de sondagem e caracterização geotécnica. 
- Análises de águas superficiais e subterrâneas. 
Para Bitar e Braga (1995), há 3 conjuntos de tecnologias que podem ser 
utilizados (integradas ou não) para a recuperação dessas áreas. São elas: 
revegetação, tecnologias geotécnicas e (bio)remediação. Ainda de acordo com 
os mesmos autores, as principais medidas de recuperação destes locais 
incluem: 
- Prospecção do depósito. 
- Remoção total ou parcial, transporte e disposição dos resíduos. 
- Tratamento in situ do solo. 
- Descontaminação ou remediação do solo. 
Os resíduos provenientes dos serviços de saúde (RSS) se classificam a 
partir dos critérios estabelecidos na Resolução RDC ANVISA (Agencia Nacional 
de Vigilância Sanitária), n. 306/2004 e da Resolução do CONAMA n. 358/2005. 
Estas normativas classificam este material nos seguintes grupos: 
- Grupo A: presença de agentes biológicos. Exemplos: bolsas 
transfusionais de sangue, lâminas e planas de laboratório, carcaças, peças 
anatômicas etc. Este grupo é subdividido em outros 5 subgrupos: A1, A2, A3, A4 
e A5, cada um com sua especificidade. 
- Grupo B: contém substâncias químicas que podem ser prejudiciais à 
saúde pública ou ao meio ambiente. Exemplos: medicamentos, reagentes de 
laboratório, metais pesados etc. 
- Grupo C: materiais que contenham radionuclídeos (materiais 
radioativos). Exemplos: materiais de serviços de medicina nuclear (aparelhos de 
raios X, ressonância magnética etc.), materiais provenientes de radioterapia. 
No ano de 1993, a Resolução CONAMA 05/1993 define “procedimentos 
mínimos para o gerenciamento desses resíduos (provenientes dos serviços de 
saúde), com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente 
e [...] o estabelecimento de ações preventivas são menos onerosas e minimizam 
os danos à saúde pública e ao meio ambiente” (Brasil, 1993). Nesta resolução, 
passa a ser obrigatória a elaboração do PGRS (Plano de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos), que aborda os seguintes aspectos relacionados resíduos dos 
serviços de saúde (RSS): 
- Identificação e separação. 
- Acondicionamento, coleta e transporte. 
- Tratamento e disposição final. 
A Gestão e Gerenciamento de Resíduos Sólidos envolve todo o setor de 
Resíduos e deve ser abordado de uma maneira completa. Podemos considerar 
que o gerenciamento dos Resíduos do Serviço de Saúde (RSS) segue, 
minimamente, as seguintes etapas: 
- Segregação, acondicionamento e identificação. 
- Coleta e transportes internos, armazenamento temporário e tratamento 
(se necessário). 
- Armazenamento externo, coleta e transportes externos e disposição 
final.

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