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SANEAMENTO BÁSICO Aula - Poluentes das águas/ ETE’s Camila Introdução todos os processos de tratamento interferem no ciclo hidrológico e geram um ciclo artificial ou ciclo urbano da água, como já vimos; nem todas as cidades contam com ETEs, e mesmo os métodos convencionais usados promovem, apenas, uma recuperação parcial da qualidade da água original; o crescimento da população e dos processos industriais e tecnológicos, e a urbanização, têm produzido repercussões sem precedentes sobre o ambiente humano e sobre o planeta. O Reuso da água Desde a nascente os rios sofrem captação de água e devolução de efluentes, sucessivamente (reuso indireto da água). Durante períodos com menores índices de chuvas, a manutenção da vazão mínima, em rios pequenos, depende do retorno de descargas de esgotos a montante (rio acima), para que o rio continue existindo e desta forma o ciclo urbano continue integrado ao ciclo hidrológico natural. Os Processos de Tratamento Consiste em separar a parte líquida da parte sólida do esgoto, e tratar cada uma delas separadamente, reduzindo ao máximo a carga poluidora, de forma que elas possam ser dispostas adequadamente, sem prejuízo ao meio ambiente. Imitando a natureza Em relação à matéria orgânica, a ETE reproduz a capacidade que os cursos d’água têm naturalmente de decompor a matéria orgânica, porém em menor espaço e tempo. Os Processos de Tratamento AGENTES DE TRATAMENTO As bactérias aeróbias ou anaeróbias, quando encontram condições favoráveis, se reproduzem em grande quantidade, degradando a matéria orgânica presente nos esgotos, por isso são conhecidas como agentes de tratamento. CONDIÇÕES PARA O TRATAMENTO As condições para o tratamento do esgoto dependem de planejamento prévio, dimensionamento das instalações, assim como de alguns outros fatores que são citados abaixo como: • A carga orgânica presente. • A classificação das águas do rio que receberá o efluente tratado. • A capacidade de autodepuração do rio que receberá o efluente tratado. • A disponibilidade de área e energia elétrica. • O tratamento do esgoto sanitário ocorre em um processo de vários níveis responsáveis por separação ou eliminação de diferentes substâncias. ECAAAA!!!! O QUE EXISTE NO NOSSO ESGOTO?? O que é esgoto? • Esgoto é o termo usado para caracterizar os despejos provenientes dos diversos usos da água, tais como doméstico, comercial, industrial, agrícola, estabelecimentos públicos etc. • Esgoto sanitário = são despejos líquidos constituídos basicamente de esgotos domésticos e industriais lançados na rede pública, podendo conter também água de infiltração, esta que penetra através de rachaduras na rede coletora. • Esgotos industriais = são os lançados na rede pública, desde que apresentem características de esgoto doméstico, para serem lançados junto a ele, caso contrário deverá passar por um tratamento diferenciado. • A parcela mais significativa do esgoto sanitário provém de resíduos domésticos (esgoto doméstico), gerados em aparelhos sanitários, lavanderias, cozinhas e chuveiros. • O esgoto doméstico tem características bem definidas, apesar de variarem em função dos costumes e condições sócio – econômicas da população. Porque tratar o esgoto? • O tratamento do esgoto sanitário, antes do seu lançamento em qualquer corpo hídrico, tem como OBJETIVOS: • prevenir e reduzir a propagação de doenças transmissíveis causadas por microorganismos patogênicos; • conservar as fontes de abastecimento de água para seu uso doméstico, industrial e agrícola; • manter as características da água necessária á piscicultura; • realizar a manutenção das águas para banho e outros processos recreativos; • preservar a fauna e flora aquáticas. Sistemas de Esgoto Água fornecida para a população Águas residuárias Utilizada nas atividades humanas Imprópria para o consumo e retorno ao meio ambiente ÁGUA RESIDUÁRIA É a massa líquida que apresenta partículas, compostos químicos ou microrganismos que tornam imprópria sua utilização ou aproveitamento, requisitando, portanto, condicionamento ou tratamento antes do reuso ou destinação final. Esgoto Sanitário Água residuária formada por contribuições de esgoto doméstico, de esgoto industrial e da água do terreno que entra nas tubulações coletoras Esgoto Industrial Esgoto Doméstico Esgoto Sanitário Águas de Infiltração Constituição do esgoto sanitário Esgoto Sanitário Esgoto sanitário – de acordo com a ABNT – NBR 7229/93, esgoto sanitário VEM A SER ÁGUA RESIDUÁRIA COMPOSTA DE ESGOTO DOMÉSTICO, DESPEJO INDUSTRIAL ADMISSÍVEL AO TRATAMENTO CONJUNTO COM O ESGOTO DOMÉSTICO E A ÁGUA DE INFILTRAÇÃO. Esgoto Sanitário Esgoto Doméstico Representa o maior volume do esgoto sanitário!! É formado por material fecal e águas servidas provenientes de banheiros, cozinhas, outras instalações hidro-sanitárias de residências, prédios comerciais, instalações públicas, além de contribuições especiais de estabelecimentos de saúde.......HUMMMMMMM........VAMOS PENSAR....... Esgoto Industrial É formado por efluentes de processos produtivos e de águas de lavagem de industrias. Apresenta geralmente grande vazão e carga poluidora. Águas de Infiltração São aquelas que, ao escoar ou infiltrar no terreno penetram nos coletores de esgoto, seja por juntas mal executadas ou aberturas nos componentes da rede coletora de esgoto. Esgoto Sanitário Esgoto Coletados Destino Adequado Evitar a transmissão de doenças ao homem e minimizar os seus impactos ao meio ambiente. Esgoto Sanitário Importância Sanitária Controle e à prevenção de doenças evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água; evitar o contato de vetores com as fezes; propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população; promover o conforto e atender ao senso estético. Importância Econômica aumento da vida média do homem, pela redução da mortalidade em conseqüência da redução dos casos de doenças; diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis; redução do custo do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição dos mananciais; controle da poluição das praias e dos locais de recreação com o objetivo de promover o turismo; preservação da fauna aquática, especialmente os criadouros de peixes. DOENÇAS Doenças Causadas por Parasitas: Amebíase: O contágio se dá através de água contaminada com cistos provenientes de fezes humanas. Esquistossomose: O contágio se dá através do contato direto com água onde há larvas provenientes de caramujos. Ascaridíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Áscaris Lumbricoides. Giardíase: O contágio se dá com o consumo de água onde há o parasita Giárdia Lamblya. Doenças Causadas por Vírus Hepatite Viral tipo A e Poliomielite: O contágio se dá ao contato ( consumo ou banho) com água contendo urina ou fezes humanas. Doenças causadas por Bactérias Meningoencefalite: O contágio se dá pelo contato (consumo ou banho) com águas contaminadas. Cólera: O contágio se dá com o consumo de água contaminada por fezes ou vômito de algum indivíduo contaminado. Leptospirose: Aágua contaminada por urina de ratos é a principal causa da doença, cuja incidência aumenta com chuvas fortes e enchentes. Apresenta maior perigo em águas próximas a depósitos de lixo e em áreas sem esgotamento sanitário. Febre Tifóide: O contágio se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados (a contaminação de alimentos ocorre ao se lavar alimentos com água contaminada). Gastroenterites: A ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes causam muita variedade de distúrbios gástricos, geralmente associados a fortes diarréias. Desinteria Bacilar: Uma série de bactérias causam, através da ingestão de água sem tratamento, severas formas de diarréias, formando um quadro de febre, dores e mal estar geral. Segundo a ONU, morrem a cada dia 25 mil pessoas no mundo, na maioria crianças, em virtude de doenças provocadas pela água poluída. Dentre os países desenvolvidos onde há água tratada e sistema completo de esgoto sanitário para 100% da população, o Canadá tem-se destacado em um movimento de promoção de saúde, defendendo o conceito de cidade saudável, que tem o aval da OMS. Os Estados Unidos e maior parte dos países europeus já resolveram substancialmente o problema do esgotamento sanitário. O Esgoto Sanitário no Mundo O que dificulta a implantação do SES? Falta de planejamento e altos custos de implantação. Coleta Primeira atividade para afastar os dejetos e os microrganismos patogênicos presentes no esgoto sanitário. Analisada de forma integrada a um sistema, para definir o que coletar, como transportar e em que local tratar ou descartar. Composição Quantitativa A QUANTIDADE de esgoto sanitário produzido diariamente pode variar bastante não só de uma comunidade para outra, como também dentro de uma mesma comunidade devido a vários fatores, que vão desde o custo da água e condições de aparelhos sanitários até o clima. Estima-se hoje que a produção média de esgoto por pessoa em um dia seja de 130 a 170 litros. Composição Qualitativa A QUALIDADE do esgoto varia em função da composição da água de abastecimento e seus diversos usos. Não ocorrendo uma alta demanda de esgoto industrial, o esgoto sanitário é constituído de aproximadamente de 99,9% de água e 0,1% de material sólido. Composição Qualitativa H2O = nada mais é do que um veículo para substâncias orgânicas, inorgânicas e microorganismos eliminados pelo homem diariamente. Sólidos = são responsáveis pela deterioração da qualidade do corpo de água receptor, essas qualidades são medidas através de análises físico- químicas e microbiológicas. Esse esgoto contém inúmeros organismos vivos → alguns sendo muito importante no tratamento de águas residuárias, pois degradam a matéria orgânica composta (complexa) em compostos orgânicos mais simples e estáveis. Autodepuração Recuperação do equilíbrio no meio aquático por processos naturais após as alterações pelo lançamento de efluentes Lançamento de matéria orgânica Estabilização da matéria orgânica por bactérias Consumo de oxigênio dissolvido Esgoto Matéria orgânica Decomposição Nutrientes (nitrato e fosfato) Proliferação de algas Ausência de entrada de luz Morte de algas e plantas de fundo Aumento da decomposição Aumento do consumo de O2 Morte de animais Predominância de processos anaeróbicos Diminuição da concentração de O2 Eutrofização Aspectos Ecológicos Ecossistema em condições naturais: elevada diversidade de espécies, elevado número de espécies e baixo número de indivíduos em cada espécie. • A poluição é seletiva: somente as bem adaptadas à poluição sobrevivem, proliferam. As demais não resistem, podendo vir a desaparecer do sistema Ecossistema alterado: baixa diversidade de espécies, reduzido número de espécies e elevado número de indivíduos em cada espécie. Nível de poluição D iv er si d ad e d e es p éc ie s Decomposição • A matéria orgânica é consumida por bactérias e outros microorganismos aeróbios que transformam compostos orgânicos de cadeias mais complexas, em cadeias mais simples. • Ocorre que durante a decomposição, há um decréscimo nas concentrações de oxigênio dissolvido na água devido à respiração dos seres que consomem a matéria orgânica. • O processo se completa com a reposição desse oxigênio normalmente a jusante....... Quantificação da autodepuração • A quantidade de oxigênio dissolvida na água para a decomposição da matéria orgânica é chamada Demanda Bioquímica de Oxigênio ( DBO ). • DBO é o oxigênio que vai ser respirado pelos decompositores aeróbios para a decomposição completa da matéria orgânica lançada na água. DBO5 = quantidade de oxigênio consumida _____________________________ volume da amostra Quando cessa a decomposição, diz-se que a matéria orgânica foi estabilizada ou mineralizada. Reaeração Durante a decomposição, há um decréscimo nas concentrações de oxigênio dissolvido na água devido à respiração dos seres que consomem a matéria orgânica. Recuperação do oxigênio dissolvido: Trocas atmosféricas; Fotossíntese. TRATAMENTO DE ESGOTO NAS ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO REMOVEM-SE OS SÓLIDOS PRESENTES ATRAVÉS DE PROCESSOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS. A AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DOS SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTO É NORMALMENTE FEITA COM BASE NO POTENCIAL DE DEPLEÇÃO DE OXIGÊNIO CAUSADO PELA MATÉRIA ORGÂNICA PRESENTE NO ESGOTO. EMBORA SEJA UMA SIMPLIFICAÇÃO DO POTENCIAL POLUIDOR, ESSE MÉTODO É CONSIDERADO O MODO MAIS PRÁTICO DE SE MEDIR A “FORÇA” DO ESGOTO OU A CARGA ORGÂNICA QUE É LANÇADA NO AMBIENTE. QUALIDADE DOS CORPOS D’ÁGUA X OXIGÊNIO DISSOLVIDO(OD) OS CORPOS D’ÁGUA MANTÊM UMA CERTA QUANTIDADE DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO. ESSE OXIGÊNIO É UTILIZADO NA DEGRADAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA, PRESENTE NOS ESGOTOS. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO - DBO A PALAVRA DEMANDA QUER DIZER, ENTRE OUTROS SIGNIFICADOS, QUANTIDADE CONSUMIDA OU A CONSUMIR, A PALAVRA BIOQUÍMICA SIGNIFICA UM MISTO DE REAÇÕES DE ORIGEM BIOLÓGICA E QUÍMICA. DESSA FORMA, PODEMOS RESUMIR QUE DBO É O CONSUMO DE OXIGÊNIO, ATRAVÉS DE REAÇÕES BIOLÓGICAS E QUÍMICAS. NUM CORPO D’ÁGUA COEXISTEM BACTÉRIAS E MATÉRIA ORGÂNICA DE TODA A NATUREZA. UMA BACTÉRIA SE ALIMENTA DE MATÉRIA ORGÂNICA E PARA ISSO PRECISA DE OXIGÊNIO. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO - DBO A DBO É NORMALMENTE CONSIDERADA COMO A QUANTIDADE DE OXIGÊNIO CONSUMIDA PELOS MICROORGANISMOS, DURANTE UM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO (5 DIAS ) E NUMA TEMPERATURA DE INCUBAÇÃO ESPECÍFICA (20°C), DETERMINADA COMO DBO 5,20. O TESTE DE DBO SURGIU NA INGLATERRA E, SEGUNDO SE DIZ, 20ºC SERIA A TEMPERATURA MÉDIA DOS RIOS INGLESES E 5 DIAS, O TEMPO MÉDIO QUE A MAIORIA DOS RIOS LEVARIAM PARA IR DESDE A NASCENTE ATÉ O MAR. UM ESGOTO A CÉU ABERTO QUE DESÁGUA EM UM RIO É UMA FONTE ENORME DE MATÉRIA ORGÂNICA, DIZ-SE QUE A DBO DESSE ESGOTO É ALTA OU, QUE AS ÁGUAS DO ESGOTO IRÃO EXIGIR UM ALTO CONSUMO DE OXIGÊNIO DO RIO, EXATAMENTE POR SEREM RICAS EM MATÉRIA ORGÂNICA. EXEMPLO DE DBO: O EFLUENTE DE UMA REFINARIA DE AÇÚCAR CHEGA A TER DBO DE 6.000 mg/L, O QUE SIGNIFICA QUE A CADA LITRO DESPEJADO NUM RIO FARÁ COM QUE 6.000 mg OU SEJA, 6 g DO OXIGÊNIODISSOLVIDO NA ÁGUA DO RIO DESAPAREÇAM. DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO - DBO Zonas de Autodepuração 1. Zona de degradação: tem início logo após o lançamento de esgoto no curso d’água (chamamos de: “a montante do lançamento”). Apresenta grande quantidade de m.o., ainda em estágio complexo, mas potencialmente decomponível. 2. Zona de decomposição ativa: os microorganismos estão mais adaptados a nova condição, passando a desempenhar ativamente suas funções de decomposição da matéria orgânica. Como consequência a qualidade da água atinge seu estágio mais deteriorado. 3. Zona de recuperação: após intenso consumo de matéria orgânica e degradação do ambiente, este tende a se recuperar gradativamente. 4. Zona de águas limpas: as características iniciais voltam a ser atingidas no que diz respeito ao oxigênio dissolvido, matéria orgânica e bactérias. Fatores que interferem no processo Temperatura; Concentração de saturação do oxigênio dissolvido na água; Velocidade do curso d’água; Vazão. Atenção: lembrando que estamos falando sobre o que acontecerá na ETE, logo.... Estes fatores irão influenciar na eficiência de uma ETE. O que é DBO? • D.B.O. significa Demanda Bioquímica de Oxigênio, ou seja, é a quantidade de oxigênio necessária para estabilizar a matéria orgânica. Quanto menor o nível de DBO, menos poluente é o efluente. • Para efeitos comparativos: • A água “pura” tem 10ml/L de O.D.; • Peixes sensíveis precisam de 5 a 6 ml/L de O.D. para sobreviverem, enquanto que peixes mais resistentes, como o bagre, sobrevivem em 2 a 3 ml/L de O.D. na água; DBO 5,20 A DBO5,20 de uma amostra de água é a quantidade de oxigênio consumido em processos biológicos, através de microorganismos, para oxidar a matéria orgânica para uma forma inorgânica estável. Normalmente é medida durante um período de 5 DIAS A UMA TEMPERATURA DE 20°C, sendo por esse motivo conhecida como DBO5,20. A DBO acusa apenas a fração biodegradável dos compostos orgânicos, uma vez que o processo é de natureza bioquímica. DBO 5,20 • Os aumentos da DBO5,20 são geralmente provocados por despejos de origem orgânica, sendo possível a total extinção do oxigênio na água ou efluente em vista de uma grande quantidade de matéria orgânica presente, uma vez que, para que haja degradação da mesma é necessário o consumo do oxigênio pelos microorganismos que necessitam da energia liberada através da quebra de compostos orgânicos para exercerem suas funções de síntese celular. • Atenção........UMA DBO5,20 ELEVADA ainda PODE INDICAR UM AUMENTO DA MICROFLORA PRESENTE e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir odores e sabores desagradáveis e, ainda, pode obstruir os filtros de areia utilizados nas estações de tratamento de água. Explicação para vcs. estudarem......... São mostrados alguns gráficos que demonstram como um corpo d’água pode sofrer um processo de recuperação durante se curso. O primeiro gráfico fala sobre o oxigênio dissolvido (OD ), o segundo mostra-nos sobre a Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO ) e sobre a presença de substâncias como nitratos e nitrogênio amoniacal. Em corpos d’água muito poluídos a DBO é alta. O terceiro gráfico nos mostra a concentração de organismos como bactérias e fungos a partir do momento que o curso d’água recebe um lançamento de esgoto. COMPOSIÇÃO SIMPLIFICADA DOS ESGOTOS SANITÁRIOS UNIDADES DE TRATAMENTO EM MÉDIA DESCRIÇÃO 99,9 % DE ÁGUA ÁGUA DE ABASTECIMENTO UTILIZADA NA REMOÇÃO DO ESGOTO DAS ECONOMIAS E RESIDÊNCIAS 0,1 % DE SÓLIDOS (*) SÓLIDOS GROSSEIROS GRADES AREIA CAIXAS DE AREIA SÓLIDOS SEDIMENTÁVEIS DECANTAÇÃO SÓLIDOS DISSOLVIDOS PROCESSOS BIOLÓGICOS (*) Após o tratamento, o efluente final das ETEs ainda contém certa percentagem de sólidos, e a maior ou menor quantidade de sólidos no efluente dependerá da eficiência da ETE. VARIAÇÃO NO VOLUME DE ESGOTO O VOLUME DE ESGOTO RESULTA DA QUANTIDADE DE ÁGUA CONSUMIDA, EXPRESSA PELA TAXA PER CAPTA VARIÁVEL SEGUNDO HÁBITOS E COSTUMES (USUAL 200L/hab.dia); CONTRIBUIÇÕES INDEVIDAS PARA AS REDES DE ESOTOS (INFILTRAÇÕES E ÁGUAS PLUVIAIS); COEFICIENTE DE RETORNO (C) A RELAÇÃO MÉDIA ENTRE OS VOLUMES DE ESGOTO PRODUZIDO E ÁGUA EFETIVAMENTE CONSUMIDA. 04/11/2015 50 Níveis de tratamento de esgotos sanitários Tratamento preliminar Neste primeiro nível são retirados do esgoto os sólidos grosseiros, como sacos e garrafas plásticas, folhas e areia. Este procedimento preliminar permite que a eficiência dos próximos seja mantida. O processo se faz por separação física mais grosseira são gradeamento, peneiramento e a sedimentação. TRATAMENTO PRIMÁRIO O esgoto ainda contém sólidos em suspensão, como estes sólidos ainda presentes são mais pesados que a parte líquida, eles sedimentam, indo para o fundo dos decantadores, formando o lodo primário bruto. Esse lodo é retirado do fundo do decantador, através de raspadores mecanizados, tubulações ou bombas. O processo é anaeróbico, pois ocorre através da fermentação, na ausência de oxigênio. Sistema fossa séptica – filtro anaeróbio ambientalmente adequado; economicamente viável; normatizado – SNVS e ABNT; sólidos sedimentam – lodo; e líquido para filtro anaeróbio. Sistema filtro biológico é o mais comum; suportes permeáveis para os microrganismos, para água passar; e precisa ser bem dimensionado (tempo de passagem X atividade microbiana). TRATAMENTO SECUNDÁRIO Remove a matéria orgânica e os sólidos em suspensão através de processos biológicos, utilizando reações bioquímicas, realizadas por microorganismos – bactérias aeróbias, aeróbias facultativas, protozoários e fungos. No processo aeróbio os microorganismos presentes nos esgotos se alimentam da matéria orgânica ali presente, convertendo-a em gás carbônico, água e material celular. Esta decomposição biológica do material orgânico requer oxigênio e outras condições ambientais adequadas como temperatura, pH, tempo de contato, etc. Principais métodos de tratamento secundário Lagoas de estabilização (ou lagoas de oxidação) e suas variantes. São lagoas construídas de forma simples, onde os esgotos entram em uma extremidade e saem na oposta. A matéria orgânica, na forma de sólidos em suspensão, fica no fundo da lagoa, formando um lodo que vai aos poucos sendo estabilizado. O processo da lagoa de estabilização aeróbia se baseia nos princípios da respiração e da fotossíntese: as algas existentes no esgoto, na presença de luz, produzem oxigênio que é liberado através da fotossíntese. Esse oxigênio dissolvido (OD) é utilizado pelas bactérias aeróbias (respiração) para se alimentarem da matéria orgânica em suspensão e dissolvida presente no esgoto. O resultado é a produção de sais minerais – alimento das algas - e de gás carbônico (CO2). Lodos ativados e suas variantes É composto, essencialmente, por um tanque de aeração (reator biológico), um tanque de decantação (decantador secundário) e uma bomba de recirculação do lodo. O princípio é a recirculação do lodo do fundo de uma unidade de decantação para uma de aeração. Em decorrência da recirculação contínua de lodo do decantador e da adição contínua da matéria orgânica, ocorre o aumento da biomassa de bactérias,cujo excesso é descartado periodicamente. Reator Anaeróbio de Manta de Lodo (UASB) Inicialmente os UASBs foram nomeados de digestor anaeróbio de fluxo ascendente (DAFA), quando desenvolvidos na Holanda, para clarificação de águas residuais industriais concentradas. Neste sistema, a biomassa cresce dispersa no meio, e não aderida, como nos filtros biológicos. Esta biomassa, ao crescer, forma pequenos grânulos, que por sua vez, tende a servir de meio suporte para outras bactérias. O fluxo do líquido é ascendente e são formados gases – metano e carbônico, resultantes do processo de fermentação anaeróbia. Neste sistema a água residuária segue uma trajetória ascendente passando primeiro pelo lodo e depois para a zona de sedimentação. Ao passar pelo lodo, a água residuária incorpora a ele, seus sólidos orgânicos, que serão biodegradados e digeridos em um processo anaeróbico que resultará na produção de biogás, que tem trajetória ascendente com o líquido e depois é eliminado, e no crescimento da biomassa bacteriana. Vantagens • Baixo custo de implantação e operação • Baixa produção de lodo • Baixo consumo de energia • Sistema compacto • Necessidade de pouco espaço para sua implantação e funcionamento Desvantagens • Possibilidade de emanação de maus odores • Baixa capacidade do sistema para tolerar cargas tóxicas • Muito tempo para a partida do sistema Tratamento aeróbio com biofilme Neste sistema, o esgoto é aplicado sobre um leito de material grosseiro, como pedras e ripas ou material plástico, e percola em direção a drenos no fundo. Este fluxo do esgoto permite o crescimento de bactérias na superfície do leito, formando uma película de microorganismos aeróbicos. O ar circula nos espaços vazios entre as pedras ou ripas, fornecendo oxigênio para os microorganismos decomporem a matéria orgânica. TRATAMENTO TERCIÁRIO Remove poluentes específicos (micronutrientes e patogênicos), além de outros poluentes não retidos no tratamento primário e secundário. Este tratamento é utilizado quando se deseja obter um tratamento de qualidade superior para os esgotos. Neste tratamento se remove compostos como nitrogênio e fósforo, além da remoção completa da matéria orgânica. Este processo utiliza procedimentos como radiação ultravioleta e outros produtos químicos. Tratamento de lodo Todos os processos de tratamento de esgoto resultam em subprodutos: o material gradeado, areia, espuma, lodo primário e lodo secundário, que devem ser tratados para poder ser lançados adequadamente, sem que provoque prejuízos ao meio ambiente. O tratamento do lodo é parte integrante do processo de lodo ativado, para isso ele deve passar por diferentes etapas; algumas das principais estão explicadas abaixo: Lodo não estabilizado: • Adensamento, para remoção da umidade. • Estabilização, para remoção da matéria orgânica. • Condicionamento, para preparar para a desidratação. • Desidratação, nesta fase o lodo perde mais umidade e há redução do volume, ocorre em leitos de secagem, lagoas de lodo ou com auxílio de equipamentos mecânicos. • Disposição final em aterros sanitários, aplicação no solo etc. Lodo estabilizado: • Nesta fase, o lodo já estabilizado pode ser disposto em aterros sanitários ou aplicado como fertilizante na agricultura, após tratamento adequado. DEFINIÇÕES IMPORTANTES CORPO RECEPTOR - Qualquer corpo d’água, onde é lançado o esgoto sanitário. ELEVATÓRIA – Estação do sistema de esgotamento sanitário, na qual o esgoto é levado por meio de bombas para tubulação ou a outra unidade do sistema em nível superior. FILTRO BIOLÓGICO - Sistema de tratamento no qual o esgoto passa por um leito de material de enchimento recoberto com microorganismos e ar, acelerando o processo de digestão da matéria orgânica. DEFINIÇÕES IMPORTANTES FOSSA SÉPTICA – A canalização das águas servidas e dos dejetos provenientes de sanitários é ligada a uma fossa, na qual a matéria esgotada passa por processo de tratamento ou decantação, sendo ou não a parte líquida conduzida em seguida para um desaguadouro geral da área, região ou município. INTERCEPTOR – Rede de tubulação, localizada geralmente em fundos de vale ou nas margens de curso d’água, que recebe esgotos coletados nas redes coletoras e conduz até a estação de tratamento ou ao local de lançamento LAGOA AERADA – Lagoa de tratamento de água residuária, em que a aeração mecânica ou por ar difuso é usada para suprir a maior parte do oxigênio necessário. DEFINIÇÕES IMPORTANTES LAGOA AERÓBIA – Sistema de tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica ocorre quando existe equilíbrio entre a oxidação e a fotossíntese, para garantir condições aeróbias em todo o meio. LAGOA ANAERÓBIA – Sistema de tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica é realizada predominantemente por processos de fermentação anaeróbia, imediatamente abaixo da superfície, não existindo oxigênio dissolvido. DEFINIÇÕES IMPORTANTES LAGOA DE MATURAÇÃO - Processo de tratamento biológico usado como refinamento do tratamento prévio por lagoas, ou outro processo biológico. Reduz bactérias, sólidos em suspensão, nutrientes e uma parcela negligenciável da demanda bioquímica de oxigênio (DBO). LAGOA FACULTATIVA – Sistema de tratamento biológico em que a estabilização da matéria orgânica ocorre em duas camadas, sendo a superior aeróbia e a inferior anaeróbia, simultaneamente. LAGOA MISTA - Conjunto de lagoas anaeróbias e aeróbias, dispostas em uma determinada ordem, com o objetivo de reduzir o tamanho do sistema. LODO ATIVADO - Sistema de tratamento no qual os flocos de lodo recirculam com alta concentração de bactérias, acelerando o processo de digestão da matéria orgânica. REATOR ANAERÓBIO – Sistema de tratamento fechado onde se processa a digestão do esgoto, sem a presença de oxigênio. REDE GERAL DE ESGOTO – A canalização das águas servidas e dos dejetos provenientes de sanitário é ligada a um sistema de coleta que os conduzia a um desaguadouro geral da área, região ou município, mesmo que o sistema não disponha de estação de tratamento da matéria esgotada. VALO DE OXIDAÇÃO – Reator biológico aeróbio de formato característico, que pode ser utilizado para qualquer variante do processo de lodos ativados ou comporte um reator em mistura completa.
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