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Suspensão Condicional da Pena

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DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (SURSIS)
I – Considerações iniciais.
Finalidades do instituto: afastamento do estigma do encarceramento / malefícios causado pelo sistema prisional.
Origem: Para alguns se deu nos Estados Unidos em 1846 / a maioria acredita que sua origem foi na França com um projeto apresentado por Berenger em 1884./ Mas foi a Bélgica quem primeiro introduziu na sua legislação.
Brasil: Adotou através do Decreto nº 16.588/24.
Art. 77 a 82 do CP.
II – Sistema de aplicação.
Sistema anglo-americano (probation system)
Não há aplicação de pena.
Juiz reconhece a responsabilidade penal do réu.
Submissão a um período de prova em que o réu em liberdade deve comportar-se de forma adequada.
Caso o acusado não se comporte o julgamento é reiniciado culminado na prolação da sentença condenatória, gerando assim uma pena a ser cumprida. 
Sistema da “probation of first offenders act”.
Há a suspenção da ação penal.
Acusado fica em liberdade.
Não há declaração de culpa do acusado.
Enquanto suspensa a ação -» réu deve demonstrar conduta satisfatória (boa).
Havendo incompatibilidade da conduta do réu com a suspensão -» ação deverá ser reiniciada.
No Brasil este e o modelo adotado pela Lei 9.099/95 em seu art. 89 onde dispõe a Suspenção Condicional do Processo.
Sistema franco-belga.
Há o processo normal gerando condenação resultante em uma pena privativa de liberdade.
Magistrado levando em consideração condições previstas em lei fará a suspenção da execução da pena por prazo determinado.
Durante o prazo estabelecido o condenado deverá cumprir as condições impostas + bom comportamento.
Não cumprindo os requisitos objetivos (condições) ou subjetivos (bom comportamento) = Haverá cumprimento da pena originariamente imposta e seu cumprimento será integral.
Sistema adotado para o SURSIS no Brasil.
III - Conceito
“É o ato pelo qual o juiz, condenando o delinquente primário, não perigoso, à pena detentiva de curta duração, suspende a execução da mesma, ficando o sentenciado em liberdade sob determinadas condições”. (BRUNO, 1967 apud BITENCOURT, 2012.p 784)
“É a suspensão condicional da execução da pena privativa de liberdade, na qual o réu, se assim desejar, se submete durante o período de prova à fiscalização e ao cumprimento de condições judicialmente estabelecidas.” (MASSON, 2014.p787)
IV – Natureza Jurídica
Instituto de política criminal = mitigação da pena privativa de liberdade (Posição STF E STJ)
Direito público subjetivo do condenado = compreendido como um benefício que é assegurado ao réu (Posição da maioria dos doutrinadores, mas afastada expressamente pelo STF HC 85.790/RJ. Rel. Min. Carlos Britto, 1ª turma, j. 31.05.2005)
V – Dos requisitos.
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
 I - o condenado não seja reincidente em crime doloso;
 II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício;
 III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 
 § 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
 § 2o A execução da pena privativa de liberdade, não superior a quatro anos, poderá ser suspensa, por quatro a seis anos, desde que o condenado seja maior de setenta anos de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998).
V.1 – Dos requisitos objetivos.
Natureza da Pena.
A atuação do sursis se dá diante da PPL e da prisão simples (contravenção penal)
Não se estende as penas de multa nem as PRD’s (art.80 do CP)
Não é aplicável à medida de segurança (não é pena)
Quantidade da pena.
Incide sobre a pena concreta.
Deve a pena ser ≤ 2 anos.
Diante do concurso de crimes a quantidade da pena é observada em relação à totalidade. (aplicação total).
Exceções: sursis etário (condenados maiores de 70 anos) e sursis humanitário (condenados com problemas de saúde) -» pena ≤ 4 anos. / Crimes ambientais -» pena ≤ 3 anos.
Não ter havido substituição PPL por PRD.
O sursis é de natureza subsidiária em relação a PRD, ou seja, sua aplicação só será possível se não tiver havido a possibilidade de substituição da PPL por PRD.
V.2 – Requisitos subjetivos.
 Não reincidência em crime doloso.
Reincidência em crime culposo não afasta a aplicação do sursis
Havendo condenação anterior por crime doloso tendo como pena a multa não há impedimento para a aplicação do sursis. (Súmula 499 do STF).
Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, autorizem a concessão do benefício. 
Existência de inquérito Policial ou outras ações penais em curso não obstam a aplicação do sursis.
VI – Momento para concessão do sursis.
No ato da sentença ou acordão.
Lei de execução Penal -» Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar pena privativa de liberdade, na situação determinada no artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue. (grifo nosso)
Em regra o juiz da execução não pode conceder sursis, pois este é concedido no ato da sentença condenatória. Exceção: por impossibilidade do juiz sentenciante em virtude de ausência documental (comprovação da reunião dos requisitos) o juiz da execução penal poderá conceder.
VII - Espécies
 Sursis simples
Aplicação: condenado não reparou o dano ou não houver preenchido integralmente as circunstâncias expressas nos art. 59 do CP (circunstâncias judiciais)
Primeiro ano do período de prova o condenado deverá: Prestar serviço à comunidade ou ter a limitação do fim de semana.
Vale salientar que não cabe ao condenado escolher entre a prestação de serviço ou a limitação do fim de semana e sim ao juiz.
 Sursis especial.
Aplicação: condenado reparou o dano ou justificou a impossibilidade para tal, além de ter preenchido integralmente as circunstâncias judiciais (art. 59 do CP)
 Não há necessidade de o condenado prestar serviço à comunidade ou ter limitação de fim de semana.
Juiz irá fazer a substituição por CONDIÇÕES CUMULATIVAS: 1) proibição de frequentar determinados lugares; 
2) proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz; 
3) comparecimento pessoal e obrigatório ao juízo mensalmente para informar e justificar suas atividades.
Obs: Não há possibilidade de cumulação das condições impostas do sursis especial com o sursis simples.
VIII – Das Condições.
Subdividem-se em condições legais e judiciais.
Condição legal / obrigatória
No sursis simples → encontra-se no art. 78, §1º do CP →Trata-se da Prestação de serviço da comunidade ou a limitação de fim de semana → Exigível no primeiro ano de prova.
No sursis especial → encontra-se no art. 78, §2º do CP → Trata-se: 1) proibição de frequentar determinados lugares; 2) proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização do juiz; 3) comparecimento pessoal e obrigatório ao juízo mensalmente para informar e justificar suas atividades. → Exigível no primeiro ano de prova
Condição Judicial
Art. 79, do CP
É o juiz quem as determina.
Devem ser adequadas ao fato praticado e a condição pessoal do condenado.
Cumpridas no primeiro ano de suspensão da pena.
IX – Do Período de Prova
“É o intervalo de tempo fixado na sentença condenatória concessiva do sursis, no qual o condenado deverá revelar boa conduta, bem como cumprir as condições que lhe foram impostas pelo Poder Judiciário”. (MASSON, 2014.p 792)
Período de provas:
Contravenções penais → 1 a 3 anos.
Sursis comum → 2 a 4 anos (regra)
Lei de Segurança Nacional → 2 a 6 anos
Sursis etário e humanitário → 4 a 6 anos
Início: Audiência Admonitória/ de Advertência (art. 161 da LEP) → realizada pelo magistrado após o trânsito em julgado da condenação.
X – Da Revogação 
Consequência da revogação é o cumprimento integral da PPL imposta na sentença, assim como deve obedecer regime prisional já estabelecido.
Não há que se em desconto do tempo do período de prova cumprido até a data da revogação, pois não houve cumprimento de pena.
Pode ser a revogação de duas espécies:
Revogação Obrigatória
É decorrente de lei.
Não há discricionariedade do juiz quanto à manutenção ou não da suspensão da pena.
Não é automática.
É exigida decisão judicial para que haja a revogação.
Art. 81 do CP
Art. 81 - A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: 
I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; 
II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; 
III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código. 
É condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso (Inciso I)
O crime doloso pode ser praticado antes ou durante o período de prova.
Fator determinante: trânsito em julgado da sentença no curso do período de prova.
Condenação irrecorrível a pena de multa → não há revogação do sursis
Frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano. (Inciso II)
Se depois de revogado o benefício o condenado vier a pagar a multa, permite-se que o sursis seja reestabelecido.
Descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código
Trata-se do descumprimento da prestação de serviço a comunidade ou da limitação de final de semana imposta no primeiro anos do período de prova, aplicado em decorrência do sursis simples.
Revogação Facultativa
Nesta há uma discricionariedade do juiz em revogar ou não o sursis.
At. 81, §1º do CP.
§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.
“[...] quando facultativa a revogação, o juiz pode, em vez de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo , se este não foi o fixado.” (MASSON, 2014. p 795)
XI – Da Cassação do Sursis
Ocorre a cassação quando o benefício (sursis) torna-se sem efeito antes da ocorrência do início do período de prova.
Cassação ≠ revogação (decretada durante o cumprimento do período de prova)
Pode ocorrer nos seguintes casos:
Não comparecimento injustificado do condenado na audiência de advertência (art. 161 da LEP) → Executa-se imediatamente a pena.
Não aceitação do sursis pelo condenado ( Renúncia).
Réu é condenado de forma irrecorrível a pena privativa de liberdade não suspensa → Trânsito em julgado ocorre antes do início do período de prova → incompatibilidade do cumprimento de pena com o sursis.
Quando em grau de recurso a sentença é reformada elevando a pena , ou seja, sendo superior a 2 (dois) anos → sursis é cassado pelo Tribunal.
XII – Da Extinção da pena.
Art. 82 do CP
Art. 82 - Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade. 
Sentença é de natureza declaratória.
Deve haver manifestação do MP (art. 67 da LEP).

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