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Guiné-Bissau: Política e Economia

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GUINÉ-BISSAU
POLITICA
 Em Abril 2012, um golpe de estado inverteu os ganhos sociais e económicos que a Guiné-Bissau tinha alcançado em anos recentes e mais uma vez lançou o país numa crise política e económica. No entanto, realizaram-se eleições gerais no princípio de 2014, que repuseram a ordem democrática. Há consenso, entre a comunidade internacional, que estas eleições criaram uma forte base para uma reaproximação. Há a necessidade urgente de desenvolver e alcançar o progresso tanto almejado e apoiar o governo, que está a trabalhar para impelir dinâmica ao seu esforço de desenvolvimento, direcionado para a redução da pobreza e uma prosperidade partilhada.
Com elevadas taxas de inscrição e participação de votantes, as eleições de Abril/Maio 2014 terminaram com a vitória do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).  O candidato do PAIGC, José Mário Vaz, foi eleito presidente e tomou posse em 23 de Junho 2014. Entretanto, desde as eleições, as tensões entre o Presidente José Mário Vaz e o Primeiro-ministro Domingos Simões Pereira foram crescendo gradualmente e, a 12 de Agosto 2015 o Presidente afastou o Primeiro Ministro Simões Pereira e o seu governo. Após dois meses de impasse político, um novo governo tomou posse em 13 de Outubro 2015. A nova equipa é liderada pelo Primeiro-ministro Carlos Correia, de 81 anos, um veterano da luta pela independência, e é composta por 15 ministros e 14 secretários de estado.
ECONOMIA
No início de 2015, o crescimento na Guiné-Bissau evoluiu marcadamente após a transição do país de volta à democracia em medos de 2014. Ainda que inferior ao crescimento médio dos dez anos anteriores, o crescimento registado em 2014 foi ainda assim consideravelmente melhor que os resultados de 2012-13. Em primeiro lugar, a recuperação económica tem sido impulsionada por campanhas de caju que são agora melhor geridas: as exportações subiram 8,7%  em 2015, em termos reais, sendo que a castanha de caju, em  bruto, representa 85% das exportações do país. A campanha do caju de 2015, que decorre de Abril a Junho, foi considerada um sucesso, tanto em termos do volume exportado como dos preços robustos. Dado que a maioria das famílias da Guiné-Bissau, especialmente as pobres, dependem da produção de caju, a campanha de 2015 augura bem para a redução da pobreza. Em segundo lugar, a reposição de serviços públicos básicos e de investimento, impulsionou o crescimento, apoiado pela retomada do financiamento de doadores. A União Africana levantou a suspensão que tinha aplicado à Guiné-Bissau e os doadores renovaram a sua confiança na gestão financeira, quando o FMI avançou com um Instrumento de Crédito Rápido, em Novembro 2014, seguido de um Instrumento de Prolongamento de Crédito, aprovado pelo Conselho do FMI em 10 de Julho 2015. Entretanto, a quedo do governo em Agosto e o consequente bloqueio político levantou dúvida sobre se os progressos teriam continuação.
As ações iniciais do governo – antes de ter sido derrubado em Agosto 2015 – demonstram que o progresso é possível, quando existe estabilidade política. Ao tomar posse, o governo passou rapidamente um orçamento retroativo para 2014 e elaborou um orçamento para 2015 em tempo record. Ambos foram unanimemente aprovados no parlamento. O governo suspendeu a controversa “sobretaxa regressiva FUNPI” uma taxa adicional sobre as exportações que o Banco Mundial calcula que terá agravado a pobreza em 2%.
O novo governo também reforçou com sucesso a mobilização de receitas domésticas, aumentando significativamente as receitas não provenientes de impostos (especialmente através das licenças de pesca) e aumentou também as taxas alfandegárias e imposto sobre receitas em 39% e 9%  por ano, respetivamente. Além disso, foram instituídas reformas estruturais que apertaram o controlo sobre os combustíveis importados, reduziram as isenções de impostos, recuperaram postos aduaneiros e intensificaram a auditoria fiscal dos grandes contribuintes. Conjugadas, estas ações deram um impulso, muito necessário, às receitas públicas. O governo obteve também sucesso em liquidar as dívidas externas e uma parte significativa das dívidas internas. O apoio ao orçamento por parte de uma série de doadores foi retomado, e a comunidade internacional assumiu um apoio de USD 1,5 mil milhões, em apoio à Guiné-Bissau, numa mesa redonda de doadores que decorreu em Bruxelas em Março 2015. Ainda que mais de 50% destes recursos adicionais sejam doações, a dívida pública para financiar o plano de desenvolvimento “Terra Ranka” irá previsivelmente aumentar. No entanto, dado que esta dívida deverá traduzir-se em crescimento, o risco de sobre-endividamento mantém-se moderado, segundo a Análise de Sustentabilidade da Dívida da AID_FMI. 
CLIMA
Situada aproximadamente a meia distância entre o Equador e o Trópico de Câncer, a Guiné-Bissau tem clima tropical, caracteristicamente quente e húmido. Há duas estações distintas: a estação das chuvas e a estação seca. O território insular, composto por mais de 80 ilhas, exibe algumas das melhores praias da África Ocidental.
A estação das chuvas estende-se de meados de Maio até meados de Novembro, com maior pluviosidade em Julho e Agosto. A estação seca corresponde aos restantes meses do ano. Os meses de Dezembro e Janeiro são os mais frescos. No entanto, as temperaturas são muito elevadas durante todo o ano.
RELIGIÃO
	Religião na Guiné-Bissau
	Religião
	
	
	% aprox.
	
	Religiões étnicas
	  
	44,9%
	Muçulmanos
	  
	41,9%
	Cristãos
	  
	11,9%
	Outras (inclui ateus)
	  
	1,3%
Ao longo do século XX, a maioria dos guineenses praticava alguma forma de animismo. No início do século XXI, muitos se converteram ao islamismo, que hoje é praticado por 50% da população do país. A maioria dos muçulmanos da Guiné-Bissau é da denominação sunita, sendo que cerca de 2% pertencem à seita Ahmadi.
O cristianismo é seguido por cerca de 10% da população do país e 40% continuam a manter as crenças nativas. Essas estatísticas podem ser enganadoras, no entanto, como muitos moradores praticam formas sincréticas das religiões islâmica e cristã, combinando suas práticas com as crenças tradicionais africanas.
CULTURA 
Carnaval em Bissau.
A Guiné-Bissau possui um património cultural bastante rico e diversificado. As diferenças étnicas e linguísticas produziram grande variedade a nível da dança, da expressão artística, das profissões, da tradição musical, das manifestações culturais. A dança é, contudo, uma verdadeira expressão artística dos diversos grupos étnicos. Os povos animistas caracterizam-se pelas belas e coloridas coreografias, fantásticas manifestações culturais que podem ser observadas correntemente por ocasião das colheitas, dos casamentos, dos funerais, das cerimónias de iniciação.
O estilo musical mais importante é o gumbé. O Carnaval guineense, completamente original, com características próprias, tem evoluído bastante, constituindo uma das maiores manifestações culturais do País. Na literatura, ainda considerada incipiente, destacam-se os nomes de de Abdulai Silla, autor do primeiro romance de Guiné-Bissau, e Marinho de Pina.

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