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03. ART. 122 INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO

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Professor Juliano Oliveira Almeida 
ANOTAÇÕES DE AULA - Direito Penal Parte Especial - Email: � HYPERLINK "mailto:jjuliaanno@hotmail.com" �jjuliaanno@hotmail.com�
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO �
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Suicídio é a eliminação voluntária e direta da própria vida. O ato suicida não é previsto como crime por razões de política criminal, de forma que a pessoa que tenta suicidar­-se não comete infração penal. 
Visa a punição daquele terceiro que induz, instiga ou auxilia outrem ao suicídio, num quadro em que o suicida figura na qualidade de vítima.
A lei não considera ilegal a coação praticada para impedir o suicídio (ver art. 146, § 3º, II, CP).
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CONDUTA
Induzir - Significa dar a ideia do suicídio a alguém que ainda não tinha tido esse pensamento. O agente faz surgir a intenção do suicídio.
Na história recente, há vários acontecimentos que se integram a essa hipótese, ligados, basicamente, a líderes de fanáticos religiosos, que estimulam o suicídio em massa de seus seguidores.
Instigar. Significa reforçar a intenção suicida já existente. É o caso daqueles que vislumbram uma pessoa no alto de um prédio, prestes a se atirar de lá, e, ainda assim, passam a estimular, mediante gritos, que o suicida efetivamente salte.
No induzimento, a ideia de suicídio ainda não havia passado pela cabeça da vítima. Na instigação, por outro lado, a ideia já havia surgido na vítima e o sujeito a estimula. O induzimento e a instigação são chamados de participação moral.
Auxiliar. Significa colaborar materialmente com a prática do suicídio, quer dando instruções, quer emprestando objetos (arma, veneno) para que a vítima se suicide. O auxílio é chamado de participação material. Essa participação, todavia, deve ser secundária, acessória, pois se a ajuda for a causa direta e imediata da morte da vítima, o crime será o de homicídio, como no caso de quem, a pedido da vítima, puxa o gatilho e provoca a sua morte, já que, ainda que exista consentimento, ele não é válido, uma vez que a vida é bem indisponível. Não se pode, nesse caso, tipificar o crime de participação em suicídio, porque não houve efetivamente suicídio.
SUJEITO ATIVO
Qualquer pessoa, tratando­-se de crime comum.
SUJEITO PASSIVO
Qualquer pessoa que tenha capacidade de resistência à prática do suicídio. Como já visto, se essa capacidade é nula ou inexistente, não ocorre o crime do art. 122, CP, mas sim homicídio.
Para a configuração do crime do art. 122, CP, é necessário, porém, que a(s) vítima(s) seja(m) determinada(s). Vejamos exemplos:
a) Um indivíduo convence uma ou mais pessoas determinadas a suicidarem­-se porque o fim do mundo está próximo – configura­-se o crime do art. 122, CP.
b) O mesmo indivíduo escreve um livro sobre o assunto para venda em geral – fato atípico.
Crime de ação múltipla, de conteúdo variado ou tipo misto alternativo.
ELEMENTO SUBJETIVO
É o dolo. Não admite a forma culposa. Se, culposamente, se participa de um suicídio, pode haver responsabilização por homicídio culposo, mas jamais por infração ao art. 122, CP. 
Mais uma vez deverá ser analisado caso a caso pelo seguinte critério:
a) Se houve realmente eliminação voluntária da vida pela pessoa, possibilitada pela conduta culposa, trata­se de fato atípico, pois inexiste participação culposa em suicídio. Por exemplo, se o pai negligente deixa a arma ao alcance do filho, sendo este filho de idade mais avançada (v.g. 20 anos), tendo plena consciência de seus atos. Se pega a arma e se mata, trata­-se realmente de fato atípico.
b) Se a conduta culposa inicial leva a um acontecimento acidental que causa a morte, tem­-se um caso de homicídio culposo. Por exemplo, o mesmo pai desidioso que deixa uma arma ao alcance do filho menor, o qual é de pouca idade (v.g. 3 anos) e, acidentalmente, se fere e morre. Não houve propriamente um suicídio para que se pudesse falar em “participação culposa atípica”. Houve mesmo um homicídio culposo informado pela negligência
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA 
O art. 122 do Código Penal, quando trata da pena para o delito, menciona punição apenas nas hipóteses em que a vítima morre ou sofre lesões graves. Na primeira hipótese, a pena é de reclusão de dois a seis anos e, na segunda, reclusão de um a três.
Percebe-se, assim, que a própria lei exclui o crime quando a vítima não tenta se matar ou, se tentando, sofre apenas lesões leves, já que, para esses casos, não há previsão legal de pena.
Por isso, o crime somente se consuma no momento da morte da vítima ou, no segundo caso, quando ela sofre lesões graves.
Não importa o tempo que medeie entre a conduta do agente e a da vítima. Basta que se prove o nexo causal, ou seja, se alguém estimulou a vítima há um ano e esta se mata, só terá havido infração penal no instante em que a vítima agiu contra a própria vida. Apenas a partir desse momento poderá correr o prazo prescricional e somente então é que será possível a punição do agente.
A tentativa que teoricamente seria possível não existe porque a lei só pune o crime quando há morte ou lesões graves e, nesses casos, o crime está consumado. Com efeito, se a vítima sequer tenta o suicídio ou sofre apenas lesões leves, o fato é atípico e, na hipótese em que sofre lesões graves, entende-se que o crime está consumado, uma vez que, para esse caso, já existe pena autônoma na própria parte especial do Código Penal, sendo, portanto, desnecessária a combinação com a norma de extensão do art. 14, II, do Código Penal que trata da tentativa.
A conclusão, portanto, é que o crime do art. 122 não admite tentativa. Não se confunda, todavia, a tentativa de suicídio que evidentemente existe e que se refere ao fato em si, com a tentativa de crime de participação em suicídio que, nos termos acima, não admite o conatus.
 QUALIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
a) Material. Para que se consuma é necessário o resultado morte ou lesão grave.
b) De dano. Pressupõe efetiva lesão ao bem jurídico.
c) Comissivo.
d) Instantâneo. Consuma em um momento determinado e certo, ou seja, o momento em que a vítima sofre lesão grave ou morre.
e) Ação livre. Admite qualquer meio de execução.
f) Comum. Pode ser praticado por qualquer pessoa.
g) Simples. Atinge apenas o bem jurídico vida.
CAUSAS DE AU MENTO DE PENA
Art. 122, parágrafo único — A pena é duplicada:
I — se o crime é praticado por motivo egoístico;
II — se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
O art. 122, parágrafo único, dispõe que a pena será aplicada em dobro quando:
1) O crime for praticado por motivo egoístico. Ocorre nas hipóteses em que o agente visa auferir alguma vantagem, econômica ou não, em decorrência do suicídio da vítima. Ex.: para ficar com sua herança; para ficar com seu cargo; para poder conquistar sua esposa etc.
2) A vítima for menor (1a parte). De acordo com a maior parte dos doutrinadores, esta causa de aumento só tem aplicação quando a vítima for maior de 14 e menor de 18 anos. Argumentam que, por interpretação sistemática, deve-se presumir a total falta de capacidade de entendimento daquele que não tem mais de 14 anos, com base no art. 224, a do Código Penal, que presume a violência nos crimes sexuais quando a vítima está em tal faixa etária. É o entendimento de Damásio de Jesus, Cezar Roberto Bitencourt, Fernando Capez, Celso Delmanto etc. Para essa corrente, se a vítima tem mais de 18 anos, aplica-se o crimede participação em suicídio em sua forma simples; se tem menos de 18 e mais de 14, aplica-se tal crime em sua forma agravada; finalmente, se a vítima não é maior de 14, o crime é sempre de homicídio.
Heleno Fragoso discorda da interpretação anterior, sustentando que a presunção de violência não está prevista na Parte Geral do Código e sim dentro do título dos crimes sexuais, de modo que aplicá-la a outros delitos constitui analogia in malam parte, que é vedada. Argumenta que não se pode punir por homicídio com base em presunções.
Para esse autor, o delito só deixa de ser suicídio com a pena aumentada para ser tratado como homicídio se for feita prova efetiva, no caso concreto – por perícias, depoimentos –, de que o menor não entendeu que estava tirando a própria vida.
3) A vítima tiver diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência
(2ª parte). Ocorre quando o agente se aproveita de uma situação de maior fragilidade da vítima para estimulá-la ao suicídio, como, por exemplo, no caso de embriaguez, depressão etc. Veja-se que a lei se refere à diminuição de tal capacidade, já que a sua total supressão implicará o reconhecimento de homicídio.
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Observações:
Não há suicídio no ato daquele que quer ser herói e que vai à guerra por seu país. Por isso, aquele que o instiga a ir à guerra não pratica crime.
Seriedade deve existir na conduta do agente. Se alguém, em tom de brincadeira, diz à vítima que a única solução é “se matar” e a vítima efetivamente se mata, o fato é atípico por ausência de dolo. O crime em estudo admite apenas a forma dolosa, inclusive o dolo eventual, mas não prevê hipótese culposa.
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UNIVC - DIREITO PENAL I

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