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CORRENTE RUSSA Prof. Bruno Baroni Guerra Fria é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991). Além das disputas de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência, havia forte rivalidade no esporte. Filme: Rocky IV (1985) Finlândia (1952) Austrália (1956) Itália (1960) Japão (1964) México (1968) Alemanha Ocidental (1972) Nos Jogos Olímpicos de Montreal (1976), a União Soviética superou os EUA de forma significativa no quadro de medalhas A hegemonia da URSS ficou evidente em algumas modalidades, como o levantamento olímpico Em 1977, o cientista Yakov Kots, durante sua palestra em um congresso em Montreal (Canadá), afirmou que havia obtido aumentos superiores a 40% na força muscular isométrica voluntária máxima de atletas da União Soviética com o uso da estimulação elétrica Trabalhos em russo do Dr. Kots dificultaram a disseminação de seus achados até então Kots YM, Xvilon VA. Trenirovka mishechnoj sili metodom elektrostimuliatsii: soobschenie 2, trenirovka metodom elektricheskogo razdrazenii mishechi. Teor Pract Fis Cult. 1971;4:66–72. Andrianova GG, Kots YM, Marmyanov VA, Xvilon VA. Primenenie elektrostimuliatsii dlia trenirovki mishechnoj sili. Novosti Meditsinskogo Priborostroeniia. 1971;3:40–47. Na década de 80, a estimulação elétrica com a corrente russa para aumento de força muscular se popularizou na Europa e América do Norte Derrick Crass, levantador de peso norte-americano que sofreu grave lesão nos Jogos Olímpicos de Los Angeles (1984), se tornou um dos garotos-propaganda da corrente russa após o seu retorno ao esporte Uma das principais diferenças da corrente utilizada por Kots para as correntes utilizadas até então era a elevada frequência Corrente russa = 2.500 Hz (2,5 kHz) • A resistência capacitiva (impedância) da pele cai na medida em que aumenta a frequência da estimulação elétrica • Em teoria, isso permite que maiores intensidades de corrente sejam administradas e, consequentemente, fibras mais profundas sejam recrutadas • CA bifásica simétrica senoidal • Frequência da corrente: 2,5 kHz • Frequência de bursts: 50 Hz • Ciclo de trabalho: 50% • Tempo ON: 10 s • Tempo OFF: 50 s • Tempo total: 10 min • “REGIME 10/50/10” Se 1 s (1000 ms ) de corrente Russa tem 50 bursts, cada módulo (burst+repouso) tem duração de 20 ms Se 1000 ms possuem 2500 pulsos e o ciclo de trabalho é de 50%, cada burst tem 10 ms e possui 25 pulsos Se a Russa é uma CA simétrica, cada pulso dura 400 µs e cada fase dura 200 µs Corrente Russa “original” Baixa Frequência (<1000 Hz) FES / NMES • Corrente pulsada bifásica simétrica retangular (maioria) • Freq. (pulsos) = 20-100 Hz • Freq. (bursts) = sem bursts • Duração fase = 100-300 µs • Ciclo de trabalho = 100% Correntes Excitomotoras Média Frequência (1-100 kHz) Corrente Russa • Corrente alternada simétrica senoidal • Freq. (pulsos) = 2,5 kHz • Freq. (bursts) = 50 Hz • Duração fase = 200 µs • Ciclo de trabalho = 50% FES / NMES Correntes Excitomotoras Corrente Russa F = 50Hz / T = 200µs F(bursts) = 50Hz / T = 200µs Baixa Frequência (<1000 Hz) Média Frequência (1-100 kHz) 1 2 3 4 49 50 Corrente Russa O ciclo de trabalho é adotado com intuito de respeitar o período refratário do neurônio, evitando a Inibição de Wedensky Inibição de Wedensky • Em correntes com frequências acima de 1000 Hz, os estímulos sucessivos ocorrem dentro do período refratário relativo do nervo, o que prejudica sua re-polarização • Somado a isso, a placa motora pode fadigar e a transmissão do estímulo nervo-músculo pode não ocorrer • O fenômeno da perda da excitabilidade causada pela permanência em um estado refratário é conhecido por inibição de Wedensky • Na estimulação de média frequência, nem todo ciclo de estimulação resulta em uma despolarização correspondente das fibras nervosas (como o que ocorre na estimulação de baixa frequência), se fazendo necessária a somação de vários ciclos de pulsos para despolarizar as fibras nervosas (despolarização assíncrona ou Efeito Gildemeister) Potencial de Ação Am J Sports Med 1989;17(1):103-111 Artigo de revisão (1989): Corrente Russa promove o fortalecimento do quadríceps Phys Ther 1988;68:660-663 Reabilitação pós-cirurgia de LCA: Maiores ganhos de força no grupo tratado com corrente russa do que no grupo tratado com exercício voluntário Phys Ther 2008;88:1167-1176 Nível de força gerado pela estimulação: Estimulação com corrente russa e com corrente pulsada de baixa frequência (NMES) promoveram níveis similares de força muscular (30-33% da CVM) Nível de desconforto do paciente: Estimulação com corrente russa causou maior desconforto que estimulação com corrente pulsada de baixa frequência (NMES) Physiother Theory Pract 2012;28(8):617-623 Até o momento, não há evidências suficientes para comprovar a superioridade ou a inferioridade das correntes excitomotoras de média frequência em relação às de baixa frequência X
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