Buscar

LÍNGUA PORTUGUESA RESUMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 1 - LINGUAGEM COLOQUIAL E NORMA CULTA
INTRODUÇÃO
LÍNGUA PORTUGUESA: UM BEM CULTURAL
VOCÊ SABIA QUE É POR MEIO DA LÍNGUA PORTUGUESA QUE NOSAPROPRIAMOS DO MUNDO AO NOSSO REDOR E DE TUDO AQUILOQUE NOS FAZ MOVER A VIDA?
Por exemplo, por meio dela, você adquiriu sua bagagem intelectual no decorrer de sua vida acadêmica e, nestemomento, consegue compreender esta aula.
Agora que você chegou à Universidade, queremos ajudá-lo no que diz respeito a algumas questões relativas ao usodesse nosso maior patrimônio cultural: a Língua Portuguesa.Esta disciplina será muito importante para que, daqui em diante, você utilize a língua em situações comunicativas queexigem um pouco mais de cuidado, de monitoramento e de formalidade.
EMPREGO DA LÍNGUA
Uma das funções da universidade é prepará-lo para o mercado de trabalho. Você, inclusive, já deve ter imaginado comoseria atuar fora do ambiente acadêmico – quem sabe em uma grande empresa?Mas e se você tiver de escrever um texto simples, tal como um breve relatório? Será que você colocará todas asvírgulas em seus devidos lugares?E quanto à crase? Você saberá empregá-la corretamente?
Não se sinta menosprezado se não souber fazê-lo. Afinal, a disciplina de Língua Portuguesa está aqui exatamente paraauxiliá-lo a compreender um pouco melhor os usos formais da língua.Para iniciar esse estudo, vamos aprender alguns conceitos importantes.
TIPOS DE LINGUAGEM
Antes de estudarmos os usos de verbos, os sinais de pontuação etc., precisamos entender alguns conceitosimportantes. Para começar:
Só podemos afirmar que vivemos em sociedade porque nos comunicamos, certo? Todo e qualquer ato comunicativose dá por meio do uso de alguma linguagem.Existem dois tipos de linguagens: a verbal e a não verbal.
Linguagem verbal é aquela que se vale de palavras – sejam estas faladas, sejam estas escritas. Nesse caso, ocódigo utilizado para manter a comunicação é a própria língua (portuguesa, inglesa, francesa etc.). Logo, o diálogo noWhatsApp e o bate papo são exemplos de linguagem verbal.
Linguagem não verbal é aquela que utiliza outros códigos diferentes da língua. Essa linguagem pode se manifestarpor meio das cores, dos gestos, de um olhar, da música etc. No exemplo do semáforo, a comunicação ocorre atravésdas cores e, no caso da orquestra, através da música instrumental.
Agora que você já conheceu os diferentes tipos de linguagem, vamos nos ater àquele que, de fato, é de nossointeresse: a linguagem verbal – no nosso caso, a Língua Portuguesa.
A partir de agora, você vai conhecer algumas regras para falar e escrever de forma adequada, isto é, de acordo com oscontextos de uso do idioma.A propósito: adequação é uma palavra que deve fazer parte do nosso dia a dia.Mas que tipo de linguagem os ambientes formal e informal envolvem: a escrita, a fala?
A Língua Portuguesa foi utilizada em ambas as situações, mas o registro não foi o mesmo. O
personagem adequou sua fala ao ambiente em que se encontrava: mais ou menos formal.
AMBIENTE FORMAL E INFORMAL
Ambiente formal
Imagine-se em uma entrevista de emprego. Se o entrevistador lhe perguntar sobre sua disponibilidade de tempo paradesempenhar suas funções, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Disponho de tempo integral para assumir o cargo.
2. Qualquer hora é hora. É só chamar que tô dentro!
Ambiente informal
Agora, imagine-se em um restaurante, em um bate-papo com um(a) amigo(a). Se ele(a) lhe fizer uma pergunta sobre asnovidades que você tem para contar, o mais adequado para a ocasião será responder:
1. Atualmente, em termos de inovação em minha vida, estou fadada à monotonia.
2. Nada de novo. Continuo seguindo a mesma vidinha de sempre.
O ambiente formal é aquele em que usamos a norma culta da língua, cujo registro segue o que está prescrito nagramática normativa. Trata-se de um padrão de linguagem adequado a situações como uma entrevista de emprego,uma reunião de trabalho ou mesmo uma palestra em um congresso. Já o ambiente informal é aquele em que usamosa linguagem coloquial, que dispensa formalidade. Trata-se da linguagem do cotidiano, adequada a situações comouma conversa entre amigos, uma festa, um bilhete que deixamos para nossa família na porta da geladeira ou mesmouma troca de mensagens nas redes sociais.
Como você percebeu, utilizamos determinado tipo de linguagem de acordo com a ocasião em que nos encontramos.Isso significa que o emprego dos diferentes registros da língua depende de seus contextos de uso.
Por exemplo, suponha que você trabalhe em uma empresa multinacional. Falar com seu chefe imediato (1) – aquele
com quem tem algum nível de intimidade – não é o mesmo que falar com o diretor da companhia (2), certo?
Para cada situação, provavelmente, você usará um vocabulário distinto, conforme podemos observar nos diálogos abaixo:
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
A expressão linguística pode se realizar em diferentes modalidades: a escrita e a fala. Mas existem algumas diferençasentre elas.
Na língua falada, há entre falante e ouvinte trocas sucessivas e simultâneas, o que não ocorre na língua escrita, na quala comunicação acontece, geralmente, na ausência de um dos participantes.
Além disso, na fala, as marcas de planejamento do texto costumam não aparecer, porque sua produção e execução sedão ao mesmo tempo. Justamente por isso, a linguagem oral é marcada por pausas, interrupções, retomadas,correções etc., o que não observamos na escrita, porque o texto se apresenta acabado, e há um tempo para suaelaboração.
Mas o que isso quer dizer?
Em outras palavras, que a língua varia de acordo com o lugar, com a situação comunicativa ou, até mesmo, com nossointerlocutor – a pessoa com quem falamos ou a quem escrevemos. Isso é o que chamamos de VARIAÇÃOLINGUÍSTICA.
A variação linguística corresponde a diferentes realizações de uma mesma língua. Ela pode ser:
NÃO podemos dizer que determinada região do país fale “o português mais correto”. Tal afirmação é falsa, pois o quehá são variações da Língua Portuguesa. A pronúncia do cearense ou do carioca, por exemplo, não é errada ou certa,mas, simplesmente, o modo de articular os sons daquela comunidade linguística.
Analise as situações a seguir:
1) Estácio informa: Já estão abertas as inscrições para o curso de Graduação em Letras - Licenciatura em Língua
Portuguesa. Fique atento às datas de ingresso e não perca o período de matrícula nas disciplinas.
2) Vocês leram na web, pessoal? Para quem quer ser letrado e dar aula de português ou de literatura, a hora é essa. A
gente precisa se inscrever na Estácio. Os dias de inscrição e de matrícula nas disciplinas estão lá. Vamos?
Nesse caso, a mesma informação foi transmitida a partir de duas modalidades da língua – a escrita e a falada – eatravés de registros distintos – o formal e o informal.
O uso de determinado vocabulário marca os grupos sociais e as comunidades linguísticas.Você se lembra do “surfista-executivo” que apresentamos anteriormente? Como vimos, sua fala e sua roupa nãoestavam adequadas ao ambiente em que se encontrava: a praia.Para se inserir nesse grupo específico e validar-se nesse meio de forma decisiva, ele deveria não apenas vestir umfigurino típico mas também adaptar o uso da língua.
Associada à vestimenta, a fala mais apropriada à situação seria:Que onda cabulosa, cara! E aí? Bora pegar agora ou depois?
As mudanças linguísticas sobre as quais discutimos até agora começam na fala – sobre a qual nos deteremos mais adiante – ainda é rejeitada pela gramática normativa. Entretanto, usamos o termo“conforme” como conjunção sem nos darmos conta de que se trata de uma forma verbal que ampliou sua função nalíngua e passou a essa classificação de conjunção.Exemplo: Conforme ele disse, chegaremos lá na hora.
Mas todas as formas em variação passam para um uso mais formal da língua?
Não! Como a linguagem é utilizada por pessoas, haverá tanta variação quanto suas necessidades comunicativas.Essas problemáticas aparecem na escrita acadêmica quandoconsideramos as variações linguísticas e a adequação.Mas e quanto às gírias? Como evitá-las em ambientes formais? 
Quando pensamos em variação linguística, referimo-nos a todos os exemplos que acabamos de ver. No entanto,independente das diferenças citadas, há uma variedade da língua considerada de prestígio e que deve ser utilizada emdeterminadas situações comunicativas: a norma culta.
Norma culta é aquela formada por um conjunto de estruturas concebidas como corretas, que podem ser usadas tanto para falarquanto para escrever. Trata-se da chamada variante padrão. Essa norma é tão valorizada socialmente que, quandoestão em um ambiente mais formal, os indivíduos com alto nível de escolaridade procuram monitorar sua fala.
FALA X ESCRITA
A norma culta deve ser utilizada tanto na fala quanto na escrita. Mas será que essas modalidades da língua possuemas mesmas características?
Certamente, NÃO! Precisamos ter CUIDADO para não levar para a escrita aspectos da fala. Analise a manchete:
Nela, observamos um erro ortográfico – resultado, provavelmente, da influência da oralidade.
Esse equívoco pode ter sido cometido porque, em várias regiões do Brasil, costuma-se não pronunciar o R final em
verbos no infinitivo, conforme explicamos quando tratamos do regionalismo.
Mesmo que utilizemos a norma culta para falar e para escrever, fala e escrita são modalidades diferentes de uma
mesma língua.Não escrevemos como falamos nem falamos como escrevemos, certo?
Embora passemos boa parte do tempo diante do computador – seja nas redes sociais, seja trabalhando e estudando –,no final, utilizamos mais a fala do que a escrita.
Nunca escrevemos ou lemos tanto devido à internet: podemos nos comunicar via SMS e WhatsApp, através de postsnas redes sociais etc. Mas essa escrita e essa leitura excessivas apresentam alguma qualidade em termos de padrões
linguísticos? O que dizer das abreviaturas que conferem agilidade no ambiente da web?A tendência a abreviações é muito grande pela necessidade de comunicação rápida, mas, como um caso de variaçãolinguística, essas formas abreviadas evem se restringir a tais ambientes em que são requeridas. Por isso, éimportante conhecer conceitos como adequação ao ambiente, formalidade, informalidade e variação.
Quando nos familiarizamos com tais noções, compreendemos que não há nada de errado no uso do “internetês”,
desde que ele se restrinja aos ambientes em que é adequado. Como mais um exemplo de variação linguística, esse
tipo de linguagem é mais apropriado a certos contextos do que a outros.
Diante de tudo o que já estudamos até o momento, não há como negar: vivemos em uma sociedade que dá um alto
valor a quem escreve.Na verdade, a escrita é muito importante em nossas complexas relações sociais e práticas culturais. Isso quer dizerque o comportamento do homem – principalmente urbano – é regulado pela escrita.
Se pensarmos na esfera pública, por exemplo, vamos nos deparar com ofícios, requerimentos, memorandos etc.: todosesses documentos têm de ser escritos com extremo rigor linguístico, com base na norma culta da língua, porque os
contextos em que circulam exigem esse padrão. Mas nós, brasileiros, ainda temos dificuldade de seguir tais regras da
Língua Portuguesa por não atentarmos para a diversidade sobre a qual discutimos entre fala e escrita.
De acordo com Silva (2007):“Todos se queixam de que português é difícil. O brasileiro échorão? Não me parece que possa ser definida comochorona uma nacionalidade marcada pelo carnaval, pelohumor e pelo riso purificador com os quais suporta malesseculares. A queixa pode ser assim resumida: a línguafalada é uma, mas a língua escrita é outra.”
Com base em Koch e Elias (2009, p. 16), podemos estabelecer algumas diferenças entre as modalidades FALA e
ESCRITA. Vejamos:Isso significa que, quando falamos, planejamos menos do que quando escrevemos. Além disso, a fala nos permitedeixar informações mais implícitas, em função do contexto que está ali, diante dos falantes, o que não ocorre naescrita. Por isso, a escrita deve ser mais elaborada, planejada e explícita.
NORMA-PADRÃO X COLOQUIALISMO
Agora que você já entendeu a diversidade entre fala e escrita, vamos nos ater às diferenças entre os registros coloquiale culto da língua. Alguns fenômenos são típicos da escrita e merecem um pouco mais de cuidado por parte de quemescreve – principalmente em ambientes de maior formalidade. Vamos analisar o quadro ao lado e identificar tais
aspectos.
ONDE X AONDE
Quando há, na oração, um verbo que indica movimento – como o verbo IR, por exemplo –, o correto é usar AONDE. Mas, se a pergunta fosse feita com o verbo ESTAR, o correto seria: Onde você está? Sabe por quê? Simples! O verbo ESTAR não indica movimento.
HÁ X A
Se o verbo HAVER já indica tempo passado, não há necessidade de dizer, por exemplo, “HÁ dez minutos atrás” ou “HÁ
anos atrás”, pois isso é classificado como PLEONASMO, ou seja, repetição desnecessária de ideias. Basta afirmar “HÁ
dez minutos” ou “HÁ dez anos”.
HÁ = flexão do verbo HAVER, que pode ser usada no sentido de:
MAU X MAL
Para não se equivocar quanto ao uso de MAU e MAL, lembre-se:
MAL é o oposto de BEM.
MAU é o oposto de BOM.
Partir desse conhecimento para evitar enganos é válido, mas podemos compreender os motivos do emprego de cada
termo em determinadas sentenças.
A palavra MAL também pode ser um substantivoExemplo: Este é um mal necessário.Mas, nesse caso, haverá sempre um determinante qualquer – como o artigo indefinido UM.Além disso, considerando tal substantivação – acompanhada de um artigo definido ou indefinido –, o mesmo vocábulo pode variar em número.Exemplo: Os males da vida são muitos.
MENOS X MENAS
Por fim, para acabar com suas dúvidas – e de muitos – quanto ao uso de alguns termos, de antemão, lembre-se:
MENOS é um advérbio, ou seja, uma palavra que exprime uma circunstância – nesse caso, de quantidade ou
intensidade. E, como já vimos, advérbios são invariáveis!
AULA 2 - VERBO
Para entendermos o conceito de gramática, vamos analisar o diálogo a seguir:
Como você percebeu, a personagem Júlia afirma que o namorado de Camila não conhece gramática, porque utiliza
algumas estruturas consideradas inadequadas em termos de norma culta da língua.Mas a que noção de gramática Júlia se refere?
Há várias formas de definirmos gramática, mas vamos apresentar aqui somente duas classificações. São elas:
GRAMÁTICA INTERNALIZADA é o conjunto de regras que a criança internaliza durante o processo de aquisição da linguagem.Por que, por exemplo, uma criança fala “Eu já fazi” no lugar de “Eu já fiz”?Simples: porque ela ainda não conhece as exceções à regra de manutenção do radical do verbo nas conjugações.
Se a criança diz “Eu já bebi” e “Eu já comi”, seguindo os radicais dos verbos BEBER e COMER, respectivamente,
acrescidos de um [i] final, ela dirá “Eu já fazi” (FAZER).Isso significa que ela criou uma regra em que [i] seria uma forma de expressar o passado.
GRAMÁTICA NORMATIVAé um conjunto de regras gramaticais que estabelece um padrão de linguagem, cujo empregodeve se adequar aos contextos formais de uso da língua.Na verdade, essa gramática indica a formalidade de uso da língua.Agora, observe um exemplo de como a gramática normativa indica a formalidade de uso da língua...
O estudo da gramática de uma língua divide-se em quatro partes, quais sejam:
Vamos entender melhor o que é a sintaxe.
Você observou como o personagem fala?
Ele não pronuncia as palavras em ordem direta:
Mas inverte os termos da oração, o que dificulta seu entendimento.
Para que possamos comunicar nossas ideias, os enunciados da língua devem aparecer em determinada ordem e
estabelecer uma relação coerente entre si. Em outras palavras, nosso discurso precisa ser organizado com base em
uma estrutura sintática que nos permita formar frases claras e objetivas.A seguir, vamos entender melhor os conceitos de frase e de verbo.
TIPOS DE FRASE
A FRASE é um enunciado que possui sentidocompleto. Há dois tipos de frase:
Frase nominal que não apresenta verbo.
Frase verbal também chamada de oração, trata-se daquela que possui verbo.
Modo e tempos verbais
Como vimos, o VERBO é a unidade que significa ação ou processo organizado para expressar o modo, o tempo, a
pessoa e o número. Mas o que isso significa? Vamos descobrir a partir da análise do diálogo a seguir.
O diálogo que acabamos de ver apresenta os tópicos mencionados que envolvem o verbo. São eles: Modo, Tempo,
Número e Pessoas do discurso.
Modo
Tempo
Número:As formas verbais podem se apresentar no singular ou no plural. No caso do diálogo, elas aparecem somente no
singular. Vejamos: “Acertei”, “estudei”, “soubesse”, “tinha estudado”, “podia”, “está”, “melhorará”, “aprovará”.
Pessoas do Discurso
Os pronomes de tratamento “você(s)”, “senhor(a)” e “senhores(as)”, que fazem referência à 2ª pessoa, mas que semanifestam, formalmente, na 3ª, conjugam-se nesta última. A tabela a seguir apresenta essa conjugação:
Transitividade verbal indica se o verbo necessita ou não de complemento. O significado do verbo pode precisar ser
completado por uma estrutura, ou seja, transitar até seu complemento. Quer ver um exemplo? Veja a seguir:
Como você percebeu, João fica irritado com a ausência de informação por parte de Paulo, porque este não completa,de imediato, a frase que inicia com o verbo PRECISAR, o que a deixa momentaneamente sem sentido.
Mas por que isso acontece?
Vejamos a seguir...
Você pode não conhecer o nome técnico do fenômeno linguístico que envolve o caso apresentado, mas,provavelmente, você sabe que “quem precisa” precisa DE ALGO. Essa noção já faz parte de nosso conhecimentoenciclopédico sobre a Língua Portuguesa. Por isso, se tal verbo não for acrescido de uma sequência de ideias quetorne seu significado completo, não o entenderemos por si só.
Você observou que, na história, Paulo disse a João que comprou “um carro”?
Assim como PRECISAR, o verbo COMPRAR também exige complemento. A diferença entre eles baseia-se no fato de
que COMPRAR não exige complemento preposicionado, mas PRECISAR requer o uso da preposição. Por isso, esseverbo é transitivo indireto – classificação sobre a qual discutiremos adiante.Na verdade, usamos as preposições o tempo todo – como você pode observar nos diálogos abaixo –, mas não nosdamos conta disso. A preposição é a palavra que tem a função de relacionar termos ou orações.
O diálogo que lemos anteriormente nos mostra que alguns verbos precisam de complemento – os chamados
transitivos – e outros não – os chamados intransitivos. Quanto à transitividade, os verbos podem ser:
REGÊNCIA VERBAL é o estudo da relação de dependência entre os verbos e seuscomplementos. Lidamos o tempo todo com verbos que precisam ou não de complemento: é tão normal que não nosdamos conta disso. Agora, parando para refletir, você já pensou que usar ou não uma preposição pode alterar osignificado de um verbo? Por exemplo, considere que um juiz diga as frases a seguir:
Eu assistoo jogo.Nesta frase, temos o sentido de “prestar assistência, ajudar, socorrer”: usa-se sem preposição.
Eu assistoao jogo.Já nesta, temos o sentido de “ver, presenciar” e, nesse caso, a preposição é obrigatória.''
Tim Maia canta:
[...] Pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você [...]
Mas a norma prescreve “lugar qualquer em que não exista”.
E nas campanhas publicitárias? Veja o que aconteceu na campanha da Mercedes Benz de 2011:
A propaganda destaca:
Mercedes-Benz: A marca que todo mundo confia.
No entanto, o verbo “confiar” é regido pela preposição EM. Logo, a frase deveria ser escrita desta forma:
Mercedes-Benz: A marca EM que todo mundo confia.
O verbo “lembrar” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – lembrar algo;
• Transitivo indireto – lembrar-se de algo.
Nesta tirinha, há um problema quanto à colocação pronominal. Vejamos:
• “Se lembra de” → linguagem coloquial;
• “Lembra-se de” → norma-padrão prescrita pela gramática.
Embora isso aconteça, a regência do verbo está correta, pois, em sua fala, a esposa usa a preposição “de” associada à
partícula “se”.
Assim como o verbo “lembrar”, o verbo “esquecer” possui duas regências. Sendo assim, ele pode ser:
• Transitivo direto – esquecer algo;
• Transitivo indireto – esquecer-se de algo.
Regência nominal
Assim como acontece com os verbos, os nomes também podem ser transitivos, ou seja, podem necessitar de complementos para que apresentem significação completa.
Observe a transitividade dos nomes a seguir:
USO DAS PREPOSIÇÕES: CASOS ESPECIAIS
Em SILVA (2003), há diversos casos interessantes acerca do uso das preposições. 
Essa questão será resolvida em nível federal.
Lembramos que a expressão “a nível de” é um modismo a ser evitado
Só podemos usar DE ELE quando houver esse verbo.
Exemplo: Fizemos a surpresa antes de ele chegar ao curso.Essa regra também se aplica em outros casos, tais como: PREPOSIÇÃO + ARTIGO:
Exemplo: As contratações cessaram depois de a polícia ter descoberto todo o golpe
REPOSIÇÃO + PRONOME DEMONSTRATIVO:
Exemplo: O médico comprou o equipamento, apesar de essa empresa não garantir a troca. Embora o uso da forma “tem que” esteja consagrado e muitos autores considerem as duas formas aceitáveis, devemos utilizar, preferencialmente, a forma “tem de”. Exemplo: A família tem de pagar todas as dívidas.
Devemos observar que:
a) “Eu” é um pronome pessoal do caso reto e exerce a função de sujeito;
b) “Mim” é um pronome pessoal oblíquo tônico, NUNCA exerce a função de sujeito e, obrigatoriamente, deve ser usado com preposição: “a mim”, “de mim”, “entre mim”, Portanto, sempre que houver um verbo no infinitivo, devemos usar os pronomes pessoais retos. Isso ocorrerá com qualquer preposição.
Como explicamos anteriormente, “Eu” é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito:
Com verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE EU sair e você ficar em casa;
Sem verbo no infinitivo – Não há nada ENTRE MIM E VOCÊ.
Estes são os processos DE QUE (ou DOS QUAIS) o escritório dispõe.
(= o escritório dispõe DOS PROCESSOS)
Estes são os advogados DE QUEM ou DOS QUAIS o escritório dispõe.
(= a empresa dispõe DOS ADVOGADOS) O pronome relativo QUAL deve ser usado sempre que vier antecedido de preposição que não seja monossílaba (“após”, “contra”, “desde”, “entre”, “para”, “perante”, “sobre” etc.).
 O pronome relativo “cujo” deve ser usado sempre que houver ideia de posse. Não usamos artigo definido entre o pronome “cujo” e o substantivo.
 Os pronomes relativos aparecem precedidos de preposição quando os verbos que acompanham são regidos por preposições.
Exemplos
Compro sempre naquela loja os doces DE QUE eu gosto tanto.
O mecânico A QUEM eu chamei mais cedo já chegou.
Dr. Jorge é o médico EM QUEM meus avós tanto confiam.
 pronome “que” pode aparecer: Com ou sem preposição – quando substituir coisa;Sem preposição – quando substituir pessoa (equivale a QUEM);
AULA 3 - CONCORDÂNCIA
CONCORDÂNCIA = ADEQUAÇÃO DA LÍNGUA
A Língua Portuguesa é bastante flexível no que diz respeito à posiçãodos elementos na frase. Observe os seguintes exemplos:
A) As duas alunas inteligentes já começaram a estudar para a prova de amanhã.
B) Já começaram a estudar para a prova de amanhã as duas alunas inteligentes.
C) Para a prova de amanhã, já começaram a estudar as d
No exemplo (a), a frase está na ordem direta, ou seja, na ordem padrão da língua:uas alunas inteligentes.
Mas por que isso é importante para a concordância? Vejamos...
Ordem direta e inversa
Vamos voltar ao exemplo que apresentamos no início da aula:
Parece que não existe mais pessoas interessadas neste assunto.
Esse tipo de erro, geralmente, devido à inversão dos elementos na frase, como vemos em:
Não veio à aula de matemática do turno da manhã ontem os nossos melhores alunos.
Colocando a frase na ordem direta. Isso é importante para verificara concordância do VERBO com o SUJEITO.
No caso dos exemplos em questão, o correto seria:
Parece que mais pessoas interessadas neste assunto nãoexistem.
Não vieram à aula de matemática do turno da manhãontem os nossos melhores alunos.
Não quer dizer que a ordem inversa não deva ser usada, mas, se você a escolher, poderá correr o risco de se enganar
quanto à concordância.Ao menos na hora da revisão, procure utilizar a ordem direta.
ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA
Como vimos na primeira aula, a maneira como falamos ou escrevemos revela muito do que somos e do queconhecemos. Em outras palavras:O uso que fazemos da língua marca-nos socialmente.
Analise os seguintes exemplos:
As menina está pronta.
As meninas estão prontas.
Para entender melhor a questão da adequação e da variação linguística, e a importância da concordância no dia a dia,
analise a canção Saudosa Maloca, de Demônios da Garoa. Observe que, na letra da música, a regra geral da gramática
é violada e prevalece a linguagem coloquial.
Para evitar equívocos de concordância verbal, existe uma regra geral que deve ser sempre considerada:
O verbo concorda com o núcleo dosujeito a que se refere em número –singular ou plural – e em pessoa – 1ª, 2ªou 3ª.
Palavra principal que compõe o sujeito da oração – aquela que rege a concordância. Geralmente, esse vocábulo é um
substantivo, mas também pode ser um pronome.
Veremos agora nove casos comuns apresentados por Sautchuk (2011) de erros cometidos nesse sentido.
1) Sujeito colocado depois do verbo
Quando o sujeito aparece posposto ao verbo – isto é, depois dele –, costuma-se cometer o erro mencionado no início
da aula.Observe:
2) Em frases em que o sujeito é muito extenso ou em que o núcleo do sujeito está distante do verbo, também se
cometem alguns erros.
Você já deve ter percebido que, às vezes, o sujeito é tão longo que perdemos o fio da meada não só quanto ao sentido
da sentença como também quanto à gramática. Observe:
3) Contaminação do verbo com a palavra mais próxima, sem concordar com o núcleo do sujeito de fato:
4) Muito CUIDADO com a concordância que envolve um pronome: O, OS, A, AS.Observe como deduzimos a concordância adequada nesse tipo de construção:
5) Núcleos ligados pela conjunção OUQuando aparecem nas sentenças núcleos ligados pela conjunção “ou”, devemos considerar duas situações – aquelasem que:
6) Uso de expressões específicas
Vamos, agora, aos casos de concordância a partir de usos de expressões específicas. São elas:
7) Pronomes relativos QUE e QUEM
8) VERBOS IMPESSOAISAlguns casos de concordância com verbos impessoais são alvo de dúvidas por parte de muitos brasileiros. Aquelesque não podem ser flexionados em outras pessoas, mas sempre permanecem na 3ª pessoa do singular, pois nãopossuem sujeito. Você conhece esses verbos?
HAVER Este verbo não varia quanto apresenta os seguintes sentidos:
“Tempo decorrido”
Não nos vemos há muito tempo.
Havia cinco anos que planejávamos essa viagem.
Não os vejo há três meses.
“Existir”
FAZEREste verbo não varia quando indica tempo.
Faz muitos anos que não nos vemos.
Faz dois anos que viajamos à Espanha.
VERBOS QUE INDICAM FENÔMENOS DA NATUREZA Estes verbos não variam e formam orações sem sujeito.
Chove muito lá fora.
Chovia muito quando chegamos ao aeroporto.
ATENÇÃO!
Quando usados em sentido figurado, os verbos que exprimem fenômenos da natureza DEIXAM de ser impessoais.Exemplos: Choviam lágrimas de seus olhos. (Sentido metafórico)
9) PARTÍCULA “SE”
Veja, agora, como ocorre a concordância de verbos acompanhados da partícula SE:
Neste caso (SE + VERBO TRANSITIVO DIRETO), o verbo normalmente concorda com o sujeito, porque a partícula SE
torna a frase passiva, ou seja, o sujeito é quem sofre a ação do verbo.
Exemplos
Vende-se casa nova. - Casa nova é vendida.
Vendem-se casas novas. - Casas novas são vendidas.
A partícula SE tem a função de indeterminar o sujeito da oração quando aparece acompanhada dos seguintes verbos:
10) VERBO SER
Seguindo a relação sintática que se estabelece entre o sujeito e o verbo, o mais comum é que o verbo SER concorde
com o sujeito.
Ele era muito feliz.
Eles eram muito felizes.
No entanto, esse verbo adéqua-se à flexão do predicativo quando:
O SUBSTANTIVO OU PRONOME DESIGNA A PESSOA: 
Seu maior orgulho eram os alunos.
O grande merecedor foste tu.
O PREDICATIVO É O PRONOME DEMONSTRATIVO ‘O”: 
Nesse caso, o verbo SER fica no singular.
Problemas é o que não lhe falta.
O PREDICATIVO É NEUTRO, OU SEJA, QUANDO SE RELACIONA A HORAS, DISTÂNCIAS E DATAS:
É uma hora.
São dez horas.
Hoje é primeiro de maio.
Hoje são 30 de maio.
Daqui à praia, será um quilômetro.
Daqui à praia, serão dois quilômetro
O SUJEITO É UM DOA PRONOMES – QUE, QUEM E O QUE: 
Nesse caso, o verbo SER concorda, obrigatoriamente, com o predicativo.
Que são homônimos?
Quem foram os vencedores do campeonato?
O SUJEITO É UM DOS PRONOMES – TUDO, ISSO, AQUILO, ISTO, NINGUÉM, NENHUM, - OUI EXPRESSÃO DO TIPO O RESTO, O MAIS, ETC.
Nesse caso, o verbo SER concorda, preferencialmente, com o predicativo.
Tudo são flores no início da relação.
Isto são fenômenos da natureza.
USAMOS AS EXPRESSÕES É MUITO, É POUCO, É BASTANTE:
Nesse caso, o verbo SER ficará no singular se indicar quantidade, distância, medida.
Quatro reais é pouco para irmos ao cinema.
Seis quilos de feijão é mais do que pedi.
Quando usamos um verbo de ligação, completamos o sentido da frase com um predicativo do sujeito, como em:
A menina é/anda/permanece triste.
A palavra “triste” completa o sentido do sujeito “A menina”, e o verbo de ligação funciona como uma ponte de sentidoentre o sujeito e sua característica: o predicativo, que, na maioria das vezes, é um adjetivo.
De acordo com Sautchuk (2011, p. 221), um texto sem concordância nominal pode impressionar, de forma negativa, oleitor ou ouvinte. Vamos analisar, agora, algumas dúvidas frequentes no que diz respeito a esse tipo de concordância.
O quadro a seguir apresenta esses termos:
EXPLICANDO O QUADRO E A REGRA GERAL
Regras especiais
Além do princípio básico apresentado anteriormente quanto à concordância nominal, temos de considerar algumas
regras especiais importantes em nosso dia a dia, que envolvem o uso dos seguintes termos:
ANEXO, APENSO, INCLUSO,JUNTO, SEPARADO
Todas estas palavras são adjetivos e concordam em gênero e número com o substantivo ao qual sereferem.
Exemplos
Seguem anexas às cartas as contas de telefone.
Anexo ao e-mail coloquei o arquivo de que você precisava.
Está incluso ao processo seu pedido.
Elas estão separadas há muito tempo.
As planilhas de custo estão apensas aos documentos.
A expressão EM ANEXO é invariável
Para saber mais sobre esse uso, leia os seguintes textos:
Em anexo, anexo ou anexa: qual é o certo? 
Anexo, em anexo ou no anexo? É só escolher 
Em anexo, anexo ou anexa: qual é o certo? 
Muito presente no ambiente corporativo dominado pela comunicação virtual, o termo “anexo” é utilizado para fazer referência a arquivos que são enviados junto às mensagens de e-mail. Mas, na hora de enviar um e-mail no trabalho, quem nunca ficou em dúvida sobre como usá-lo? 
A palavra “anexo” é um adjetivo que indica ligação. Dessa forma, deve concordar com o substantivo que acompanha. Sendo assim, observemos as seguintes frases: 
1. O arquivo segue em anexo. Neste caso, a expressão “em anexo” – preposição + adjetivo – representa a intenção do interlocutor de expressar o modo pelo qual algo está sendo enviado. Não é possível afirmar que essa forma está errada, pois, nela, a forma verbal “segue” é complementada por uma locução adverbial de modo. Mas, se a intenção é deixar explícito que algo está sendo enviado dentro de um anexo, o melhor é utilizar a forma “no anexo” ao invés de “em anexo”. 
2. A foto está anexa. Esta frase está correta de acordo com a norma culta, pois concorda com o substantivo de gênero feminino “foto”, flexionando o adjetivo na forma feminina “anexa”. 
3.As músicas estão no anexo. Neste caso, o adjetivo “anexo” é utilizado como substantivo. 
4. Segue o anexo solicitado. Neste caso, a palavra “anexo” é um sintagma nominal que exerce função de sujeito, concordando com a forma verbal “segue”.
Para não errar, o importante é sempre conferir a função que o termo “anexo” exerce na frase, já que cada caso exige uma forma de concordância de acordo com a gramática do Português. Sendo assim, não há como se confundir na hora de anexar arquivos e enviar e-mails. 
É BOM, É NECESSÁRIO, É PROIBIDO
Estas expressões concordarão, obrigatoriamente, com o substantivo a que se referem quando este forprecedido de artigo. Caso contrário, elas serão invariáveis.
Exemplos
É necessário ter paciência.
A paciência é necessária ao homem.
Analise, agora, as frases a seguir retiradas de placas que podem ser encontradas, facilmente, pelas ruas:
O que há de errado com elas?
Reflita um pouco antes de saber a resposta...
Em ambos os casos, há erro de concordância nominal, enfatizado pelo uso do artigo definido “a”. O correto,
então, seria:
Proibida a entrada de pessoas não autorizadas.
Proibida a entrada de pessoas estranhas nesta área.
O(S) MAIS POSSÍVEL(IS) eO(S) MENOS POSSÍVEL(IS)
Quando empregar uma destas formas, basta ficar atento ao artigo:
Se ele estiver no singular, o adjetivo “possível” também ficará no singular;
Se ele estiver no plural, o adjetivo “possível” também ficará no plural.
Exemplos
Deixou o filho o mais pobre possível.
Deixou os parentes os mais pobres possíveis.
MESMO
Depois de um pronome reto
Neste caso, a palavra concorda com o pronome ou com a pessoa a quem se refere, reforçando a expressão.
Exemplos
Ela mesma disse isso.
Eles mesmos fizeram a pesquisa.
= DE FATO ou REALMENTE
Neste caso, a palavra NÃO varia.
Exemplos
Ela disse isso mesmo? Ela disse isso de fato?
Eles fizeram mesmo a pesquisa.
Eles fizeram realmente a pesquisa.
O(S) MESMO(S), A(S) MESMA(S)
NÃO use estas expressões para substituir pronome ou substantivo!
Exemplos
O professor preparou a prova, e “o mesmo” vai aplicá-la.
Correção: O professor preparou a prova, e ele mesmo vai aplicá-la.
AULA 4 - ALGUNS SINAIS DE PONTUAÇÃO: O USO DA VÍRGULA
A pontuação é capaz de modificar o sentido de um texto. O ponto final é, talvez,o mais simples de ser usado, já que marca o final de orações declarativas, aquelas em que se afirma algo.
Na época da escola, era comum ouvirmos: “Usamos a vírgula quando paramos para respirar na leitura”. E algumas
pessoas dizem que a empregam de acordo com o que lhes convém, aleatoriamente, após a escritura do texto.Já pensou se fosse mesmo assim? Cada um de nós poderia pontuar um mesmo texto de maneiras bem diferentes, nãoé mesmo? Mas não é dessa forma que a norma prescreve esse uso.
PADRÃO FRASAL
Na segunda aula desta disciplina, conversamos sobre sintaxe. Agora, vamos refletir sobre o padrão frasal e suainfluência na pontuação.Em Língua Portuguesa, a ordem ou o padrão frasal previsto é o seguinte:
SUJEITO + VERBO + OBJETO
Há, na verdade, os seguintes padrões frasais.
Vamos aplicar, agora, a ideia do padrão frasal?
Para começar, analise a manchete a seguir:
Projeto do Brasil que protege o tatu no Pantanal ganha prêmio internacional
Arnaud Desbiez foi premiado por seu programa que conserva o tatu-canastra.
Animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra, chamado de 'fóssil vivo'.
Alguns colocariam uma vírgula antes da forma verbal “ganha” em função da extensão de tudo o que a precede, mas
não podemos fazer isso. Sabe por quê? Porque o sujeito da oração é:
“Projeto do Brasil que protege o tatu no Pantanal”.
Você percebe, agora, como aquela ideia de pontuar quando paramos para respirar na leitura não funciona?
Mas, ainda na manchete, o sintagma “chamado de fóssil vivo” foi separado da oração principal por vírgula. Mesmo quevocê não saiba a classificação sintática desse item, observe que ele poderia ter sua posição modificada, sem alterar osignificado da frase:
Chamado de fóssil vivo, [o] animal é um dos mamíferos mais antigos da Terra.
Como houve uma quebra do padrão frasal (S + V + O), podemos pontuar a frase dessa maneira.
Observe, agora, nos exemplos fornecidos por Silva (2012a), a importância da vírgula e a relação de seu uso com opadrão frasal:
1 - O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária, do diretor e do coordenador.
Nesse caso, o presidente foi à reunião com três pessoas.
2 - O presidente compareceu à reunião, acompanhado da secretária do diretor e do coordenador.
Já nesse caso, o presidente foi à reunião só com duas pessoas: a secretária do diretore o coordenador. O diretor não foi, e a secretária não é funcionária do presidente.
De uma forma simples, você já aprendeu, portanto, quando não deve e quando deve usar a vírgula.
USOS DA VÍRGULA
Veja, agora, alguns casos em que devemos usar a vírgula:
ENUMERAÇÕES:
Cléo Pires, Fábio Jr. e mais aparecem em 1º trailer de ‘Qualquer gato vira-lata 2’
Você sabe por que há vírgula entre “Cléo Pires” e “Fábio Júnior”?
Simples: porque sempre devemos usá-la para separar elementos listados.
APOSTOS EXPLICATIVOS
A vírgula deve ser usada para separar explicações que estão no meio da frase – aquelas que interrompem o pensamento, chamadas de apostos explicativos (termos ou expressões que se referem a um substantivo para ampliar seu significado. Esse tipo de aposto pode ser retirado da frase sem causar prejuízo a sua significação como um todo).
O trecho a seguir, retirado de uma notícia, apresenta exemplos dessa particularidade da língua:
A nova princesa da Inglaterra, filha da duquesa de Cambridge, Kate Middleton, e do príncipe William, nasceu às 8h 34m deste sábado (2) em Londres (4h 34m) de Brasília, segundo o Palácio de Kensington, sua residência oficial. A menina e a mãe passam bem
Nesse caso, os apostos explicativos – “filha da Duquesa de Cambridge’” e “Kate Middleton” – devem ficar entre vírgulas.
ADJUNTO ADVERBIAL ANTECIPADO
A vírgula deve ser usada para separar o lugar, o tempo ou o modo que vier no início da frase – aquilo a que chamamos de adjunto adverbial antecipado, como mostra o exemplo a seguir:
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo.
VOCATIVO E ANACOLUTO
Como tratamos do padrão frasal, aproveite a dica: se há vocativo na sentença, devemos usar a vírgula. O mesmo vale para os anacolutos (figuras de linguagem que representam quebras de padrão frasal. Exemplo: Saúde, quem não precisa dela?).
O primeiro balão do diálogo apresenta um exemplo de vocativo. Veja:
Observe, agora, a importância da vírgula nos dois exemplos a seguir fornecidos por Silva (2012b):
INCISOS EXPLICATIVOS, RETIFICATIVOS OU CONTINUATIVOS
Analise o exemplo a seguir:
Em 1943, já eram 36 os navios mercantes brasileiros afundados por submarinos alemães perto da costa catarinense durante a Segunda Guerra Mundial. Aliás, um desses submarinos, o U-513, foi recentemente localizado pelo velejador VilfredoSchurmann.
Como explicar o uso da vírgula em: “Aliás, um desses submarinos [...]”? Esse emprego se justifica porque a vírgula separa incisos explicativos, retificativos ou continuativos. São alguns deles: ou melhor, isto é, a saber, ou antes, digo, por assim dizer, por isso, além disso.
SUPRESSÃO DO VERBO
A vírgula também pode ser usada para marcar a supressão do verbo.
Exemplos:
Você traz o café e eu, o pão. (trago)
Ele não nos entende nem nós, a ele. (entendemos)
ISOLAMENTO DE DATAS
A vírgula deve ser usada para separar o nome da localidade nas datas, como mostra o exemplo a seguir:
Após o tumulto causado pela paralisação por duas horas das linhas 1 e 2 do Metrô, nesta terça-feira, (23/07/2014), o presidente da Rio Eventos, da Prefeitura do Rio, Leonardo Maciel, declarou ao Bom Dia Rio desta quarta-feira, que a quebra do metrô causa um impacto ruim na cidade, no entanto, “é uma limitação de infraestruturaque a gente tem na cidade”.
PERÍODO SIMPLES E COMPOSTO
Agora, vamos aprender a empregar a vírgula a partir da classificação das orações(frases que possuem verbo).
Na Língua Portuguesa, existem orações mais simples e mais complexas.
Vejamos alguns exemplos:
Eu gosto de ler.
Período simples (um verbo)
Eu gosto de ler porque me ajuda a dormir.
Período composto (dois verbos)
ORAÇÕES COORDENADAS
São aquelas sintaticamente equivalentes, que não mantêm, entre si, uma relação gramatical. Para entender o conceito
de orações coordenadas, analise a tirinha a seguir:
Você percebeu que as orações não dependem uma da outra para fazer sentido?
A norma padrão da Língua Portuguesa classifica essas orações como orações independentes ou coordenadas.
Há dois tipos de orações coordenadas, quais sejam:
Vejamos um exemplo:
A vírgula deve ser usada para separar as orações coordenadas assindéticas – como as destacadas na tirinha.
Atenção!
Há, ainda, a oração que chamamos de intercalada ou interferente – aquela que representa um comentário do autor do texto, como podemos observar no exemplo a seguir, já apresentado anteriormente:
De janeiro a abril deste ano, foram 286 mil casos confirmados e 74 mortes.TO, PE, AL, SE, BA, RR e MT tiveram alta em total de casos, diz governo.
Essas orações independem da estrutura sintática do período.
Usamos vírgulas para separá-las, mas também é possível empregar o travessão duplo.
Veja, a seguir, as classificações das orações coordenadas sindéticas.
Como vimos anteriormente, as orações coordenadas sindéticas são aquelas que apresentam conjunção.
Entre outras classificações, elas podem ser:
ADVERSATIVAS
Atente para o uso da vírgula no seguinte trecho:
Compro muitos livros pela internet, mas nada substitui a livraria, onde você pode procurar novidades nas estantes, não
nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
Sempre usamos vírgulas antes de conjunções adversativas – mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Se o trecho
tivesse sido redigido com a conjunção adversativa deslocada, a conjunção deveria aparecer entre vírgulas. Veja:
Compro muitos livros pela internet; nada substitui, no entanto, livraria, onde pode procurar novidades nas estantes, não
nos “sites”, onde jazem escondidas em profundos sepulcros.
CONCLUSIVAS
Sempre usamos vírgula antes de conjunções conclusivas – logo, portanto, por isso, por conseguinte. Veja um exemplo:
Ele estudou bastante, portanto será aprovado.
Além disso, a mesma regra anterior vale para a conjunção conclusiva deslocada, que deve aparecer entre vírgulas.
Veja:
Ele estudou bastante, será, portanto, aprovado.
Atenção!
A conjunção POIS com valor conclusivo deve ficar entre vírgulas.
Exemplo:
Ele sempre se dedicou à empresa, será, pois, promovido. (=portanto)
Já a conjunção POIS com valor explicativo ou causal pode ou não vir antecedida de vírgula.
Exemplo:
Ele deverá ser promovido, pois se dedica à empresa. (=porque)
Vamos entender, adiante, como funciona o uso da vírgula quando empregamos a conjunção E nas sentenças.
CONJUNÇÃO E
Geralmente, não usamos vírgula com a conjunção E. No entanto, há algumas exceções. Como mostra Silva (2013),devemos empregá-la:
Vamos, agora, às orações subordinadas.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
As orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função de adjunto adverbial.
A vírgula PODE ser usada para separar a oração principal da subordinada adverbial – causal, concessiva, condicional,
final, temporal.
A vírgula não seria necessária nesse caso se a ordem do período fosse a seguinte:
O sonho do oprimido é ser o opressor quando a educação não é libertadora.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
As orações subordinadas adjetivas são aquelas que possuem valor e função de adjetivo. Para entender melhor esse
conceito.
Veja a propaganda:
Na propaganda, temos o uso de várias orações adjetivas: [que nos faz chorar], [que nos faz feliz], [que nos faz amar],
[que nos ajudou]. Cada uma delas é considerada uma oração subordinada adjetivas explicativa.
Essa oração possui pontuação curiosa: a gramática estabelece que a vírgula aparecerá se a oração for adjetiva
explicativa e não aparecerá se a oração for adjetiva restritiva. Mas qual é a diferença entre essas orações subordinadas
adjetivas?
Mas qual é a diferença entre essas orações subordinadas adjetivas?Vejamos...
De acordo com a gramática normativa, na oração subordinada adjetiva:
Analise os exemplos fornecidos por Silva (2012b):
Os funcionários, que se dedicaram à empresa, devem ganhar mais.
(Entre vírgulas → Oração explicativa = “Todos se dedicaram e serão aumentados”.)
Os funcionários que se dedicaram à empresa devem ganhar mais.
(Sem vírgula → Oração restritiva = “Só os que se dedicaram devem ser aumentados”.)
Agora que você já aprendeu a empregar a vírgula em diversos casos, vamos praticar?
PONTO E VÍRGULA
Bechara (2000, p. 611) afirma que o ponto e vírgula serve de intermediário entre o ponto final e a vírgula.
Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o ponto.
O emprego do ponto e vírgula depende do contexto, mas há algumas regras básicas para seu uso. Vejamos algumasdelas (MUNDO, 2007):
Neste caso, pode haver, antes do sujeito desse verbo, uma pausa representada pelo ponto e vírgula ou pelo pontosimples.
Exemplo: O general não temia o que lhe podia acontecer; os soldados, sempre. (temiam)
Quando optamos por colocar estes conectivos entre vírgulas – em posição não inicial na oração –, o ponto e vírgula é
uma ótima opção para marcar a pausa entre as orações.
Exemplo: Jonas tem muito dinheiro; não pode, porém, desfrutar suas vantagens.
Geralmente, observamos este caso em textos jurídicos – leis, artigos, decretos etc. – e em livros didáticos. Usamos o
ponto e vírgula principalmente se os elementos enumerados forem relativamente extensos e numerosos. Veja o
exemplo a seguir, em que cada elemento que faz parte da enumeração é um período composto, ou seja, um período
com mais de uma oração:
“Havia vários fatores que corroboravam sua personalidade violenta: morava em uma região muito violenta, na qual tiros
e facadas eram algo comum; nunca teve acesso à escola e à boa informação, por não desfrutar as condições
econômicas básicas para isso; era espancado pelo pai quando tinha seis anos de idade; etc.”.
AULA 5 - NOÇÕES DE ORTOGRAFIA
NECESSIDADE DE ACENTUAÇÃO
Hoje em dia, é muitocomumas pessoas não acentuaremas palavras quandoescrevem, não é mesmo?
Isso acontece porque os meios de comunicação utilizados – como, por exemplo, os smartphones – exigem rapidez na
hora da escrita, o que faz com que muitos simplesmente ignorem esse recurso ortográfico.
Entretanto, como já estudamos antes, nem sempre, podemos dar à língua um uso informal. Há vezes em que é preciso
utilizar a norma culta, e a correta grafia das palavras torna-se necessária, certo?
EXEMPLOS DE ERROS DE ACENTUAÇÃO
Vamos analisar, agora, alguns exemplos que apresentam problemas de acentuação:
Na Língua Portuguesa, há regras simples de acentuação, que se baseiam na tonicidade das sílabas nas palavras.
Vejamos quais são essas regras de acordo com a posição da sílaba tônica nos vocábulos.
Quando nos referimos à acentuação de uma palavra, significa que vamos marcar determinada sílaba tônica com um acento – seja este agudo (´), seja circunflexo (^). A sílaba tônica é aquela pronunciada com mais intensidade.
Mas, para entendermos um pouco as regras de acentuação, será necessário verificarmos que, na Língua Portuguesa, há somente três posições para a sílaba tônica.
São elas:
Última sílaba
café, papel, também;
Penúltima sílaba
janela, mesa, salário;
Antepenúltima sílaba
paralelepípedo, xícara, pássaro.
Antepenúltima sílaba
Todas as palavras cuja sílaba tônica é a antepenúltima são acentuadas.
A palavra “única” é proparoxítona.Por isso, leva acento.
Quando a sílaba tônica for a última e a palavra terminar em -a, -e, -o e -em, seguidosou não de -s, o vocábulo será
acentuado.
Exemplos:
cajá, café, cipó, também.
A menina da foto ao lado ficou famosa porque corrigiu um erro de acentuação no letreiro de entrada de sua cidade.
A sílaba tônica do substantivo “Guará” é a última. Como a palavra termina em -a, deve receber acento gráfico.
Em português, o grupo de palavras cuja sílaba tônica é a penúltima é muito grande. Por isso, há muito mais regras para
a acentuação de paroxítonas.
Acentuamos aquelas que NÃO terminam em -a, -e, -o, -em e seus plurais – exatamente o oposto do que vimos
anteriormente.
Exemplos: Sabia x sabiá; Maio x maiô; Atlas; Atrás; Xale; Chalé; Mentem; Mantém.
Mas isso serve para todos os casos?
Vejamos um exemplo.
O vocábulo “gaúcho” não foi acentuado nessa placa, mas leva acento. Você sabe por quê? Apesar de ser uma palavra
paroxítona terminada em -o, esta é uma exceção da Língua Portuguesa: o “u” tônico forma um hiato e está sozinho na
sílaba (ga – ú – cho). Por isso, o termo requer acentuação.
As palavras paroxítonas cujas vogais tônicas “i” e “u” são precedidas de ditongo decrescente NÃO são acentuadas.
Exemplos: feiura, baiuca.
Já que quanto mais usamos uma palavra, mais dominamos sua grafia, vamos refletir um pouco a respeito dos usos da
língua. 
CRASE
Vamos tratar, agora, de um assunto que muito assombra aqueles que desejam escrever adequadamente, de acordo
com a norma padrão da Língua Portuguesa: a crase (`).
Esse sinal é o resultado da união de duas vogais idênticas:
Tal união é marcada por aquilo que chamamos de acento grave – e não de crase.
O uso do acento indicativo de crase é mais importante do que possa parecer, pois nos auxilia na depreensão correta
dos sentidos de uma frase.
Como você viu, usamos a crase antes de substantivo feminino e depois de palavra que exige a preposição “a” em seu
complemento.
Simples: substituímos o que está no feminino pelo masculino.
Veja, agora, alguns exemplos importantes quanto ao uso da crase apresentados por Piacentini (2014):
Anexar
Na segunda aula desta disciplina, você estudou a regência de alguns verbos e nomes.
Analise os exemplos a seguir com o verbo “anexar”:
Favor, anexar à folha o mapa estatístico.
Favor, anexar a folha ao mapa estatístico.
Esse verbo é bitransitivo e tem o sentido de “juntar, incorporar” um objeto ou alguém a outro.
Logo, necessita de um complemento direto (sem preposição) e um indireto (com preposição).
Na primeira frase, o mapa deve ser unido à folha. Já na segunda, solicita-se o oposto: a folha tem de fazer parte do
mapa.
Sugerir
O verbo “sugerir” pode ter duas regências: 
sugerimos algo a alguém – com dois complementos (direto e indireto) – ou,
simplesmente, sugerimos algo. 
Analise os exemplos a seguir:
Sugeriu à diretoria a concentração de esforços nas fábricas e no campo.
Sugeriu a diretoria que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo.
Na primeira frase, a sugestão é dada à diretoria. Disso resulta o uso da crase. Lembra-se da regra de substituição da
palavra do gênero feminino para o masculino? Se mudarmos “diretoria” por “donos”, teremos:
Sugeriu aos donos a concentração de esforços nas fábricas e no campo.
Nesse caso, há, portanto, acento indicativo de crase. 
Já na segunda frase, “a diretoria” é o sujeito da oração principal, e
a sugestão é dada por ela. Se colocarmos a frase na ordem direta, teremos:
A diretoria sugeriu que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo.
Agora, vamos retomar um assunto sobre o qual discutimos, brevemente, na primeira aula: a linguagem utilizada no
ambiente virtual.
Todos nós sabemos que, hoje, a internet já se constitui como ferramenta indispensável em nossas vidas. Prova disso é
que, neste momento, você está cursando uma disciplina on-line, certo?
As novas necessidades comunicativas permitem a criação de gêneros textuais típicos da web – como, por exemplo, o
e-mail e o bate-papo. E, em muitos desses tipos de texto, é comum o uso de uma linguagem peculiar: o internetês. Esse
termo normalmente é utilizado para designar uma maneira de escrever pela internet, usando abreviações que favorecem a economia linguística.
Em alguns momentos, as situações de comunicação em rede – que exigem uma troca mais imediata – colaboram para
a formação de um texto próximo da oralidade.
Entretanto, CUIDADO para não confundir os ambientes formais e informais! Na internet, também há ocasiões em que
precisamos usar a norma culta.
Certamente, ao comunicar-se com um diretor ou gerente de sua empresa por e-mail, por exemplo, você não escreverá
algo do tipo:.Koé, blz?
Como você já sabe:
É necessário adequar a língua a seu contexto de uso!
O fato de o texto ser veiculado pela rede mundial de computadores não significa que, em qualquer situação, podemos
utilizar o internetês. Precisamos conhecer bem a Língua Portuguesa, de modo que sejamos capazes de empregá-la de forma adequada, a partir da formalidade ou informalidade. Veja, a seguir, algumas dicas para não se equivocar quanto à ortografia.
ORTOGRAFIA
Listamos, aqui, alguns termos e algumas expressões em português que muitos empregam de maneira equivocada.
Veja como é possível fugir de erros simples:
POR ISSO - Esta locução explicativa deve SEMPRE ser grafada separadamente.
DE REPENTE - Esta expressão também deve SEMPRE ser grafada separadamente.
PORQUÊS - Existem vários porquês na Língua Portuguesa. Saiba em que casos devemos usar cada um deles:
POR QUE = pronome interrogativo no início da pergunta
Exemplo: Por que ela não veio à festa?
POR QUE = pelo(a) qual
Exemplo: A estrada por que passamos era escura e deserta.
POR QUÊ = pronome interrogativo no final da pergunta
Exemplo: Ela não veio à festa. Você sabe por quê?
PORQUE = pois
Exemplo: Ela não veio à festa, porque não tinha uma roupa adequada.
PORQUÊ (substantivo) = motivo, razão
Exemplo: O namorado de Maria sabe o porquê de tudo.
EMINENTE X IMINENTE - Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:
EMINENTE = elevado, nobre
IMINENTE = próximo, imediato
Exemplos:
• O eminente líder apresentou suas ideias.
• Perigo iminente!
MAS X MAIS - Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:
MAIS = ideia de quantidade
MAS = ideia de oposição (porém, contudo, entretanto, todavia)
Exemplo:
Você sempre gasta mais do que deve, mas consegue juntar dinheiro mesmo assim.
ASCENDER X ACENDER - Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:
ASCENDER = subir
ACENDER = pôr fogo, incendiar
Exemplos:
• O débito da empresa ascendeu a R$ 20 milhões.
• O mordomo acendeu a lareira para a madame.
AFIM X A FIM - Podemos diferenciar estas duas palavras a partir de seu significado. Observe:
AFIM = semelhante
A FIM = finalidade
Exemplos:
• Os irmãos possuem temperamentos afins.
• Estamos aqui, a fim de estudar.
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO
As regras presentes no Novo Acordo Ortográfico sãofruto de um documento assinado por representantes dos
países falantes de português, com o intuito de unificar a ortografia da língua.
Os responsáveis por essa reforma pretendiam que pudéssemos construir um sistema ortográfico comum, mas não
houve alterações na gramática da língua.
Veja, na tabela, algumas mudanças originadas desse Novo Acordo.
NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: USO DO HÍFEN 
O hífen deixa de ser empregado nas seguintes situações: 
Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com as consoantes s ou r – nesse caso, a consoante obrigatoriamente passa a ser duplicada. Ex.: antireligioso, antissemita, contrarregra.
Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Ex.: autoaprendizagem, Autoestrada
No entanto: O hífen permanece quando o prefixo termina com r (hiper, inter e super) e a primeira letra do segundo elemento também é r. Exemplos: hiper-requintado, super-resistente. 
AULA 6 - FRASE, ORAÇÃO E PARÁGRAFO
HONDA HR-V –
A REVOLUÇÃONA SUA GARAGEM
Você percebeu que o título da propaganda já é bem sugestivo?
Essa “revolução” que o novo Honda representa nos remete a cinco momentos distintos da história – simbolizados
pelas imagens do comercial –, que mudaram o comportamento da sociedade.
Veja: https://www.youtube.com/watch?v=WIR8wjT568k
Em gêneros textuais como a propaganda, podem coexistir tanto a linguagem verbal quanto a não verbal.
Nessa campanha, portanto, é a linguagem não verbal que nos permite fazer tal associação – aquilo que dá sentido ao
comercial e, consequentemente, torna-o coerente!
COERÊNCIA E SEMÂNTICA DO TEXTO
A noção de texto envolve o conceito de coerência: a possibilidade de estabelecermos ou não sentido a uma sequência
textual. Um simples “Oi” é um texto. Agora, imagine se disséssemos:“Bgvvdft bbhcnbt nnhb”. Isso é apenas um amontoado de letras sem signi_cado, certo?
Quando não seguimos a sintaxe da língua, não formamos um texto.
Analise os exemplos a seguir:
Casa comprei grande rua lado ao eu uma na.
Eu comprei uma casa grande na rua ao lado.
Mas o que precisamos fazer para tornar nossos textos coerentes? Vejamos...
Quando queremos comunicar nossas ideias, precisamos ser coerentes em todos os ambientes – sejam estes formais
ou não.
Imagine que você recebeu a seguinte mensagem pelo celular:
Já sabemos que usar as abreviações do internetês pode facilitar o envio da mensagem.
Mas CUIDADO: em alguns casos, esse uso é capaz de prejudicar a comunicação.
Cabe a nós identificarmos em que momento é possível nos valermos dessa economia da linguagem. Afinal:
Haverá coerência se conseguirmos dar sentido ao texto – falado ou escrito.
Agora que você já entendeu a noção de coerência, vamos conversar, a seguir, sobre coesão.
Veja alguns casos de incoerência:
Comprei um carro jovem. → “jovem” = adjetivo inadequado para o substantivo “carro”
Ela é viúva, mas o marido dela ainda não morreu. -> falta de conhecimento do significado da palavra “viúva”.
COESÃO
Antes de começarmos nossa discussão sobre a noção de coesão (um fenômeno que acontece dentro do texto, pois envolve processos que relacionam seus elementos e organizam a sequência textual – como vimos nessa notícia.), leia a reportagem:
Príncipe William, Kate e filhos deixam palácio e seguem para casa de campo.
Príncipe William, Kate e filhos deixam palácio e seguem para casa de campo.
Casal passará as próximas semanas em Norfolk, norte da Inglaterra.
Princesa Charlotte, segunda filha do casal, nasceu no sábado.
O príncipe William e sua mulher (1), a duquesa de Cambridge, Kate Middleton, deixaram o palácio de Kensington nesta quarta-feira com seus (1) dois filhos para passar uma temporada na residência real em Norfolk. 
O casal (1) e seus (1) dois filhos, o príncipe George e a princesa Charlotte (2), que (2) nasceu no último sábado, vão passar as próximas semanas na casa de campo real de Anmer Hall, no norte da Inglaterra. O local é isolado da imprensa e foi o mesmo escolhido para passar as primeiras semanas de vida de George.
 A princesa (2) foi registrada oficialmente terça-feira, com o nome de Charlotte Elizabeth Diana. Também nesta terça, a menina (2) recebeu a visita de sua (2) bisavó, a rainha Elizabeth II (3), que (3) ainda não havia conhecido a nova princesa (2). Segundo a imprensa britânica, a visita durou cerca de 30 minutos, e ocorreu no palácio de Kensington. 
A certidão de nascimento foi divulgada pelo Twitter do Palácio de Kensington, residência oficial do casal. O registro foi feito no próprio palácio. A princesa (2) nasceu no sábado, em Londres. 
O nome da menina (2) foi divulgado nesta segunda-feira, e homenageia a avó da criança (2) – a princesa Diana, mãe de William –, a bisavó – a rainha Elizabeth II – e a tataravó – mãe da rainha, também Elizabeth. [...]
Você percebeu, no texto da reportagem, as estratégias usadas pelo redator para evitar repetições no texto?
Vejamos alguns termos que substituíram palavras e expressões:
“Príncipe William e sua mulher” → “seus”, “casal”;
“Princesa Charlotte” → “que”, “princesa”, “menina”, “sua”, “nova
princesa”, “criança”;
“Rainha Elizabeth II” → “que”.
Esses são os chamados mecanismos coesivos.
Conheça, a seguir, os tipos de coesão.
Há dois tipos de coesão: a referencial e a sequencial.
 	A coesão referencial é utilizada quando retomamos aquilo de que falamos – o referente – através de mecanismos gramaticais importantes.
Um deles é a omissão de palavras ou elipse. Veja o exemplo a seguir:
A menina saiu cedo de casa e (a menina) foi para o trabalho.
Nesse caso, o sujeito “a menina” pode ser omitido na segunda oração.
Outro mecanismo de coesão referencial é a substituição de palavras, que pode ser feita através do uso de:
SINÔNIMOS - Os sinônimos são aquelas palavras que possuem significado semelhante ao de outros vocábulos e que podem substituí-los sem prejuízo de sentido.
Exemplos
1. O automóvel estacionado na rampa para deficientes deverá ser retirado. Caso contrário, o carro será rebocado.
Nesse caso, o termo “automóvel” pode ser substituído por “carro” ou “veículo”.
2. Este é um caso curioso em que um vocábulo se tornou sinônimo de outro por seu uso em determinado contexto.
Em função do slogan de uma campanha publicitária, que ficou famoso no Brasil inteiro, a marca “Brastemp” transformou-se em sinônimo de qualidade e de eficiência para muitas pessoas.
3. A testemunha faltou com a verdade diante do juiz. (= mentiu)
O Brasil sofre com a falta de água. (= crise hídrica)
Nesse caso, o uso do eufemismo (figura de linguagem que se caracteriza por suavizar algumas expressões) em destaque é uma forma de sinonímia que nos remete aos termos e às expressões entre parênteses.
Atenção: O fato de uma palavra ser sinônimo de outra não significa que possa substituí-la em qualquer contexto. Veja um exemplo:
O menino é alto. ≠ O menino é elevado.
Nesse caso, os adjetivos “alto” e “elevado” não se equivalem, certo?
Veja alguns significados da palavra alto: (latim altus, -a, -um) Adjetivo
1.Que tem maior altura que a ordinária. ≠ BAIXO
2. Elevado.
3. Excessivo.
4. Erguido.
5. Adiantado, tardio (ex.: altas horas).
6. Mais antigo. = REMOTO
7. Situado mais ao norte (ex.: Beira Alta).
8. Situado mais para o nascente (ex.: Alto Douro).
EXPRESSÕES EQUIVALENTES – Como vimos no texto anterior sobre o príncipe William e sua família, para evitar a repetição de palavras, podemos substituí-las por vocábulos ou expressões equivalentes. Veja o exemplo a seguir:
“O rei Roberto Carlos comemorou a chegada dos seus 74 anos na noite deste sábado com um show em São Paulo. O cantor, que faz aniversário neste domingo, fez um concerto no Allianz Parque, o estádio do Palmeiras, com direito a bolo no palco e a queima de fogos. [...]”.
HIPÔNIMOS E HIPERÔNIMOS - Os hipônimos e hiperônimos estão relacionados aos significados das palavras.
HIPÔNIMOS: Do grego hyponymon: hypo = debaixo, inferior + onymon = nome.
HIPERÔNIMOS: Do grego hyperonymon: hyper = acima, sobre + onymon = nome.
Veja o exemplo a seguir:
Aquele Chevette está estacionado na rampa para deficientes.
O carro será rebocado.
Nesse caso, “O carro” é hiperônimo de “Aquele Chevette”, porque a marca está dentro do grupo maior de automóveis. “Aquele Chevette”, por sua vez, é hipônimo de “O carro”.
Sendo assim, temos:
	Hiperônimos
	Hipônimos
	ANIMAL
	gato, cachorro, boi, urso
	FRUTA
	maçã, laranja, banana, uva
	DOENÇA
	gripe, pneumonia, dengue, sarampo
PRONOMES - Também podemos substituir as palavras por pronomes, como no exemplo a seguir:
O aluno ficou com dúvidas sobre o conceito.
Ele pediu uma nova explicação ao professor.
NUMERAIS - Outro recurso utilizado para as substituições de vocábulos são os numerais. Veja o exemplo a seguir:
O mural indica dois avisos:
o primeiro refere-se à matrícula
O segundo, (refere-se) à formatura
Nesse caso, há, inclusive, coesão referencial por elipse da forma verbal “refere-se”. Você notou?COESÃO SEQUENCIAL
Como vimos, enquanto na coesão referencial, fazemos menção a termos dentro do texto, na sequencial, usamos mecanismos que possibilitam o desenvolvimento da sequência textual.
Alguns desses mecanismos que auxiliam a continuidade do texto são as expressões temporais – aquelas que permitem a progressão da informação.
Veja os exemplos a seguir:
Antes, ele acreditava que não tinha jeito.
Agora, ele está mais esperançoso.
Pela organização do tempo, “antes” acontece primeiro e “agora”, depois.
O aluno sentou na cadeira, pegou a caneta e começou a prova.
Nesta sequência, há uma ordem de ações.
Antes de ganhar o campeonato, o time havia se preparado por duas semanas.
Se o termo “antes” – que indica período passado – foi utilizado, o tempo verbal subsequente precisa estar no pretérito.
Operadores argumentativos e discursivos
Além das expressões temporais, na coesão sequencial, também utilizamos os operadores argumentativos e discursivos: elementos responsáveis pela coesão entre as orações. Vamos explicá-los através dos exemplos abaixo.
Analise as frases e observe o significado que veiculam.
Exemplo 1: 
A prova foi tão fácil que até o Joãozinho tirou nota boa.
Neste caso, provavelmente, você concluiu que Joãozinho não é bom aluno e que se beneficiou porque a prova foi fácil.
Qual foi o elemento da sentença responsável por esse raciocínio?
O operador argumentativo “até”.
Exemplo 2:
Os pais dele investiram tanto na educação do filho que esperavam, no mínimo, que ele cursasse uma universidade.
Neste caso, entendemos que, em uma escala – “no mínimo” –, o filho estudaria em uma universidade.
No entanto, os pais esperam mais dele, não é mesmo?
Exemplo 3: Ele é o melhor médico que conheço. Não somente tem boa formação mas também gosta dos pacientes, é gentil e muito bem-humorado.
Neste caso, a união das expressões “não somente” e “mas também” ajudou a somar as qualidades do médico, certo?
Aqui, os operadores argumentativos têm por objetivo juntar argumentos em favor de uma mesma conclusão.
Exemplo 4: Não temos mais tempo para falar sobre esse assunto. Além disso, Ana prometeu inserir o tema na apresentação dela.
Neste caso, a expressão “Além disso” introduz a ideia de acréscimo à argumentação. Esse operador argumentativo é, na verdade, decisivo e ajuda a encerrar o assunto.
Exemplo 5: Não se preocupe: o táxi chega daqui a 15 minutos. Portanto, você chegará ao aeroporto a tempo.
Neste caso, o operador argumentativo “Portanto” insere uma justificativa ao que foi dito.
Exemplo 6: Neste caso, o operador discursivo “mas” tem a função de introduzir um argumento contrário à ideia que lhe é anterior, para enfatizar que a empresa SINAF é uma garantia de segurança de vida.
Exemplo 7: Neste caso, o operador discursivo “e ainda” (= e também) acrescenta uma ideia à outra: “assistir a um jogo do Brasil no camarote do mascote” e “ganhar milhares de mascotinhos”.
Exemplo 8: Neste caso, o operador discursivo “quando” indica tempo para compor o sentido da propaganda.
COESÃO E COERÊNCIA
Como vimos, quando escrevemos um texto, procuramos conduzir nossas ideias de forma coerente, de modo que quem
as leia entenda nossa escrita.
Mas será que isso sempre acontece?
Para descobrir, analise a propaganda ao lado.
Como você percebeu, o texto publicitário inicia-se com a conjunção explicativa “porque”.
Em sua opinião, essa escolha tornou o anúncio incoerente?
A resposta é: NÃO! Sabe por quê?
Porque esse conectivo se relaciona com todas as imagens apresentadas na propaganda, que foi veiculada na mídia através de um comercial.
Aqui, a união das linguagens verbal e não verbal e nosso conhecimento de mundo permitem que estabeleçamos sentido para esse texto – ainda que ele seja introduzido por uma conjunção.
Se já aprendemos diversos mecanismos coesivos, escrever com coerência é tarefa fácil, certo? Bem, nem sempre.
Vejamos o motivo através do seguinte exemplo:
Embora ele tenha estudado muito, foi aprovado no concurso.
Nesta sentença, foi usado o articulador concessivo “Embora” – aquele que expressa ideias contraditórias. Mas será que, nesse caso, era esse tipo de ideia que se queria exprimir? Se o indivíduo estudou muito, é natural que seja aprovado, não é mesmo?
Então, onde está o erro?
Simples: deixamos de considerar que as expressões com as quais ligamos as ideias estabelecem significados, conduzem o sentido das mensagens. Logo, o correto seria:
Embora ele tenha estudado muito, NÃO foi aprovado no concurso.
Como vimos, a coerência é responsável pela construção do significado do texto. Por isso, quando falta algo, não conseguimos perceber a sequência linguística como um texto, certo?
Vamos analisar um exemplo proposto por Koch e Travaglia (2001, p. 15):
“João vai à padaria. A padaria é feita de tijolos. Os tijolos são caríssimos. Os mísseis também são caríssimos. Os
mísseis são lançados no espaço. De acordo com a teoria da relatividade, o espaço é curvo. A geometria rimaniana dá
conta desse fenômeno”.
Você sentiu alguma dificuldade de entender esse texto? Provavelmente, sim. Apesar de conter recursos coesivos, esse
fragmento é incoerente, pois não conseguimos estabelecer sentido para ele.
Isso significa que:
Um texto pode apresentar mecanismos de coesão e, ainda assim, não possuir coerência.
Mas será que o contrário é possível? Um texto sem mecanismos coesivos pode ser coerente?
Vejamos...
Analise o diálogo apresentado por Koch e Travaglia (2001, p. 24):
O texto é formado apenas por um grupo de palavras e não possui relações sintáticas. Nesse caso, ele pode fazer sentido e ser coerente?
Se você conhece o contexto da situação, sim. Aqui, Camila entendeu que houve um pedido para que ela atendesse ao telefone e informou que estava no banho.
Logo, é possível que um texto sem mecanismos coesivos seja coerente.
 COERÊNCIA = sentido do texto;
 COESÃO = organização das ideias no texto através de mecanismos.
AULA 7 - ESTRATÉGIAS PARA UMA BOA LEITURA
CULTURA LETRADA
Já vimos conceitos muito importantes, como concordância, regência, crase, pontuação etc., mas precisamos, agora,
voltar nossos olhares para o TEXTO, que é nosso principal alvo de interesse.
Como todos sabem, vivemos em uma cultura letrada, onde a escrita possui alto valor. Quem lê e escreve com desenvoltura é reconhecido na sociedade e, muitas vezes, ascende socialmente.
	Dificilmente, um grande executivo alcança essa posição profissional sem uma boa carga de leitura e a partir de uma escrita “pobre” em termos de padrão linguístico. 
Por isso, é importante alimentarmos nosso conhecimento de mundo para que possamos ampliar nosso vocabulário. Esse conhecimento de mundo é o saber que adquirimos ao longo da vida nas mais diversas situações cotidianas: em conversas, leituras, observações etc. Uma dica é investir na literatura, lendo textos de bons autores. Isso não significa que todos devem ler Camões, tudo bem? Mas é interessante conhecer de tudo um pouco. Afinal: Quanto mais lemos, melhoramos nosso vocabulário e adquirimos mais material linguístico para interpretar e escrever textos.
FORMAÇÃO DE PALAVRAS
Em algum momento de sua vida acadêmica, você deve ter ouvido que muitas palavras são formadas a partir de um
RADICAL, ou seja, de uma RAIZ.
Isso significa que podemos acrescentar prefixos e sufixos a esse radical, formando vocábulos novos.
Veja alguns exemplos:
De acordo com Garcia (1997):
“Se o estudante lembra ainda do processo de formação das palavras, pode ter seu vocabulário extraordinariamente aumentado. Conhecido o significado básico de certo radical e dos afixos mais comuns, ser-lhe-á possível, em muitos casos pelo menos, reconhecer pelo sentido um número às vezes bastante considerável de vocábulos novos, sem necessidade de recorrer ao dicionário.
Seja, por exemplo, o radical loqui (i) e sua variante loc (u), que significa ‘falar’. Juntando-se-lhes prefixos e sufixos – e mesmo outros radicais–, formam-se derivados e compostos facilmente identificáveis, visto ser conhecido seu núcleo
significativo.
Obtém-se, assim, cerca de 20 palavras novas: locução, locutor, loquaz, loquacidade, locutório, loquela, alocução,
elocução, elóquio, eloquência, circunlóquio, colóquio, antelóquio, prolóquio, grandíloquo, grandiloquente, magniloquente”.
VOCABULÁRIO
Todos nós sabemos que a Língua Portuguesa possui um vocabulário bem extenso. Por isso, é impossível conhecer
todas as palavras e todos os seus significados. Provavelmente, você não conhece alguns termos citados anteriormente
por Garcia (1997), certo? Mas basta sabermos o significado do radical e dos afixos (prefixos e sufixos) desses novos
vocábulos para conseguirmos, pelo menos, depreender seu sentido.
[GRANDI]LOQUENTE
(prefixo) = muito, excessivamente
Logo, GRANDILOQUENTE = Muito eloquente, aquele que se expressa bem, com uma linguagem rebuscada.
Garcia (1997) afirma que há quatro tipos de vocabulário – aqueles referentes à (ao):
Língua falada ou coloquial;
Língua escrita;
Leitura;
Simples contato.
Aqui, interessa-nos apenas os três primeiros.
Vamos saber mais sobre cada um?
VOCABULÁRIO DA LÍNGUA FALADA OU COLOQUIAL
Vocabulário relativamente pequeno – aquele de que nos servimos na vida diária para satisfazer necessidades básicas da comunicação oral.
Em outras palavras, trata-se do vocabulário que aprendemos no seio familiar, nas relações cotidianas de modo geral. Veja o exemplo a seguir:
Como você sabe, a palavra “antenados” é muito utilizada em situações corriqueiras, cotidianas. A propaganda a utiliza na tentativa de se aproximar do interlocutor, a fim de convencê-lo a comprar o produto.
Se outro vocábulo fosse escolhido para esse caso, provavelmente, o sentido desejado não seria atingido.
VOCABULÁRIO DA LÍNGUA ESCRITA
Vocabulário representado por palavras que usamos ocasionalmente na escrita – seja esta literária, técnica, científica ou didática. Em resumo, trata-se de um vocabulário formado pelos vocábulos da linguagem falada acrescido de termos que raramente circulam na linguagem coloquial.
Imagine, por exemplo, que você precisa apresentar um seminário na universidade ou um trabalho em algum congresso. Provavelmente, você escolherá determinado tipo de linguagem para essas ocasiões – diferente daquele que usaria junto a seus amigos em uma festa, certo?
Há situações formais em que o falante tem de optar por estruturas que pertencem ao padrão culto da língua.
VOCABULÁRIO DE LEITURA
Vocabulário que não costumamos utilizar, mas cujo sentido nos é familiar, sem a necessidade de um dicionário.
Às vezes, depreendemos o significado de um termo porque conhecemos seu radical – a família da palavra – ou, ainda, o contexto em que está inserido.
Por exemplo, se alguém nos diz:
Por mais que não saibamos o que é “Itaim”, supomos que seja um lugar, certo? Isso é possível porque, em função do contexto, somos capazes de inferir o sentido dessa palavra.
PARÁGRAFO E TÓPICO FRASAL
A noção de parágrafo é, antes de tudo, visual. Isso significa que:
Escrever um parágrafo é organizar o olhar do leitor quanto à disposição das informações no texto.
Exatamente por isso, criou-se o conceito de tópico frasal ou ideia núcleo.
De acordo com Garcia (1997), o parágrafo-padrão é composto por:
PARÁGRAFO E TÓPICO FRASAL 
Leia o fragmento de texto a seguir e observe como cada trecho destacado se classifica:
TIPOS DE TÓPICO FRASAL
Conheça, agora, os tipos mais comuns de tópico frasal:
DECLARAÇÃO INICIAL - Quando afirmamos ou negamos algo sobre determinado tema, realizamos uma declaração.
Exemplo
“A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. O discurso da mídia tornou comuns as ações de bandidos, uma vez que investiu no tema para ganhar audiência. Nunca se viram tantos programas de TV cujo conteúdo é a violência.”
DEFINIÇÃO - Quando delimitamos o significado de algo, realizamos uma definição. Trata-se de um bom recurso didático que serve para vários tipos de texto, mas que é encontrado, usualmente, em textos issertativos/informativos.
Exemplo
“O jornal é um meio de comunicação periódico constituído por notícias, reportagens, crônicas, entrevistas, anúncios e outro tipo de informação de interesse público. Os jornais brasileiros são famosos no mundo todo por sua estrutura e qualidade. Nossos cronistas são respeitados, bem como nossos anunciantes.”
DIVISÃO - O parágrafo pode ser iniciado por divisão de assunto, o que indica como o tema será desenvolvido. Esse recurso serve para vários tipos de texto.
Exemplo
“As informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão. Entretanto, sabemos que a TV, atualmente, é mais popular, haja vista seu grande alcance e apelo às classes populares.”
INTERROGAÇÃO - Quando quer aguçar a curiosidade do leitor sobre o tratamento dado a determinado tema no texto, o autor realiza uma pergunta ou interrogação. Esse recurso serve para vários tipos de texto, mas é encontrado, usualmente, em textos argumentativos.
Exemplo
“O crescente uso da internet provocará o fim do jornal impresso? Eis a questão que nos faz refletir a respeito da leitura dos jornais. Em países como os Estados Unidos, vários impressos já deixaram de circular ou se tornaram 100% on-line.”Neste caso, o autor faz referência a um fato histórico, às palavras de outra pessoa, usa um exemplo, uma lenda ou, até mesmo, uma piada, com o objetivo de prender a atenção do leitor. Esse recurso serve para vários tipos de texto.
ALUSÃO/CITAÇÃO
Exemplo
“Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Entretanto, não há estudos científicos suficientes para comprovar tal tese do crivo popular.”
ALGUNS USOS IMPORTANTES DA LÍNGUA
Para finalizar esta aula, atente para alguns usos da língua que são alvo de dúvidas por parte dos falantes:
AO MEU VER x A MEU VER
A expressão correta é:
“a meu ver” = do meu ponto de vista
Exemplo: A meu ver, todos os recursos foram necessários.
“Ao meu ver” NÃO existe!
NA RUA x À RUA
Os termos “sito”, “situado”, “residente” pedem preposição “em”, e NÃO preposição “a”.
Exemplos
A empresa possui sede na Rua Carlos Pinto.
A empresa UNITAS, sito/situada na Rua Carlos Pinto, está em reforma.
Ele é residente na Rua Carlos Pinto.
VERBO “ADEQUAR”
Apesar de alguns estudiosos aceitarem a conjugação completa do verbo “adequar”, de acordo com tradição gramatical, trata-se de um verbo defectivo, que é aquele que não pode ser flexionado em todas as pessoas verbais.
Considerando essa vertente teórica tradicional, temos:
Exemplos
O referido móvel não se adéqua ao ambiente. (forma verbal equivocada)
O referido móvel não é adequado/apropriado ao ambiente. (forma verbal aceita)
FACE AO x EM FACE DE
A expressão correta é:“em face de” = diante de, perante, defronte
Exemplos
Em face do novo decreto, não poderemos mais agir assim.
Em face de tal fato, acredito não haver problemas.
RATIFICAR x RETIFICAR
Não se confunda com estas expressões:
“ratificar” = confirmar;
“retificar” = corrigir.
Exemplos
Liguei para o gerente, a fim de ratificar a informação do saldo.
Como ela estava errada, resolveu retificar a informação.
HAJA VISTO x HAJA VISTA
A expressão correta é:
“haja vista” = uma vez que, por conta de
Exemplo
A reunião foi remarcada para semana que vem, haja vista as obras na sala.
“Haja visto” NÃO existe!
AO ENCONTRO DE x DE ENCONTRO A
Não se confunda com estas expressões:
“ao encontro de” = situação favorável, conformidade de ideias;
“de encontro a” = ideia contrária, de confronto.
Exemplos
“Não se procura amor o amor vem ao encontro de cada um de nós”.
Não posso ajudar! Minhas ideias vão de encontro às suas.
AULA 8 - ESTRATÉGIAS PARA UMA BOA ESCRITA
Como vimos, usar a ordem direta é um ótimo recurso para tornar o texto claro e compreensível.
Você se lembra do padrão sobre o qual conversamos na aula 2?
Identificamos que, em Língua Portuguesa,

Continue navegando