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Economia

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Unidade 3
Microeconomia – Parte II
45
Ponto de partida
Agora que já vimos a primeira parte da Microeconomia, vamos nos aprofun-
dar estudando o funcionamento do equilíbrio de mercado e suas possíveis 
estruturas. Ao final desta unidade, você será capaz de:
• compreender como ocorre o equilíbrio e o desiquilíbrio entre as cur-
vas de demanda e oferta;
• perceber como são definidos os preços de mercado e as quantidades a 
serem ofertadas e demandadas;
• conhecer quais são as estruturas de mercado existentes.
• conhecer uma aplicação do modelo de mercado.
>> Refletindo
Lembre-se: a sua reflexão é individual! Não precisa ser enviada aos tutores.
46
Roteiro do conhecimento
3.1 Equilíbrio de mercado
Você viu, na Unidade 2, como a demanda e a oferta por determinado produto 
ou serviço são definidas. Contudo, a demanda e a oferta não estão isoladas, pois 
existe a interação entre compradores e vendedores. É essa interação que chama-
mos de mercado. Dessa interação entre demanda e oferta resulta um equilíbrio 
entre o preço e as quantidades de oferta e demanda. Isso é chamado, em Econo-
mia, de equilíbrio de mercado.
Voltemos ao nosso exemplo dos refrigerantes e agora vamos fazer uma análise 
deste mercado.
Podemos visualizar o equilíbrio de mercado na intersecção entre as curvas de 
demanda e oferta. Esse ponto, chamado de ponto de equilíbrio, define o preço e 
a quantidade de equilíbrio desse mercado (ROSSETTI, 2003).
Figura 3.1 Ponto de equilíbrio do mercado de refrigerantes
Fonte: Adaptada de Rossetti (2003).
47
O ponto de equilíbrio visualizado na Figura 3.1 foi construído a partir das Tabelas 
2.1 e 2.2, da Unidade 2. Veja que o ponto de encontro entre as curvas se localiza 
na quantidade de equilíbrio de 10 mil unidades e no preço de equilíbrio de R$ 
4,00. 
As mesmas variáveis que deslocam a demanda e as que deslocam a oferta irão 
forçar o mercado a um novo ponto de equilíbrio. Voltemos ao exemplo de deslo-
camento da demanda, quando aumenta a renda do consumidor de refrigerantes. 
Figura 3.2 Deslocamento da curva de demanda de refrigerantes
Fonte: Elaborada pela autora (2013).
Em um primeiro momento, temos a curva de demanda representada por D1, a 
curva de oferta O1, e o preço de equilíbrio encontra-se no ponto A: a quantidade 
demandada e ofertada é de 10 mil unidades, e o preço é de R$ 4,00. A partir de 
um segundo momento, com o aumento da renda, há um deslocamento da curva 
da demanda para a direita. Assim, o ponto de equilíbrio passará para o ponto B: 
a quantidade ofertada e demandada aumenta para 11 mil unidades e o preço de 
equilíbrio passa para R$ 4,50 – houve um aumento no número de refrigerantes 
consumidos, e o mercado precisou aumentar o preço para aumentar a oferta 
e, ao mesmo tempo, a demanda reagiu a este aumento de preço, reduzindo a 
quantidade demandada de refrigerantes, restabelecendo o equilíbrio de merca-
do.
48
3.2. Desequilíbrio de mercado
Você aprendeu no tópico anterior que o equilíbrio de mercado é uma situação 
onde a quantidade demandada de um bem é igual à quantidade ofertada deste 
mesmo bem. 
A implicação desta situação é a de que, no mercado, tanto compradores quanto 
vendedores aceitam o mesmo preço, estando ambos os grupos satisfeitos com o 
valor do bem ou do serviço.
O equilíbrio de mercado e, principalmente, a sua manutenção é, na verdade, 
uma situação difícil de acontecer, pois os preços dos produtos são instáveis, ou 
seja, eles variam no tempo. Imagine se o preço que você paga por uma entrada 
de cinema hoje seja o mesmo de quando essa atividade começou! Não podemos 
falar de rigidez de preços nem mesmo no curto prazo, pois a instabilidade que 
se observa no ambiente econômico é rapidamente traduzida na flexibilização 
(variação) dos preços.
Você verá, então, que no mundo real a situação mais comum em termos de 
mercado é o desequilíbrio, que acontece não só porque os preços variam, mas 
também porque se alteram outras variáveis que têm influência sobre a demanda 
e a oferta.
A figura 3.3 a seguir mostra o que acontece no mercado de refrigerantes quan-
do o preço, a partir do ponto de equilíbrio, varia. Observe que preços acima ou 
abaixo do ponto de equilíbrio geram movimentos ao longo das curvas. 
O que determina a direção destas mudanças são as leis de demanda e de ofer-
ta. Aprendemos que se o preço sobe a quantidade demandada cai e, ao mesmo 
tempo, a quantidade ofertada sobe, e se o preço cai a quantidade demandada 
sobre e a ofertada cai. São estes os movimentos ditados pelas respectivas leis 
que moldam o comportamento de compradores e vendedores.
49
Figura 3.3 Desequilíbrio de mercado: excedente e escassez
Fonte: elaborada pelo autor (2017)
No caso do aumento do preço, o equilíbrio é rompido, e agora se observa que a 
quantidade demandada é menor que a quantidade ofertada (ponto A’), geran-
do no mercado o que se chama excedente. Por exemplo, a partir do ponto de 
equilíbrio inicial, quando o preço do refrigerante passou de $4,00 para $5,00 a 
quantidade demandada caiu de 10 mil para 3 mil unidades enquanto a quanti-
dade ofertada subiu de 10 mil para 12 mil unidades. Como os preços estão mais 
altos, a procura pelo produto cai, o que leva a um aumento dos estoques nas 
prateleiras das lojas. Neste caso o excedente foi de 9 mil unidades (12 mil da 
oferta menos 3 mil da demanda).
É fácil observar o fenômeno do excedente de mercado quando, por exemplo, as 
montadoras de veículos têm os pátios tomados de carros. Uma baixa procura 
por veículos novos em momentos de crise econômica, fazem com que a produ-
ção exceda o volume de compras, forçando as empresas a reaverem sua produ-
ção, ou reduzindo-a ou até mesmo suspendendo-a. Uma consequência pode ser 
a concessão de férias coletivas ou até desemprego de trabalhadores do setor 
automobilístico. 
Na outra direção, com uma redução do preço há também a perturbação do 
equilíbrio, porém no caminho inverso, ou seja, com preços menores e com a 
aplicação das leis de demanda e oferta, há um aumento da procura e, ao mesmo 
tempo, uma redução da oferta (ponto B’), ocorrendo o que se chama escassez. 
Note que quando o preço caiu, a partir do equilíbrio inicial de $4,00 para $3,00, 
50
a quantidade demandada subiu de 10 mil para 13,5 mil unidades e a quantidade 
ofertada caiu de 10 mil para 8 mil unidades. Neste caso, como os preços estão 
mais baixos, há um estímulo a comprar mais unidades do produto e como a 
oferta teve sua produção reduzida explicada pela redução do preço, falta produ-
to do mercado, pois a quantidade demandada é maior que a quantidade ofer-
tada. Neste caso a escassez é de 5,5 mil unidades (13,5 mil da demanda menos 
8 mil da oferta).
Recentemente o Brasil passou por um período de forte crescimento econômico 
que foi percebido em quase todos os setores. Nunca se viajou tanto de avião 
quanto em outras épocas. O motivo se deu pela redução do preço das passagens 
aéreas. Com isso houve um crescimento da procura por viagens deste segmento 
e, como há um número limitado de aeronaves que cada empresa aérea dispõe, 
houve o aparecimento de extensas listas de espera, ou seja, a demanda foi maior 
que a oferta, pois o preço estava abaixo do que seria ideal para se ter o equilí-
brio. Neste caso houve uma escassez de assentos nos aviões ocorrida pelo alto 
volume de passageiros que se deparavam com preços atraentes. 
Diante destas duas situações de desequilíbrio, o que ocorre no mercado?
A teoria econômica a partir do modelo em concorrência perfeita da figura 3.3 
ensina que o mercado se utiliza de um poderoso mecanismo para restabelecer o 
equilíbrio ou, pelo menos, diminuir o desequilíbrio.
Portanto, é adotando o mecanismo de preços que o mercado se reorganiza, es-
tabelecendo uma autogestão para a adequação das forças de demanda e de ofer-
ta. Assim, sempre que háexcedente de mercado, o preço deve cair para restabe-
lecer o equilíbrio, pois com preços menores a demanda aumenta e, ao mesmo 
tempo, a oferta se reduz e o excedente será eliminado, voltando ao equilíbrio. 
Também quando há escassez no mercado, o mecanismo de preços atua aumen-
tando-o para forçar uma redução da demanda, ao mesmo tempo em que ocorre 
um incremento na oferta, anulando o desequilíbrio e reequilibrando o mercado.
Quando sobra veículos nos pátios das montadoras, o preço deve ser reduzido 
para que aumente a procura por veículos novos, fazendo com que a produção 
se restabeleça, e quando falta assentos nos aviões, já lotados, o preço das passa-
gens aéreas deve subir para que diminua a procura por novas passagens, elimi-
nando as listas de espera e equilibrando este mercado.
51
3.3. Efeito da variação das outras variáveis 
de demanda e oferta no mercado
Você já sabe que o preço exerce forte influência sobre a demanda e a oferta. Po-
rém, como estudado nos itens 2.2 e 2.3, existem outras variáveis que afetam o 
comportamento de compradores e vendedores no mercado.
O que acontece quando estas variáveis mudam?
Antes de dar esta resposta, é importante separar as variáveis que afetam a de-
manda daquelas que afetam a oferta, pois quando, por exemplo, há mudança 
em uma variável de demanda, a oferta não reage a esta variação, ocorrendo a 
mesma coisa com a demanda quando alguma variável de oferta sofre uma mu-
dança. Para sermos mais claros em relação a isso, somente o preço do produto 
exerce influência simultânea sobre compradores a vendedores, devido às respec-
tivas leis de demanda e oferta. 
Se o preço do veículo sobe a produção aumenta (oferta) e a procura (demanda) 
cai, gerando pátios abarrotados, e se o preço das passagens aéreas cai, a procura 
(demanda) por assentos nas aeronaves aumenta e a venda de passagens aéreas 
(oferta) cai. Observe que a variação do preço altera tanto a demanda quanto a 
oferta.
A tabela 3.1 a seguir mostra o que ocorre no mercado quando algumas das ou-
tras variáveis se alteram. 
Tabela 3.1 Variáveis que afetam a demanda e a oferta
 
Fonte: elaborado pelo autor
52
3.4. Aplicação do modelo de mercado na 
fixação de preços mínimos
Nesta seção teremos a oportunidade de aplicação do modelo de mercado para 
explicar uma política de preços mínimos adotada pelo governo, para garantir ao 
produtor uma renda mínima que não o desestimule a continuar produzindo, no 
caso em que a demanda de mercado esteja abaixo das expectativas do produtor, 
por exemplo.
Esse é o caso do mercado de produtos agrícolas onde nos períodos de safra os 
preços de venda são muito baixos pela grande oferta (lembra da lei da oferta?), 
prejudicando o produtor devido ao excedente de mercado. O governo deve inter-
vir para garantir um preço mínimo que cubra os custos de produção e garanta 
um lucro para o produtor.
Com os dados da tabela 3.2 e com a figura 3.4 é possível verificar a situação do 
mercado hipotético de café.
Tabela 3.2 Escala de demanda e oferta de café
Fonte: adapado de Passos & Nogami (2006) 
53
Figura 3.4 Mercado de café
Fonte: adaptado de Passos & Nogami (2006)
Supondo que o preço de equilíbrio é muito baixo para que o produtor (tirar não) 
seja beneficiado, o governo deve estipular um preço mínimo que garanta renda 
a este produtor. Para tanto ele adota a política de preços mínimos por meio de 
subsídios.
Figura 3.5 Programa governamental de subsídios ao café
 
Fonte: adaptado de Passos & Nogami (2006)
54
Observe que como o preço de mercado de R$ 3,00 está bem abaixo do que espera 
o produtor, ou seja, R$ 6,00, a demanda pelo produto gerará uma receita de R$ 
54,00, pois a quantidade demandada de 18 toneladas vezes o preço de R$ 3,00 
gera tal receita (R$ 3 x 18 toneladas = R$ 54). Porém, para cobrir custos e garan-
tir o lucro o preço de mercado do produto tem que está em R$ 6,00 para que o 
produtor garanta uma receita total de R$ 108,00 (R$ 6 x 18 toneladas)
O governo deve, então, subsidiar parte do preço pagando ao produtor de café 
a diferença entre o preço ideal de R$ 6,00 e o preço pago pelo comprador de R$ 
3,00. Com isso, conforme se observa no gráfico a área OCBG será assumida pelo 
comprador, enquanto a área CFAB será assumida pelo governo, com a política 
de preços mínimos do café. 
Portanto com esta política o produtor alcançou uma receita de R$ 108, onde a 
demanda arcou com 50% do preço ideal enquanto o governo arcou com os ou-
tros 50%.
3.5 Estruturas de mercado
Inicialmente, o mercado era concebido como o local onde se realizava o comér-
cio, a troca de produtos e serviços por moeda ou mesmo por outros produtos 
e serviços. Hoje em dia, o mercado é um local abstrato que se define pela exis-
tência de forças agindo nele – as forças de procura e as forças de oferta, que são 
entre si antagônicas e, quando ocorrem de maneira simultânea, configuram o 
mercado (ROSSETTI, 2003). 
Figura 3.3 – Exemplo de mercado
 
Legenda: Você deseja comprar pão. O dono da 
padaria coloca pão à venda. Demanda e oferta 
existem ao mesmo tempo, portanto, existe 
um mercado para pães.
Imagem: Stock.xchng (2014).
55
O mercado, quanto à estrutura, pode ser classificado em quatro tipos: concor-
rência pura ou perfeita, monopólio, concorrência monopolística ou oligopólio. 
Você verá cada um desses tipos a seguir.
3.5.1 Concorrência pura ou perfeita
A concorrência perfeita é considerada na economia como a estrutura ideal dos 
mercados, pois nela as forças de demanda e oferta agem livremente, sem a inter-
ferência do governo (ROSSETTI, 2003). Confira suas principais características.
• Atomização – Definimos o mercado como atomizado quando o 
número de agentes, tanto no lado da oferta quanto no da deman-
da, é grande o bastante para que a entrada de uma empresa ou 
consumidor, assim como a sua saída, não alterem seu equilíbrio.
• Homogeneidade − Ocorre quando o produto ou o serviço ofereci-
do é completamente igual ao do concorrente. Não há diferenciação 
de nenhuma espécie, não há o que chamamos de “mão do padeiro”: 
um diferencial do produto ou serviço em relação à concorrência.
• Mobilidade − Os agentes são livres, atuam independentemente 
dos demais, as empresas podem aumentar ou reduzir suas plantas 
fabris livremente, e os trabalhadores têm autonomia para mudar 
de região e profissão.
• Permeabilidade − Os agentes, tanto de oferta quanto de demanda, 
podem entrar e sair do mercado quando quiserem. Não há barrei-
ras: não existem taxas a serem pagas para a saída de uma empresa 
ou para a adesão de um consumidor, nem obstáculos burocráticos.
• Preço de equilíbrio − Nenhum agente determina isoladamente o 
preço do produto. O mercado é regido pela Lei do Equilíbrio: os 
agentes, individualmente, não têm força para alterar o preço do 
produto ou serviço.
56
• Transparência − O mercado é transparente, não há informação 
privilegiada ou diferenciada entre os agentes. Todos estão em 
igualdade de condições no mercado.
É por causa dessas características e da dificuldade de que todas ocorram em um 
mesmo mercado que esse tipo de concorrência é considerado ideal.
3.5.2 Monopólio
O monopólio é considerado o caso extremo e oposto ao da concorrência perfeita 
e é encontrado de maneira recorrente em nossa sociedade. Rossetti (2003) afir-
ma que a característica principal dessa estrutura é a ausência de concorrentes: 
existe somente uma empresa geradora de um produto ou serviço (unicidade). 
Veja outras características do monopólio.
• Ausência de substitutos − Não há produtos substitutos próximos. 
A necessidade à que ele serve não é atendida por outro produto si-
milar, ou parecido, com o mesmo nível de satisfação do comprador.
• Barreira − Existem diversas barreiras para a entrada neste merca-
do. Elas podem ser financeiras, burocráticas, tecnológicas,legais, 
entre outras.
• Poder de monopólio − A empresa monopolista detém controle 
total sobre os preços e as quantidades do produto que serão colo-
cados no mercado. A intenção é manter a condição de monopólio.
• Falta de transparência − O acesso às informações é difícil e ra-
ramente apresenta transparência em relação a dados, processos, 
meios produtivos etc.
57
Ampliando os horizontes
Para entender como as empresas monopolistas podem interfe-
rir no mercado, assista ao filme "Obrigado por fumar" (2006), 
uma comédia que retrata o funcionamento dos lobistas da in-
dústria do cigarro, da bebida e das armas nos Estados Unidos.
Para que ocorra a existência de um monopólio, é preciso existir barreiras à en-
trada no mercado, que podem ocorrer devido a diferentes situações, listadas a 
seguir (VASCONCELLOS, 2011).
• Monopólio natural – Ocorre quando é necessário alto capital ini-
cial. A empresa que já está neste mercado tem grandes plantas in-
dustriais, com custos reduzidos e pode praticar preço abaixo das 
demais que pretendam explorar o setor. Essa característica deses-
timula a entrada de concorrentes.
• Patentes – A empresa possui a patente para a produção de um 
dado produto e, enquanto ela não expirar, as demais empresas não 
podem utilizar a mesma tecnologia, método, ingrediente etc.
• Controle de matérias-primas básicas – A empresa tem o controle 
sobre o acesso, compra ou extração de uma matéria-prima essen-
cial para a produção, portanto, as concorrentes não conseguirão 
fazer o produto se a empresa detentora não ceder o controle que 
possui. Por exemplo, o controle na extração de petróleo impede a 
produção de gasolina por diferentes empresas.
• Monopólio estatal ou institucional – Ocorre em setores estra-
tégicos para o governo, como segurança, energia, comunicação, 
petróleo, transporte público (concessões). É o tipo mais comum de 
monopólio encontrado.
58
Figura 3.4 – Exemplo de monopólio
 
Legenda: Apesar do fim do monopólio para extrair petróleo, 
a Petrobras continua dominando o mercado nacional.
Imagem: Petrobras, 2014.
3.5.3 Concorrência monopolística
Ao contrário do que o nome sugere, a estrutura de concorrência monopolísti-
ca possui características bem distintas do monopólio, sendo considerada como 
intermediária entre este e a concorrência perfeita. Ela é chamada assim porque 
cada produtor tem um pequeno monopólio sobre o seu produto ou serviço, pelo 
fato de ele ser diferente dos demais. Rossetti (2003) destaca as principais carac-
terísticas dessa estrutura.
• Competitividade − O número de concorrentes neste mercado é 
elevado e todos têm capacidade de competição parecida. A parti-
cipação de cada empresa é pequena e existe ameaça constante dos 
concorrentes próximos.
• Diferenciação − Os produtos são diferentes uns dos outros, po-
rém, com características parecidas. Por exemplo, o pão: todos os 
pães são parecidos, porém cada padaria faz o pão de seu próprio 
jeito. Por isso, muitas vezes preferimos o pão da padaria X em de-
trimento do pão da padaria Y.
• Existência de substitutos − Imagine que hoje sua padaria preferi-
da está fechada. Por mais que você goste daquele pão, não ficará 
sem comer por causa disso: você irá até outra padaria para com-
prar o pãozinho.
• Preço − Cada concorrente controla o preço de acordo com o grau 
de diferenciação percebido pelo consumidor. A educação privada 
59
é um exemplo: escolas com maior índice de aprovação nas melho-
res faculdades normalmente cobram um preço superior por esse 
diferencial, que é percebido pela comunidade.
• Poucas barreiras − Neste tipo de mercado são poucas as barrei-
ras à entrada e saída dos agentes econômicos: a entrada de novas 
empresas é facilitada, se comparada ao monopólio e ao oligopólio.
3.5.4 Oligopólio 
Este tipo de estrutura tem características mais flexíveis do que a concorrência 
perfeita ou o monopólio, mas possui um fator principal: apresenta poucos ou 
limitado número de concorrentes em condições de conquistar uma grande fatia 
do mercado (ROSSETTI, 2003).
O número de concorrentes que caracteriza o oligopólio é difícil de precisar, pois 
o que o define não é somente a concorrência em relação ao número de empre-
sas, mas sim em relação à participação no mercado. Por exemplo, as emisso-
ras de televisão: temos vários canais, tanto abertos quanto pagos, porém duas 
emissoras detêm altas taxas de participação no mercado, caracterizando um 
oligopólio. Outros exemplos: empresas automobilísticas, químicas, siderúrgicas, 
celulose, softwares, bancos etc. 
Rossetti (2003) destaca outras características do oligopólio.
• Diferenciação − Os produtos nesta estrutura têm características 
variáveis. Em determinados mercados, são pouco diferenciáveis; 
em outros, muito; em alguns casos, não temos bens substitutos; e 
em outros, temos.
• Rivalidade − Os concorrentes são fortes rivais entre si e, por isso, 
usam campanhas publicitárias e práticas algumas vezes desleais, 
como provocações na propaganda, exigência de exclusividade nos 
pontos de venda etc.
• Barreiras − O ingresso de concorrentes é difícil, pois há pouca 
margem para conquistar novos clientes, visto que os concorrentes 
já instalados têm alta fatia de mercado. Existem locais em que a 
60
entrada de novos concorrentes não é tão difícil, porém esses não 
conseguem conquistar uma grande fatia de mercado.
• Preço e poder de mercado − O controle de preços é geralmente 
grande, pois há espaço para conluios e acordos, o que contraria o 
livre mercado.
• Visibilidade – Normalmente, os oligopólios caracterizam-se por 
estratégias empresariais visíveis.
Na prática
Escolha alguns bens de consumo que você possui em sua casa 
e liste os fabricantes que produzem o mesmo tipo de produto. 
Qual mercado você acredita que apresenta mais desafios para 
que uma nova empresa se estabeleça?
Nos oligopólios podem ocorrer acordos entre as empresas, com prejuízo ao con-
sumidor. Os mais comuns são o cartel e o truste. O cartel é conhecido como 
uma associação formal ou informal entre os concorrentes, com o objetivo de 
determinar uma política única de preços para todas as empresas do setor (VAS-
CONCELLOS, 2011).
Já no truste ocorre a fusão de várias empresas em uma só, com o objetivo de 
dominar a produção de um bem ou serviço. No Brasil, tivemos recentemente 
alguns casos de fusões que geraram investigações por parte do Governo Federal, 
como no caso do Itaú e Unibanco e também da BrasilFoods (VASCONCELLOS, 
2011).
61
Figura 3.5 – Exemplo de fusão
 
Legenda: A fusão que resultou na BrasilFoods foi investigada pelo governo. Seria um truste?
Imagem: IG (2013). 
62
O que aprendemos
Nesta unidade, você aprendeu que:
• o equilíbrio de mercado ocorre pela intersecção da curva da demanda 
e da curva da oferta;
• a concorrência perfeita é o modelo ideal, pois nela todas as forças 
agem livremente para melhor atender o mercado; 
• as principais características do monopólio são a existência de somen-
te um produtor e a ausência de produtos substitutos perfeitos;
• no oligopólio, um pequeno número de empresas domina uma grande 
fatia do mercado.
>> Sua vez
Agora é o momento de ir ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e par-
ticipar do Fórum de Discussão. Você irá interagir com seus colegas e com 
o seu tutor, assim, ampliará o seu conhecimento, debatendo um tema po-
lêmico. Sua opinião é muito importante! Lembre-se, também, de realizar a 
atividade de fixação do conhecimento.
Referências da unidade
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
VASCONCELLOS, M. A. S. Economia: micro e macro. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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