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História da Arte: Renascimento ao Conceitual

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Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ 
PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO E AÇÕES COMUNITÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE EXTENSÃO 
PROGRAMA DE INCLUSÃO, ACESSO E PERMANÊNCIA 
 
CURSINHO UNIENEM/PIAP 2017 
 
 
 
 
 
 
CADERNO DE ARTES 
PROFESSORA: GLENDA SANTIAGO 
 
 
 
 
 
 
 
Macapá 
2017 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
2 | P á g i n a 
 
SUMÁRIO 
1. RENASCIMENTO...................................................................................................................03 
2. BARROCO...............................................................................................................................08 
3. ROCOCÓ..................................................................................................................................12 
4. NEOCLASSICISMO................................................................................................................14 
5. ROMANTISMO.......................................................................................................................17 
6. REALISMO..............................................................................................................................19 
7. IMPRESSIONISMO.................................................................................................................21 
8. PÓS-IMPRESSIONISMO........................................................................................................23 
9. EXPRESSIONISMO................................................................................................................25 
10. FAUVISMO..............................................................................................................................27 
11. CUBISMO................................................................................................................................30 
12. ABSTRACIONISMO...............................................................................................................32 
13. FUTURISMO............................................................................................................................35 
14. DADAÍSMO.............................................................................................................................37 
15. SURREALISMO......................................................................................................................38 
16. OP-ART...................................................................................................................................41 
17. POP ART..................................................................................................................................43 
18. ARTE CONCEITUAL..............................................................................................................45 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
RENASCIMENTO 
 
 A palavra renascença significa nascer 
novamente ou ressurgir, a ideia de tal 
renascimento ganhou terreno na Itália 
desde o tempo de Giotto. Quando ás 
pessoas desse período queriam elogiar 
um poeta ou um artista, diziam que sua 
obra era tão boa quanto a do antigos. 
Giotto fora exaltado assim como um 
mestre que tinha liderado um verdadeiro 
ressurgimento da arte: as pessoas 
queriam significar com isso que a arte de 
Giotto era tão boa quanto à daqueles 
famosos mestres cujas obras 
encontravam louvadas nos autores 
antigos da Grécia e de Roma. Não 
surpreende que essa ideia se tornasse 
popular na Itália. Os italianos estavam 
perfeitamente cônscios de que, num 
passado distante, a Itália, tendo Roma por 
capital, fora o centro do mundo civilizado, 
e que seu poder e glória se dissipara 
quando as tribos germânicas, godos e 
vândalos, invadiram o país e 
desmantelaram o Império Romano. A 
ideia de um renascimento associava-se 
na mente dos romanos, à ideia de uma 
ressurreição da "grandeza de Roma". O 
período entre a idade clássica, para a 
qual voltavam os olhos com orgulho, e 
a nova era de renascença, que 
aguardavam com esperança, era 
meramente um melancólico interregno. 
Donatello adquiriu grande fama durante 
sua vida. Tal como Giotto, um século 
antes, era frequentemente chamado a 
outras cidades italianas a fim de lhes 
aumentar a beleza e a glória. 
 
Relevo em bronze dourado, em uma pia 
batismal em S.Giovanni, Siena. (cabeça 
de João batista),Donatello. 
 
Uma cena da vida de S. João Batista. 
Mostra o tétrico momento em que a 
princesa Salomé pediu ao Rei Herodes, 
como prêmio por ter dançado para ele, a 
cabeça de S. João e a obteve. O nosso 
olhar penetra no régio salão do banquete 
e vai ainda mais longe, até à galeria dos 
músicos e a um lanço de escadas e salas 
ao fundo. O carrasco acabou de chegar e 
ajoelha-se ante o rei transportando numa 
bandeja a cabeça do santo. O rei recua e 
ergue as mãos horrorizado, crianças 
choram e fogem; a mãe de Salomé, que 
instigou o crime, é vista dirigindo-se ao rei, 
tentando explicar a ato. Há um grande 
vazio em torno dela, porque os 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
4 | P á g i n a 
 
convidados recuam. Um deles cobre os 
olhos com a mão, outros cercam Salomé, 
que parece ter nesse instante suspendido 
a dança. Não é necessário explicar 
detalhadamente que características são 
novas nessa obra de Donatello, são todas. 
As pessoas acostumadas às claras e 
graciosas narrativas da arte gótica, o 
modo de Donatello de contar uma história 
deve ter causado um choque. Não houve 
aqui o desejo de formar um padrão 
agradável e bem arrumado, mas, pelo 
contrário, o de produzir um efeito de 
súbito caos. 
 A nova arte da perspectiva 
aumenta ainda mais a ilusão de realidade. 
Donatello deve ter começado por se 
perguntar: "Como teriam acontecido, as 
coisas quando a cabeça do santo foi 
trazida para o salão?", Ele empenhou-se 
em representar um palácio clássico como 
àquele em que o evento poderia ter 
ocorrido, e escolheu tipos romanos para 
as figuras ao fundo. Percebe-se 
nitidamente que, de fato, nessa época, 
Donatello, como seu amigo Brunelleschi 
(Famoso pela construção de igrejas e a 
renovação da arquitetura nesses espaços) 
tinha iniciado um estudo sistemático dos 
remanescentes romanos para ajudá-lo a 
concretizar o renascimento da arte. 
 Porém, imaginar que esse estudo da 
arte grega e romana causou a 
"Renascença". A verdade é quase o 
oposto. Os artistas em redor de 
Brunelleschi ansiavam com tanta 
veemência por uma renovação da arte 
que se voltaram para a natureza, a ciência 
e os remanescentes da antiguidade a fim 
de realizarem seus novos objetivos. 
 O domínio da ciência e do 
conhecimento da arte clássica manteve-se 
por algum tempo na posse exclusiva dos 
artistas italianos da Renascença. Mas a 
vontade apaixonada de criar uma nova 
arte, que fosse mais fiel à natureza do que 
tudo o que fora visto até então, inspirou 
também os artistas da mesma geração no 
Norte. 
 O humanismo pode ser apontado 
como o principal valor cultivado no 
Renascimento. Baseia-se em diversos 
conceitos associados: neoplatonismo, 
antropocentrismo, hedonismo, 
racionalismo, otimismo e individualismo. O 
humanismo, antes que um corpo filosófico 
foi um método de aprendizado que 
passava a dar um maior valor ao uso da 
razão individual e à análise das 
evidências empíricas, ao contrário 
da escolástica medieval, que se limitava 
basicamente à consulta às autoridades do 
passado, principalmente Aristóteles e os 
primeiros padres da Igreja, e ao debate 
das diferenças entre os autores e 
comentaristas. O humanismo afirma a 
dignidade do homem e o torna o 
investigador por excelência da natureza. 
 Costuma-se dividir o Renascimento 
em três grandes fases, Trecento, 
Quattrocento e Cinquecento, 
correspondentesaos séculos XIV, XV e 
XVI, com um breve interlúdio entre as 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
duas últimas chamado de Alta 
Renascença. 
 
Principais artistas: 
- Leonardo da Vinci 
- Michelangelo 
- Rafael Sânzio 
 
 O humanismo, a noção de autonomia da 
arte, a emancipação do artista de sua 
condição de artesão e equiparação ao 
cientista e ao erudito, a busca pela 
fidelidade à natureza, e o conceito de 
gênio, tão perfeitamente encarnado em 
Da Vinci, Rafael e Michelangelo. 
 
Pietà, Michelangelo 
 
 
 
 
 
Leonardo era como até hoje, 
conhecido principalmente como pintor de 
duas de suas obras, a Mona Lisa e A 
Última Ceia, estão entre as pinturas mais 
famosas, mais reproduzidas e mais 
parodiadas de todos os tempos, e sua 
fama se compara apenas à Criação de 
Adão, de Michelangelo. O desenho 
do Homem Vitruviano, feito por Leonardo, 
também é tido como um ícone cultural, e 
foi reproduzido por todas as partes, desde 
o euro até camisetas. Cerca de quinze de 
suas pinturas sobreviveram até os dias de 
hoje; o número pequeno se deve às suas 
experiências constantes e frequentemente 
desastrosas com novas técnicas, além de 
sua procrastinação crônica. Ainda assim, 
estas poucas obras, juntamente com seus 
cadernos de anotações que contêm 
desenhos, diagramas científicos, e seus 
pensamentos sobre a natureza da pintura 
formam uma contribuição às futuras 
gerações de artistas que só pode ser 
rivalizada à de seu contemporâneo, 
Michelangelo. 
 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
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O Homem Vitruviano, Leonardo da Vinci. 
Criação de Adão, Michelangelo. 
 
Deus é representado como um 
ancião barbudo, envolto em um manto 
que divide com alguns anjos. Seu braço 
esquerdo está abraçado a uma figura 
feminina, normalmente interpretada 
como Eva – que ainda não foi criada e, 
figuradamente, espera no céu para ganhar 
uma forma humana. O braço direito de 
Deus está esticado para criar o poder da 
vida de seu próprio dedo para Adão, o 
qual está com o braço esquerdo estendido 
em contraposição ao do criador. Os dedos 
de Adão e de Deus estão separados por 
uma pequena distância. 
 
Rafael Sânzio 
 
Rafael Sânzio, frequentemente referido 
apenas como Rafael, foi um mestre da 
pintura e da arquitetura da escola de 
Florença durante o renascimento italiano, 
celebrado pela perfeição e suavidade de 
suas obras. 
 
Madonna del Prado, Rafael Sânzio,(1505-
1506). 
 
 
 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
BARROCO 
 È o nome dado ao estilo artístico que 
floresceu entre o final do século XVI e 
meados do século XVIII, inicialmente 
na Itália, difundindo-se em seguida pelos 
países católicos da Europa e da América, 
antes de atingir, em uma forma 
modificada, as áreas protestantes e 
alguns pontos do Oriente. 
 Considerado como o estilo 
correspondente ao absolutismo e 
à Contrarreforma, distingue-se pelo 
esplendor exuberante. De certo modo o 
Barroco foi uma continuação natural 
do Renascimento, porque ambos os 
movimentos compartilharam de um 
profundo interesse pela arte 
da Antiguidade clássica, embora 
interpretando-a diferentemente. Enquanto 
no Renascimento o tratamento das 
temáticas enfatizava qualidades de 
moderação, economia formal, 
austeridade, equilíbrio e harmonia, o 
tratamento barroco de temas idênticos 
mostrava maior dinamismo, contrastes 
mais fortes, maior dramaticidade, 
exuberância e realismo e uma 
tendência ao decorativo, além de 
manifestar uma tensão entre o gosto 
pela materialidade opulenta e as 
demandas de uma vida espiritual. Mas 
nem sempre essas características são 
bem evidentes ou se apresentam todas ao 
mesmo tempo. Houve uma grande 
variedade de abordagens que foram 
englobadas sob a denominação genérica 
de "arte barroca", com certas escolas mais 
próximas do classicismo renascentista e 
outras mais afastadas dele, o que tem 
gerado muita polêmica e pouco consenso 
na conceituação e caracterização do 
estilo. 
Principais Artistas: 
 -Francesco Borromini (arquiteto italiano) 
- Bernini (escultor italiano) 
- Caravaggio (pintor italiano) 
- Rubens (pintor flamengo) 
- Frans Hals (pintor holandês) 
- Diego Velásquez (pintor espanhol) 
- Antoon van Dyck (pintor belga) 
- Andrea Pozzo (pintor italiano) 
 
Bernini 
 Gian Lorenzo Bernini ou 
simplesmente Bernini, foi um eminente 
artista do barroco italiano, trabalhando 
principalmente na cidade de Roma. 
Distinguiu-se como escultor e arquiteto, 
ainda que tivesse sido pintor desenhista, 
cenógrafo e criador de espectáculos 
de pirotecnia. Esculpiu numerosas obras 
de arte presentes até os dias atuais 
em Roma e no Vaticano. 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
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 O Êxtase de Santa Teresa, Bernini. 
 
 
Caravaggio 
 Michelangelo Merisi , conhecido 
como Caravaggio, um dos mais 
notados pintores italianos, atuante 
em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, 
entre 1593 e 1610. Seu trabalho exerceu 
influência importante no estilo barroco, 
estilo do qual foi o primeiro grande 
representante. Caravaggio era o nome da 
aldeia natal da sua família e foi escolhido 
como seu nome artístico. 
 
 
A Inspiração de São Mateus, obra 
pertencente á Caravaggio 
 
Rubens 
 Peter Paul Rubens foi 
um pintor flamengo do estilo barroco, 
proponente de um estilo extravagante que 
enfatizava movimento, cor e sensualidade. 
Ele é conhecido por suas obras 
contrarreformistas, retratos e pinturas 
históricas de assuntos mitológicos e 
alegóricos. 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
O rapto das filhas de Leucipo. 
 
 
Andrea Pozzo 
 Foi um artista italiano atuando como 
decorador, arquiteto, pintor, professor e 
teórico. Desde jovem foi inclinado à vida 
religiosa. Principal característica de sua 
pintura era aproximar as pessoas do céu, 
para se chegar ao resultado desejado o 
artista transformava o teto da igreja em 
um verdadeiro céu, criando essa 
atmosfera celeste. 
 
 
 
 A Glorificação de Santo 
Inácio, Igreja de Santo Inácio em Roma. 
 
ROCOCÓ 
 De modo geral, a arte se desenvolveu 
dentro do estilo rococó pode ser 
caracterizada como requintada, 
aristocrática e convencional. Foi uma arte 
que se preocupou em expressar apenas 
sentimentos agradáveis e que procurou 
dominar a técnica de uma execução 
perfeita. 
 O Rococó teve inicio na França, no 
Século XVIII, difundindo-se a seguir por 
toda a Europa. Caracterizou-se acima de 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
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tudo por sua índole hedonista e 
aristocrática, manifesta em delicadeza, 
elegância, sensualidade e graça, e na 
preferência por temas leves e 
sentimentais, onde a linha curva, as cores 
claras e a simetria tinham um papel 
fundamental na composição da obra. 
O rococó tem como principais 
características: 
 Cores claras; 
 Tons pastel e douramento; 
 Representação da vida profana da 
aristocracia; 
 Representação de Alegorias; 
 Estilo decorativo; 
 Possui leveza na estrutura das 
construções; 
 Unificação do espaço interno, com 
maior graça e intimidade; 
 Texturas suaves; 
 Hedonismo; 
 Uso de temas relacionado a vida 
cotidiana e a sexualidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Igreja no estilo Rococó (Birnau Basílica) 
 
 A arte do Rococó refletia, portanto, os 
valores de uma sociedade fútil que 
buscava nas obras de arte algo que lhe 
desse prazer e a levasse a esquecer de 
seus problemas reais. Os assuntos 
explorados pelos artistas deveriam ser as 
cenas graciosas, realizadas de tal forma 
que refletissem uma sensualidadesutil, 
como podemos observar na tela O 
Balanço (divertimento de uma jovem 
Burguesa) do pintor Fragonard. 
 
 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
 
 “Divertimento da jovem Burguesa” de 
(Jean-Honoré Fragonard). 
 
 
 
NEOCLASSICISMO 
 Nas duas últimas décadas do século 
XVIII e nas três primeiras do XIX, uma 
nova tendência estética predominou nas 
criações dos artistas europeus. Trata-se 
do Academicismo ou Neoclassicismo, que 
expressou os valores próprios de uma 
nova e fortalecida burguesia, que assumiu 
a direção da sociedade europeia após a 
Revolução Francesa e principalmente com 
o império de Napoleão. 
 Esse estilo chamou-se 
Neoclassicismo porque retomou os 
princípios da arte da antiguidade greco-
romana. A outra denominação 
Academicismo estava ligada ao fato de 
que as concepções artísticas do mundo 
greco-romano tornaram-se os conceitos 
básicos para o ensino das artes nas 
academias mantidas pelos governos 
europeus. 
 De acordo com a tendência 
neoclássica, uma obra de arte só seria 
perfeitamente bela na medida em que 
imitasse não as formas da natureza, 
mas as que os artistas clássicos 
gregos e os renascentistas italianos já 
haviam criado. E esse trabalho de 
imitação só era possível através de um 
cuidadoso aprendizado das técnicas e 
convenções da arte clássica. Por isso, 
o convencionalismo e o tecnicismo 
reinaram nas academias de belas-artes, 
até serem questionados pela arte 
moderna. 
 Teve como base os ideais 
do iluminismo e um renovado interesse 
pela cultura da Antiguidade clássica, 
advogando os princípios da moderação, 
equilíbrio e idealismo como uma reação 
contra os excessos decorativistas e 
dramáticos do Barroco. 
 Acrescente-se a isso a descoberta 
de Herculano e Pompeia, duas antigas 
cidades romanas soterradas por uma 
erupção do Vesúvio, uma grande surpresa 
para os conhecedores e o público, 
tornando-se logo uma parada obrigatória 
no Grand Tour europeu e local de 
pesquisa para artistas e antiquários. 
Embora as escavações que começaram a 
ser realizadas nas ruínas em 1738 e 1748 
não tenham encontrado grandes obras-
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
12 | P á g i n a 
 
primas, trouxeram para a luz uma 
quantidade de relíquias e artefatos que 
revelavam aspectos do cotidiano romano 
até então desconhecidos. Seguiram-se 
outras pesquisas sistemáticas da arte e 
cultura antiga, formaram-se importantes 
coleções públicas e privadas de arte e 
artefatos antigos e o "estilo grego" se 
tornava cada vez mais um favorito para os 
decoradores, estilistas de moda e 
arquitetos. Esses fatores contribuíram de 
forma importante para a educação de um 
maior público e para um alargamento da 
sua visão sobre o passado, estimulando 
uma nova paixão por tudo o que fosse 
antigo. 
 Apesar de a arte clássica ser 
apreciada desde muito antes, segundo 
Cybele Gontar era-o de forma 
circunstancial e empírica, mas agora o 
apreço se construía sobre bases mais 
científicas, sistemáticas e racionais. Com 
essas descobertas arqueológicas e 
estudos teóricos tornou-se possível formar 
pela primeira vez uma cronologia da 
cultura e da arte dos gregos e romanos, 
distinguindo o que era próprio de uns e de 
outros, e fazendo nascer um interesse 
pela tradição puramente grega que havia 
sido ofuscada pela herança romana, ainda 
mais porque na época a Grécia estava 
sob domínio turco e por isso, na prática, 
era pouco acessível para os estudiosos e 
turistas do Ocidente cristão. 
 A pintura desse período foi inspirada 
principalmente na escultura clássica grega 
e na pintura renascentista italiana, 
sobretudo em Rafael, mestre inegável do 
equilíbrio da composição e da harmonia 
do colorido. O maior representante da 
pintura clássica é, sem duvida, Jacques 
Louis David (1748-1825). Ele nasceu em 
Paris e foi considerado o pintor da 
Revolução Francesa, mais tarde, tornou-
se o pintor oficial do Império de Napoleão. 
 
A morte de Marat, (1793), Jacques David. 
 
Jean-Auguste Dominique Ingres 
 Por outro lado, Ingres revela um 
inegável apuro técnico na pintura do nu. 
Sua célebre tela Banhista de Valpinçon é 
Prof. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
um testemunho disso. Nessa obra fica 
evidente o domínio dos tons claros e 
translúcidos para a representação da pele 
e do domínio do desenho, uma das 
características mais fortes de Ingres. 
 
A Banhista de Valpinçon - Jean-Auguste 
Dominique Ingres. 
 
ROMANTISMO 
 O século XIX foi agitado por fortes 
mudanças sociais, politicas e culturais 
causadas pela Revolução Industrial e pela 
Revolução Francesa do final do Século 
XVIII. Do mesmo modo, a atividade 
artística tornou-se mais complexa. Assim, 
podemos identificar nesse período vários 
movimentos que produziam obras de artes 
segundo diferentes concepções e 
tendências. Por isso, quando estudamos 
arte do Século XIX, entramos em contato 
com movimentos artísticos muito 
diferentes, como é o caso do 
Romantismos, do Realismo, do 
Impressionismo, do Pós-Impressionismo.
 
 Enquanto os artistas neoclássicos 
voltaram-se para a imitação da arte greco-
romana e dos mestres do Renascimento 
italiano, submetendo-se ás regras 
determinadas pelas escolas de belas-
artes, os românticos procuraram se 
libertar das convenções acadêmicas em 
favor da livre expressão da personalidade 
do artista. Assim de modo geral, 
podemos afirmar que a característica 
mais marcante do Romantismo é a 
valorização dos sentimentos e da 
imaginação como princípios da criação 
artística. 
 Ao negar a estética neoclássica, a 
pintura romântica aproxima-se das formas 
barrocas. Assim, os pintores românticos, 
como Goya, Delacroix, Turner e 
Connstable, recuperam o dinamismo e o 
realismo que o neoclássico havia negado. 
Outro elemento que podemos observar 
nos quadros românticos é a composição 
em diagonal, que sugere instabilidade de 
claro-escuro reaparecem, produzindo 
efeito de dramaticidade. Quantos aos 
temas, os fatos reais da historia 
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nacional e contemporâneas dos 
artistas despertam maior interesse do 
que os da mitologia greco-romana. 
Além disso, a natureza, relegada a 
pano de fundo das cenas aristocráticas 
pelo neoclassicismo, ganha 
importância. A própria natureza passa 
a ser tema da pintura, ora calma, ora 
agitada, a natureza exibe na tela dos 
românticos, um dinamismo equivalente 
ás emoções humanas. 
 
GOYA - Os Fuzilamentos de 3 de Maio. 
 
 
 
Delacroix, no Museu do Louvre. 
 
REALISMO 
 Entre 1850 e 1900 surge nas artes 
européias, sobretudo na pintura francesa, 
uma nova tendência estética chamada 
Realismo, que se desenvolveu ao lado da 
crescente industrialização das 
sociedades. O homem europeu, que tinha 
aprendido a utilizar o conhecimento 
científico e a técnica para interpretar e 
dominar a natureza, convenceu-se de que 
precisava ser realista, inclusive em suas 
criações artísticas, deixando de lado as 
visões subjetivas e emotivas da realidade. 
 A pintura realista do século XIX, 
caracteriza-se sobretudo pelo principio de 
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que o artista deve representar a realidade 
com a mesma objetividade com que um 
cientista estuda um fenômeno da 
natureza. Ao artista não cabe “melhorar” 
artisticamente a natureza, pois a beleza 
está na realidade tal qual ela é. Sua 
função é apenas revelar os aspectos mais 
característicos e expressivos da realidade. 
Em vista disso, a pintura realista deixou 
completamente de lado os temas 
mitológicos, bíblicos, históricos e literários, 
pois o que importa é a criação a partir de 
uma realidade imediata não imaginada. A 
volta do artista para a representação do 
real teve consequência: sua 
politização. Isso porque, se a 
industrializaçãotrouxe um grande 
desenvolvimento tecnológico, ela 
provocou também o surgimento de 
uma grande massa de trabalhadores 
vivendo nas cidades em condições 
precárias e trabalhadores em situação 
desumana. Surge então a chamada 
“pintura Social”, denunciando as injustiças 
e as imensas desigualdades entre a 
miséria dos trabalhadores e a opulência 
da burguesia. 
Principais artistas: 
 Gustave Courbet; 
 Jean-François Millet 
 Édouard Manet 
 
 
 
Os Britadores e Moças Peneirando Trigo, 
Gustave Courbet. 
 
 
 
 
 
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As Respigadeiras, Jean-François Millet. 
 
IMPRESSIONISMO 
Foi um movimento que surgiu na 
pintura francesa do século XIX, vivia-se 
nesse momento a chamada Belle Époque 
ou Bela Época em português. O nome do 
movimento é derivado da obra 
"Impressão: nascer do sol" (1872), de 
Claude Monet. Começou com um grupo 
de jovens pintores que rompeu com as 
regras da pintura vigentes até então. O 
grupo tem sua formação associada à 
Académie Suisse e ao ateliê Gleyre, em 
Paris, e entre seus principais integrantes 
estão Monet, Pierre Auguste Renoir (1841 
- 1919), Alfred Sisley (1839 - 1899), 
Frédéric Bazille (1841 - 1870), Camille 
Pissarro (1831 - 1903), Paul Cézanne 
(1839 - 1906), Edgar Degas (1834 - 1917), 
Berthe Morisot (1841 - 1895) e Armand 
Guillaumin (1841 - 1927). .Os 
impressionistas não mais se preocupavam 
com os preceitos do Realismo ou da 
academia. A busca pelos elementos 
fundamentais de cada arte levou os 
pintores impressionistas a pesquisar a 
produção pictórica não mais interessados 
em temáticas nobres ou no retrato fiel da 
realidade, mas em ver o quadro como 
obra em si mesma. A luz e o movimento 
utilizando pinceladas soltas tornam-se o 
principal elemento da pintura, sendo que 
geralmente as telas eram pintadas ao ar 
livre para que o pintor pudesse capturar 
melhor as variações de cores da natureza. 
Algumas características encontradas nas 
pinturas: 
 A pintura deve mostrar os pontos 
que os objetos adquirem ao refletir 
a luz do corpo num determinado 
momento, pois as cores da 
natureza mudam todo dia, 
dependendo da incidência da luz 
do sol; 
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 É também, com isto, uma pintura 
instantânea (captação do 
momento), recorrendo, 
inclusivamente, à fotografia; 
 As figuras não devem ter 
contornos nítidos pois o desenho 
deixa de ser o principal meio 
estrutural do quadro, passando a 
ser a mancha/cor; 
 As sombras devem ser luminosas 
e coloridas, tal como é a impressão 
visual que nos causam. O preto 
jamais é usado em uma obra 
impressionista plena; 
 Os contrastes de luz e sombra 
devem ser obtidos de acordo com 
a lei das cores complementares. 
Assim um amarelo próximo a um 
violeta produz um efeito mais real 
do que um claro-escuro muito 
utilizado pelos academicistas no 
passado. Essa orientação viria dar 
mais tarde origem ao [pontilhismo]; 
 As cores e tonalidades não devem 
ser obtidas pela mistura de 
pigmentos. Pelo contrário, devem 
ser puras e dissociadas no quadro 
em pequenas pinceladas. É o 
observador que, ao admirar a 
pintura, combina as várias cores, 
obtendo o resultado final. A mistura 
deixa, portanto, de ser técnica para 
se tornar óptica; 
 Preferência pelos pintores em 
representar uma natureza morta a 
um objeto; 
 Valorização de decomposição das 
cores. 
Embora não se possa falar em 
uma escola homogênea ou em programa 
definido, é possível localizar certos 
princípios comuns na pintura desses 
artistas: preferência pelo registro da 
experiência contemporânea; observação 
da natureza com base em impressões 
pessoais e sensações visuais imediatas; 
suspensão dos contornos e dos claro-
escuros em prol de pinceladas 
fragmentadas e justapostas; 
aproveitamento máximo da luminosidade 
e uso de cores complementares, 
favorecidos pela pintura ao ar livre. Em 
relação ao trabalho com as cores pela 
técnica da mistura ótica de cores que se 
formam na retina do observador e não 
pela mistura de pigmentos, cabe observar 
o diálogo que estabelecem com as teorias 
físicas da época, como as de Chevreul, 
Helmholtz e Rood. A primeira vez que o 
público teve contato com a obra dos 
impressionistas foi em uma exposição 
coletiva realizada em Paris, em abril de 
1874. Mas o publico e a crítica, reagiram 
muito mal ao novo movimento, pois os 
mesmos ainda que se mantinham fiéis aos 
princípios acadêmicos da pintura. Entre os 
expositores estavam Renoir, Degas, 
Pissarro, Cézanne, Sisley, Monet e 
Morisot. Só na década seguinte é que os 
impressionistas começaram a ser 
compreendidos pela crítica e pelo público. 
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18 | P á g i n a 
 
Em 1886 realizou-se a última 
exposição coletiva do grupo de artistas 
impressionistas. Dessa exposição 
participaram dois pintores que dariam uma 
nova tendência ao movimento: Georges 
Seurat (1859-1891) e Paul Signac (1863-
1935). O trabalho desses dois artistas 
aprofundou as pesquisas que os 
impressionistas realizavam quanto á 
percepção óptica. Seurat, principalmente, 
acabou reduzindo as pinceladas a um 
sistema de pontos uniformes que, no seu 
conjunto, são ao observador a percepção 
de uma cena. Essa técnica foi chama de 
Pontilhismo e Divisionismo, porque as 
figuras, na tela, são representadas em 
minúsculos fragmentos ou pontos, 
cabendo ao observador percebê-las como 
um todo plenamente organizado. 
 
PÓS-IMPRESSIONISMO 
Foi à expressão artística utilizada 
para definir a pintura. O pós-
impressionismo designa-se por um grupo 
de artistas e de movimentos diversos 
onde se seguiram as suas tendências 
para encontrar novos caminhos para a 
pintura. Esses artistas acentuaram a 
pintura nos seus valores específicos a cor 
e bidimensionalidade. A maioria dos 
artistas iniciaram suas carreiras como 
impressionista, partindo daí para diversas 
tendências distintas. Chamavam-se 
genericamente pós-impressionistas os 
artistas que não mais representavam 
fielmente os preceitos originais do 
impressionismo, ainda que não tenham se 
afastado muito dele ou estejam agrupados 
formalmente em novos grupos. Sentindo-
se limitados e insatisfeitos pelo estilo 
impressionista, alguns jovens artistas 
queriam ir mais além, ultrapassar a 
Revolução de Monet. Aí se encontra a 
gênese do novo movimento, que não 
buscava destruir os valores do grande 
mestre, e sim aprimorá-los. Insurge-se 
contra o impressionismo devido à sua 
superficialidade ilusionista da análise à 
realidade. Movimentos impressionistas 
como o Pontilhismo ou o Divisionismo 
nunca são chamados pós-impressionistas, 
mas sim de neo-impressionistas. Os 
principais artistas desse movimento são: 
Paul Cézanne (1839-1906), Vincent van 
Gogh (1853-1890) e Paul Gauguin 
(1848-1903), considerados as figuras 
centrais da nova atitude crítica em relação 
ao programa impressionista. 
Na década de 1890, Gauguin viveu no 
Taiti e produziu uma série de telas que 
constituiu a parte mais conhecida de suas 
obras. Seus quadros dessa época 
registram o espaço natural e a vida 
simples das pessoas livres do peso da 
civilização ocidental, como se pode 
observar em sua obra. 
 
 
 
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Jovens Taitianas com Flores de Manga 
(1899). Dimensões: 94 x 73 cm. 
Como Gauguin, Paul Cézanne 
(1839-1906) também teve o início de sua 
carreira ligada ao movimento 
impressionista. Mas não tardou muito para 
que sua pintura tomasse outros rumos. 
Ele não se preocupava em registar o 
aspecto passageiro de um momento 
provocado pela constante mudança da luz 
solar, como defendiam os impressionistas. 
Ao contrario, o que Cézanne buscava era 
permanente, a estrutura intima da 
natureza. Essa mudança radical deconcepção estética já é evidente em sua 
tela O Castelo de Médan. Nesse quadro, 
os campos de cor são bem delimitados, 
embora persistam ainda áreas matizadas 
com ocre e laranja. No entanto, as árvores 
são concebidas com uma estrutura 
cilíndrica bem definida e é nítida a 
diferença entre linhas horizontais e 
verticais. 
 
O castelo de Médan, (1879-1882), de 
Cézanne. Dimensões 59 cm x 72 cm. 
A partir dessa obra, o rompimento 
com o grupo impressionista é inevitável, 
pois a tendência de Cézanne em 
converter os elementos naturais em 
figuras geométricas como (cilindros, cones 
e esferas) acentua-se cada vez mais, de 
tal forma que se torna impossível para 
recriar a realidade segundo “impressões” 
captadas pelo sentido. 
Um dos pós-impressionistas mais 
famosos é sem dúvida Vincent Van Gogh 
(1853-1890), que dentro do 
impressionismo não tinha liberação 
artística suficiente para melhor exprimir 
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20 | P á g i n a 
 
suas emoções. Durante sua juventude foi 
pregador religioso, tomando-se pintor por 
volta dos trinta anos. Sua vida com a 
pintura foi dividida em quatro fases: 
iniciando na Holanda, seus quadros 
possuíam os contrastes de claro-escuro, 
em Paris, como Impressionista, suas 
angústias manifestavam-se em suas 
obras; em Arles, ao sul da França, 
conseguiu libertar-se do Naturalismo, 
transformando o estilo em um colorido 
abstrato; e, após várias crises nervosas, 
transferiu-se para Anvers, uma cidade 
tranquila ao norte da França, onde em três 
meses conseguiu pintar cerca de oitenta 
quadros, destacando-se dentre eles Trigal 
com Corvo. 
 
Trigal com corvos (1890), de Van Gogh. 
Dimensões: 50,5 cm x 100,5 cm. 
 
EXPRESSIONISMO 
Movimento artístico e cultural de 
vanguarda surgido na Alemanha no 
início do século XX, os primeiros 
representantes das chamadas 
"vanguardas históricas". Mais do que 
meramente um estilo com características 
em comum, o Expressionismo é sinónimo 
de um amplo movimento heterogéneo, de 
uma atitude e de uma nova forma de 
entender a arte, que aglutinou diversos 
artistas de várias tendências, formações e 
níveis intelectuais. O movimento surge 
como uma reação ao positivismo 
associado aos movimentos impressionista 
e naturalista, propondo uma arte pessoal 
e intuitiva, onde predominasse a visão 
interior do artista – a "expressão" – em 
oposição à mera observação da realidade 
– a "impressão". O progresso tecnológico 
no campo das artes, sobretudo depois da 
aparição da fotografia e do cinema, faz 
com que toda a comunidade artística se 
interrogue sobre o seu papel na 
sociedade. A imitação da realidade deixou 
de fazer sentido, uma vez que as novas 
técnicas tornaram o processo mais fácil, 
rápido e reprodutível. As novas teorias 
científicas como a teoria da relatividade de 
Einstein, a psicanálise de Freud ou a 
subjetividade do tempo de Bérgson, 
abriram a porta a noções subjetivas da 
realidade, fornecendo elementos para que 
o mundo artístico se questionasse sobre 
as próprias fronteiras da objetividade. A 
procura de novas linguagens artísticas e 
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novas formas de expressão traduziu-se na 
formação de vários movimentos de 
vanguarda que exploravam uma nova 
relação do artista com o público. Os 
vanguardistas pretendem integrar a arte 
com a própria sociedade e fazer da sua 
obra uma expressão do inconsciente 
coletivo da sociedade que representava. 
Por sua vez, a interação com o 
espectador leva a que este se envolva na 
percepção e compreensão da obra, assim 
como na sua difusão e mercantilização, 
fator que estará na origem do crescimento 
exponencial das galerias de arte e dos 
museus. 
Através de uma paleta cromática 
vincada e agressiva e do recurso às 
temáticas da solidão e da miséria, o 
expressionismo é um reflexo da angústia 
e ansiedade que dominavam os círculos 
artísticos e intelectuais da Alemanha. O 
expressionismo integra aquilo que se 
convencionou designar por "vanguardas 
históricas"; o imenso grupo de 
movimentos artísticos surgidos desde o 
início do século XX anterior à I Guerra 
Mundial até o fim da II Guerra Mundial em 
1945. Esta designação inclui ainda, entre 
outros, o fauvismo, o cubismo, o 
futurismo, o construtivismo, o 
neoplasticismo, o dadaísmo e o 
surrealismo. A vanguarda está 
intimamente ligada ao conceito de 
modernidade, caracterizado pelo fim do 
determinismo e da supremacia da religião, 
substituídos pela razão e pela ciência, 
pelo objetivismo e pelo individualismo, e 
pela a confiança na tecnologia, no 
progresso e nas próprias capacidades do 
ser humano. O artista pretende dessa 
forma colocar-se a si próprio na linha da 
frente do progresso social e dar voz às 
ideias progressistas através da sua obra. 
Esse movimento artístico teve 
origem em Dresden, Alemanha, entre 
1904 e 1905, com um grupo chamado Die 
Brucke, que em português significa A 
Ponte. Faziam parte desse grupo Ernst 
Ludwig Kirchner (1880-1938), Erich 
Heckel (1883-1970) e Karl Schmidt-
Rottluff (1884-1976). 
Assim como Van Gogh, o pintor 
norueguês Edvard Munch (1863-1944), 
inspirou o movimento expressionista. Sua 
obra o Grito é um exemplo dos temas que 
sensibilizavam os artistas ligados a essa 
tendência. Nela a figura humana não 
apresenta suas linhas reais, mas 
contorce-se sob o efeito de suas 
emoções. As linhas sinuosas do céu e da 
água, e a linha diagonal da ponte, 
conduzem o olhar do observador para a 
boca da figura que se abre num grito 
perturbador. Essa atitude é inédita até 
aqui para as personagens da pintura e a 
ênfase para as linhas fortes evidenciam a 
emoção que o artista procura expressar. 
 
 
 
 
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O Grito, (1898), de Munch. 
Dimensões: 91 cm x 73,5 cm. 
 
 
 
FAUVISMO 
O fauvismo ou fovismo (do 
francês fauvisme, oriundo de les fauves, 
"as feras", como foram chamados os 
pintores não seguidores do cânone 
impressionista, vigente à época) é uma 
corrente artística do início do século XX, 
que se desenvolveu entre 1905 e 1907. O 
estilo começou em 1901, mas só foi 
denominado e reconhecido como um 
movimento artístico em 1905. Segundo 
Henry Matisse, em "Notes d'un Peintre", 
pretendia-se com o fauvismo "uma arte do 
equilíbrio, da pureza e da serenidade, 
destituída de temas perturbadores ou 
deprimentes". Este grupo de pintores 
utilizava nos seus quadros cores 
violentas, de forma arbitrária. A 
denominação do movimento deve-se ao 
crítico conservador Louis Vauxcelles, que, 
no Salão de Outono de 1905, em Paris, 
comparou-os a feras (fauves). Os pintores 
fauvistas foram influenciados por: Van 
Gogh, através de seu emocionalismo e 
ardor passional no uso das cores, e por 
Gauguin, com seu primitivismo e visão 
sintética da natureza. A nova estética 
obedece aos impulsos instintivos ou as 
sensações vitais. Criar desobedecendo a 
uma ordem intelectual, onde as linhas e 
as cores devem jorrar no mesmo estado 
de pureza das crianças e selvagens, 
afrontando os cânones tradicionais da 
pintura. Evitam a ilusão da 
tridimensionalidade. A tela se apresentava 
plana, fornecendo apenas comprimento e 
largura. Basearam-se na força dos 
matizes saídos das bisnagas de tinta. A 
realidade era deformada com a finalidade 
de produzir o estado de espírito do artista 
diante do espetáculo oferecido pela 
natureza em movimento (reflexos dos tons 
vivos sobre a água e galhos retorcidos). A 
nova geração de artistas buscava 
recomeçar sem se preocupar com a 
composição. Na ânsia de pintar o estado 
de graça, muitas vezes aplicava-se a tinta 
diretamente na tela, onde os vermelhos, 
os amarelos, os verdes uivavam e 
antecipavam o gosto moderno pela cor 
pura. Era o novo espíritode síntese, que 
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deixava para segundo plano o desenho e 
a forma. Os elementos formais tornaram-
se deformadores e criavam contrastes ou 
harmonia de coloridos inexistentes no 
mundo visível. Não se deixaram 
escravizar pelos aspectos visuais da 
realidade e do naturalismo. A nova arte 
surgiu como verdadeira libertação da 
realidade objetiva e foi construída pelas 
sensações visuais impulsivas dos artistas. 
Características da pintura: 
 A simplificação das formas e 
utilização maciça de cores puras; 
 A pouca, ou nenhuma, gradação 
entre os matizes; 
 As pinceladas, largas e definitivas, 
que continham espontânea 
gestualidade; 
 A utilização da cor na delimitação 
dos planos e na sensação de 
profundidade; 
 A escolha dos matizes sem relação 
com a realidade; 
 O movimento rítmico sugerido 
pelas linhas, texturas e pela 
continuidade dos elementos 
desenhados; 
 Impulsividade e experimentação, 
em vez de exaustivos estudos 
preparatórios; 
 Temas cotidianos que retratavam 
emoções e a alegria de viver; 
 A tradução de sensações 
elementares, no mesmo estado de 
graça das crianças e dos 
selvagens; 
Principais artistas do movimento: 
 Albert Marquet 
 André Derain 
 George Rouault 
 Henri Matisse 
 Jean Puy 
 Kees Van Dongen 
 Maurice de Vlaminck 
 Raoul Dufy 
Dos pintores fauvistas, Matisse foi, 
sem dúvida, a maior expressão. Sua 
Característica mais forte é a 
despreocupação com o realismo, tanto em 
relação ás formas das figuras quanto em 
relação ás cores. Em suas obras, as 
coisas representadas são menos 
importantes do que a maneira de 
representá-las. Assim, as figuras 
interessam enquanto formas que 
constituem uma composição. È indiferente 
ao artista se elas são de pessoas ou de 
natureza-morta. Por exemplo, em 
Natureza-morta com Peixes Vermelhos, 
quadro pintando em 1911, podemos 
observar, que o importante para Matisse é 
que as figuras tais como a mulher, o 
aquário, o vaso com flores e a pequena 
estante, uma vez associadas, compõem 
um todo orgânico. Mas esse objetivo não 
era procurado apenas pela associação 
das figuras. As cores puras e estendidas 
em grandes campos, como o azul, o 
amarelo e o vermelho, são também 
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fundamentais para a organização da 
composição. 
 
Natureza-morta com peixes vermelhos 
(1911), de Matisse. Museu de Arte 
Moderna de Nova York. 
Madame Matisse (1905) de Matisse. 
Statens Museum for Kunst, Copenhagen, 
Dinamarca. 
 
 
CUBISMO 
Surgiu no século XX, nas artes 
plásticas, tendo como principais 
fundadores: Pablo Picasso e Georges 
Braque, esse movimento também se 
expandiu para a literatura e a poesia. O 
quadro "Les demoiselles d'Avignon", de 
Picasso, 1907 é conhecido como o marco 
inicial do cubismo. Nele ficam evidentes 
as referências a máscaras africanas, que 
inspiraram a fase inicial do cubismo, 
juntamente com a obra de Paul Cézanne. 
Historicamente o cubismo originou-se nas 
obras de Cézanne, pois, eram como se 
fossem cones, esferas e cilindros. 
Entretanto, os cubistas foram mais longe 
do que Cézanne. Passaram a representar 
os objetos com todas as suas partes num 
mesmo plano. È como se eles estivessem 
abertos e apresentassem todos os seus 
lados no plano frontal em relação ao 
espectador. Na verdade, essa atitude de 
decompor os objetos não tinha nenhum 
compromisso de fidelidade com a 
aparência real das coisas. Significava, em 
suma, o abandono da busca da ilusão da 
perspectiva ou das três dimensões dos 
seres, tão perseguidos pelos pintores 
renascentistas. Com o tempo, o Cubismo 
evoluiu em duas grandes tendências 
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chamadas Cubismo Analítico e 
Cubismo Sintético. O cubismo analítico 
foi desenvolvido por Picasso e Braque, 
aproximadamente entre 1908 e 1911. 
Esses artistas trabalharam com poucas 
cores entre elas o preto, cinza e alguns 
tons de marrom e ocre, já que o mais 
importante para eles era definir um tema e 
apresenta-lo de todos os lados 
simultaneamente, levando ás ultimas 
consequências, essa tendência chegou a 
uma fragmentação tão grande dos seres, 
que tornou impossível o reconhecimento 
de qualquer figura nas pinturas cubistas. 
Temos como exemplo: 
 
Violino e Cântaro (1910) de Braque. 
Museu de Arte Brasiléia 
 
 
O Poeta (1911), de Pablo Picasso. 
Coleção Peggy Guggenhein Veneza. 
 
 
Reagindo á excessiva 
fragmentação dos objetos e á destruição 
de sua estrutura, os cubistas passaram ao 
cubismo sintético. Essa tendência 
procurou tornar as figuras novamente 
reconhecíveis. Mas, apesar de ter havido 
uma certa recuperação da imagem real 
dos objetos, isso não significou o retorno a 
um tratamento realista do tema. Foi 
mantido o modo característico do cubismo 
de apresentar simultaneamente as várias 
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dimensões de um objeto, como podemos 
observar em Mulher com o Violão, de 
Braque. 
 Mulher com o Violão (1908), 
 de Braque. 
 
O cubismo Sintético foi chamado também 
de colagem porque introduziu letras, 
palavras, números, pedaços de madeira, 
vidro, metal e até objetos inteiros nas 
pinturas. Essa inovação pode ser 
explicada pela intenção dos artistas em 
cria novos efeitos plásticos e de 
ultrapassar os limites das sensações 
visuais que a pintura sugere, despertando 
também no observador as funções táteis 
ABSTRACIONISMO 
 A principal característica da pintura 
abstrata é a ausência de relação imediata 
entre suas formas e cores e as formas e 
cores de um ser. Por isso, uma tela 
abstrata não representa nada da realidade 
que nos cerca, nem narra figurativamente 
alguma cena histórica, literária, religiosa 
ou mitológica. Os estudiosos de arte 
comumente consideram o pintor russo 
Wassily Kandinsky (1866-1944) o 
iniciador da moderna pintura abstrata. Em 
1914, Kandinsky entrou em contato com 
os pintores russos Mikhail Larionov e 
Natalia Gontchorova, que valorizavam as 
relações entre as cores, sem se preocupar 
com a representação de um assunto. Em 
1912, ao visitar Paris, o artista russo 
Vladimir Tatlin impressionou-se com as 
colagens cubistas. A partir de então 
começou a fazer pintura de relevo, usando 
materiais diversos. Daí, o artista deu mais 
um passo e começou a construir objetos a 
partir de vidro, metal e madeira. Suas 
obras eram completamente abstratas e 
foram base para o movimento 
Construtivismo. Esse movimento teve a 
participação também dos escultores 
Antoine Pevsner e Naum Gabo que, ao 
lado de Tatlin, usaram principalmente o 
metal como matéria-prima para a criação 
de peças abstratas, ou “construções”, 
como preferiam chama-las, em vez de 
esculturas, como tradicionalmente são 
denominadas. 
 Em 1922, os artistas russos 
separam-se e terminaram esta fase de 
intensa pesquisa de novas formas de 
expressão plástica. Tatlin ligou-se á 
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Revolução Russa. Gabo e Pevsner 
abandoaram o pais, quando o governo 
revolucionário interferiu na produção 
artística, fechando os ateliês dos artistas 
modernos e valorizando a arte realista. Mas 
em 1931, Gabo e Pevsner, novamente 
juntos, tornam-se os fundadores do 
movimento internacional abstrato chamado 
Criação Abstrata. Depois das primeiras 
pesquisas abstratas realizadas pelos 
artistas russos, em pouco tempo o 
abstracionismo dominou a pinta moderna e 
tornou-se um movimento bastante 
diversificado. Entretanto, duas tendências 
firmaram-se um movimento com 
características mais precisas o 
abstracionismo informal e o 
abstracionismo geométrico. No 
abstracionismo informal predominam os 
sentimentos e emoções. Por isso, as 
formas e cores são criadas maislivremente, 
sugerindo associações com os elementos 
da natureza. A obras impressão, Domingo 
de Kandinsky, constitui um bom exemplo 
dessa tendência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Impressão, Domingo (1910), de 
Kandinsky. Staatliche Galerie, Munique. 
 
 
 As obras do pintor holandês Piet 
Mondrian são as mais representativas do 
Abstracionismo geométrico, pois, 
segundo Mondrian, cada coisa, seja ela 
uma casa, uma árvore ou uma paisagem, 
possui uma essência que está por trás de 
sua aparência. E as coisas, em sua 
essência, estão em harmonia no universo. 
O papel do artista, para ele, seria revelar 
essa essência oculta e essa harmonia 
universal. Essa busca da estrutura oculta 
dos seres aparece na série de árvores 
que pintou entre 1908 a 1912. Em Árvore 
vermelha reconhecemos perfeitamente 
uma árvore apesar do uso arbitrário que 
faz da cor vermelha. 
 
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Árvore Vermelha, (1906-1910), de 
Mondrian. 
 
Nas décadas de 20 e 30, as linhas 
diagonais e curvas desaparecem dos seus 
quadros, dando lugar somente ás linhas 
horizontais e verticais; estas, juntamente 
com as cores primárias, produzem 
estruturas claras, brilhante e equilibradas. 
Mas o equilíbrio obtido em suas obras não 
é resultado da simetria, forma 
tradicionalmente usada para consegui-los. 
Ao contrario, em Mondrian, o equilíbrio é 
resultado da assimetria. 
 
 
 
 
Composição com Vermelho, Amarelo e 
Azul, de Piet Mondrian. 
 
 
FUTURISMO 
 Este movimento teve uma forte 
relação com a literatura do inicio do século 
xx, influencia em 1909 pelo Manifesto 
Futurista do poeta e escritor italiano 
Filippo Tommaso Marinetti. Foi publicado 
no jornal francês Le Figaro em 20 de 
fevereiro de 1909. Este manifesto marcou 
a fundação do futurismo, um dos primeiros 
movimentos da arte moderna. Consistia 
em 11 itens que proclamavam a ruptura 
com o passado e a identificação do 
homem com a máquina, a velocidade e o 
dinamismo do novo século. 
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Na pintura, assim como na 
literatura, os futuristas, como a própria 
palavra sugere, exaltavam o futuro e, 
sobretudo a velocidade, que passou a ser 
conhecida e admirada a partir da 
mecanização das indústrias e da 
crescente complexidade social que 
ganharam grandes centros urbanos. A 
pintura futurista foi explicitada 
pelo cubismo e pela abstração, mas o uso 
de cores vivas e contrastes e a 
sobreposição das imagens pretendia dar a 
ideia de dinâmica, deformação e não 
materialização por que passam os objetos 
e o espaço quando ocorre a ação. Para os 
artistas do futurismo os objetos não se 
concluem no contorno aparente e os seus 
aspectos interpenetram-se continuamente 
a um só tempo. Procura-se neste estilo 
expressar o movimento atual, registrando 
a velocidade descrita pelas figuras em 
movimento no espaço. O artista futurista 
não está interessado em pintar um 
automóvel, mas captar a forma plástica a 
velocidade descrita por ele no espaço. 
Suas principais características são: 
 Desvalorização da tradição e do 
moralismo; 
 Valorização do desenvolvimento 
industrial e tecnológico; 
 Propaganda como principal forma de 
comunicação; 
 Uso de onomatopeias (palavras com 
sonoridade que imitam ruídos, vozes, 
sons de objetos) nas poesias; 
 Poesias com uso de frases 
fragmentadas para passar a ideia de 
velocidade; 
 Pinturas com uso de cores vivas e 
contrastes. Sobreposição de imagens, 
traços e pequenas deformações para 
passar a ideia de movimento e 
dinamismo. 
 Em 1910, foi lançado em Milão outro 
manifesto futurista, dirigido 
particularmente á pintura, assinado por 
Umberto Boccioni, Carlos Carrá, Luigi 
Russolo, Giacomo Balla e Gino Severini. 
Para esses artistas não interessava a 
representação de um corpo em 
movimento. Como pretendiam evitar 
qualquer relação com a imobilidade, 
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recusaram toda representação realista e 
usaram, além de linhas retas e curvas, 
cores que sugerissem convincentemente 
a velocidade. 
 
 
 
Formas únicas de continuidade no 
espaço, de Umberto Boccioni. 
 
Cidade se levanta (1910), Umberto 
Boccioni. 
 
 
 
DADAÍSMO 
 O dadaísmo foi um movimento 
artístico que surgiu na cidade Zurique no 
ano de 1916. Possuía como característica 
principal a ruptura com as formas de arte 
tradicionais. Portanto, o dadaísmo foi um 
movimento com forte conteúdo anárquico. 
A palavra dada em francês signifique 
"cavalo de madeira", sua utilização marca 
o non-sense ou falta de sentido que pode 
ter a linguagem (como na fala de um 
bebê). Para reforçar esta ideia, 
estabeleceu-se o mito de que o nome foi 
escolhido aleatoriamente, abrindo-se uma 
página de um dicionário e inserindo um 
estilete sobre ele, de forma a simbolizar o 
caráter antirracional do movimento, 
claramente contrário à Primeira Guerra 
Mundial e aos padrões da arte 
estabelecida na época. Em poucos anos o 
movimento alcançou, além de Zurique, as 
cidades 
de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, N
ova York e Paris. Muitos de seus 
seguidores deram início posteriormente 
ao surrealismo, e seus parâmetros 
influenciam a arte até hoje. È preciso 
também considerar que os estudos de 
Freud chamavam a atenção para um 
aspecto novo da realidade humana. Eles 
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revelavam que muitos atos praticados 
pelos homens são automáticos e 
independentes de um encadeamento de 
razões lógicas. 
 Dessa forma, os dadaístas 
propunham que a criação artística se 
libertasse das amarras do pensamento 
racionalista e sugeriam que ela fosse 
apenas o resultado do automatismo 
psíquico, selecionando e combinando 
elementos ao acaso. Na pintura, essa 
atitude foi trazida por obras que usaram o 
recurso da colagem. Só que agora a 
intenção não é plástica e sim de sátira e 
crítica aos valores tradicionais tão 
valorizados, mas responsáveis pelo caos 
em que se encontrava a Europa. O 
dadaísmo, e principalmente o seu 
principio do automatismo psicológico, 
propiciou o aparecimento do Surrealismo. 
 O principal problema de todas as 
manifestações artísticas estava, segundo 
os dadaístas, em almejar algo que era 
impossível: explicar o ser humano. Na 
esteira de todas as outras afirmações 
retumbantes, Tzara decreta: "A obra de 
arte não deve ser a beleza em si mesma, 
porque a beleza está morta". No seu 
esforço para expressar a negação de 
todos os valores estéticos e artísticos 
correntes, os dadaístas usaram, com 
frequência, métodos deliberadamente 
incompreensíveis. Nas pinturas e 
esculturas, por exemplo, tinham por hábito 
aproveitar pedaços de materiais 
encontrados pelas ruas ou objetos que 
haviam sido jogados fora. 
 Foi na literatura, porém, que o 
ilogismo e a espontaneidade alcançaram 
sua expressão máxima: no último 
manifesto que divulgou, Tzara disse que o 
grande segredo da poesia é que "o 
pensamento se faz na boca". Como uma 
afirmação desse tipo é evidentemente 
incompreensível, ele procurou orientar 
melhor os seus seguidores dando uma 
receita para fazer um poema dadaísta: 
 Pegue um jornal. 
 Pegue a tesoura. 
 Escolha no jornal um artigo do 
tamanho que você deseja dar a seu 
poema. 
 Recorte o artigo. 
 Recorte em seguida com atenção 
algumas palavras que formam esse 
artigo e meta-as num saco. 
 Agite suavemente. 
 Tire em seguida cada pedaço um 
após o outro. 
 Copie conscienciosamente na ordem 
em que elas são tiradas do saco. 
 O poema se parecerá com você. 
 Surgi um escritor infinitamente original 
e de uma sensibilidade graciosa, 
ainda que incompreendido do público. 
 
 
 O dadaísmo utilizava muito o 
“Ready-made” que consiste em utilizar 
objetos já feitos, e dá-lhe uma utilidadeProf. Glenda Santiago – Artes – UniENEM/PIAP - 2017 
 
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diferente do habitual. A única ação do 
artista é descontextualizar o objeto e com 
isso atribuir-lhes uma nova função, logo 
um novo valor mental. 
 
Principais artistas dadaístas: 
- Tristan Tzara (Literatura) 
- Marcel Duchamp 
- Max Ernst 
- Marcel Janco 
- Man Ray 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marcel Duchamp, Gioconda. Em 1919, o 
artista colocou um bigode sobre uma 
reprodução barata do célebre quadro de 
Da Vinci, com a inscrição LHOOQ. 
 
 
 
 
SURREALISMO 
 
 Movimento artístico e literário nascid
o em Paris na década de 1920, inserido 
no contexto das vanguardas que viriam a 
definir o modernismo no período entre as 
duas Grandes Guerras Mundiais. Reúne 
artistas anteriormente ligados 
ao dadaísmo ganhando dimensão 
mundial. Fortemente influenciado pelas 
teorias psicanalíticas do 
psicólogo Sigmund Freud, o surrealismo 
enfatiza o papel do inconsciente na 
atividade criativa. Um dos seus objetivos 
foi produzir uma arte que, segundo o 
movimento, estava sendo destruída pelo 
racionalismo. O poeta e crítico André 
Breton era o principal líder e mentor deste 
movimento. As características deste estilo 
são: 
 Uma combinação do 
representativo, do abstrato, do 
irreal e do inconsciente. Entre 
muitas das suas metodologias 
estão à colagem e a escrita 
automática. 
 
 Segundo os surrealistas, a arte 
deve libertar-se das exigências 
da lógica e da razão e ir além 
da consciência cotidiana, 
procurando expressar o mundo do 
inconsciente e dos sonhos. No 
manifesto e nos textos escritos 
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posteriores, os surrealistas 
rejeitam a chamada ditadura da 
razão e valores burgueses 
como pátria família, religião, trabal
ho e honra. Humor, sonho e a 
contra lógica são recursos a serem 
utilizados para libertar o homem da 
existência utilitária. Segundo esta 
nova ordem, as ideias de bom 
gosto e de pudor devem ser 
subvertidas. 
 
 Mais do que um movimento 
estético, o surrealismo é uma 
maneira de enxergar o mundo, 
uma vanguarda artística que 
transcende a arte. Busca restaurar 
os poderes da imaginação, 
castrados pelos limites do 
utilitarismo da sociedade burguesa, 
e superar a contradição entre 
objetividade e subjetividade, 
tentando consagrar uma poética 
da alucinação, de ampliação da 
consciência. Breton declara no 
Primeiro Manifesto sua crença na 
possibilidade de reduzir dois 
estados aparentemente tão 
contraditórios, sonho e realidade, 
“a uma espécie de realidade 
absoluta, de sobre realidade”. 
Dos pintores surrealistas, Salvador 
Dali, é sem duvida o mais conhecido, com 
suas obras. A persistência da Memoria e a 
Ceia Ele criou o conceito de “paranoia 
critica” para referir-se á atitude de quem 
recursa a lógica que rege a vida comum 
das pessoas. Segundo o próprio pintor é 
preciso “contribuir para o total descredito 
da realidade”. 
 
"A Persistência da Memória", de Salvador 
Dalí, 1931. 
 
 
 
 
 
 
 
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A Santa Ceia de Salvador Dalí. 
 
O pintor René Magritte praticava o 
surrealismo realista, ou “realismo mágico”. 
Começou imitando a vanguarda, mas 
precisava realmente de uma linguagem 
mais poética e viu-se influenciado pela 
pintura metafísica de Giorgio de Chirico. 
Obras e Características de René Magritte: 
Pintor de imagens insólitas, às quais deu 
tratamento rigorosamente realista, utilizou-
se de processos ilusionistas, sempre à 
procura do contraste entre o tratamento 
realista dos objetos e a atmosfera irreal 
dos conjuntos. Suas obras 
são metáforas que se apresentam como 
representações realistas, através da 
justaposição de objetos comuns, e 
símbolos recorrentes em sua obra, tais 
como o torso feminino, o chapéu coco, o 
 castelo, a rocha e a janela, entre outros 
mais, porém de um modo impossível de 
ser encontrado na vida real. 
Os Amantes II (1928), de René Magritte. 
 
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Reprodução proibida’, óleo sobre tela de 
René Magritte. 
 
‘ 
OP-ART 
 A expressão “op-art” vem do inglês 
(optical art) e significa “ arte óptica”. O seu 
percursor é Victor Vasarely, criador da 
plástica do movimento. Os trabalhos de op 
art são em geral abstratos, e muitas das 
peças mais conhecidas usam apenas o 
preto e o branco. Quando são 
observados, dão a impressão de 
movimento, clarões ou vibração, ou por 
vezes parecem inchar ou deformar-se. 
Apesar de ter ganho força na metade da 
década de 1950, a Op Art passou por um 
desenvolvimento relativamente lento. Ela 
não tem o ímpeto atual e o apelo 
emocional da Pop Art; em comparação, 
parece excessivamente cerebral e 
sistemática, mais próxima das ciências do 
que das humanidades. Por outro lado, 
suas possibilidades parecem ser tão 
ilimitadas quanto as da ciência e da 
tecnologia. 
 A razão da Op Art é a representação 
do movimento através da pintura apenas 
com a utilização de elementos gráficos. A 
alteração das cidades modernas e o 
sofrimento do homem com a alteração 
constante em seus ritmos de vida também 
são uma preocupação constante. A vida 
rápida das cidades contribuiu para a 
percepção do movimento como elemento 
constituinte da cultura visual do artista. 
Outro fator fundamental para a criação da 
Op Art foi a evolução da ciência, que está 
presente em praticamente todos os 
trabalhos, baseando-se principalmente 
nos estudos psicológicos sobre a vida 
moderna e da Física sobre a Óptica. 
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Victor Vasarely , nascido em Hungria, foi 
um pintor e escultor húngaro radicado 
na França considerado o "pai da OP ART" 
. 
É, no entanto, o período entre 1950-
60 (período Black and White) que marca 
definitivamente o trabalho de Vasarely, 
uma vez que ao introduzir pela primeira 
vez a sugestão de movimento sem existir 
movimento real, cria uma nova relação 
entre artista e espectador (que deixa de 
ser um elemento passivo para passar a 
interpretar livremente a imagem em 
quantos cenários visuais conseguir 
conceber), desenvolvendo e definindo os 
elementos básicos do que será conhecido 
como Op Art -um estilo e técnica que 
permanecerá para sempre ligado ao seu 
nome. 
 Experimentou o uso de 
transparências e cores em projeções, 
produziu tapeçarias e publicou suas 
primeiras gravuras. Seus quadros 
combinam variações de círculos, 
quadrados e triângulos, por vezes com 
gradações de cores puras, para criar 
imagens abstratas e ondulantes. Viajou 
por muitos países, sempre recebendo 
vários troféus. 
 
 
 
 
 
 
 
Vega, Victor Vasarely, 1957. 
 
É considerado um dos principais artistas 
do movimento Optical Art, entre suas 
obras se destacam suas "Vegas", obras 
caracterizadas pela impressão 3D 
concedida as 'esferas', e por cores 
contrastantes. 
 
 
 
 
 
 
http://www.wikiart.org/pt/victor-vasarely
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Vega-Lep, Victor Vasarely ( 1970). 
 
 
 
 
POP ART 
 A expressão “pop-art” vem do inglês 
e significa “arte popular”. Esse Movimento 
artístico apareceu nos Estados Unidos por 
volta de 1960 e alcançou extensa 
repercussão internacional. A fonte da 
criação para os artistas ligados a esse 
movimento era o dia-a-dia das grandes 
cidades norte-americanas, pois sua 
proposta era romper qualquer barreira 
entre a arte e a vida comum. Para a Pop-
art interessam as imagens, o ambiente, 
enfim, a vida que a tecnologia industrial 
criou nos grandes centros urbanos. Os 
recursos expressivos da arte pop são 
semelhantes aos dos meios de 
comunicação de massa, como o cinema, a 
publicidade e a tevê. Em consequência 
disso, seus temas são símbolos e os 
produtosindustriais dirigidos ás massas 
urbanas: lâmpadas elétricas, dentifrícios, 
automóveis, sinais de trânsito, 
eletrodomésticos, enlatados e até mesmo 
a imagem das grandes estrelas do cinema 
norte-americano, que também é 
consumida em massa nos filmes, nas 
tevês e nas revistas. Um exemplo 
bastante ilustrativo é o trabalho Marilyn 
Monroe, feita por Andy Warhol. 
 
Nesse trabalho, realizado a partir de uma 
fotografia, Andy Warhol reproduz em 
sequencia, imagens de Marilyn Monroe 
que, apesar das variações de cor, as 
características marcantes da imagem real 
permanecem invariáveis. Com isso, o 
artista talvez quisesse mostrar que assim 
como os objetos são produzidos em serie, 
os mitos contemporâneos também são 
manipulados para o consumo do grande 
público. 
 
 
 
 
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Marilyn Monroe 
ANDY WARHOL, Campbell’s Soup II, 
1969 
Roy Fox Lichtenstein, Na sua 
obra, procurou valorizar os clichês 
das histórias em quadrinhos como forma 
de arte, colocando-se dentro de um 
movimento que tentou criticar a cultura de 
massa. O seu interesse pelas histórias em 
quadradinhos (banda desenhada), como 
tema artístico, começou provavelmente 
com uma pintura do rato Mickey, que 
realizou em 1963 para os filhos. Nos seus 
quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as 
características da banda desenhada e dos 
anúncios comerciais, e reproduziu à mão, 
com fidelidade, os procedimentos gráficos. 
Empregou uma 
técnica pontilhista conhecida como Pontos 
Ben-Day para simular os 
pontos reticulados das histórias. Cores 
brilhantes, planas e limitadas, delineadas 
por um traço negro, contribuíam para o 
intenso impacto visual. 
Crying Girl – Lichtenstein. 
 
 
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ARTE CONCEITUAL 
A arte conceptual ou arte 
conceitual foi iniciada nos anos 60 do 
século XX (1965); prevaleceu pela década 
de 70, o que implicou uma remodelação 
dos processos criativos e expressivos. 
Nesta arte valoriza-se mais a ideia da 
obra do que o produto acabado, sendo 
que às vezes este (produto) nem mesmo 
precisa existir. É bastante se expressa 
através de fotografias, vídeos, mapas, 
textos escritos e performances. Não 
existem limites muito bem definidos para 
que uma obra seja considerada Arte 
Conceitual já que esta abrange vários 
aspectos tendo como intenção desafiar as 
pessoas a interpretar uma ideia, um 
conceito, uma crítica ou uma denúncia. O 
objetivo é que o observador reflita sobre o 
ambiente, a violência, o consumo e a 
sociedade. Esta arte é vivenciada por 
todos os observadores do mesmo modo, 
ou seja, ela não possui nenhuma 
singularidade aos olhos de quem a vê. 
Esta perspectiva artística teve os 
seus inícios em meados da década de 
1960, parcialmente em reação 
ao formalismo, sendo depois 
sistematizada pelo crítico nova-iorquino 
Clement Greenberg. Contudo, já a obra do 
artista francês Marcel Duchamp, nas 
décadas de 1950 tinha prenunciado o 
movimento conceitualista, ao propor 
vários exemplos de trabalhos que se 
tornariam o protótipo das obras 
conceptuais, como os readymades, ao 
desafiar qualquer tipo de categorização, 
colocando-se mesmo a questão de não 
serem objetos artísticos. 
Apesar das diferenças pode-se 
dizer que a arte conceitual é uma tentativa 
de revisão da noção de obra de arte 
arraigada na cultura ocidental. A arte 
deixa de ser primordialmente visual e feita 
para ser olhada, e passa a ser 
considerada como ideia e pensamento. 
Muitos trabalhos que usam a fotografia, 
xérox, filmes ou vídeo como documento 
de ações e processos, geralmente em 
recusa à noção tradicional de objeto de 
arte, são designados como arte 
conceitual. Além da crítica ao formalismo, 
artistas conceituais atacam ferozmente as 
instituições, o sistema de seleção de 
obras e o mercado de arte. George 
Maciunas, um dos fundadores do Fluxus, 
redige em 1963, um manifesto em que diz: 
"Livrem o mundo da doença burguesa, da 
cultura 'intelectual', profissional e 
comercializada. Livrem o mundo da arte 
morta, da imitação, da arte artificial, 
da arte abstrata. Promovam uma arte viva, 
uma antiarte, uma realidade não artística, 
para ser compreendida por todos [...]". A 
contundente crítica ao materialismo da 
sociedade de consumo, elemento 
constitutivo das performances e ações do 
artista alemão Joseph Beuys, pode ser 
compreendida como arte conceitual. 
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Embora os artistas conceituais critiquem a 
reivindicação moderna de autonomia da 
obra de arte, e alguns pretendam até 
romper com princípios do modernismo, há 
algumas premissas históricas que podem 
ser encontradas em experiências 
realizadas no início do século XX. Os 
ready-mades de Marcel Duchamp, cuja 
qualidade artística é conferida pelo 
contexto em que são expostos, seriam um 
antecedente importante para a 
reelaboração da crítica dos conceituais. 
Outro importante antecedente é 
o Desenho de De Kooning Apagado, 
apresentado por Robert Rauschenberg 
em 1953. Como o próprio título enuncia, 
em um desenho de Willem de Kooning, 
artista ligado à abstração 
gestual surgida nos Estados Unidos no 
pós-guerra, Rauschenberg, com a 
permissão do colega, apaga e desfaz o 
seu gesto. A obra final, um papel vazio 
quase em branco, levanta a questão sobre 
os limites e as possibilidades de 
superação da noção moderna de arte. 
“ Fonte", de Marcel Duchamp 
 
 
 
 
 
Uma experiência emblemática é realizada 
pelo artista Robert Barry, em 1969, com 
a Série de Gás Inerte, que alude à 
desmaterialização da obra de arte, ideia 
cara à arte conceitual. 
 
Principais Artistas: 
 Marcel Duchamp 
 Joseph Beuys 
 Nam June Paik 
 Yoko Ono 
 
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“I Like America and America Likes Me” 
(Performance, 1974), Joseph Beuys. 
 
 
 
 
 
 “I Like America and America Likes Me” 
(Performance, 1974), Joseph Beuys. 
 
Um mestre de peças de desempenho 
convincentes, Beuys voou para Nova 
York, captado por uma ambulância, e 
envolta em feltro, foi transportado para 
uma sala no Bloco Galeria Rene. O quarto 
também foi ocupada por um coiote 
selvagem, e por um período de 8 horas 
por dia para os próximos três dias, Beuys 
passou seu tempo com o coiote no quarto 
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pequeno, com pouco mais de um cobertor 
de feltro e um monte de palha. Enquanto 
no quarto, o artista envolvido em gestos 
simbolistas, como golpear um triângulo e 
jogando suas luvas para o coiote. No final 
dos três dias, o coiote, que havia se 
tornado bastante tolerante de Beuys, 
permitiu um abraço do artista, que foi 
transportado de volta para o aeroporto 
através de ambulância. Ele nunca pôs os 
pés em solo americano fora nem viu nada 
da América que não seja o coiote e o 
interior da galeria. 
Imagens da performance Cut Piece de 
Yoko Ono. 
 A performance consistia na artista 
sentada sozinha no palco enquanto o 
público cortava um pedaço de sua roupa 
até que não restasse mais nada para 
cortar ou até que ela decidisse pelo 
término da performance. Yoko 
permaneceu todo o tempo sem se 
movimentar e em silêncio, com o olhar fixo 
e distante, enquanto os convidados a 
cortavam. A atividade do público era o que 
resultava no êxito da comunicação, cito: 
“É então inquestionável que o público, na 
condição de parceiro participante no teatro 
e não mais de mera testemunha do 
exterior, decide sobre o êxito na 
comunicação.” (H. T. Lehmann, “Teatro e 
performance”), ou seja, na performance 
feita por Yoko como o público era 
convidado a cortar um pedaçoda sua 
roupa ela só teve êxito pois houve 
resposta à indicação. 
 Nas duas primeiras apresentações a 
performer tem como principal inquietação 
a Guerra do Vietnã. Aqueles cortes eram 
como se toda a violência do mundo 
recaísse sobre ela e ela aceitava essa 
violência na sua maior passividade. Já em 
2003 seu fio condutor foi o ataque de 11 
de Setembro, onde as pessoas estavam 
convivendo com uma intimidação 
constante. Segundo Yoko: “As pessoas 
ficaram sem voz.”. Por essa passividade 
da sociedade diante dos acontecimentos, 
ela relata que fez o Cut Piece pela paz e 
pelo amor pedindo para as pessoas que 
mandassem o pedaço que elas cortassem 
da sua roupa à pessoa amada.
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REFERÊNCIAS 
SANTOS, Maria das Graças Vieira Proença dos. História da Arte. São Paulo: Ática, 
2007. 
GOMBRICH, E. H. A História da Arte; tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2012. 
JANSON, H. W. Iniciação à História da Arte. Trad. Jefferson Luiz Camargo. 2.ed. 
São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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