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PCSP - Direito Penal Especial - Polícia Civil do Estado de São Paulo

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DireitoPenal 
 
 
 
 
 
 
 
Parte Especial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Livro Eletrônico 
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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CRIMES CONTRA A PESSOA – HOMICÍDIO
CAPÍTULO I
CRIMES CONTRA A VIDA
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
O Código Penal divide-se em duas partes:
• Parte Geral (Art. 1º ao 120. Disposições gerais que se aplicam a todos os crimes estu-
dados no Direito Penal);
• Parte Especial (Art. 121 ao 359. O Legislador tratará das previsões de crimes e das 
suas condutas).
O art. 121 tratará, em um formato simples e direto, a descrição do crime de homicídio.
Os tipos penais da Parte Especial serão formados pelo verbo núcleo do tipo penal e pelas 
elementares. Observando o art.121, caput, identifica-se que “matar” será o verbo núcleo e o 
“alguém” será a elementar.
Por ser um crime de elevado potencial ofensivo, a pena para os crimes de homicídio será 
a reclusão de seis a vinte anos.
Todos os tipos penais serão formados por duas partes: preceito primário (descrição da con-
duta, ou seja, matar alguém) e preceito secundário (sanção penal, sendo a pena de reclusão).
Uma vez entendido que o conceito de matar é tirar a vida e que o alguém se trata de uma 
pessoa, é importante fazer considerações sobre como será caracterizada a pessoa.
Exemplo: a partir de qual momento o feto ou nascente é considerado uma pessoa? Uma 
pessoa será assim considerada a partir do momento que houver vida extrauterina. Caso ocorra 
do feto, ainda no útero da mãe, ser morto por ela ou que alguém o mate, não será considerado 
homicídio, mas crime de aborto (arts. 124 a 126, do Código Penal).
Outro exemplo: caso a mãe mate o seu filho durante ou logo após o parto, estando ela 
sob efeito do estado puerperal, configurará que ela matou alguém. Contudo, responderá pelo 
delito de infanticídio (art. 123, do Código Penal).
Para haver crime de homicídio é necessária que a vida seja extrauterina e que não se 
encontre nas hipóteses do infanticídio.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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 Em outras hipóteses específicas, considere uma pessoa sem viabilidade de vida, como 
por exemplo um senhor de 89 anos, com câncer e que se encontra no hospital. O médico 
informa que em três minutos esse senhor irá morrer. Antes, porém, uma terceira pessoa de 
fora disfere uma facada faltando apenas um minuto para o senhor falecer, vindo a matá-lo. 
Esse terceiro responderá pelo crime de homicídio, levando em consideração que o idoso é 
uma pessoa sem viabilidade de vida e que morreria no minuto seguinte?
 A resposta é sim, mesmo que a pessoa não tenha a viabilidade duradoura de vida, 
ainda é um sujeito passivo, de crime de homicídio.
 Pessoas que poderão ser consideradas sem viabilidade de vida: paciente idoso, 
paciente terminal, bebê anencéfalo.
No que diz respeito ao bebê anencéfalo, o STF se posicionou afirmando que o feto pode 
sofrer aborto e que a mãe não responderá pelo crime de aborto, contudo uma vez que se deu 
o nascimento, ainda que não tenha viabilidade de vida duradoura, se alguém tirar a vida dolo-
samente desse bebê, a criança será vítima de homicídio e aquele que a matou responderá 
pelo crime de homicídio.
Pontos específicos sobre o crime de homicídio
• Sujeito Ativo
• Sujeito Passivo
• Elemento Subjetivo
• Consumação
• Competência
• Tentativa:
 – Branca ou Incruenta;
 – Vermelha ou Cruenta.
O Sujeito Ativo é o autor do crime e, no crime de homicídio, pode ser cometido por qual-
quer pessoa. Sendo cometido por qualquer pessoa, será configurado como Crime Comum.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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ATENÇÃO
Ao afirmar que o crime, quando cometido por qualquer pessoa, é configurado como Crime 
Comum, implica-se dizer que há crimes que não poderão ser praticados por qualquer 
pessoa. Esses crimes são chamados de Próprio ou de Mão Própria. Por exemplo: o crime 
de aborto praticado pela gestante somente pode ser praticado pela gestante.
O Sujeito Passivo é a vítima e poderá ser qualquer pessoa.
No que tange aos Elementos Subjetivos, significa que são as intenções do agente. Poderá 
ser por dolo direto, dolo eventual ou mediante culpa. O crime de homicídio comporta todos 
esses elementos.
O crime de dolo será direto quando houver a intenção de matar, também chamado de 
animus necandi.
Será dolo eventual quando o agente assumir o risco de produzir o resultado, ou seja, 
mesmo que não possua intenção de matar, o agente pratica uma conduta em que não se 
importa com a possibilidade de matar uma pessoa. Por exemplo: o agente pega a arma de 
fogo e efetua disparos em uma via pública e, mesmo que acerte uma pessoa, não se importará 
com isso. O dolo, sendo eventual, é punido da mesma forma que o dolo direto. Em que pese 
ser um elemento subjetivo distinto (intenções diferentes), o agente responderá pela mesma 
pena de seis a vinte anos.
O crime de homicídio poderá também ser praticado mediante culpa. Se assim for caracte-
rizado, o agente responderá no formato do art. 121, § 3º, do Código Penal.
Essa culpa se dará por negligência, imperícia ou imprudência.
A Consumação do Crime se refere ao crime material, aquele que produz um resultado 
naturalístico e que causa mudança no mundo.
Por exemplo: quando alguém mata uma pessoa, ela cai e morre. O fato de a pessoa 
morrer é o resultado de um fato naturalístico e, causando essa morte, é configurado como 
homicídio doloso consumado. Esse crime também comporta a tentativa, ou seja, o sujeito quer 
matar uma pessoa, mas não obtém êxito por razões alheias a sua vontade. Nessa situação há 
a hipótese de homicídio praticado pela modalidade Tentado.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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A consumação poderá ser um crime instantâneo, ou seja, será consumada no exato 
momento em que a pessoa morrer.
Em relação à Competência, caso haja homicídio doloso e todos os crimes contra a vida 
dolosos, a competência de julgamento será do Tribunal do Júri (sete pessoas escolhidas 
dentre o povo e que julgarão se a pessoa é ou não culpada por determinado delito); no homi-
cídio culposo, o julgamento será pelo Juízo Comum (Juiz), sem a participação do Júri.
 A Tentativa poderá ser Branca ou Incruenta. Por exemplo: o agente pega uma arma 
com a intenção de matar uma pessoa, mas erra todos os disparos. Apesar de não ter causado 
a lesão, teve a intenção de matar, ou seja, praticou atos executórios para matar a vítima, mas 
não gerou qualquer lesão nela.
 Na Tentativa Vermelha ou Cruenta, o agente pega uma arma, por exemplo, e acerta um 
tiro no braço da vítima. A intenção do agente nesse caso era de matar a vítima, e não apenas 
de gerar a lesão corporal.
Homicídio Simples pode ser considerado Crime Hediondo?
 Lei n. 8.072/1990:
Art. 1º São considerados hediondos (...)
I – Homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que 
cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII).
O crime hediondo se trata do crime horrendo, repugnante, que causa horror à socie-
dade. Para ser considerado crime hediondo é necessário que o delito esteja previsto na Lei n. 
8.072/1990.
No Brasil adota-se o Sistema Legal, em que somente será hediondo o crime que estiver 
previsto nesta Lei como tal.
No homicídio qualificado, todas as suas modalidades enquadram-se nos crimes hediondos.
O homicídio simplesem regra não será hediondo, existindo apenas uma hipótese em que 
será tratado como hediondo: quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, 
ainda que cometido por um só agente.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
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Homicídio Privilegiado
Art. 121. (...)
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o 
domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a 
pena de um sexto a um terço.
Quando configurado como privilegiado, traz um benefício para aquele que pratica o 
homicídio.
ATENÇÃO
Decorar a quantidade de aumento ou diminuição de pena não é necessário, exceto em 
crimes relevantes, caso dos crimes de homicídio. Nesse tipo de crime, muito cobrado em 
concursos, é proveitoso saber as penas aplicadas ao homicídio simples e ao qualificado, 
e as causas da diminuição de pena. O examinador procura confundir o concurseiro no 
aspecto da diminuição da pena.
A lei estabelece que o juiz pode reduzir a pena. O uso da flexão verbal “pode” é indevido; 
visto que, havendo o reconhecimento de uma das hipóteses de homicídio privilegiado, o juiz 
“deve” reduzir a pena.
 Não há discricionariedade para o juiz, quando diante de um homicídio doloso. Como 
visto anteriormente, a competência de julgamento desse homicídio será do Tribunal do Júri 
e quem reconhecerá se houve ou não uma das Hipóteses de Privilégio será esse Tribunal. 
Caso o Tribunal entenda que se trata de uma hipótese de homicídio privilegiado, o juiz deverá 
aplicar a diminuição de pena. A discricionariedade de pena do juiz se refere à quantidade da 
diminuição de pena, decidindo se aplicará a diminuição de um sexto ou um terço da pena (ou 
qualquer valor dentro desse intervalo).
• Elementos que, isoladamente, ensejam a diminuição da pena:
1) Relevante valor social;
2) Relevante valor moral;
3) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
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Obs.: muitos se confundem no entendimento de que o homicídio ao ser praticado logo em 
seguida pela injusta provocação da vítima também se aplicaria ao relevante valor so-
cial e moral. Aplicar-se-á somente a essa terceira hipótese.
No elemento que é de relevante valor social, acontecerá quando o agente praticar um 
homicídio em razão de uma situação que afeta toda a sociedade.
Por exemplo: na cidade em que um determinado cidadão vive, há uma pessoa que estupra 
moças todos os dias. Ao descobrir a identidade desse estuprador, o cidadão decide matá-lo, 
usando uma faca. Ao praticar tal ato, o cidadão responderá por homicídio. Esse homicídio será 
considerado como privilegiado, pois o cidadão agiu e praticou o crime diante de um relevante 
valor social (importante ressaltar que cada caso será analisado pelo Tribunal do Júri).
 No elemento que é de relevante valor moral, considere, por exemplo, que o cidadão 
possui uma minha filha e ela um namorado. Em um determinado momento, o namorado dese-
jou manter relações sexuais com a filha, mas, ao recusar, ele a estuprou. O cidadão, ao 
notar que a sua filha adquiriu problemas psicológicos, em virtude do estupro, matou o namo-
rado. É importante atentar-se ao fato de que o cidadão matou o namorado da filha em razão 
de um relevante valor moral, e não pelo fato de o namorado estar atingindo a sociedade 
como um todo.
O valor social refere-se à proteção ou ao interesse da coletividade; no valor moral, defende-
-se um interesse particular.
No terceiro elemento, tem-se que, sob domínio de violenta emoção, a pessoa deve estar 
em surto, perdendo o sentido de justiça, de normalidade, estando fora de si, chegando a pra-
ticar atos que jamais praticaria em situações normais de sua vida.
Na prática, o “logo em seguida” será algo momentaneamente posterior à injusta provocação.
A injusta provocação da vítima poderá ou não configurar como um crime.
Por exemplo: uma pessoa não gosta de cachorros e o cachorro de um determinado cida-
dão urina na porta da casa dessa pessoa. Ao matar esse cachorro, houve a injusta provoca-
ção da vítima. Nesse momento, o dono do cachorro acerta com uma barra de ferro a cabeça 
da outra pessoa, matando-a. O dono do cachorro agiu sob o domínio de violenta emoção, logo 
em seguida a injusta provocação (por matar o seu cachorro).
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Esses elementos não são cumulativos, ou seja, é necessário ter apenas um elemento para 
se configurar como homicídio privilegiado.
O homicídio privilegiado possui caráter subjetivo, a incomunicabilidade no concurso 
de pessoas.
Exemplo: o pai quer matar o estuprador de sua filha (o pai está acobertado sob o rele-
vante valor moral). Ele procura um assassino de aluguel e o contrata para matar o estuprador. 
Observa-se, nessa situação, que não foi o pai quem matou o estuprador, mas sim o assas-
sino de aluguel. O mandante (pai) permanece acobertado pelo privilégio, mas o mesmo não 
acontecerá com o executor (assassino), que se enquadrará no homicídio qualificado mediante 
pago ou promessa de recompensa.
A Premeditação do Crime Afasta o Homicídio Privilegiado?
A premeditação não afasta o homicídio privilegiado. Recorda-se as formas de homicídio 
privilegiado: relevante valor social, relevante valor moral esob o domínio de violenta emoção, 
logo em seguida a injusta provocação da vítima.
Mas se observa que na última hipótese a premeditação afastaria esse privilégio. Não é 
possível afirmar que o agente agiu sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a 
injusta provocação da vítima, sendo que ele havia premeditado o crime. A premeditação é 
incompatível com essa forma de homicídio privilegiado, entretanto nada impede que aconteça 
a premeditação no relevante valor social ou moral, não afastando, nessas outras duas situa-
ções, o privilégio.
Se a ação é praticada sob violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da 
vítima, mas o autor erra a execução, vindo a atingir e matar terceira pessoa, responde 
pelo homicídio privilegiado, simples ou qualificado?
Por exemplo: um cadeirante está no semáforo pedindo esmola e repentinamente uma 
pessoa começa a praticar injúrias contra ele. O cadeirante está com uma faca e revoltado com 
os xingamentos, com a injusta provocação que é feita, arremessa o objeto contra essa pessoa 
que lhe profere injúrias, mas acerta uma terceira pessoa e a mata.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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Houve o dolo. Caso o cadeirante acertasse a pessoa que lhe proferia injúrias, estaria 
acobertado pelos privilégios, contudo ao acertar outra pessoa que não tinha nada a ver com 
a situação, esse cadeirante também responderá pelo homicídio privilegiado, apesar de ter 
matado um inocente (art. 73, do Código Penal):
Erro na execução (aberratio ictus)
Art. 73. – Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir 
a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime 
contra aquela (...)
Nessa situação, quando o agente erra, ele responde como se tivesse matado a pessoa 
contra quem ele queria praticar o crime. Existe a vítima virtual e a real (aquela que efetiva-
mente morreu). O agente responde como se tivesse matado a vítima virtual em que pese ter 
matado a vítima real.
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���������������������������������������������������������������������������������Estematerial foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pelo professor Erico de Barros Palazzo. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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Homicídio 
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL)
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HOMICÍDIO 
Homicídio Privilegiado-Qualificado
Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º, CP) não é crime hediondo. Ocorre quando há rele-
vante valor moral, relevante valor social ou sob domínio de violenta emoção logo em seguida 
à injusta provocação da vítima.
O homicídio híbrido ocorre quando há uma privilegiadora e uma qualificadora (§2º). Homi-
cídio privilegiado-qualificado (híbrido) não é crime hediondo.
Obs.: Todas as hipóteses de homicídio qualificado são crimes hediondos.
Obs.: No Direito Penal Brasileiro, é adotado, em relação ao rol dos crimes hediondos, o 
critério legal, ou seja, somente o que está previsto na Lei n. 8072/1990 é crime he-
diondo.
Quanto ao homicídio ser simultaneamente privilegiado e qualificado, há duas correntes:
• 1ª corrente: não é possível o homicídio híbrido, porque o homicídio privilegiado está 
no parágrafo 1º, o homicídio qualificado está no parágrafo 2º, logo o homicídio privi-
legiado não poderia se aplicar ao que está abaixo dele, somente ao que está acima 
(art. 121, caput) que é o homicídio simples. Tese da posição geográfica/topográfica 
dos dispositivos legais.
• 2ª corrente: é possível o homicídio híbrido, desde que a qualificadora seja de natu-
reza objetiva.
Obs.: A 2ª corrente é a que prevalece.
Qualificadoras do homicídio, de natureza objetiva
A natureza objetiva ocorre quando é comunicável no concurso de pessoas. 
Exemplo: os indivíduos A e B querem matar C. B se vale de um meio cruel para matar C, 
que é o fogo, sendo que A já sabia que esse meio seria usado. B vai ao encontro de C e mata 
a vítima usando fogo. A é partícipe do homicídio. A e B respondem pelo homicídio qualificado, 
pois quando há concurso de pessoas, a qualificadora se comunica, passa de B e alcança A.
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Homicídio 
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL)
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No homicídio qualificado, nas qualificadoras subjetivas, não há a comunicação no con-
curso de pessoas.
Art. 121. (…)
§ 2º (...)
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido;
(...)
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino.
Todas as hipóteses do inciso IV são qualificadoras de natureza objetiva, exceto a traição, 
que é uma qualificadora subjetiva.
O inciso III estabelece os meios do homicídio e o inciso IV estabelece os modos do 
homicídio.
Anteriormente, o feminicídio era uma qualificadora subjetiva. Atualmente, conforme o jul-
gado do STJ (Min. Felix Fischer, no REsp 1.707.113/MG, julgado em 29/11/2017), o feminicí-
dio é uma qualificadora objetiva. 
Exemplo: X quer matar a esposa. Para isso, conta com a ajuda de C, que é sua amante. 
A amante não tem relação doméstica ou familiar com a esposa, assim como também não 
tem menosprezo à condição de mulher, logo, as hipóteses não se aplicam à amante. Porém, 
ela prestou auxílio para que X matasse a esposa. X praticou feminicídio, a amante também 
praticou crime de feminicídio, é uma qualificadora objetiva.
Homicídio Qualificado
As qualificadoras de natureza subjetiva estão previstas nos incisos I, II, V, VII, além da 
traição, disposta no inciso IV.
Art. 121. (…)
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
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Homicídio 
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL)
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II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
Feminicídio (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei n. 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes 
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, 
em razão dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015)
Pena – reclusão, de doze a trinta anos.
As qualificadoras objetivas são os incisos em azul e as subjetivas os incisos em vermelho.
O homicídio privilegiado qualificado é possível, desde que seja com uma qualificadora 
objetiva. Isto ocorre porque o homicídio privilegiado é uma qualificadora subjetiva, não se 
comunica no concurso de pessoas. Se alguém pratica um homicídio com relevante valor 
moral, aquele que ajudou, não necessariamente pratica homicídio com relevante valor moral. 
Quem praticou o crime está acobertado pela privilegiadora, quem ajudou não está. O homi-
cídio privilegiado é subjetivo, não se comunica no concurso de pessoas.
Só é possível ter o homicídio privilegiado qualificado devido à conexão de uma condição 
subjetiva com uma condição objetiva. Não é possível ter um privilégio, que é subjetivo,e uma 
qualificadora, que é subjetiva. Não haveria compatibilidade praticar um homicídio por rele-
vante valor moral, relevante valor social e, ao mesmo tempo, por motivo fútil, motivo torpe.
Art. 121. (…)
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
A pena aplicada é de reclusão de 12 a 30 anos, não tem previsão de pena de multa.
São motivos torpes os estabelecidos no inciso I.
“Mediante paga ou promessa de recompensa” é uma fórmula casuística.
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Homicídio 
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“Ou por outro motivo torpe” é uma fórmula genérica. O legislador assim fez por ser impos-
sível de prever todas as hipóteses de motivo torpe. A fórmula genérica permite que o aplicador 
do direito veja se o homicídio praticado no caso concreto é motivo torpe ou não. Exemplos de 
motivo torpe para fins do homicídio qualificado: mediante paga, promessa de recompensa, 
receber dinheiro para matar uma pessoa.
Outro exemplo: Suzane Richthofen matou os pais para ficar com a herança deles, não 
existe previsão de que é homicídio qualificado matar os pais para ficar com a herança, mas 
trata-se de homicídio qualificado por motivo torpe.
Obs.: O motivo torpe é um motivo repugnante, um motivo vil, é algo totalmente escrachado 
pela sociedade.
“Mediante paga ou promessa de recompensa” também é chamado de homicídio mer-
cenário. A “paga” é quando ocorre pagamento prévio. A “promessa de recompensa” ocorre 
quando o pagamento é posterior. Nos dois casos, não precisa ser dinheiro, não precisa ter 
valor econômico, pode ser por ganho moral, prestígio maior, vantagem sexual ou outros. É 
uma qualificadora subjetiva. É uma qualificadora de concurso necessário.
No inciso I, as qualificadoras são subjetivas.
Exemplo: a filha de X foi estuprada. X paga para um assassino de aluguel matar o estu-
prador da sua filha. X está acobertadopor uma privilegiadora, responde por homicídio privi-
legiado em razão do relevante valor moral. É um crime no qual há concurso de pessoas, o 
executor do crime (assassino de aluguel) responde por homicídio qualificado mediante paga 
ou promessa de recompensa. A qualificadora que se aplica ao assassino não se comunica 
no concurso de pessoas. “Mediante paga ou promessa de recompensa” se aplica somente 
ao executor do crime. O mandante do crime (genitor) responde por homicídio privilegiado em 
razão do relevante valor moral.
Outro exemplo: X quer matar Y para ficar com a esposa dele, para isso contrata um 
assassino de aluguel. O assassino responde em razão da paga ou promessa de recompensa 
pelo homicídio qualificado, X responde por homicídio qualificado em razão do motivo torpe.
Logo, o mandante do crime responde de acordo com o caso (depende do caso). O execu-
tor (recebe dinheiro/vantagem para tirar a vida de uma pessoa) sempre responde pela paga 
ou promessa de recompensa.
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A vingança pode ou não ser um motivo torpe, depende da motivação da vingança. Exem-
plo: X mata uma pessoa que matou o seu filho, é uma vingança, responde por homicídio,mas 
não é motivo torpe.
O ciúme não é considerado motivo torpe. Pode ser considerado, a depender da situação, 
motivo fútil (HC 107.090/STJ – Info 711/2013).
Jurisprudência do STJ:
Não obstante a paga ou a promessa de recompensa seja circunstância acidental do delito de ho-
micídio, de caráter pessoal e, portanto, incomunicável automaticamente a coautores do homicídio, 
não há óbice a que tal circunstância se comunique entre o mandante e o executor do crime, caso 
o motivo que levou o mandante a empreitar o óbito alheio seja torpe, desprezível ou repugnante. 
(REsp 1209852/PR, julgado em 15/12/2015, DJe 02/02/2016)
A qualificadora do motivo torpe é uma qualificadora subjetiva, mas nada impede que o 
executor do crime responda pela paga ou promessa de recompensa e o mandante responda 
por motivo torpe. O mandante não responde por “paga ou promessa de recompensa” porque 
isso se aplica ao executor do crime.
Art. 121. (…)
§ 2º Se o homicídio é cometido:
II – por motivo fútil.
O motivo fútil é um motivo bobo, insignificante. Exemplo: B mata C porque perdeu uma 
partida de dominó; B mata C porque C não vendeu fiado. O motivo fútil tem que ser um 
motivo conhecido, ou seja, o juiz/jurados têm que conhecer qual é o motivo fútil para aplica-
rem a qualificadora. Havia um entendimento que se o motivo não fosse conhecido, seria um 
motivo fútil, e isso está errado. Se for um motivo desconhecido, não pode aplicar motivo fútil, 
porque não se sabe se é fútil ou não. 
Obs.: O entendimento do STJ está nos HCs: HC 152.548/STJ, HC 107.090/STJ – Info 
711/2013.
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Homicídio 
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A futilidade deve ser imediata.
Exemplo 1: João vai até o bar do Arnaldo e toma vários copos de pinga, até seu dinheiro 
acabar. Quando seu dinheiro acaba, ele pede para Arnaldo vender um copo de pinga fiado. 
Arnaldo não vende fiado. João fica chateado, pega uma faca no balcão e mata Arnaldo, homi-
cídio por motivo fútil e imediato. Exemplo 2: João quer beber pinga fiado e fala com Arnaldo, 
mas Arnaldo não aceita fiado. João fica chateado, disfere um soco em Arnaldo, Arnaldo dis-
fere um soco em João, os dois começam a brigar, em determinado momento, João pega uma 
faca e mata Arnaldo.
No primeiro exemplo, a futilidade gerou um homicídio de maneira imediata. No segundo 
exemplo, a futilidade gerou um homicídio de maneira mediata, porque não foi pelo fato do 
Arnaldo ter negado a venda fiado que João o matou. O que ocorreu é que eles acabaram 
brigando e, diante dessa briga, João matou Arnaldo. No segundo exemplo, trata-se de uma 
futilidade mediata, não se aplica a qualificadora do motivo fútil.
Motivo fútil vs. dolo eventual
Anteriormente, o STJ entendia que, se há dolo eventual em determinado crime, não pode 
ter a incidência da qualificadora de motivo fútil.
Atualmente, é possível ter crime de homicídio em dolo eventual e que seja qualificado 
pelo motivo fútil.
Não há incompatibilidade na coexistência da qualificadora do motivo fútil com o dolo eventual em 
caso de homicídio causado após pequeno desentendimento entre agressor e agredido. Preceden-
tes do STJ e STF. Com efeito, o fato de o recorrido ter, ao agredir violentamente a vítima, assu-
mido o risco de produzir o resultado morte, aspecto caracterizador do dolo eventual, não exclui a 
possibilidade de o crime ter sido praticado por motivo fútil, uma vez que o dolo do agente, direto 
ou indireto, não se confunde com o motivo que ensejou a conduta. (...) (REsp 1601276/RJ, julgado 
em 13/06/2017) 
A jurisprudência desta Corte Superior entende não ser incompatível a qualificadora do motivo fútil 
com o dolo eventual, pois o dolo do agente, direto ou indireto, não se confunde com o motivo que 
ensejou a conduta capaz de colocar em risco a vida da vítima. REsp 1779570 / RS, julgado em 
13/08/2019.
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Art. 121. (…)
§ 2º Se o homicídio é cometido:
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou 
de que possa resultar perigo comum.
O emprego de veneno, também chamado de venefício, pode ser por substâncias bioló-
gicas, químicas que fazem mal a qualquer ser humano (ex.: chumbinho de rato), e também 
uma substância que faça mal especificamente a uma pessoa.
Exemplo: Maria é alérgica a camarão. Sabendo disso e querendo matá-la, João apro-
veita e prepara um peixe regado a molho de camarão e oferece para Maria, informando que 
não há camarão. Maria morre. João praticou homicídio qualificado por emprego de veneno. 
Caso João não soubesse que Maria é alérgica a camarão, João responderia por, no máximo, 
homicídio culposo.
Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura são formas casuísticas. “Outro meio insidioso ou 
cruel, ou de que possa resultar perigo comum”: forma genérica. Quando há a forma genérica, 
é aplicada a interpretação analógica.
Obs.: Interpretação analógica não é analogia, é admitida até mesmo se vier a prejudicar o 
réu. Analogia in malam partem não é admitida no direito penal.
Emprego de fogo (atear fogo), exemplo: João incendeia a casa do Marcos para matá-lo.
Emprego de explosivo (deslocamento de matéria), exemplo: colocar uma bomba na pessoa; 
detonar uma granada. Explosivo não é meio cruel, é um meio que resulta perigo comum.
O veneno é meio insidioso. O fogo, a asfixia e a tortura são meios cruéis. O explosivo é 
o meio que resulta perigo comum. A asfixia pode ser mecânica, que é aquela que ocorre por 
esganadura, estrangulamento, enforcamento. São tampadas as vias aéreas da pessoa e ela 
não consegue respirar.
A asfixia pode ser tóxica, que ocorre quando a pessoa morre asfixiada por não ter a reno-
vação do ar, o oxigênio se transforma em CO2 e a pessoa morre asfixiada por respirar gás 
carbônico. Exemplo: colocar uma pessoa viva dentro do caixão e enterrá-la, a pessoa morre 
asfixiada. Nos dois casos (asfixia mecânica e tóxica), é incidida a qualificadora de asfixia.
A tortura ocorre quando o indivíduo gera à vítima uma dor muito superior à necessária 
para alcançar o resultado morte.
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Homicídio qualificado pelo emprego de tortura
Exemplo: a intenção de X é matar a vítima Y. Para isto, pega uma faca e começa a cortar 
a vítima, porque não quer queela morra rápido. Homicídio qualificado pela tortura.
Tortura qualificada pela morte
Exemplo: X quer torturar Y, para isso, começa a cortar Y com uma faca. A intenção de X 
não é matar Y, mas de tanto X torturar, Y acaba morrendo. A intenção era torturar, mas surgiu 
um resultado morte.
Homicídio qualificado pela tortura Tortura qualificada pela morte
Previsão
legal
Artigo 121, § 2º, III, CP – Pena 12 a 
30 anos.
Art. 1º, § 3º Lei n. 9.455/1997 – “Se resulta 
lesão corporal de natureza grave ou gravís-
sima, a pena é de reclusão de quatro a dez 
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a 
dezesseis anos.”
Elemento
subjetivo
Dolo direto ou eventual em relação ao 
resultado morte, utilizando-se da tor-
tura como meio (cruel) para alcançar 
o resultado.
Crime preterdoloso – dolo na conduta 
antecedente (tortura) e culpa no resultado 
(morte).
Competência Tribunal do Júri. Juízo singular.
Art. 121. (…)
§ 2º Se o homicídio é cometido:
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido.
A traição é uma qualificadora subjetiva, não se comunica no concurso de pessoas.
Exemplo: X e Y são grandes amigos. Eles decidem passear, e acabam chegando em um 
precipício. Y estava na beira do precipício olhando a paisagem, porque confia em X e sabe 
que ele não irá empurrá-lo (é uma qualificadora subjetiva porque o traidor tem a confiança do 
traído). Porém, X acaba empurrando Y.
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Outro exemplo: X e Y estão fazendo rapel. X vê que Y está no meio da cachoeira e 
corta a corda de Y, que morre em razão da queda. Y confiava em X para fazer a sua segu-
rança no rapel.
Para que se tenha a qualificadora da traição, é necessário que seja depositado uma 
especial confiança no autor e que ele (autor) venha a trair essa confiança. A qualificadora da 
traição é um crime próprio.
Obs.: Crimes próprios só podem ser praticados por pessoas que tenham uma qualidade 
específica.
A emboscada é uma tocaia. Exemplo: João passa todos os dias em determinada estrada. 
Maria fica aguardando ele passar, assim que ele passa, Maria atira em sua direção e acaba 
matando João.
Mediante dissimulação: João é membro de um site de encontros. Neste site, há a foto 
de uma mulher de nome Maria. João se interessa por Maria. João e Maria dão match. Maria 
convida João para ir até a sua casa. Quando João chega à casa de Maria, ele não encontra 
Maria, ele encontra um desafeto dele, e esse desafeto mata João. É um crime de enganar 
para matar uma pessoa, ou seja, o sujeito engana para colocar a pessoa numa situação que 
dificulte a sua defesa.
Traição, emboscada, ou dissimulação são fórmulas casuísticas, são recursos que dificul-
tam ou tornam impossível a defesa do ofendido. “Outro recurso que dificulte torne impossível 
a defesa do ofendido”: fórmula genérica. Aplica-se a interpretação analógica.
Traição é uma qualificadora subjetiva que não se comunica no concurso de pessoas. A 
emboscada e a dissimulação são qualificadoras objetivas.
Art. 121. (…)
§ 2º Se o homicídio é cometido:
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.
Esta qualificadora é chamada de qualificadora de conexão. O indivíduo pratica o homi-
cídio porque há um outro crime que ele quer praticar para assegurar a execução, ocultação, 
impunidade ou vantagem de outro crime.
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Homicídio 
DIREITO PENAL (PARTE ESPECIAL)
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Conforme a doutrina, o crime “para assegurar a execução” é chamado de conexão teleo-
lógica (finalidade), ou seja, pratica um homicídio para praticar outro crime.
Exemplo: X quer sequestrar a filha de um empresário. Para isso, ele mata o segurança 
para sequestrar a filha do empresário. Matou o segurança para assegurar a execução de 
outro crime.
Outro exemplo: X mata o segurança do empresário para poder matar o próprio empresá-
rio. Praticou um homicídio em razão da qualificadora de conexão para praticar outro homicí-
dio (pode ser qualificado, privilegiado, simples etc.) 
O homicídio teológico é praticado antes da prática de outro crime. Nas outras hipóteses 
(a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime), chamadas de conexão sequencial, 
o homicídio é praticado após um crime antecedente.
ATENÇÃO
Latrocínio: quando se mata alguém para subtrair os seus pertences, há o latrocínio. Não 
ocorrerá a incidência desses crimes devido ao Princípio da Especialidade. O latrocínio está 
tipificado no art. 157, § 3º, CP. O latrocínio é uma exceção à aplicação dessa qualificadora.
Ocultação ou a impunidade, por exemplo: crime de importunação sexual (art. 215-A). X 
diz que Y abusou dela e que vai denunciá-lo para a polícia. Y não quer ser preso e acaba 
matando a X. Y mata X para garantir a ocultação/impunidade do crime.
Vantagem de outro crime, exemplo: X e Y praticam crime de estelionato e obtém 
R$100.000,00 com o crime, mas X não quer dividir esse valor com Y, por isso X acaba 
matando Y. X praticou crime homicídio qualificado para assegurar a vantagem de outro crime 
antecedente.
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A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
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Crimes Contra Pessoa - Artigo 121 §2º - Homicídio Qualificado
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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CRIMES CONTRA PESSOA – ARTIGO 121, §2º
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio Qualificado
Código Penal (CP)
Art. 121
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
Feminicídio
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
O Feminicídio é um homicídio qualificado com pena de reclusão de 12 a 30 anos.
FEMINICÍDIO É DIFERENTE DE FEMICÍDIO.
O FEMICÍDIO é um homicídio no qual uma mulher seja vítima, qualquer homicídio no qual 
uma mulher venha a ser vítima, é FEMICÍDIO (por exemplo, briga de vizinhas em que uma 
mata a outra, um empresário quer matar uma empresária, sua concorrente).
O FEMINICÍDIO é um homicídio contra a mulher por razões da sua condição de ser do 
sexo feminino. É a ideia do gênero, do sexo feminino, do sexo biológico feminino – o autor 
do feminicídio pode ser homem, pode ser mulher, mas a vítima necessariamente tem que ser 
uma mulher.
O feminicídio está dentro do femicídio, todo feminicídio será um femicídio, mas nem todo 
femicídio será um feminicídio.
Um transexual, transgênero, um travesti pode ser vítima de feminicídio?
Há alguma polêmica em relação a isso. Há, inclusive, alguns Julgados esparsos que já 
entenderam dessa maneira, mas o entendimento ainda mais seguro é de que o feminicídio 
não se aplica a transexual, transgênero ou travesti. Ainda não há um posicionamento do Supe-
rior Tribunal de Justiça (STJ) ou do Supremo Tribunal Federal (STF).
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Crimes Contra Pessoa - Artigo 121 §2º - Homicídio Qualificado
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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Em questões físicas, o sexo feminino é naturalmente mais fraco do que o sexo masculino, 
por isso necessita de uma proteção maior.
O sujeito ativo do feminicídio pode ser qualquer pessoa, mais de 18 anos de idade, homem, 
mulher, travesti, transexual ou transgênero.
§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I – violênciadoméstica e familiar;
II – menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
A violência doméstica e familiar contra a mulher vai se aplicar naquelas hipóteses da Lei 
Maria da Penha, Lei n. 11.340.
Lei n. 11.340/2006
Art. 5º
• Âmbito da unidade doméstica (convívio permanente de pessoas)
• Âmbito da família (laços naturais, afinidade ou vontade expressa)
• Relação íntima de afeto (convívio, independentemente de coabitação)
O crime de feminicídio traz hipóteses mais amplas do que as da Lei Maria da Penha. A 
hipótese do inciso I, do § 2º-A do artigo 121 corresponde às hipóteses trazidas pela Lei Maria 
da Penha. Já na segunda hipótese do “menosprezo ou discriminação à condição de mulher” 
é uma hipótese a mais.
Um serial killer mata diversas mulheres simplesmente pelo fato delas serem mulheres 
porque ele menospreza, discrimina essa condição de mulher e aí será uma hipótese de 
feminicídio.
As hipóteses de feminicídio são mais amplas do que as hipóteses de incidência da Lei 
Maria da Penha.
CP (...) Art. 121
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou 
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade 
física ou mental; (Redação dada pela Lei n. 13.771, de 2018)
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Crimes Contra Pessoa - Artigo 121 §2º - Homicídio Qualificado
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima; (Redação dada pela 
Lei n. 13.771, de 2018)
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do 
caput do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006. (Incluído pela Lei n. 13.771, de 2018)
Essas causas de aumento de pena apenas se aplicam para os casos de feminicídio, apenas 
à qualificadora do artigo 6º. Não se aplicam às demais hipóteses de homicídio do artigo 121.
Lei n. 11.340/2006
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta 
Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes 
medidas protetivas de urgência, entre outras:
I – suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, 
nos termos da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II – afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III – proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de dis-
tância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da 
ofendida;
Caracteriza bis in idem o reconhecimento da qualificadora do motivo torpe e do 
feminicídio?
O feminicídio é uma qualificadora objetiva, logo pode ser combinada com uma qualifica-
dora subjetiva.
Informativo n. 625 do STJ – não caracteriza bis in idem o motivo torpe e a qualificadora 
feminicídio no homicídio praticado contra mulher em situação de violência doméstica
§ 2º Se o homicídio é cometido:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integran-
tes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em 
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição: (Incluído pela Lei n. 13.142, de 2015
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Crimes Contra Pessoa - Artigo 121 §2º - Homicídio Qualificado
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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Homicídio Qualificado
A quem se aplica A quem não se aplica
Art. 142 CF - Integrantes das Forças Armadas 
(Exército, Marinha e Aeronáutica)
Art. 144 caput, CF - Integrantes da PF, PRF, PFF 
(polícia ferroviária federal), PCs, PMs e corpos 
de bombeiros militares
Art. 144 § 8 º, CF - Guardas municipais
Art. 144 § 10 º, CF - Agentes de segurança viária
Integrantes do sistema prisional Agentes peni-
tenciários, carcereiros, técnicos penitenciários
Integrantes da Força Nacional de Segurança 
Pública
Polícias legislativas do Senado, da Câmara 
dos deputados e dos estados
Membros do Judiciário e seus servidores
Membros do Ministério Público e seus servi-
dores
Ex-autoridades ou ex-agentes descritos no 
inciso VII, que não ostentam mais essa con-
dição, ainda que o crime tenha ocorrido em 
decorrência dela (ex.: servidor aposentado, 
exonerado, demitido)
Esse é o denominado homicídio funcional e exclui parentes por afinidade (sogro, sogra, 
genro, nora, cunhado, cunhada) e filho adotivo, embora na CF seja equiparado a filho legítimo 
(art. 227, § 6º).
O Direito Penal não admite analogia em malam partem, não admite analogia para prejudi-
car o réu e se o tipo penal determina expressamente que somente alcançará o parente con-
sanguíneo até 3º grau, o filho adotivo não é parente consanguíneo e não pode ser aplicada 
analogia em malam partem no Direito Penal.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio IV
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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CRIMES CONTRA A PESSOA – HOMICÍDIO IV
HOMICÍDIO DE FAMILIAR
Cuidado!
• parricídio: quando se mata pai
• matricídio: quando se mata mãe
• filicídio: quando se mata filho
Não qualifica, por si só, o homicídio;
É agravante genérica do art. 61, II, CP (contra descendente, ascendente, irmão ou cônjuge).
 O PULO DO GATO!
O homicídio familiar não qualifica o homicídio. Algumas provas já cobraram em questões 
que o parricídio, matricídio ou filicídio gerariam uma qualificadora ou causa de aumento de 
pena. O homicídio poderá ser apenas uma agravante.
HOMICÍDIO PREMEDITADO
• Não qualifica, por si só, o homicídio.
• Pode funcionar como circunstância judicial para a dosimetria da pena (1ª fase).
Assim como o homicídio de familiar, o homicídio premeditado também não gera qualifi-
cadora. Entretanto, o juiz pode usar a premeditação como uma fundamentação na dosime-
tria da pena.
HOMICÍDIO DOLOSO CIRCUNSTANCIADO
CP, art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de 
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato 
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em 
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é prati-
cado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio IV
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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O parágrafo 4º traz as hipóteses de aumento de pena dos homicídios culposos e dolosos. 
Nesses casos, os crimes são chamados de circunstanciados ou majorados. No § 2º, tem-se 
o homicídio qualificado, que recebe essa denominação por conta de uma nova atribuição de 
pena. Ou seja, o homicídio, cuja pena é de 6 a 20 anos, quando qualificado, passa ater pena 
de 12 a 30 anos.
No § 4º, entretanto, o legislador não determinou um novo patamar de pena. Sabe-se, 
apenas, que haverá um aumento dela, não se tratando, portanto, de uma qualificadora, mas 
sim de um crime circunstanciado ou majorado.
Com relação às hipóteses do homicídio doloso, há detalhes que devem ser observados, 
como o tempo do crime. Suponha-se que um homicídio é praticado contra uma criança de 13 
anos de idade, que vem a falecer no hospital duas semanas depois, quando já tinha comple-
tado 14 anos de idade. Essa criança morreu em uma idade em que não se aplicaria a causa 
de aumento de pena; entretanto, ação foi praticada quando ela tinha menos de 14.
Nessa situação, aplica-se a causa de aumento de pena?
Sim! O artigo 4º do CP, que trata da teoria da atividade, afirma que o crime deve ser consi-
derado no momento da ação, ou da omissão, ainda que o resultado se dê em outro momento.
Obs.: � Para que haja o aumento de pena é necessário que o autor conheça a condição da 
idade da vítima.
E quanto ao idoso?
Suponha-se que a ação tenha sido praticada quando a vítima tinha 59 anos e esta veio a 
falecer após completar 60 anos. Aplica-se a regra?
Nesse caso, deve-se levar, novamente, a teoria da atividade: “o crime deve ser conside-
rado no momento da ação, ou da omissão, ainda que outro seja o momento do resultado”. Ou 
seja, não há a aplicação da causa de aumento de pena nessa situação.
§ 6º A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia 
privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. 
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio IV
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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O § 6º considera duas hipóteses distintas: milícia privada e grupos de extermínio. Consi-
dera-se milícia privada agentes de segurança que, fora da sua função, passam a atuar sobre 
determinada área, exigindo da população vantagem financeira para subsidiar uma suposta 
segurança não institucional.
HOMICÍDIO CULPOSO
CP, art. 121. § 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.
Quando a pena mínima não é maior que um ano, aplica-se a suspensão condicional do 
processo, prevista na Lei n. 9.099, ao crime de homicídio culposo. Tem-se, portanto, um crime 
de médio potencial ofensivo.
Homicídio doloso: é aquele em que o agente tem a intenção de matar (dolo direto) ou 
quando assume o risco de produzir um resultado (dolo eventual).
Homicídio culposo: pode se dar em razão da negligência (culpa negativa), da imprudên-
cia (culpa positiva) ou da imperícia (culpa profissional = falta de aptidão técnica).
Exemplo de culpa negativa: Um soldado esquece-se de trocar as munições letais por 
munições de borracha nas armas dos policiais, que para conterem uma manifestação, acabam 
atingindo algumas pessoas. Nesse caso, como a negligência do soldado resultou em morte, 
este responderá por homicídio culposo.
Exemplo de culpa positiva: Um agente, em um estande de tiro, acaba acertando uma 
pessoa que passava no momento em que ele atirava. Houve imprudência por parte do agente, 
que deveria ter parado de atirar no momento em que visualizou uma pessoa se aproximando.
Exemplo de culpa profissional: Um médico que, durante uma cirurgia, acaba matando 
o paciente.
ATENÇÃO
Não admitem tentativa:
O homicídio culposo, uma vez que não há intenção de gerar um resultado, e o crime 
preterdoloso: lesão corporal seguida de morte, quando a intenção era gerar uma lesão 
corporal, mas, por conta do excesso, a vítima vem a falecer.
Como o dolo do agente não era matar a vítima, ele não responde por homicídio.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio IV
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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CP, art. 121. § 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa 
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou 
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um 
terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
Há quatro hipóteses de aumento de pena (1/3) no homicídio culposo:
1) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício:
Não confundir com a imperícia (falta de aptidão técnica). A inobservância é a falta de 
regra técnica. Ex.: um médico que possui todas as técnicas para uma operação realiza uma 
cirurgia, mas não observa o tipo sanguíneo do paciente. A cirurgia é realizada perfeitamente; 
entretanto, como o médico não observou o tipo sanguíneo do paciente, este precisou de uma 
transfusão que não pôde ser realizada por conta da inobservância do médico.
2) Agente que deixa de prestar socorro imediato à vítima:
Não se aplica ao homicídio culposo na direção de veículo automotor.
• Pois há um dispositivo no art. 302 do CTB que gera o aumento de pena de 1/3 
nesses casos.
Não se aplica se era impossível ao agente prestar socorro.
• Ex.: um acidente marítimo em que a vítima, por imprudência, cai em alto mar sendo 
impossível prestar socorro, pois o resgate colocaria a vida de outra pessoa em risco.
Não se aplica se a morte for evidentemente (notoriamente) instantânea.
• Nesse caso não há como prestar socorro, pois a vítima morreu na mesma hora.
3) Não procurar diminuir as consequências do seu ato:
Só haverá essa incidência de aumento de pena quando for possível que se venha a dimi-
nuir as consequências do ato.
4) Fuga para evitar prisão em flagrante:
Alguns doutrinadores entendem que essa causa de aumento de pena é inconstitucional, 
uma vez que o agente não pode ser obrigado a se entregar à polícia. Para fins de prova, 
porém, deve-se levar em consideração o que está no § 4º do art. 121, do Código Penal.
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Crimes Contra a Pessoa – Homicídio IV
DIREITO PENAL - PARTE ESPECIAL
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PERDÃO JUDICIAL
CP, art. 121. § 5º Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as 
consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se 
torne desnecessária.
Caso o juiz considere que o crime prejudicou o agente de forma grave, pode o juiz deixar 
de aplicar-lhe a pena. Ex.: Uma mãe que ao dar a ré no carro acaba matando o próprio filho. 
A morte desse filho já lhe trouxe uma consequência tão grave que a sanção penal não é 
necessária.
ATENÇÃO
1) O perdão judicial somente é possível no homicídio culposo.
2) A natureza jurídica é uma causa extintiva da punibilidade, art. 107, IX, CP.
3) A análise do caso concreto é realizada pelo juiz.
4) É cabível perdão judicial no homicídio culposo praticado na direção de veículo automotor 
– art. 302, CTB.
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Crimes Contra a Pessoa – Exercícios – Homicídio
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CRIMES CONTRA A PESSOA – EXERCÍCIOS – HOMICÍDIO
DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/2010/MPE-SE/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Assinale a opção correta acerca do 
homicídio privilegiado.
a. A natureza jurídica do instituto é de circunstância atenuante especial.
b. Estando o agenteem uma das situações que ensejem o reconhecimento do homicí-
dio privilegiado, o juiz é obrigado a reduzir a pena, mas a lei não determina o patamar 
de redução.
c. O relevante valor social não enseja o reconhecimento do homicídio privilegiado.
d. A presença de qualificadoras impede o reconhecimento do homicídio privilegiado.
e. A violenta emoção, para ensejar o privilégio, deve ser dominante da conduta do agente 
e ocorrer logo após injusta provocação da vítima.
COMENTÁRIO
a. A natureza jurídica do homicídio privilegiado é de causa de diminuição de pena.
b. Uma vez reconhecido o homicídio privilegiado, o juiz é obrigado a reduzir a pena, entre-
tanto, a lei determina o patamar de diminuição, que é de 1/6 a 1/3.
c. O relevante valor social é uma das privilegiadoras do homicídio privilegiado.
d. É possível a combinação do homicídio privilegiado e do homicídio qualificado, desde 
que ocorra por meio das qualificadoras objetivas.
e. A alternativa traz exatamente uma das hipóteses que ensejam o homicídio privilegiado.
2. (CESPE/2015/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO) Acerca dos crimes previstos na parte es-
pecial do Código Penal, julgue o item a seguir.
De acordo com a doutrina e a jurisprudência dominantes, o chamado homicídio privile-
giado-qualificado, caracterizado pela coexistência de circunstâncias privilegiadoras, de 
natureza subjetiva, com qualificadoras, de natureza objetiva, não é considerado crime 
hediondo.
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Crimes Contra a Pessoa – Exercícios – Homicídio
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COMENTÁRIO
No homicídio privilegiado, todas as circunstâncias privilegiadoras são de natureza subjetiva. 
É por isso que não se pode combinar o homicídio privilegiado com uma qualificadora de 
natureza subjetiva.
A combinação deve ser feita sempre entre a privilegiadora e uma qualificadora de natureza 
objetiva.
Apesar de todas as formas de homicídio qualificado serem consideradas crime hediondo, o 
homicídio qualificado privilegiado não é hediondo, por ausência de previsão legal.
3. (FGV/2012/PC-MA/DELEGADO DE POLÍCIA) Juca, transtornado, após ter flagrado seu 
pai praticando violência sexual com sua irmã de apenas 05 anos de idade, que vem a fa-
lecer em razão da violência praticada, desfere uma facada contra a cabeça do seu genitor 
que também vem a falecer. Após desferir o golpe contra seu pai, e certificar-se da morte 
deste, Juca foge levando o relógio que a vítima usava na ocasião. O agressor sexual era 
solteiro e possuía somente estes dois filhos. Mais tarde, com a prisão de Juca, o fato foi 
levado ao conhecimento da autoridade policial. Com base no exposto, assinale a alterna-
tiva que apresenta a tipificação correta.
a. Juca deverá responder por homicídio qualificado pelo meio cruel (Art. 121, § 2º, III, do 
CP) e por furto simples (Art. 155, do CP).
b. Juca deverá responder por homicídio privilegiado (Art. 121, § 1º, do CP) e por furto sim-
ples (Art. 155, do CP).
c. Juca não deverá responder por qualquer crime por ter agido escorado pela excludente 
de ilicitude da legítima defesa de terceiro.
d. Juca deverá responder por homicídio privilegiado (Art. 121, § 1º, do CP).
e. Juca deverá responder por homicídio privilegiado (Art. 121, § 1º, do CP) e por roubo 
simples (Art. 157, do CP).
COMENTÁRIO
No caso narrado, Juca praticou um homicídio privilegiado pelo relevante valor moral. 
Contudo, como o pai de Juca não tinha outros herdeiros, em relação ao relógio não há que 
se falar em furto, pois após a morte de seu pai, o relógio passa aos seus herdeiros, ou seja, 
a ele mesmo.
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Crimes Contra a Pessoa – Exercícios – Homicídio
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4. (FUMARC/2018/PC-MG/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) A policial Michele Putin, na noi-
te de 14 de março de 2018, quando retornava para sua casa, após liderar uma exitosa 
operação contra o tráfico de entorpecentes na comunidade de “Miracema do Norte”, foi 
abordada por dois homens armados e friamente assassinada. Num fenomenal trabalho in-
vestigatório, a Polícia Civil logrou êxito em identificar os assassinos como sendo os irmãos 
Jorge e Ernesto Petralha, apurando que tal homicídio se deu em represália pelas prisões 
ocorridas quando da citada operação policial.
Diante desse quadro, podemos asseverar que os assassinos responderão por:
a. Feminicídio, conduta tipificada no art. 121, § 2º, VI CP.
b. Homicídio funcional, conduta tipificada no art. 121, § 2º, VII CP.
c. Homicídio qualificado por motivo fútil, conduta tipificada no art. 121, § 2º, II CP.
d. Homicídio qualificado por motivo torpe, conduta tipificada no art. 121, § 2º, II CP.
COMENTÁRIO
No caso narrado, o homicídio de Michele se deu em razão das funções que ela desempenha, 
logo, trata-se de um homicídio qualificado previsto no art. 121, § 2º, VII do Código Penal. 
5. (UEG/2018/PC-GO/DELEGADO DE POLÍCIA) De acordo com o Código Penal, há homicí-
dio qualificado quando for cometido
a. Por grupo de extermínio.
b. Para assegurar a impunidade de outro crime.
c. Estando o ofendido sob a imediata proteção da autoridade.
d. Contra pessoa menor de quatorze ou maior de sessenta anos.
e. Por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança.
COMENTÁRIO
a. Não é homicídio qualificado. A ação de grupo de extermínio é uma causa de aumento de 
pena e configura crime hediondo.
b. Trata-se de uma hipótese de homicídio qualificado, conforme art. 121, § 2º, V do CP.
c. Não se trata de homicídio qualificado.
d. A alternativa dispõe sobre uma causa de aumento de pena (1/3), vide art. 121, § 4º do CP.
 e. Nesse caso, haverá um aumento de pena, vide art. 121, § 6º.
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6. (CESPE/2019/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO) O crime de homicídio admite interpretação 
analógica no que diz respeito à qualificadora que indica meios e modos de execução 
desse crime.
COMENTÁRIO
As qualificadoras que indicam os meios para a prática do homicídio são previstas no inciso 
III do § 2º do art. 121 do CP. Já a qualificadora que indica os modos é prevista no inciso IV 
do mesmo dispositivo.
Art. 121, § 2º Se o homicídio é cometido:
(...)
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossível a defesa do ofendido;
É possível a interpretação analógica em ambos os casos, pois, nesses dispositivos, o 
legislador trouxe, além de fórmulas casuísticas, as fórmulas genéricas. 
7. (VUNESP/2018/TJ-RS/JUIZ DE DIREITO) O feminicídio (CP, art. 121, § 2º, VI)
a. Está ausente do rol dos crimes hediondos (Lei n. 8.072/1990).
b. Demanda, para seu reconhecimento, obrigatória relação doméstica ou familiar entre 
agressor e vítima.
c. É o homicídio qualificado por condições do sexo feminino.
d. Foi introduzido em nosso ordenamento pela Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006).
e. Admite a modalidade preterdolosa.
COMENTÁRIO
a. O feminicídio é uma forma de homicídio qualificado, logo, é um crime hediondo.
b. A relação doméstica ou familiar entre agressor e vítima é apenas uma das hipóteses do 
feminicídio. Também haverá esse crime quando houver menosprezo ou discriminação à 
condição de mulher.
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c. A alternativa está correta, nos termos do art. 121, § 2º-A do CP.
d. Não foi a Lei Maria da Penha quem introduziu o crime de feminicídio no ordenamento 
jurídico brasileiro.
 e. O feminicídionão admite o preterdolo. Trata-se de uma modalidade unicamente dolosa.
8. (CESPE/2018/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) A pena do feminicídio poderá ser aumen-
tada se o crime for praticado durante a gestação ou nos seis meses posteriores ao parto. 
COMENTÁRIO
É importante lembrar as causas de aumento de pena aplicáveis ao feminicídio previstas no 
CP:
Art. 121, § 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for 
praticado:
I – durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II – contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou 
portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física 
ou mental;
III – na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
IV – em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput 
do art. 22 da Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006.
9. (FCC/2010/TRE-AC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA JUDICIÁRIA) Considere as 
hipóteses:
I – O agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
II – O delito é resultado da inobservância de regra técnica de profissão.
III – O crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
IV – O agente foge para evitar prisão em flagrante.
V – O agente encontrava-se em estado de embriaguez preordenada.
De acordo com o Código Penal brasileiro, é majorado o homicídio culposo nas hipóteses:
a. I, II e III.
b. I, II e IV.
c. I, II e V.
d. II, III e V.
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e. III e IV.
COMENTÁRIO
As hipóteses de aumento de pena do crime de homicídio culposo são previstas no § 4º do 
art. 121 do CP: “No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime 
resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa 
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, 
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 
(sessenta) anos.”
10. (FGV/2018/AL-RO/ADVOGADO) Após intenso debate político repleto de ofensas, Ana, 40 
anos, e Maria, 30 anos, iniciam uma longa discussão. Ana, revoltada com o comportamen-
to agressivo de Maria, arremessa uma faca em direção a esta com a intenção de causar 
sua morte, mas a arma branca acaba por atingir Joana, criança de 13 anos, que passava 
pela localidade, sendo o golpe de faca no coração a causa eficiente de sua morte. Desco-
bertos os fatos pelo Ministério Público, considerando apenas as informações narradas, é 
correto afirmar que Ana deverá ser responsabilizada pelo crime de homicídio 
a. Doloso consumado sem a causa de aumento da idade da vítima, em razão do erro 
de execução.
b. Culposo consumado, em razão do erro sobre a pessoa.
c. Culposo consumado, em razão do erro de execução.
d. Doloso consumado sem a causa de aumento da idade da vítima, em razão do erro 
de pessoa.
e. Consumado com a causa de aumento da idade da vítima, em razão do erro so-
bre a pessoa.
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Crimes Contra a Pessoa – Exercícios – Homicídio
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COMENTÁRIO
Na situação narrada, é preciso aplicar a figura do erro em execução (aberratio ictus) – vide 
art. 73, CP. Assim, em que pese Ana ter matado a adolescente de 13 anos, o correto é 
considerar que ela matou Maria. Por esse motivo, ao crime praticado por Ana não se aplica 
o aumento de pena em razão da idade da vítima real, pois é preciso levar em consideração 
as características da vítima virtual (Maria).
GABARITO
 1. e
 2. C
 3. d
 4. b
 5. b
 6. C
 7. c
 8. E
 9. b
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Art. 122 – Participação em Suicídio ou Automutilação
DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
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ART. 122 – PARTICIPAÇÃO EM SUICÍDIO OU AUTOMUTILAÇÃO
CÓDIGO PENAL
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Redação dada pela Lei 
n. 13.968, de 2019). A inclusão da automutilação na lei foi publicada e entrou em vigor no dia 
26 de dezembro de 2019. Como se trata de uma nova lei, considera-se que essa conduta é 
praticada só a partir dessa data.
Automutilação é qualquer comportamento intencional praticado pelo agente que busca 
gerar lesão à sua integridade física, é uma pessoa que não pretende praticar suicídio, mas 
quer infringir na sua pessoa alguma dor ou algum tipo de lesão à sua integridade física. A 
automutilação não é, necessariamente, a mutilação de seus próprios membros, pois inclui 
qualquer conduta que venha prejudicar a sua integridade física.
Suicídio, tentativa de suicídio, automutilação e tentativa de automutilação não são crimes. 
A lei incrimina a atitude daquele que induz, instiga ou presta um auxílio material para que 
alguém pratique suicídio ou automutilação.
O princípio da alteridade dispõe que só existe infração penal no Direito Penal Brasileiro se 
a conduta atingir bens jurídicos alheios.
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio 
material para que o faça:
Os atos de induzir ou instigar são chamados pela doutrina de participação moral, porque 
o crime do art. 122 é chamado, pela doutrina, de participação em suicídio ou automutilação. E 
prestar auxílio é a participação material.
Induzir é criar a ideia na mente da vítima, e instigar é reforçar uma ideia preexistente.
O auxílio material precisa ser: auxílio secundário e auxílio eficaz. Secundário porque 
aquele que presta o auxílio não pode praticar a conduta principal; e eficaz porque precisa ser 
o auxílio efetivamente usado pela vítima.
Caso o agente induza, mas preste o auxílio a vítima, ele exerceu dois verbos-núcleos do 
Direito Penal, mas praticou apenas um crime do art. 122. A classificação desse artigo é um tipo 
misto alternativo, isto é, ainda que mais de uma conduta seja praticada, se ele for praticado no 
mesmo contexto fático contra a mesma vítima, há somente um crime.
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Art. 122 – Participação em Suicídio ou Automutilação
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A doutrina entende que essas condutas do art. 122 devem ser praticadas contra pessoas 
determinadas.
Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Trata-se de crime de menor potencial ofensivo, porque a pena máxima não é superior a 
dois anos.
Antes da alteração do art. 122, ele era chamado de crime condicionado à produção do 
resultado naturalístico, isto é, o agente que praticava induzimento, instigação ou auxílio ao 
suicídio somente respondia por esse crime se a vítima efetivamente morresse ou se sofresse 
lesão corporal grave ou gravíssima da tentativa de suicídio praticada por ela. De acordo com 
a antiga redação do art. 122, se o agente induzisse uma vítima a praticar suicídio, mas essa 
vítima não tentasse o suicídio, não havia crime.
No entanto, agora ele passa a ser, na sua modalidade simples, um crime formal, ou seja, 
se um agente induz, instiga ou presta auxílio a alguém para praticar suicídio ou automutila-
ção, mas essavítima jamais tenta praticar esses atos, o agente responderá por esse crime na 
modalidade consumada. Tentativa é possível.
Esse crime só existe, independente da sua modalidade, mediante dolo.
Os parágrafos 1º e 2º são modalidades qualificadoras do induzimento, instigação ou auxí-
lio ao suicídio ou automutilação.
§ 1º Se da automutilação ou da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave ou 
gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 129 deste Código:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Os §§ 1º e 2º, do art. 129, definem o que é lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. 
E aqui há um crime médio potencial ofensivo, porque a pena mínima não é superior a um ano 
e é cabível a aplicação da suspensão condicional do processo.
Os §§ 1º e 2º são crimes materiais, só haverá essas hipóteses qualificadoras se houver 
um efetivo resultado produzido.
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da automutilação resulta morte:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
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Art. 122 – Participação em Suicídio ou Automutilação
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Aqui há um crime de alto ou elevado potencial ofensivo.
§ 3º A pena é duplicada:
I – se o crime é praticado por motivo egoístico, torpe ou fútil;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
O inciso II, ao mencionar o "menor", significa que se aplica às pessoas de 14 a 17 anos, e 
não se aplica para menores de 14 anos, porque a Legislação Brasileira entende que o menor 
de 14 anos é vulnerável, ou seja, não tem discernimento para a prática de diversos atos.
A alteração do art. 122 se deu por conta de um jogo na internet chamado Baleia Azul.
§ 4º A pena é aumentada até o dobro se a conduta é realizada por meio da rede de computadores, 
de rede social ou transmitida em tempo real.
§ 5º Aumenta-se a pena em metade se o agente é líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual.
§ 6º Se o crime de que trata o § 1º deste artigo resulta em lesão corporal de natureza gravíssima e é 
cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou contra quem, por enfermidade ou deficiência men-
tal, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não 
pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime descrito no § 2º do art. 129 deste Código.
§ 7º Se o crime de que trata o § 2º deste artigo é cometido contra menor de 14 (quatorze) anos ou 
contra quem não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra 
causa, não pode oferecer resistência, responde o agente pelo crime de homicídio, nos termos do 
art. 121 deste Código.
Caso o agente pratique induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou automutilação contra 
um menor de 14 anos e, dessa tentativa, gere uma lesão corporal grave, o agente responderia 
somente pelo art. 122, § 1º. É o que leva a entender a Legislação, mas ela não foi clara.
A roleta-russa é um jogo no qual as pessoas pegam um revólver e colocam uma munição, 
gira o tambor e são enfileiradas. Cada uma delas aperta o gatilho contra sua própria cabeça, 
até que uma acaba morrendo, porque atira contra si. Os participantes que permanecem vivos 
são responsáveis e responderão pelo art. 122.
No Duelo americano, duas armas de fogo são colocadas em cima de uma mesa, mas só 
uma está municiada. Duas pessoas pegam uma arma cada e atiram contra a própria cabeça, 
a que sobrevive também pode responder pelo art. 122.
No caso do Desafio da Baleia Azul (Blue Whale), há os administradores do jogo, os res-
ponsáveis, os demais participantes que instigam, todos vão responder pelo art. 122. Caso 
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Art. 122 – Participação em Suicídio ou Automutilação
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haja vítimas menores de 14 anos que cometam suicídios, os administradores, responsáveis e 
outros participantes deveriam responder pelo crime de homicídio, em razão da vulnerabilidade 
da vítima.
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Crimes Contra a Pessoa – Infanticídio – Artigo 123
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CRIMES CONTRA A PESSOA – INFANTICÍDIO – ARTIGO 123
CAPÍTULO I
CRIMES CONTRA A VIDA
INFANTICÍDIO
Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena – detenção, de dois a seis anos.
O art. 123 é aplicado em razão do princípio da especialidade. Há nesse artigo uma con-
duta específica em relação ao art. 121 (que trata de homicídio). Alguns doutrinadores dizem 
que o infanticídio é uma forma de homicídio privilegiado.
Esse "estado puerperal" são alterações físicas e psíquicas que a gestante sofre a partir do 
momento em que o parto se inicia. Esses efeitos psíquicos podem perdurar por tempo variado 
dependendo de cada mulher, a doutrina considera entre seis a oito semanas após o parto. 
O estado puerperal é algo inerente à mulher, há uma presunção em relação às mulheres de 
que elas venham a sofrer esse estado puerperal em razão do nascimento, são alterações que 
acontecem no corpo feminino quando as mulheres dão à luz.
Esse crime só vai existir se esta morte for praticada sob a influência do estado puerperal. 
Logo, se diz que o infanticídio é um crime próprio, porque, em regra, ele somente pode ser 
praticado por uma mulher que se encontra sob o efeito do estado puerperal durante ou logo 
após o parto.
É um crime que exige uma condição específica do sujeito ativo para que seja praticado. E 
essa conduta precisa ser praticada contra o filho durante ou logo após o parto. Há uma diver-
gência na doutrina em relação ao início do parto, mas o que prevalece é que parto tem início 
a partir do momento em que há a dilação do colo do útero.
Se uma mulher tenta matar ou mata o seu feto antes do início do parto, há o crime de 
aborto, previsto no art. 124, CP.
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Crimes Contra a Pessoa – Infanticídio – Artigo 123
DIREITO PENAL
A
N
O
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ES
Não há uma definição na lei nem na doutrina de uma definição do limite temporal do estado 
puerperal ou do que é considerado logo após o parto. Há uma presunção de que aquela mãe 
que se encontra durante o parto ou logo após, está sob efeito do estado puerperal, logo não é 
necessário, em regra, fazer um laudo pericial em relação ao estado puerperal.
Prazo do estado puerperal
A lei dispõe logo após, mas enquanto subsistirem os efeitos do estado puerperal e a sua 
influência, ainda será admitido o crime de infanticídio.
É necessário perícia para atestar o estado puerperal?
Em regra não, presume-se o estado puerperal durante ou logo após o parto.
Caso uma mãe mate o seu filho durante ou logo após o parto, mas em razão de não ter 
mais a compreensão do caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse enten-
dimento, ela não responderá pelo crime de infanticídio, ela será considerada inimputável e 
terá a sua culpabilidade excluída.
Pode haver infanticídio culposo?
Não, o infanticídio não comporta a modalidade culposa. Por exemplo, uma mãe está sob 
efeito do estado puerperal, que gera nela esquecimento. Em determinado dia, ela coloca o 
seu filho em uma bacia para dar banho, deixa a bacia enchendo

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