Buscar

Emprego Irregular de Verbas Públicas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

I. Emprego irregular de verbas ou rendas públicas 
 
Segundo o art. 315, há crime na conduta de dar às verbas ou rendas públicas 
aplicação diversa da estabelecida em lei. 
A pena é de detenção, de 1 a 3 meses, ou multa. Trata-se de IMPO. 
 
O sujeito dá à verba ou renda pública aplicação diversa da prevista em lei. 
Veja, é necessário consultar uma outra lei para aferir se houve o crime. Trata-se de uma 
norma penal em branco. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
Sujeito ativo deve ser funcionário público, mas não qualquer um. Deve ser um 
funcionário público que tenha poder de administração da verba e da renda pública: 
Presidente da República, Governador de Estado, Prefeito, etc. 
 
Segundo o Supremo, Secretária de Estado que desvia verbas de convênio 
federal que tinha destinação específica e as utiliza para pagamento da folha de 
servidores não pratica o crime de peculato (art. 312 do CP), mas sim o delito de 
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (art. 315) (Inf. 813). 
 
b) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
II. Concussão 
 
Segundo o art. 316, constitui crime a conduta de exigir, para si ou para 
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas 
em razão dela, vantagem indevida. 
 
A pena é de reclusão, de 2 a 8 anos, e multa. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
Sujeito ativo deve ser funcionário público, mas também aquele indivíduo que 
ainda não está no exercício da função. 
 
Sujeito passivo é a administração pública, mas também o particular que sofreu o 
constrangimento. 
Pergunta: A vantagem deverá ser patrimonial, ou poderá ser de outra natureza, 
como a sexual? 
 
Há entendimento para os dois lados. Samer entende que a vantagem 
poderá ser de qualquer natureza, pois não se está a tratar de crimes contra o 
patrimônio, e sim crimes contra a administração. Dessa forma, mesmo que a 
vantagem seja sexual, já haverá mácula à imagem e à credibilidade da 
administração, bem jurídico tutelado pelo tipo penal. 
 
Pergunta: De quem é a competência para julgar crime de concussão praticado 
pelo médico do SUS? 
 
O entendimento dos Tribunais Superiores, no que toca ao crime de concussão de 
médico vinculado ao SUS, é de competência da Justiça Estadual. 
 
Pergunta: Haverá o crime de concussão quando a vantagem indevida é 
exigida para a própria administração pública? 
 
A lei não faz essa distinção, motivo pelo qual da mesma forma haverá o 
crime. Isso porque, se a vantagem é indevida, não cabe essa exigência, ainda que essa 
vantagem beneficie a administração, razão pela qual haverá o tipo penal. 
 
Pergunta: É preciso que o sujeito consiga a vantagem que ele exige? 
 
Não é necessário que o indivíduo consiga a vantagem para cometer o delito, 
bastando que faça a exigência. Trata-se, portanto, de um crime formal. 
 
Segundo o STJ, no crime de concussão, a situação de flagrante delito configura-
se no momento da exigência da vantagem indevida (crime formal). A entrega da 
vantagem indevida é mero exaurimento do crime (Inf. 564). 
 
b) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
III. Excesso de exação 
 
Segundo o §1º do art. 316, haverá o crime de excesso de exação se o funcionário exigir 
tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, 
emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza. 
 
A pena é de reclusão, de 3 a 8 anos, e multa. 
 
Observe que no tocante à segunda conduta, “exigir tributo ou contribuição 
social devido, empregando na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não 
autoriza”, é necessário verificar se a lei autoriza ou não. Dessa forma, há aqui uma 
norma penal em branco. 
 
O §2º estabelece que, se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de 
outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos, a pena será 
de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. 
 
Veja, se o funcionário cobrou tributo que era indevido, mas, ao invés de 
recolher aos cofres públicos, ele desviou para si ou para outrem, motivo pelo qual 
será de 2 a 12 anos. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
Só o funcionário público poderá praticar o crime. 
É crime próprio. Sujeito passivo é a 
administração pública. 
b) Consumação 
 
No momento em que há a cobrança ilícita, ou quando devido o tributo, é 
empregada a cobrança de maneira irregular. 
c) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
IV. Corrupção passiva 
 
Segundo o art. 317, constitui crime a conduta de solicitar ou receber, para si 
ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de 
assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem. 
 
O agente poderá praticar o crime por 3 condutas diferentes: 
 
 Solicitar vantagem indevida 
 Receber vantagem indevida 
 Aceitar promessa de vantagem indevida 
 
A pena será de reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. 
 
Segundo o §1º, a pena é aumentada de 1/3, se, em consequência da 
vantagem ou promessa, o 
funcionário: 
 
 Retarda qualquer ato de ofício 
 Deixa de praticar qualquer ato de ofício 
 Pratica ato de ofício infringindo dever funcional 
 
Veja, o §2º vai dizer que, se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda 
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de 
outrem, a pena será de detenção, de 3 meses a 1 ano, ou multa. 
 
Trata-se do crime de corrupção passiva privilegiada. Trata-se de IMPO, 
cabendo transação e suspensão condicional do processo. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
Sujeito ativo deve ser funcionário público, mas também aquele indivíduo que 
ainda não está no exercício da função. 
 
Sujeito passivo é a administração pública e a pessoa que será constrangida com 
a solicitação. 
 
Atente-se que o indivíduo que paga a vantagem solicitada pelo funcionário 
público não comete o crime de corrupção ativa. 
 
Por outro lado, o indivíduo que promete pagar vantagem ao funcionário 
público, que a aceita receber, cometerá o crime de corrupção ativa, pois se trata 
de exceção pluralista à teoria monista. O particular cometerá o crime de corrupção 
ativa e o funcionário o crime de corrupção passiva. 
 
Em relação à vantagem que o funcionário público irá receber, Nelson Hungria 
entende que deverá ser patrimonial. 
 
Todavia, Fragoso, Mirabete, Damásio, Sanches e Samer entendem que 
qualquer espécie de vantagem já justifica a incidência do tipo penal. 
 
Essa corrupção passiva é classificada como: 
 
 Corrupção imprópria: ocorre quando visa a prática de um ato legítimo. Ex.: 
funcionário aceita a vantagem para fazer o ato mais rápido. Em outras 
palavras, o agente faz o certo, mas de forma mais célere, ou de forma a 
beneficiar o indivíduo que pagou a vantagem. 
 Corrupção própria: ocorre quando o agente recebe vantagem para a 
prática de um ato injusto. Ex.: receber vantagem para aprovar projeto 
ambiental lesivo ao meio ambiente. 
 
b) Consumação 
 
O crime de corrupção passiva se consuma no momento em que há solicitação da 
vantagem, ou no momento em que o sujeito recebe a vantagem ou ainda quando ele 
promete aceitar a vantagem. 
 
Na modalidade de: “aceitar” e “prometer aceitar” haverá um crime 
formal. 
 
Todavia, na modalidade “receber”, haverá um crime material. 
 
Não haverá corrupção passiva, quando a solicitação feita pelo agente público é 
impossível de ser atendida pelo particular (extraneus). 
 
c) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
V. Facilitação de contrabando ou descaminho 
 
Aqui também há uma exceção pluralista à teoria monista, pois o sujeito que 
facilita o contrabando ou descaminho não responde pelo descaminhoou pelo 
contrabando, mas sim pelo art. 318 do CP. 
 
Segundo o art. 318, haverá crime na conduta de facilitar, com infração de 
dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho. 
 
A pena é de reclusão, de 3 a 8 anos, e multa. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
É o funcionário público que tenha por dever a prática de impedir o crime 
de contrabando ou descaminho. Veja, o sujeito viola o seu dever funcional e 
facilita a prática de contrabando ou descaminho. 
 
Todavia, se o agente público não tinha o dever de impedir o contrabando ou 
descaminho, mas ele facilita de alguma forma o crime, então responderá pelo 
contrabando ou descaminho, na condição de partícipe. 
 
O sujeito passivo é o Estado. 
 
b) Consumação 
 
O delito se consuma com a efetiva facilitação do descaminho ou do 
contrabando. 
 
Veja, não importa se o descaminho ou contrabando se completou, bastando 
que o sujeito tenha facilitado o contrabando ou facilitado o descaminho. 
 
c) Ação penal 
 
A ação penal é pública incondicionada. 
 
VI. Prevaricação 
 
Segundo o art. 319, é crime de prevaricação a conduta de retardar ou 
deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticar ato de ofício contra 
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. 
 
A pena é de detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. É IMPO, cabendo 
transação e suspensão condicional do processos. 
Trata-se de um crime funcional próprio, pois se desaparecer a elementar 
funcionário público, o delito se transforma num indiferente penal. 
“Indevidamente” é elemento normativo do tipo, exigindo análise pelo 
magistrado. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
É sujeito ativo o funcionário público (crime próprio). É necessário que o 
funcionário público tenha a autorização para a prática do ato, pois, se o ato não era 
da competência do funcionário público, não é possível considerar que houve 
violação a um dever funcional. 
 
O sujeito passivo é o Estado (administração). 
b) Voluntariedade 
 
A conduta é praticada dolosamente. 
 
Veja, o especial fim de agir reside na expressão “para satisfazer interesse ou 
sentimento pessoal”. 
Dessa forma, é indispensável que haja esse dolo específico para configurar o crime. 
 
c) Consumação 
 
A consumação se dá com a prática de qualquer um dos núcleos do tipo: 
“retardar, indevidamente, ato de ofício”, “deixar de praticar, indevidamente, ato de 
ofício” ou “praticar ato de ofício contra disposição expressa de lei”. Trata-se de crime 
formal. 
 
É dispensado que haja a satisfação do interesse pessoal visado pelo 
servidor. 
 
d) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
VII. Prevaricação imprópria 
 
Segundo o art. 319-A, constitui prevaricação imprópria a conduta de 
deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de vedar 
ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a 
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. 
 
A pena é de detenção, de 3 meses a 1 ano. É IMPO. 
 
A doutrina diz que este dispositivo viola o princípio da proporcionalidade, por 
se tratar de pena muito branda em relação à gravidade do delito. 
 
Veja, trata-se de crime omissivo próprio. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
O sujeito ativo só poderá ser Diretor de Penitenciária ou o agente público, cujas funções 
sejam de evitar o acesso do preso a esses aparelhos de comunicação: diretor da 
penitenciária, carcereiro, policial militar, etc. 
Pergunta: O preso que é surpreendido com aparelho celular comete o 
crime? 
 
Em tese, seria uma falta grave, conforme art. 50, VII, da LEP. 
 
b) Consumação 
 
O crime se consuma no momento em que há a omissão do dever. 
 
É dispensável que o preso faça o efetivo exercício do aparelho de 
comunicação. 
 
A partir do momento em que se deixa de impedir o acesso do preso a esse 
aparelho, ele comete o 
crime. 
 
c) Ação penal 
 
É incondicionada. 
 
VIII. Condescendência criminosa 
 
Diz o art. 320 que haverá crime na conduta de deixar o funcionário, por 
indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no 
exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao 
conhecimento da autoridade competente. 
 
A pena é de detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa. É IMPO. 
 
Veja, o agente deixa de responsabilizar o subordinado por conta de uma 
infração, ou deixa de levar o fato ao conhecimento da autoridade, caso não tenha 
competência para aplicar a punição. 
 
a) Sujeitos do crime 
 
Só poderá praticar o funcionário público (crime próprio) hierarquicamente 
superior ao servidor infrator. 
 
O sujeito passivo é o Estado. 
 
Se o superior se omite por um sentimento diverso do de indulgência, poderá 
haver outro crime, como o de prevaricação. 
Ação penal 
É incondicionada.

Outros materiais