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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA Unidade 9

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UNIDADE 9 - AVALIAÇÃO ESCOLAR
A AVALIAÇÃO
Chegamos à última etapa da seqüência didática. Esta fase é
reconhecida por muitos profissionais de educação como a mais complexa – a
avaliação do processo ensino-aprendizagem.
Quem nunca sentiu arrepios ao chegar à data da prova
daquela matéria difícil ou que não se sentiu mal fisicamente
ao ser avaliado em alguma questão? Avaliar é um processo
natural e contínuo dos seres humanos.
Precisamos contemplar, medir e inferir um grau
QUANTITATIVO ou QUALITATIVO na maioria das questões de
nossas vidas.
Exemplo 1: Ao sair de casa, não olhamos no espelho
para apreciar o traje e a sua composição?
Exemplo 2: Ao adquirirmos um produto, não observamos e analisamos
seu estado e sua importância?
Essas são algumas formas de avaliação cotidiana e que acontecem
naturalmente. Na escola não poderia ser diferente. É preciso avaliar o
processo de ensino-aprendizagem.
A grande questão é: como conduzir a avaliação? Como avaliar? O que deve
ser avaliado? Vamos entender o conceito de avaliação.
O professor Cipriano Carlos Luckesi (1986) afirma que a avaliação é
uma apreciação qualitativa sobre dados relevantes do processo de ensino-
aprendizagem e que auxilia o professor a tomar decisões sobre seu trabalho.
Segundo Claudino Piletti(1991:190)
“Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar
os conhecimentos, as habilidades e as atitudes dos alunos, tendo em vista
mudanças esperadas no comportamento propostas nos objetivos, a fim de
que haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho
do professor e da escola como um todo.”
Libâneo(2000) define a avaliação como um
componente do processo de ensino que visa, através da
verificação e qualificação dos resultados obtidos, determinar
a correspondência destes com os objetivos propostos e,
daí, orientar a tomada de decisões em relação às atividades
didáticas seguintes.
Diante dos conceitos apresentados, é possível
observar que a avaliação é uma ferramenta de construção
do conhecimento, pois ao mesmo tempo em que avalia o
indivíduo, contribui para fazer e refazer a aprendizagem humana, com o
objetivo de alcançar a apropriação do conhecimento.
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FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
As três concepções desses educadores contemplam as funções da
avaliação escolar.
*Função pedagógico-didática - aprimorar, ampliar e desenvolver capacidades
cognoscitivas.
*Função de diagnóstico - identificar, conduzir fracassos e progressos.
*Função de controle - diagnosticar as situações didáticas.
“A avaliação não é um fim, mas um meio”. Piletti (1991, p.190) É um
autêntico instrumento didático de análise e, portanto, necessita passar por
uma organização que acompanhe o desenvolvimento do que foi ensinado e
discutido em sala de aula.
A prova não pode ser um caixinha de surpresa. O aluno deve ter
consciência de que vai ser avaliado e como será avaliado e, por sua vez, o
professor deve se organizar para utilizar a avaliação como método de
confirmação daquilo que ele pôde observar no dia-a-dia em sala de aula.
Apesar de seu caráter classificatório, a prova não deve ser um ajuste
de contas entre professor e aluno, conforme alerta Vasco Moretto. Muitas
vezes, utilizando-se de sua autoridade de forma deturpada e envaidecida,
o professor utiliza a prova para provar que é possuidor de conhecimento e
controle. Com certeza esta é uma postura antididática!
TIPOS DE AVALIAÇÃO
Consideremos, então, os três tipos de avaliação:
Diagnóstica – é utilizada para verificar os conhecimentos anteriores.
Tem como objetivo diagnosticar o nível de aprendizagem do indivíduo. É
uma avaliação que pode ser utilizada no início ou no final do processo de
aprendizagem.
Ex.: Atividade de sondagem, o docente pode propor uma atividade
com questões que leve os alunos a demonstrarem seu conhecimento a cerca
da atividade proposta.
Formativa – é utilizada para acompanhar o processo de aprendizagem,
tem como objetivo verificar o nível aprendizagem do indivíduo, de modo a
reforçar os conteúdos não apreendidos durante o processo de aprendizagem.
É um processo de fazer e refazer as propostas com intuito de alcançar o
êxito da construção do conhecimento.
Ex.: Após a avaliação, fazer a correção da mesma de modo a reforçar
os pontos não apreendidos, voltando e refazendo o processo.
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Somativa – é utilizada para classificar ao final de um período de
aprendizagem. Tem como objetivo medir a aprendizagem humana, de modo
a classificar essa aprendizagem. São as avaliações aplicadas para quantificar
a aprendizagem humana.
Ex: Provas de concursos, vestibular e outros.
Avaliar requer uma prática docente coerente, não se pode avaliar aquilo
que não se ensina. Esta avaliação deve começar no primeiro dia de aula e
deve culminar no último.
Você deve estar pensando: prova não avalia nada!
Realmente, a prova só constitui-se em um instrumento legítimo de
verificação se tiver coerência com o que o professor ensinou e como objetivo
principal ser um norteador dos objetivos alcançados e dos que faltam alcançar.
Classificação da Avaliação
Quanto à regularidade do processo avaliativo, podemos estabelecer
a seguinte classificação:
Contínua - a avaliação contínua é aquela que acontece de forma
permanente em todo o processo educativo, continuamente em todos os
momentos.
Ex: A observação e o registro do progresso do aluno.
Pontual - a avaliação pontual é aquela que acontece em momentos
pré-estabelecidos; é previamente marcada.
Ex: Provas bimestrais.
Podemos também classificar a avaliação quanto à perspectiva do
avaliador, nessa classificação destacam-se três tipos:
Interna - é aquela avaliação planejada, organizada e aplicada pelo
próprio professor que conduziu o processo ensino-aprendizagem.
Ex: Um teste que o professor aplica ao terminar um conteúdo.
Externa - é aquela avaliação planejada, organizada e aplicada por
alguém que está fora do processo ensino-aprendizagem.
Ex: O ENEM é um processo de avaliação externa aplicada nacionalmente.
Auto-avaliação - é aquela avaliação em que o avaliador é o próprio
avaliado. Esse tipo de avaliação permite que as pessoas conheçam suas
potencialidades e limitações.
Ex: A auto-avaliação discente permite que o próprio aluno descubra
seus erros.
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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA
A avaliação é um momento da educação prevista no calendário
escolar e deve acontecer de forma planejada. As instituições de
ensino possuem autonomia para construir sua metodologia de
avaliação, mas devem lembrar-se que esta é um ato pedagógico
e, portanto, deve ser um momento tranqüilo e organizado.
TÉCNICAS AVALIATIVAS
Conheça algumas Técnicas Avaliativas
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A avaliação é um processo amplo e complexo e você, que está
começando a caminhar na área da licenciatura deve continuar seus estudos
sobre o tema. Lembre-se que o processo de avaliação é dinâmico e não
deve ficar restrito a apenas alguns instrumentos ou métodos.
No processo educativo devemos também avaliar a nossa prática, os
métodos e procedimentos de ensino utilizado, os programas desenvolvidos,
o cotidiano educativo, a própria instituição escolar, em outras palavras, todos
os componentes do processo educacional devem ser avaliados
continuamente.
É HORA DE SE AVALIAR
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
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EPISTEMOLOGIA DA DOCÊNCIA
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as
respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem(AVA). Interaja conosco!
Chegamos ao final da nossa disciplina. Tenho certeza de que
aprendemos muito.
Desejo a você sucesso na sua profissão, pois o ato de educar é um
ato de amor. Parabéns!

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