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Aula 1 - COMUNICACAO E LINGUAGEM - Detalhada

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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Aula 1 - O processo Comunicativo
OBJETIVOS DA AULA:
Definir as especificidades da comunicação;
Compreender o funcionamento do processo comunicativo;
Estabelecer as relações entre linguagem e comunicação;
Estudar as funções da linguagem e os aspectos sociais da comunicação;
Determinar a relevância da linguagem e da comunicação no ambiente administrativo empresarial.
__________________________________________________________________
O QUE É COMUNICAÇÃO?
A comunicação constitui um processo que consiste, sobretudo, na troca/transmissão de informações.
Nós temos que ressaltar o seu estatuto de processo. É algo que ocorre e que tem continuidade, também considerando que é dinâmico. 
Seu objetivo básico é levar o outro à compreensão, além de gerar vínculos interacionais, afetivos.
Ou seja, a partir da comunicação nós conseguimos estabelecer contatos com as pessoas. Estabelecendo esses vínculos em nossas relações sociais. Sendo que, este primeiro conceito bastante básico, é aquilo que faz parte do nosso conhecimento de mundo, nosso conhecimento prévio, daquilo que já sabemos. Mas, ele pode ser ampliado um pouquinho mais. 
http://www.youtube.com/watch?v=cuTvB2oB8u4
1
Como observado no vídeo: é apresentada uma mensagem muito interessante a respeito da comunicação. Inicialmente, parte de uma definição básica, facilmente encontrada em um dicionário qualquer. E, depois, o vídeo traz a seguinte informação: “Além daquilo que o dicionário apresenta, a comunicação pode ser tudo aquilo que está presente na vida”. Vimos várias imagens em rostos, texturas, sons, palavras (e coisas cotidianas). Assim verificamos que a comunicação pode se servir de variadas linguagens. E é sintetizada com a palavra vida. Significando que a comunicação além de fazer parte da vida, ela constitui a própria vida. Ou seja, tudo aquilo que fazemos nas nossas rotinas está pautada no uso da comunicação.
Esse processo chamado comunicação ele apresenta algumas especificidades que nós precisamos definir: É um processo dinâmico (ou seja, ele se movimenta, é alterado, ele sofre transformações). É um processo complexo (no seu funcionamento não é algo tão simples – na nossa comunicação diária não simplesmente falamos, escrevemos ou comunicamos de forma aleatória. Há toda uma estrutura que deve ser relacionada. Uma séria de elementos que são movimentados para que esse processo seja concretizado). É um processo multifacetado (que significa que a comunicação se apresenta em variadas faces. E quais são essas faces? Tudo aquilo que compõe a vida são as faces da comunicação). 
 
Temos aí uma proposta do linguista Roman Jakobson (russo), muito famoso e importante nos estudos da linguagem. Em que foi ao lado de outros teóricos um dos primeiros a sistematizar os processos comunicativos. Em que passou a pensar na comunicação como um processo organizado em torno da movimentação de variados elementos. Pois bem, nós temos aqui dois elementos muito importantes: O EMISSOR e o RECEPTOR. Quem são esses? São os autores principais da comunicação. Os sujeitos que vão interagir, estabelecendo um processo comunicativo. Ou seja, àquela troca de informações ao qual nos referimos, quando definimos a comunicação, vão ocorrer entre esses dois elementos. 
 2
Entre eles vai circular o quê? Uma MENSAGEM que vai partir de um ponto A, que seria o emissor, até um ponto B, que seria o receptor. Essa mensagem nada mais é do que a informação propriamente dita. Aquilo que o emissor deseja comunicar ao receptor e aquilo que o receptor deverá compreender (decodificar). Sendo que essa mensagem é construída do emprego de um CÓDIGO, que seria a própria linguagem 	que foi selecionada pelo emissor para construir a sua mensagem direcionada ao receptor. Contudo, esse código deverá ser compartilhado entre emissor e receptor. Por quê? Se o emissor utiliza um código no qual o receptor não tem conhecimento a mensagem vai ter falhas (não será compreendida). E que a mensagem é transmitida a partir de um CANAL. E o que seria esse canal? Um instrumento, um mecanismo ou recurso pelo qual a mensagem será transmitida. Pode ser simplesmente a fala, pode ser a escrita, pode ser um instrumento, enfim, um meio pelo qual a mensagem é levada de um ponto a outro. E ainda, temos aqui um último elemento que seria o CONTEXTO, que também é muito importante. Porque ele pode se referir a duas coisas. Todo esse processo comunicativo, a interação entre o emissor e o receptor. A transmissão da mensagem, construída com base em um código e transmitida por meio de um canal. Ela pode ocorrer num contexto X, ou seja. A situação em que emissor e receptor estão inseridos (do ambiente do qual eles se inserem) ou então o contexto pode ser também chamado de referente (ou assunto que vai guiar a construção da mensagem). Sobre aquilo que o emissor e o receptor estão falando. Pois bem, é interessante nós pensarmos que esses papéis de emissor e receptor são intercambiáveis (que eles podem trocar de papéis no ato comunicativo). 
Aqui temos uma cena hipotética, que pode ser inserida em um ambiente um pouco mais formal (em um escritório, por exemplo). Temos aqui um EMISSOR (que está falando) e sendo transmitida a outra pessoa (sentada) que seria o RECEPTOR. Qual a mensagem que está sendo transmitida? Nada mais é que a palavra “avião”. Qual o código que ele utiliza? A língua portuguesa (identificado pela grafia da palavra). Qual é o canal? Aqui existe um balão que demonstra que foi usada à própria fala. E qual é o CONTEXTO? Pode ser relacionado a viagens ou pensar no assunto, que está presente no balão de fala. 
3
A ideia proposta pela atividade era que nós pensássemos nos elementos da comunicação presentes nessa imagem. Sendo que, como nós temos aqui quatro personagens, ficou bem fácil identificar que papel cada um estaria aqui demonstrando. Observe que nós temos aqui esses dois personagens (mais acima na mesa) como os emissores, pois estão realizando a transmissão de mensagens. Isso pode se ver no gesto da mulher, que chamamos isso de uma atitude paralinguistica (gestos que se fazem durante a comunicação). Ela está com uma caneta na mão, dando a compreender que é ela que está transmitindo as informações, com o auxílio do rapaz ao seu lado que manobra o aparelho. Aí, os outros personagens (de costas), por sua vez, seriam os receptores. Que estariam recebendo a mensagem. E, qual seria a mensagem? A mensagem seria o que está exposto no painel (com informações, dados de uma pesquisa, gráficos). Qual o canal comunicativo que foi utilizado para que essa mensagem fosse transmitida? Aqui temos a possibilidade de apresentar pelo menos dois. Temos o aparelho (o projetor) e temos aqui o papel e caneta. Assim, temos a apresentação desses canais. Qual foi a linguagem que foi utilizada? Podemos pressupor que ela está usando a fala. Sendo uma linguagem compartilhada entre esses personagens e temos aqui, também, a linguagem não verbal, que é um código compartilhado por eles. E por fim, qual seria o contexto? Nesse ambiente podemos compreender que pode ser uma empresa (em uma reunião) tratando de um determinado assunto específico. Assim, temos todos os elementos da comunicação. 
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Por que dizemos que a linguagem é um sistema? Na verdade, quando pensamos em sistema, estamos pensando em um conjunto de regras, estamos pensando em informações sistematizadas. E a linguagem não deixa de ser isso. Temos variadas regras, temos normas a serem seguidas, por isso que é chamada de sistema. Assim, ela é considerada então um mecanismo, uma ferramenta de comunicação entre os indivíduos. Nós podemos pensar, então, que a linguagem é à base da comunicação. Não há comunicação sem linguagem. Bom, a linguagem não é um conceito tão simples assim. Pois, nos estudos da linguagem o conceito de linguagem foi muito discutido ao longo da história. E passou por diversas transformações, que denotam então a sua complexidade. Por exemplo, vamos fazer um breve resgate sobre isso. No Brasil os estudos linguísticoscomeçaram na década de 60 (mais ou menos), com uma série de teorias sendo apresentadas. E a partir desse momento a linguagem era vista de uma forma e ela foi se modificando até chegar à concepção que é adotada atualmente. Que regem os documentos de ensino de um país e toda a produção científica na área da linguagem.
Na década de 60, como foi dito. A linguagem seria uma representação do mundo e do pensamento. O que isso significa? Significa que a linguagem era vista como uma forma de o homem exteriorizar aquilo que se passava na sua mente. O ensino de língua portuguesa, por exemplo, de linguagem, era baseada apenas na ideia que o homem precisaria aprender a ler e a escrever, basicamente. Sim, caso ele soubesse ler e escrever ele sabia colocar no papel aquilo que ele estava pensando e ele conseguiria falar do mundo e da realidade que o cercava. Ou seja, a linguagem era apenas uma forma de representar o conhecimento que a pessoa tinha. No decorrer dos estudos foi se constatando uma modificação. Então, a partir da década de 80 a linguagem passou a ser vista como um instrumento de comunicação. Com isso, é que agora que entra a ideia de comunicação. Com essa concepção que era voltada mais para o mercado de trabalho. Aqui a ideia de disciplina de linguagem, de língua portuguesa no caso, era preparar o aluno para o mercado de trabalho. Que corresponde que aquela pessoa que sabia se comunicar bem, poderia utilizar essa linguagem como uma ferramenta de trabalho. É válido ressaltar que essa época a disciplina de língua portuguesa era chamada de comunicação e expressão. Para ficar assim uma associação mais ou menos das duas ideias iniciais. 	Por fim, já no final da década de 80 e, principalmente, nos meados da década de 90. Nós tivemos outra alteração na forma de observa à linguagem, que é a concepção aceita ou mais difundida atualmente. Que é aquela que vê a linguagem como uma forma de interação. Então, esse conceito aqui de interação é muito importante. Porque é a partir dele que nós conseguimos pensar na comunicação. De acordo com a ideia de os indivíduos interagirem, estabelecerem vínculos afetivos e sociais. E a linguagem vista dessa forma propicia tudo isso.
5
Vídeo: EVOLUÇÃO DA LINGUAGEM - http://www.youtube.com/watch?v=-RAdaZz2TJg
Como puderam observa o vídeo trata de um percurso histórico da língua, da linguagem. Assim como o ser humano supostamente tenha surgido em um determinado ponto do planeta e migrou para várias direções, tendo contato com ambientes diferentes e que chegou a formas diferentes de apresentação. A linguagem também foi alterada. E por isso que a gente pode justificar a possibilidade de nos estudos da linguagem, poder pensar a linguagem de uma forma diferente. Como a língua física, materializada, que nós utilizamos para falar. Passou por transformações. É muito natural que a própria concepção de linguagem seja alterada. Como essas três opções que nós vimos aí. Talvez surjam outros estudos, outros teóricos, que abordem novas visões da linguagem. Proponham outras formas de conceber esse conceito. Mas o que nós temos são só essas três opções. Sendo que a última: a linguagem como uma forma de interação que é a mais difundida. E que é mais aceita. 
Se a comunicação é uma necessidade do homem social. É uma necessidade da sociedade. Então, nós podemos pensar que a sociedade talvez não existisse sem a comunicação. Ela faz parte do tecido social. Ela integra o corpo social. E por isso que ela é imprescindível. Se nós pensarmos que a linguagem serve para a comunicação. Nós vamos pensar então que a linguagem também serve para manter as relações sociais. Então, nós temos aí uma função, de certa forma, social da linguagem. 	
6
Como podemos ver aqui, temos seis funções da linguagem. Quais seriam elas? A função referencial, a função emotiva, a função conativa (também chamada de apelativa), a função fática, a função poética e a função metalinguística. Os nomes são meio estranhos, assim como outros conceitos dos estudos da linguagem. Mas a ideia (o conceito) é extremamente simples de entender. Observe aqui, que na segunda coluna da tabela, nós temos aqui o resgate dos elementos da comunicação, que vimos anteriormente. O contexto, o emissor, o receptor, o canal, a mensagem e o código. O que esses elementos têm haver com as funções da linguagem? Quando o linguista russo Roman Jakobson sistematizou o processo comunicativo, como um composto desses seis elementos que interagem entre si, para a comunicação se efetivar, ele também pensou que a linguagem é empregada em cada situação comunicativa com ênfase em um desses elementos. Em cada situação, um desses elementos é mais enfatizado do que o outro. Então, isso vai determinar a função da linguagem. Quando nós temos uma ênfase maior no contexto (o assunto é ressaltado), nós temos a função referencial da linguagem. Quando o emissor (aquele que constrói a mensagem e emite a informação) é ressaltado, nós temos a função emotiva. Quando o foco está no receptor a função é apelativa (conativa). Por sua vez, quando o canal merece destaque na comunicação a função é chamada de fática. Já quando o foco está na mensagem a função é poética. E, por fim, quando o código é enfatizado nós temos a função metalinguística. Pois bem, o que vamos descobrir em um texto é qual é a função da linguagem que está predominando. Então, vamos observar no texto algumas características específicas. E essas características, na verdade, são marcas da linguagem, recursos que são empregados e que podem ser identificados. E a partir disso se consegue resgatar essas funções. Vamos lá então! Quando nós temos uma linguagem objetiva, quando está apenas com a função de apresentar uma realidade, quando focaliza a informação, não tendo nada de subjetividade (quando o eu está distanciado), ela é simplesmente objetiva, nós temos a função referencial. 
7
Porque o nosso foco é a informação (o contexto). Quando a linguagem está marcada por essa subjetividade. E o que isso significa? Que nós temos a presença do eu nesse texto. Marcas que denunciam a presença do emissor, nós temos então a função emotiva. No entanto, quando a linguagem é empregada com a finalidade de persuadir, de manipular, de levar o outro a fazer alguma coisa. Quando nós temos, por exemplo, o uso do imperativo: faça, compre, venha, ou outro verbo na forma imperativa. Ordenando, pedindo ou solicitando alguma coisa, nós temos então a função apelativa. Quando a linguagem quase não tem expressividade, sendo empregada apenas para estabelecer o contato, para testar o canal, nós temos a função fática. Já quando a linguagem se apresenta, com todo um cuidado estético, quando a mensagem é toda bem elaborada. Quando há preocupação com todas as palavras, a função é poética. E, por fim, quando nós temos uma linguagem utilizada com fins explicativos. Ou seja, para explicar a própria linguagem. Para tratar de conceitos e definições, nós temos a função metalinguística. 
O que nós temos aqui? Um recorte de um jornal. Uma notícia ou uma reportagem. Atrás da seguinte informação: “Comunicação interna alavanca negócios” – Circulação de informações é essencial para o bom desempenho da empresa e integração dos funcionários.
O que nos interessa aqui é a característica principal da linguagem empregada nesse texto. (sua objetividade). Vejam vocês que a pessoa que escreveu esse texto não se coloca. Uma linguagem que é bem direta e específica. Está apresentando uma informação e essa é a sua função. Traduzir uma realidade. O foco dela é no conteúdo. Então, nós temos nesse caso uma função referencial. Essa função vai ser percebida em textos desse tipo. Textos jornalísticos (objetivos diretos). Que apenas pretendem informar alguma coisa. 
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Agora temos um personagem que diz: “Uau! Eu venci! Eu sou demais! Consegui a aprovação! Ninguém me segura...!” O que nós temos na fala desse personagem? Temos algumas marcas importantes. O pronome EU está aparecendo aqui duas vezes. O verbo no presente, na primeira pessoa do singular,está indicando o quê? Indica a presença desse eu (a subjetividade). A mesma coisa acontece com o poema aqui do Vinícius de Moraes, bastante conhecido, Soneto de Fidelidade. No qual, nós vamos ver apenas a primeira estrofe: 
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
De novo a presença do EU a partir dos pronomes (meu), o verbo (serei) na primeira pessoa. Enfim, quando o emissor se coloca no seu texto, nós temos a função emotiva. E é importante ressaltar o seguinte aqui. Emotiva em termos de função da linguagem não está se relacionando apenas a ideia de emoção. Aqui temos um texto que traduz certa emoção e aqui também com o personagem. Mas a ideia de emotiva se liga basicamente a presença desse elemento aqui o EU. Que seria quem? Seria o emissor. Aquele que elabora a mensagem e apresenta. 
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Temos aqui alguns textos bastante interessantes. No primeiro a capa da revista VEJA, cujo título (o nome) dessa revista Veja é um verbo no imperativo. Ela está pedindo que os leitores a vejam (leia, veja, tenha acesso às minhas informações). Então, está apelando para quem? Para o receptor. Está pedindo que ele faça alguma coisa. 
O mesmo a gente consegue perceber nesses textos publicitários. Aqui uma campanha do chocolate Baton (Compre Baton!). Ou seja, está se pedindo que a pessoa faça isso. 
Beba Coca-Cola, então essas marcas denunciam que está sendo feito um apelo para o receptor. Então o foco dessas mensagens é o você (tu). É com quem estou falando. Quando se tem esse tipo de marca a minha função é apelativa. 
O que temos aqui é uma imagem bem interessante. Nós temos um telefone e desse telefone está saindo à informação aqui: “Alô? Alô?”. Então, quando nós presenciamos esse tipo de situação? Quando atendemos um telefonema e falamos alô o que estamos fazendo? Nós estamos fazendo um teste de canal. Ou seja, nós estamos mostrando para o nosso interlocutor (a pessoa que fez a ligação), que o contato comunicativo está aberto. Que o canal está aberto. Inclusive, quando atendemos um telefonema e este fica mudo, ficamos insistindo (alô, alô, alô), é que estamos estabelecendo esse contato. Veja que é um contato sem expressividade nenhuma. Só tendo essa função de teste. Nesse caso é a função fática.
10
Quando temos esse termo poético aqui, a reação das pessoas é pensar em poesia. Então, não vamos pensar na função poética da linguagem como uma função presente em textos poéticos. Inclusive, existem dois exemplos no quadro acima para explicar essa função, que se distanciam da ideia de poesia. Sendo que a ideia de poeticidade aqui, em termos de função da linguagem, está ligada ao cuidado estético. Quando se elabora a mensagem de uma forma bem cuidadosa. Quando seleciona as palavras com cuidado. Quando se tem a preocupação com a construção da minha mensagem. Porque o foco da função poética é a mensagem. Vejam os exemplos aqui.
Um anúncio publicitário do Doril. “Tomou Doril a dor sumiu”. Vejam que é um texto simples, bem rápido de falar, de fácil acesso (um slogan do produto). Mas na verdade ele não foi construído de forma aleatória. Esse texto foi pensado com cuidado. Pensou-se o quê? Na rima, no som das palavras finais parecido, também na sua dinamicidade, sua agilidade. Assim, houve uma preocupação estética com a construção dessa mensagem. 
A mesma coisa nós temos nesse texto aqui. Que está propondo a venda de um produto. Um conjunto de enciclopédias para você ter acesso a informações, de forma mais facilitada, não tendo muitos problemas de memória. E veja o texto que construíram: “Este treco serve para você nunca mais esquecer o nome daquele coiso”. Vejam essas palavras aqui: treco e coiso. Justamente, usamos essas palavras aqui quando não sabemos o nome do objeto. Então, essas palavras foram escolhidas com o objetivo do texto que é lhe dar com essa questão. Do não conhecimento, da memória. Ou seja, houve uma seleção lexical. Que seria a escolha das palavras. As palavras mais adequadas foram escolhidas, selecionadas para a construção dessa mensagem. 
11
E, por fim, a última função da linguagem seria a função metalinguística. Que é a linguagem sendo empregada para explicar a própria linguagem. Vejam essa gravura. Nós temos um desenho que está falando do próprio ato de desenhar. Então, nós temos uma linguagem gráfica (não verbal), falando também de uma linguagem gráfica. É uma linguagem falando da própria linguagem. Assim, temos a função metalinguística. Sendo que o mesmo acontece nesse poema do Cassiano Ricardo intitulado poética. Como lemos: fala de poesia, fala de poeta e é um poema que fala do próprio poema. A linguagem poética sendo usada para falar da própria linguagem poética. (Obs.: Dicionários e gramáticas são outros exemplos de função metalinguística da linguagem). 
ATIVIDADE EM SALA 
Quais as funções da linguagem presentes nestes textos?
1. Naquela empresa, há 150 funcionários divididos em dez setores diferentes.
	Função referencial
2. Atinja suas metas e aumente suas chances de se tornar o “funcionário do mês”.
	Função é apelativa
3. Nós amamos o presidente da empresa!
	Função emotiva
4. “Empresa X”, João falando, bom dia!
	Função fática
5. “Administrador” é o nome dado ao profissional que atua na área da Administração.
	Função metalinguística
6. Funcionário eficiente, empresa contente!
	Função poética
	
12
“[...] a comunicação não existe por si mesma, como algo separado da vida da sociedade. Sociedade e comunicação são uma coisa só. Não poderia existir comunicação sem sociedade, nem sociedade sem comunicação. A comunicação não pode ser melhor que sua sociedade nem esta melhor que sua comunicação. Cada sociedade tem a comunicação que merece. ‘Dize‐me como é a tua comunicação e te direi como é a tua sociedade’”. (BORDENAVE, 1987, p. 17‐18)
Essa informação aqui, que diz que a comunicação não pode ser melhor que sua sociedade, também merece reflexão. Por exemplo, uma sociedade, um grupo social que é organizado, tem um sistema comunicacional eficaz. Assim, como uma empresa que é muito organizada em termos de comunicação, ela vai ser o reflexo dessa comunicação. Então, se a comunicação é organizada, logo a empresa vai ser organizada. A sociedade ou grupo social vai ser organizado. Se a comunicação, por sua vez, é desorganizada. Que carece de estrutura, de planejamento, apresentam muitas falhas, a organização em ou a própria sociedade ou o grupo social, que é integrado por essa comunicação falha, ela vai apresentar falhas também. Então, na verdade, a comunicação seria uma forma de integrar a sociedade, de construir a sociedade. E a sociedade vai se apresentar diante da comunicação que ela tem. A sociedade vai ser boa se a comunicação for boa e sociedade vai ser ruim de a comunicação for ruim. Podemos pensar em vários exemplos: Os setores públicos e privados funcionam a partir de suas estruturas, organização. E a comunicação faz parte disso tudo. 
Aqui ele faz um jogo com um ditado muito interessante, que circula popularmente que diz assim: “Diga com quem anda que eu direi quem tu és”. Ou seja, a partir das companhias que as pessoas apresentam podemos pensar no seu caráter, podendo pensar nas suas características. Aqui ele faz um jogo com essa informação, falando: ‘Dize‐me como é a tua comunicação e te direi como é a tua sociedade’. Assim, podemos dizer que a sociedade é o reflexo de sua comunicação. 
FUNÇÕES SOCIAIS DA LINGUAGEM
FUNÇÃO IDEACIONAL: na comunicação, são transmitidos valores e crenças, pertencentes ao sistema ideológico da sociedade.
FUNÇÃO INTERPESSOAL: na comunicação, por meio das relações sociais, são construídas as identidades individuais e coletivas.
FUNÇÃO TEXTUAL: na comunicação, as informações (os textos) organizam‐se de acordo com a situação social em que se inserem.
(TEIXEIRA, 2007, p. 25‐27)
Quando se fala em FUNÇÃO IDEACIONAL está se falando de ideias, de um conceito muito importante,que é a ideologia. O que é ideologia? É o conjunto de crenças, de valores, de ideias que regem a vida em sociedade. Isso faz parte da organização da sociedade. Por exemplo, a sociedade brasileira da década de 60 era diferente da sociedade brasileira de atualmente. Existiam naquele tempo outras crenças, as pessoas acreditavam em outras coisas, tinham outras atitudes e outros comportamentos. E isso foi sendo alterado ao longo da história. Por quê? Porque a visão ideológica, a visão de mundo e o conhecimento das pessoas foram sendo alterados ao longo de todo esse tempo. 
13
Então, por que temos uma função ideacional da linguagem ou da comunicação? Porque na comunicação, ou seja, quando nós nos comunicamos, além de nós estarmos transmitindo informações, nós estamos transmitindo valores e crenças. Que estão ligados no sistema ideológico da sociedade. Então, por exemplo: Cada pessoa tem uma história, uma trajetória de vida. E o que cada um é hoje é reflexo de toda essa história. Cada um carrega dentro de si histórias, valores que foram aprendidos, crenças que foram passadas pelos pais ou pela família. Se a pessoa voltar lá no início da trajetória de vida e fizesse uma alteração qualquer, se a pessoa pertencesse à outra família, vivesse em outro ambiente, com certeza não seriam as mesmas que são e teriam outras visões. Então, o que as pessoas comunicam hoje é reflexo de toda essa história. Em resumo, aquilo que se fala está carregado com aquilo que se acredita, incluindo aquilo que é certo ou que é errado. 
Já pensando na função interpessoal, estamos falando assim de relações entre as pessoas	 que são estabelecidas no processo comunicativo, e que elas permitem que sejam construídas identidades. Tanto a identidade do indivíduo (a identidade do sujeito) como uma pessoa única. Mas também a identidade de um grupo, do coletivo (grupo que a pessoa faz parte). Então, quando as pessoas se comunicam, interagem umas com as outras, elas constroem as suas identidades. Elas assimilam valores das outras pessoas, elas assimilam as essas crenças, assim elas podem dessas maneiras construindo as suas identidades. 
Por fim, temos a FUNÇÂO TEXTUAL. Aqui quando a gente fala dos textos propriamente ditos, que são as nossas informações. Cada situação comunicativa vai determinar uma organização específica da linguagem. Então, o texto ou uma informação vai ser feita com base em uma comunicação específica. Por exemplo, aqui nesse contexto de aula, que é um contexto um pouco mais formal tem um tipo de linguagem específica. Já se eu tiver em casa com meus familiares ou na rua, se poderia utilizar uma linguagem um pouco menos formal. Ou seja, a situação comunicativa vai determinar o tipo de linguagem que será usada. 
Para Kunsch (2003, p. 69), “[...] o sistema comunicacional é fundamental para o processamento das funções administrativas internas e do relacionamento das organizações com o meio externo”.
Observe que de novo nós temos aqui mais um teórico falando de um caráter imprescindível, fundamental, necessário da comunicação. E quando eu penso em comunicação dentro do universo empresarial, eu estou pensando em um elemento que deve ser garantido não apenas para qualidade de tudo aquilo que acontece na parte interna. A comunicação deve ser pensada também na ligação entre o contexto empresarial (empresa, organização, instituição) com o ambiente externo. A comunidade a qual ela se insere. O grupo social do qual ela faz parte. A comunicação deve ser feita de uma integrada, global. E essa comunicação ela precisa ter qualidade. Tendo sua efetividade garantida. E como ocorre a garantia da qualidade da comunicação empresarial? No próximo quadro vamos verificar como essa qualidade pode ser garantida na comunicação empresarial. 
14
- A comunicação deve ser pensada de modo estratégico;
- A comunicação deve ser planejada;
- A comunicação deve ser avaliada continuamente;
- As informações transmitidas devem ser claras e transparentes;
- O acesso às informações deve ser facilitado para todos;
- A abrangência das informações deve ser ampla;
- Devem ser valorizados todos os canais de comunicação, inclusive os informais;
- Devem ser pensados mecanismos de comunicação com o ambiente externo.
Algumas ações podem ser realizadas para garantir a qualidade da comunicação. Não basta que uma empresa tenha uma comunicação (um sistema comunicacional). Esse sistema precisa ter qualidade para funcionar. Sendo que, o primeiro ponto a ser ressaltado é que a comunicação deve ser pensada de modo estratégico. O que significa isso? Deve ser pensada de forma planejada. Assim, devem ser pensadas as estratégias que vão fazer com que essa comunicação funcione. O que será feito, quais são os canais de comunicação que serão empreendidos, se serão usados canais de comunicação informal ou não, nós vamos ter um contato com o ambiente externo ou não. Enfim, nós precisamos pensar que todas as ações que vão levar a qualidade da comunicação. Como essa comunicação vai afetar as ações da empresa, os resultados da empresa. Além disso, a comunicação deve ser avaliada de forma contínua. Uma empresa X implanta um sistema comunicacional, por exemplo, “cheguei hoje na empresa e vamos a partir de hoje utilizar esse sistema de comunicação. E o tempo passa, os meses passam, então as falhas na empresa acontecem, mas ninguém se dar conta de que pode ser falhas decorrentes de uma comunicação ineficiente. Porque não houve uma avaliação, não houve um acompanhamento”. A comunicação ela deve ser avaliada constantemente. Porque se algo não está funcionando, se algo está errado, isso tem que ser alterado, para que as coisas possam entrar novamente nos seus eixos. As informações que são transmitidas devem ser claras e transparentes. O que isso significa? Que tem que ter clareza, as pessoas precisam 	entender quais são as mensagens, não pode haver ruídos na comunicação, não pode haver barreiras na comunicação. Pois essas coisas fazem com que as mensagens sejam atrapalhadas. Então, nós temos que primar por essas características (clareza e transparência). Podemos citar também, que o acesso às informações deve ser facilitado para todos. Todos os integrantes da organização precisam ter o acesso facilitado. Pois eles integram esse grupo e, assim, precisam fazer parte disso. Consequentemente, se eu tenho o acesso facilitado da informação para todos os funcionários, logo a abrangência das informações se torna ampla. Devendo-se valorizar todos os canais de comunicação, inclusive os informais (por exemplo: o boca a boca, uma caixinha de sugestões). E, por fim, é preciso pensar na comunicação também com o ambiente externo. 	Com tudo isso que mencionamos, chegamos à conclusão que garantir a qualidade da comunicação na empresa, é algo bem difícil. Não é uma coisa simples. Precisa-se colocar em prática uma série de ações, todas conectada, juntas umas as outras. Mas nem tudo isso pode garantir a qualidade dessa comunicação. 
15
Vídeo: FALHAS NA COMUNICAÇÃO - http://www.youtube.com/watch?v=b_zHyVzlGp8
Como vocês puderam ver é um vídeo que trata do assunto falhas na comunicação, de uma forma um pouquinho exagerada. É um texto cômico, mas ele nos dá a possibilidade de refletir um pouco 	esse conceito. E que podemos levantar algumas questões sobre essa empresa. Qual foi o processo comunicativo, canal selecionado para transmissão das informações? Vejam que o narrador da história ele diz sempre que o personagem tal falou para o personagem tal, o presidente falou para o diretor, o diretor falou para o gerente, o gerente falou para o mestre. Ou seja, se for empregada somente à fala é natural que as informações tenham se perdido no decorrer do caminho. Aí pensamos naquela brincadeira do telefone sem fio, em que uma pessoa fala no ouvido da outra e essa mensagem até que chegue a última pessoa é totalmente alterada, completamente equivocada. E vale lembrar aquele ditado: “Quem conta um conto aumenta um ponto”. O fato de não haver registros faz com que as pessoas mudemo contexto e altere as informações. Passando até de uma linguagem formal para outra informal, dinâmica e diversificada. Isso fez, com o que de fato o que o presidente da empresa pediu não acontecesse dentro das suas instruções. Então, o que eles poderiam ter feito, corrigindo essas falhas? Poderiam pensar, talvez, em um memorando, em um texto escrito. E, ainda, mediante todas as distorções, alguns funcionários pudessem até ser punidos pela mensagem equivocada. Na verdade seria uma mensagem de que só iriam avistar o cometa. Mas, se fosse uma informação relacionada a dados da empresa, coisas confidenciais, por exemplo. Tudo isso poderia ter gerado problemas gravíssimos. Até mesmo irreversíveis para a empresa. 	
16
Dentro das organizações podemos verificar várias possibilidades de comunicação. São várias estratégias que podem ser empregadas, por isso a figura acima retrata algumas situações que podem fazer parte dessas realidades. E que tem o objetivo de refletirmos um pouco a respeito. Nessa imagem demonstra um ciclo vicioso que pode acontecer em uma empresa. 
1º - Temos um personagem diante do seu computador que diz o seguinte: “52 e-mails???”. Ele achou uma quantidade muito grande, muito ruim. Ele faz uma reclamação. 
2º - Ele apresenta a seguinte informação: “Podemos resolver isso de uma maneira mais rápida em uma só reunião”. 
3º - Daí quando essa reunião acontece ele reclama mais uma vez. “Duas horas de reunião???”
4º - E ele dá a seguinte sugestão: “Isso poderia ter sido tratado em um único e-mail para não tomar o tempo de todos!”. 
Então, nós vemos aqui o E-MAIL que é um tipo de comunicação bastante atual. Temos aqui também a ideia de uma REUNIÃO que foi utilizada. Na verdade, são estratégias comunicativas, que podem ser pensadas, que podem ser empregadas e, assim, tudo isso está à disposição de uma empresa (disponível aos funcionários). A ideia é que o canal comunicativo é escolhido de acordo com as necessidades da empresa. De acordo com os objetivos da empresa. 
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Nós temos o TEXTO sendo apresentado como principal instrumento da comunicação empresarial. Seja ele falado, mas principalmente, o texto escrito. É por isso que na comunicação empresarial temos uma série enorme de texto que servem a estratégias ou a funções variadas (um ofício, um memorando, um e-mail, uma carta comercial, etc.). E por que é importante eu dominar as estratégias de construção desses textos? Porque é isso que vai garantir a qualidade. 
Nós temos aqui novamente um texto cômico, ou seja, fazendo graça de uma situação. A ideia que nós podemos sintetizar aqui é que nós temos que dominar as habilidades (precisamos ser competentes linguisticamente falando), principalmente, para a eficácia da comunicação empresarial. Na próxima aula esse será o tema na nossa discussão: As competências linguísticas na comunicação.
 
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