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romantismo e realismo

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ROMANTISMO
O Século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. Do mesmo modo, a atividade artística tornou-se mais complexa. Pode-se identificar nesse período movimentos artísticos de diferentes concepções e tendências, como o Romantismo, o Realismo, o Impressionismo e pós-impressionismo. De todos, o Romantismo foi o que se caracterizou como a primeira e mais forte reação ao Neoclassicismo, embora tenha durado apenas 30 anos (1820-1850). O artista romântico procurou se libertar de convenções acadêmicas em favor da livre expressão, da valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística. A estética romântica se compôs ainda de sentimentos como o nacionalismo e a valorização da natureza. 
A Pintura Romântica 
Ao negar a estética neoclássica, a pintura romântica aproxima-se das formas barrocas. Pintores românticos como Goya, Delacroix, Turner e Constable, recuperam o dinamismo e o realismo que os neoclássicos haviam negado, introduzindo elementos como a composição em diagonal, a valorização da cor e o reaparecimento dos contrastes claro-escuro, produzindo efeitos de dramaticidade. A pintura romântica se engrandeceu e tornou-se repleta de emoções. Como disse o grande pintor romântico John Constable: "O mundo é grande, não existem dois dias iguais, nem mesmo duas horas, nem duas folhas são iguais entre sí, esta é a finalidade da criação do mundo. Quanto a nós, pintores românticos, cabe captar essa exclusiva sensação e pôr nas telas o sentimento ímpar do viver.” O que se destaca no romantismo é o trabalho de luz, a individualidade de cada personagem. Mostrou a revolta popular contra a opressão.
Goya (1746-1828): Francisco José Goya y Lucientes trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a mitologia grega e cenas históricas. Esta última, no século XIX, era considerada um gênero definitivo. Entretanto, Goya soube alterar fundamentalmente o modo de reproduzir o conteúdo histórico, dando-lhe um caráter mais geral. Exemplo disso é o quadro da figura anterior (3 de Maio, 1808, figura anterior) onde soldados franceses levam à morte por fuzilamento, cidadãos espanhóis contrários à ocupação de seu país por Napoleão. Trata-se de uma composição diagonal, em que a luz é concentrada sobre o homem de camisa branca com braços abertos nos dá a certeza da morte iminente e já vivida pelos companheiros tombados no chão. O artista universaliza o tema da repressão política, acima do fato particular de sua Espanha. Consegue isso acentuando o contraste entre o aspecto pessoal dos que vão morrer (rostos visíveis) e o aspecto anônimo dos soldados que matam (rostos ocultos). Goya, como ninguém, simbolizava a eterna revolta popular contra a opressão. 
Delacroix (1799-1863): Aos 29 anos, Eugène Delacroix viveu uma experiência que mudou sua vida: visitou o Marrocos numa comitiva francesa, para documentar os hábitos e costumes locais. A visão que trouxe em seus quadros é de um realismo místico. Em A Agitação de Tânger (1828) mostra importantes elementos pictóricos que prenunciam o impressionismo: um céu transparente e uma luz intensa refletida nas casas, em oposição às sombras. O quadro mostra um artista entusiasmado com o movimento da multidão na rua. Tão entusiasmado que repetiu o tema no seu quadro mais conhecido: A liberdade Guiando o Povo (1832, figura acima), realizado para exaltar a Revolução de 1830. Apesar do forte comprometimento político da obra, o valor estético é assegurado pelo uso das cores e do contraste de luz e sombra. 
NATUREZA E ROMANTISMO
Turner (1775-1851): A pintura paisagística ganhou nova força no período romântico, caracterizando-se pelo seu realismo e pela recriação contínua de cores modificadas pela luz solar. Os paisagistas românticos se anteciparam décadas aos impressionistas franceses. Joseph William Turner representou os grandes movimentos da natureza, procurando, através de estudos da luz refletida pela natureza, reproduzir a “atmosfera” da paisagem, como em O Grande Canal (1835), em que tons como o amarelo e o laranja são mantidos puros, não neutralizados pelo branco. O efeito geral é uma paisagem com tal brilho que suas telas desse período são chamadas de “visões douradas”. Mas foi justamente Turner quem primeiro registrou a presença da máquina na paisagem. Em “Chuva, Vapor e Velocidade” (1844, figura abaixo) ele substitui os detalhes pelas formas essenciais de uma locomotiva e dos trilhos. Existe uma preocupação com as cores brilhantes no centro da tela. Parece que o artista toma consciência de que a máquina invadiu o espaço natural e passa a fazer parte do universo da pintura.
John Constable (1776-1837): Ao contrário de Turner, a natureza retratada por Constable é serena e profundamente ligada aos lugares da infância. Muitos elementos de suas paisagens – os moinhos de ventos, as barcaças de cereais – faziam parte do cotidiano da juventude do artista. Um exemplo dessa arte é “A carroça de Feno” (1821, figura a seguir), na qual, através de uma grande quantidade de cores conseguidas por meio de observação, o artista obtém um efeito de admirável vivacidade. O rio, refletindo a luz solar, dá enorme luminosidade e serenidade à paisagem. 
A INFLUÊNCIA DO ROMANTISMO EUROPEU NO BRASIL
A pintura realizada pelos artistas que frequentaram a Academia de Belas-Artes seguiu os padrões estéticos neoclássicos aqui introduzidos pela Missão Francesa. Os nossos artistas acadêmicos passaram a seguir rígidos princípios para o desenho, para o uso das cores e para a escolha dos temas que, de preferência, deveriam ser os assuntos mitológicos, religiosos e históricos. A partir da segunda metade do século XIX, no entanto, essas idéias neoclássicas se tornam menos rígidas. Pintores nacionais que vão à Europa e entram em contato com os movimentos Românticos, Realistas e Impressionistas começam a seguir novas direções. Essa mudança virá de uma forma mais clara com Eliseu Visconti, mas já no final do século, sinais dessa pintura aparecem em obras de Belmiro de Almeida (1858-1935) e Antônio Parreiras (1869-1937). Alunos formados na Academia de Belas-Artes fizeram aprimoramento na Europa, onde se especializaram em temas históricos e paisagens. Belmiro, grande colorista, superou o academicismo com recursos de luz e sombra. Já Parreiras, tem como obras mais significativas pela criatividade e modernidade, as paisagens (figura) e os nus femininos, como “Dolorida” (1902) e “Flor Brasileira” (1911), de temas e iluminação ousados. 
REALISMO
1866 – Tocador de Pífaro, de Manet. 
1870 – Unificação da Itália. 
1876 – Invenção do telefone, por Graham Bell. 
1886 – Bartholdi esculpe a Estátua da Liberdade. 
1888 – Abolição da Escravatura (Brasil). 
 Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O Realismo repudia a artificialidade romântica, sentindo necessidade de retratar a vida, os costumes e os problemas das classes média e baixa, vindo a ser conhecido na pintura como arte socialista. O movimento teve, ainda, grande expressividade na escultura e na arquitetura, abandonando as visões subjetivas da realidade. 
Arquitetura realista 
Com a industrialização, grandes mudanças ocorrem na paisagem urbana da Europa. As igrejas e palácios construídos nos séculos anteriores com requinte e luxo, são substituídos por fábricas, armazéns, escolas, estações ferroviárias e outras construções civis que atendam às necessidades da classe operária e da burguesia desse período. Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, utilizando materiais novos surgidos a partir da Revolução Industrial, como o ferro fundido e o concreto armado. As estruturas de ferro passam a ficar mais aparentes, criando formas imponentes como a Torre Eiffel, de 300metros de altura, ou delicadas, como o Palácio de Cristal (1851) em Londres.
A escultura realista 
A escultura realista não idealizou a realidade, buscando recriar os seres tais como eles são. Os temas contemporâneos, muitas vezes com assumida intenção política, tinham a preferência dos artistas. Os materiais também tinham um tratamento agressivo, principalmente o ferro e o bronze, que não eram polidos devidamente, deixando transparecer propositadamente as falhas das ligas de metal. 
Dentre os escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste Rodin (1840 1917), cuja produção desperta severas polêmicas. Já o seu primeiro trabalho importante A Idade do Bronze, de 1877, causou grande discussão motivada pelo intenso realismo. Críticos chegaram a acusar o artista de ter feito a escultura a partir de moldes tirados diretamente de modelos vivos. Mas é com Os Burgueses de Calais (1895) que Rodin revela sua característica fundamental: a fixação do momento exato de um gesto humano. Toda a angústia e desesperança do gesto de sacrifício parecem estar estampadas nas figuras da escultura. Outra obra muito conhecida de Rodin é O Pensador (1902, figura), com o qual ele torna a surpreender o homem em suas ações dramaticamente comuns. A obra de Rodin tem classificação controversa. Alguns a consideram romântica, pela forte emoção que traz. Outros a caracterizam como naturalista. E há aqueles que vêm nas obras um puro Impressionismo, movimento do qual ele foi contemporâneo. 
 A pintura realista 
A pintura realista caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza. Ao artista não cabe “melhorar” a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais expressivos desta realidade. Assim, o realismo abandona os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é retratar uma realidade imediata e não imaginada. Isso levou o artista realista para a politização: a industrialização trouxe progresso tecnológico, mas fez surgir uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a “pintura social”, denunciando injustiças e desigualdades sociais. 
Coubert (1819-1877): Os trabalhadores como tema 
Gustave Coubert foi o criador do realismo social, procurando retratar nas suas telas, temas da vida cotidiana e das classes populares. Seus quadros denunciavam as diferenças sociais que a burguesia do século XIX preferia ocultar. Orgulhoso de sua origem camponesa e com convicções socialistas, Coubert pregava que todo artista devia se inspirar nas próprias experiências “eu não posso pintar um anjo porque nunca vi nenhum”, disse. Coubert manifesta na pintura simpatia pelos trabalhadores e pelos pobres, em quadros como Os Britadores (figura abaixo) e Moças Peneirando Trigo. Aqui, a representação é quase fotográfica. Entretanto, o artista busca, na figura da moça de costas, fugir um pouco dessa descrição objetiva e se permite uma representação romântica da exploração do trabalho juvenil. 
Manet (1832-1883)
Édouard Manet pertencia a uma família rica da burguesia parisiense e, ao contrário de Coubert, seu realismo não tem intenções sociais, refletindo mais um ar aristocrático. Sua carreira foi marcada por obras convencionais dentro das normas clássicas da pintura e obras desafiadoras que rompiam com o academicismo. Entre essas, a que provocou maior escândalo foi “Almoço na Relva”, que chegou a ser recusada pelo júri da Exposição Francesa de 1863”. Trata-se da representação de uma mulher nua em companhia de dois homens elegantemente vestidos. No entanto descobriu-se depois que tratava-se de uma transposição realista de um quadro renascentista, “O Concerto Campestre”, de Ticiano. O quadro é inovador pelo clima de realidade que apresenta, já que os personagens são pessoas conhecidas da sociedade parisiense, e não seres lendários como na obra renascentista: Victorine Meurend (modelo muito famosa à época), Eugene Manet (irmão do pintor) e Ferdinand Leenhoff (escultor parisiense). Além disso, o quadro apresenta uma composição elaborada: ao fundo, saindo da água, está uma figura identificada como Vênus e mais à frente, uma natureza morta. 
Neste quadro, o centro de interesse está na luminosidade que a cena ganha com a figura nua da modelo. A obra de Manet foi importante na medida em que inovou a pintura, dando-lhe uma luminosidade mais intensa, tornando-o um precursor do impressionismo. 
Manet, Almoço na relva
Jean-Baptiste Camille Corot (1790-1875)
Foi um pintor realista francês. Filho de uma família de comerciantes abastados, Jean-Baptiste Camille Corot, teve uma infâcia confortável e estável, tendo trabalhado numa loja do pai. Durante viagem à Itália pintou "O Coliseu" (1825), mostrando a sua formação essencialmente clássica e algumas inovações a nível da luz. De volta à França, abandonou o academicismo em favor de um estilo paisagístico realista. Construiu então, uma pintura puramente paisagista, rural e citadina e marcada pela mestria na gradação tonal de luzes e sombras e pelo rigor construtivo da composição. As suas obras apresentavam-se expressivas e possuidoras de uma linguagem muito própria, caracterizadas pela serenidade. Pintou, também, monumentos de variadas cidades européias, entre os quais se destacam da Catedral de Chartres (figura). A evolução da paisagem clássica para a realista deve-se, em parte, ao seu trabalho na Itália.
REALISMO
O realismo foi um movimento artístico e cultural que se desenvolveu na segunda metade do século XIX. A característica principal deste movimento foi a abordagem de temas sociais e um tratamento objetivo da realidade do ser humano.
 
Possuía um forte caráter ideológico, marcado por uma linguagem política e de denúncia dos problemas sociais como, por exemplo, miséria, pobreza, exploração, corrupção entre outros. Com uma linguagem clara, os artistas e escritores realistas iam diretamente ao foco da questão, reagindo, desta forma, ao subjetivismo do romantismo.
 
A INFLUÊNCIA DO REALISMO NO BRASIL
O Realismo no Brasil se manifesta principalmente nas artes plásticas, literatura e no teatro. Nas artes plásticas, as primeiras manifestações começam retratando a vida da burguesia local. Dos seguidores dessa linha se destaca Belmiro de Almeida (1858-1935). Em 1887, expõe Arrufos (figura a seguir), sua tela mais conhecida, que se destaca pela rigorosa fatura e pelo tom de leve ironia com o qual a cena é retratada. Em 1888, o crítico Gonzaga Duque, que segundo alguns historiadores estaria retratado nesse quadro, destaca a importância da obra, pela visão moderna do artista: "Ainda no Rio de Janeiro não se fez um quadro tão importante como é este".  O pintor inova ao abordar um tema relacionado à vida cotidiana, com enfoque realista. Atuando na passagem do século XIX para o século XX, empreende uma pintura nova ao deixar de lado os temas da pintura histórica para se ocupar de assuntos mais prosaicos da sociedade contemporânea. O crítico também elogia a técnica de Belmiro: "As tintas são claras e simpáticas, os toques são rápidos, largos e bem lançados. Nenhuma pretensão a empastamento, nenhuma pretensão a mancha descurada, se notam neste trabalho. O toque é sempre apropriado".  
Almeida Júnior (1850-1899):
Almeida Júnior cresceu em sua cidade natal, Itu, como artista precoce. Seu primeiro incentivador foi o padre Miguel Correa Pacheco, quando o pintor ainda trabalhava como sineiro na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, para a qual produziu algumas obras de temática sacra. Uma coleta de fundos organizada pelo padre forneceu as condições para que o jovem artista, então com 19 anos de idade, pudesse embarcar para o Rio de Janeiro, a fim de completar seu estudo.
Em 1869, Almeida Júnior encontrava-se inscrito na Academia Imperial de Belas Artes. Foi aluno de Jules Le Chevrel, Victor Meirelles.Diversas crônicas relatam que seu jeito simplório e linguajar matuto causavam espanto aos membros da Academia. 
No seu último período, Almeida Júnior irá progressivamente substituir os temas bíblicos e históricos pelas obras de temática regionalista, justamente as que lhe granjeariam no futuro sua posição de precursor do Realismo na história da arte brasileira. Em pinturas como Caipira Picando Fumo (1893), Amolação Interrompida (1894) e  O Violeiro (1899), o artista revela seu desejo de aproximar-se do cotidiano do homem do interior, distanciando-se das fórmulas generalistas da pintura acadêmica e aproximando-se cada vez mais da abordagem pictórica naturalista. 
Almeida Júnior é considerado um importante "pintor do nacional" por uma considerável parcela da crítica brasileira, por retratar em muitas de suas obras o caipira paulista. Também a forma como trata seus temas, distanciando-se das alegorias românticas ou do ufanismo nacionalista histórico dos pintores da Academia, aproximando-se do ser humano comum, leva alguns críticos a traçarem uma semelhança de sua obra com a do pintor francês Gustave Courbet, artista cuja obra Almeida Júnior teria visto em suas viagens para a Europa.
O Violeiro, 1899
Pinacoteca do Estado, São Paulo

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