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Resumo do livro Teoria do Ordenamento Jurídico
FACTO
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Resumo de Jota P Jr RESUMO DO LIVRO ORDENAMENTO JURÍDICO”, DE NORBERTO BOBBIO Capítulo I – Da norma jurídica ao ordenamento jurídico 1. Novidade do problema do ordenamento Neste ponto do primeiro capítulo, Norberto Bobbio introduz brevemente o significado de ordenamento jurídico como um conjunto de normas jurídicas, já suscitadas no livro anterior, de própria autoria, intitulada Teoria da Norma Jurídica. Para ele, as normas não existem soltas e sozinhas, mas sim “num contexto de normas que tem relações específicas entre si” ( BOBBIO, 2011, p. 185), entendendo-se como contexto o ordenamento, que também pode caracterizar mais um sentido , além dos mais conhecidos, na palavra “direito” (o autor italiano exemplifica “direito romano”, “direito canônico”, entre outros).O autor turinês põe em discussão a inexistência de um estudo orgânico e completo sobre os problemas que um ordenamento jurídico pode acarretar, colocando em contraste a grande quantidade de pesquisas em torno da natureza da norma jurídica, não tratando do ordenamento como um organismo próprio e merecedor de atenção ao que se refere a seus problemas e deficiências. Bobbio crê que os primeiros autores a se interessarem à realidade do ordenamento jurídico foram Santi Roma no e Hans Kelsen. 2. Ordenamento jurídico e definições de direito Norberto Bobbio nos apresenta uma definição não isolada do direito, ou seja, não assumindo uma visão particular da norma jurídica, pois é preciso “ampliar nosso horizonte para considerar o modo como uma determinada norma é tornada eficaz por uma organização complexa que determina a natureza e a importância das sanções, as pessoas que devem exercê-las e sua execução” (BOBBIO, 2011, p. 188). Toda essa complexidade organizativa é consequência de um ordenamento jurídico. Ou seja, só podemos ter uma noção significativa do direito se nos apropriarmos do ponto de vista do ordenamento jurídico. O autor nos convida a refletir sobre as inúmeras tentativas de se definir o direito num espaço delimitado das normas jurídicas – tais tentativas se encerram em sé rios problemas –, em que cada esforço se remete ou ao ordenamento, mesmo que de forma indireta, e portanto, não cessando o problema da delimitação da norma jurídica; ou à norma jurídica particularmente manuseada, em que não se extraía nada além dela mesma, não dando espaço à normas de cunho moral ou social, levando -nós a um impasse. Bobbio propõe quatro critérios de avaliação das tentativas: critério formal, que nos diz sobre definir o que é direito através de algum elemento estrutura l das normas jurídicas, sendo positivas ou negativas, categóricas ou hipotéticas e gerais ou individuais; critério material, que se entende por aquilo que se reitera do conteúdo das normas jurídicas; critério do sujeito que põe a norma, ou seja, uma norma jurídica posta pelo poder soberano; e, por último, o critério do sujeito a quem a norma é destinada, podendo ter dois destinatários diferentes – o cidadão e o juiz. Resumo de Jota P Jr 3. A nossa definição de direito A definição de direito concluída no livro Teoria da Norma Jurídica determinou a norma jurídica através da sanção, e a sanção jurídica é definida através dos aspectos da exterioridade e institucionalização. Ou seja, a norma jurídica tem aplicação assegurada devido a uma sanção externa e institucionalizada. Bobbio destaca a i deia já estabelecida de que para haver uma noção de direito devemos nos inclinar numa visão geral, ou seja, para o ordenamento, pois haverá a necessidade, em algum momento, de se desfazer da norma singular. A sanção jurídica é apenas a institucionalizada, logo, deve haver em maior ou menor grau uma ordem, ou seja, um sistema normativo completo. Segundo o autor italiano, as normas jurídicas devem ter sanção institucional, pois ela remete a uma característica organizativa e dá valor jurídico a um ordenamento. Porém, não se deve entender que a sanção é um elemento obrigatório, pois existem normas sem sanções, mas que ainda continuam sendo normas jurídicas. Ou seja, a sanção deve existir na maioria das normas jurídicas para apreensão da organização. Bobbio resgata o problema da eficácia, e o resolve partindo de um pensamento generalizado, ou seja, dando prioridade ao ordenamento jurídico vigente. Ele também trouxe à tona o problema do direito consuetudinário, em que há uma dúvida perante ao se difere de jurídico e não jurídico , e soluciona o problema mudando o rumo do questionamento inicial, em que antes seria: “qual o caráter distintivo de uma norma jurídica consuetudinária em relação a uma regra do costume?”; para então se tornar: “quais são os procedimentos por meio dos quais uma norma consuetudinária passa a integrar um ordenamento jurídico?” Através da observação desses problemas, pode-se notar que houve uma inversão de valores no que tange a realidade jurídica, pois se dava uma maior importância à análise das normas jurídicas para resoluções de problemas, sendo elas a base do ordenamento, proporcionando um entendimento de que o ordenamento só existe porque as normas j rídicas o sustenta. Porém, atualmente, pode-se enxergar que existem normas jurídicas porque antes há ordenamentos jurídicos distintos de não jurídicos, dando uma acepção de direito não como um tipo de norma, mas sim um tipo de sistema normativo. 4. Pluralidade de normas Este ponto é abordado através do aprofundamento no conceito de ordenamento. Norberto parte de uma concepção genérica de ordenamento – conjunto de normas – para então comentar uma condição: um ordenamento é composto de, pelo menos, duas normas, não existindo, então, ordenamento composto por uma única norma jurídica. Há três condições para que se suspeite que um ordenamento não é composto por uma única norma: tudo é permitido – este tipo de norma é um entendimento do estado de natureza, como se houvesse uma negação de ordenamento jurídico, logo, não há nem u m ordenamento vigente; tudo é proibido – é improvável uma vida de cunho social em que uma norma proíba tudo de todos, não havendo condições para germinar um ordenamento; tudo é comandado – uma norma que mande em tudo é impossível, pois sempre haverá algo em conflito que ela não Resumo de Jota P Jr poderá versar sobre, logo, para um ordenamento harmonioso e legítimo, deverá haver mais de uma norma. Para Norberto Bobbio, pode haver um ordenamento que verse sobre uma única norma, porém não é composto apenas dela. Sempre ocorrerá uma norma geral exclusiva, “que subtrai àquela regulamentação específica todas as outras ações possíveis” (BOBBIO, 2011, p. 197). Existem também as normas de estrutura para a qualificação de um ordenamento – somando-se, assim, às normas de conduta, podemos perceber que há, então, mais de uma norma para um dado ordenamento – em que são prescritas as condições e procedimentos para a providência das normas de conduta válidas, ou seja, ela não determina uma conduta, mas cria condições para que aquelas sejam realizadas e válidas. E, por fim, pode-se considerar que é válido um ordenamento que tenha apenas uma norma de estrutura, porém isto não implica que por ter uma única norma de competência ou estrutura , ela obrigatoriamente terá apenas uma norma de conduta. Por exemplo, um comando do soberano é uma única norma de competência, mas ele poderá comandar sobre tantas quantas forem as normas de conduta. 5. Os problemas do ordenamento jurídico Neste último ponto do primeiro capítulo, o autor turinês ressalta a ideia de que se um ordenamento é composto por normas, o problema que o circunda está intrinsicamente ligado a sua estrutura, ou seja, à relação das normas que