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AÇÃO PENAL

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AÇÃO PENAL 
1- Conceito: 
É o direito do Estado-acusação do o fendido de ingressar em juízo, solicitando a prestação jurisdicional, representada pela aplicação das normas de direito penal ao caso concreto. Através da ação, tendo em vista a existência de uma infração penal precedente, o Estado consegue realizar a sua pretensão de punir o infrator.
Podemos assim definir ação penal como direito de pedir ao Estado (representado por seus juízes) a aplicação do Direito Penal objetivo. Ou o direito de pedir ao Estado-juiz uma decisão sobre um fato penalmente relevante. TOURUINHO, Fernando da costa, p.162. 
Do crime nasce a pretensão punitiva estatal, mas não o direito de ação, que preexiste] à prática da infração penal, aliás, como direito constitucional (art. 5°, xxxv CF). Entretanto não há possibilidade de haver punição, na orbita penal, sem o devido processo legal, isto é, sem que o Estado ou a parte ofendida, exercitando o direito de ação, proporcione ao acusado o direito contraditório e à ampla defesa.
Processualmente não existe nenhuma diferença entre a ação penal e a ação civil, salvo no que respeita à pretensão que lhe serve de suporte fático. 
2- Princípios constitucionais: 
I) Obrigatoriedade: a propositura da ação penal, uma vez preenchidos os requisitos legais, é obrigatória. Não pode, portanto, o Ministério Público recusar-se a dar início à ação. Nos casos em que requerer o arquivamento do inquérito policial, por exemplo, deverá justificar sua opção, que poderá ser negada pelo juiz (art. 28 do CPP). Comete crime de prevaricação o Promotor de Justiça que deixar de oferecer denúncia para satisfazer interesse ou sentimento pessoal (artigo 319 do CP). Ressalta-se que há possibilidade de transação oferecida pelo Ministério Público ao infrator nas hipóteses de crimes de menor potencial ofensivo (art. 98, I da CF - há, portanto, mitigação do princípio).
II) Indisponibilidade: Uma vez iniciada a ação penal, não pode o Ministério Público dela desistir (art. 42 do CPP). Exceção: tal princípio não é cabível nos casos de crime de menor potencial ofensivo, em que o Ministério Público pode propor a suspensão condicional da pena (art. 89 da Lei nº 9.099/95).
III) Oficialidade: a persecução deve ser realizada e fiscalizada pelos órgãos oficiais, que são públicos, tendo em vista que a pretensão punitiva só pode ser satisfeita mediante o devido processo legal. Sendo assim, compete apenas ao órgão do Ministério Público o exercício da ação penal. Porém, a investigação, por exemplo, fica a cargo da autoridade policial. Além disso, a ação privada subsidiária da pública é exceção a tal princípio.
IV) Autoritariedade: somente as autoridades públicas são responsáveis pela persecução penal (relacionado ao princípio da oficialidade).
V) Oficiosidade: os encarregados devem agir de ofício para dar andamento da ação penal, salvo no caso de ação penal pública condicionada.
VI) Indivisibilidade: a ação penal deve abranger todos aqueles que cometeram a ação penal, sem exceção. Assim, não pode o Ministério Público escolher contra qual suspeito vai intentar a ação, posto que todos suspeitos deverão figurar no pólo passivo conjuntamente. O mesmo acontece na ação penal privada, de acordo com o art. 48 do CPP: "A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade".
VII) Intranscendência: a ação penal será promovida somente contra a pessoa a quem se imputa a prática da infração, não podendo englobar o responsável por eventual indenização, por exemplo, como acontece em ordenamentos jurídicos de outros países.
VIII) Suficiência da ação penal: mesmo que haja ação pendente na esfera cível, sobre o reconhecimento da existência da infração penal, pode o juiz criminal dar prosseguimento a ação, já que esta é suficiente para resolver questão prejudicial não ligada ao estado de pessoas (art. 93 do CPP).
O início da ação penal pública dá-se pelo oferecimento da denúncia no prazo de cinco dias para réu preso, e de quinze dias para réu solto, contados da data em que o Ministério Público receber os autos do inquérito policial (art. 46 do CPP). Ademais, deve a denúncia conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas (art. 41 do CPP).
3- Espécies de ação penal:
	A classificação mais comum das ações penais se faz com base na titularidade do seu exercício, No art. 100 cp estabelece a regra ação penal é publica, bem como a exceção a ação penal é privativa do ofendido quando a lei expressamente indicar. 
	Em suma, pode se dizer que as ações são: a) públicas, quando promovidas pelo Ministério Publico, subdivididas em: a.1) incondicionadas, quando propostas sem necessidade de representação ou requisição; a.2) condicionadas, quando dependentes da representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. 
	A ação penal será pública quando o titular do direito de ação for o próprio Estado que visa à tutela dos interesses sociais e a manutenção da ordem pública. Neste caso, cabe ao Ministério Público promover a ação independentemente da vontade de outrem (ação penal exclusivamente pública). De acordo com o art. 100, do Código Penal: "A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido". Porém, há hipóteses em que o Ministério Público depende da manifestação da vontade do ofendido ou de seu representante legal para exercer a sua atividade jurisdicional, então, a ação penal será pública condicionada, conforme disposição do art. 100, §1º do CP: "A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça".
Há ainda a ação penal privada que será promovida apenas pelo ofendido ou por seu representante legal, de acordo com a oportunidade e conveniência que entender cabíveis, já que a infração atinge imediata e profundamente o interesse da vítima, que pode optar em preservar a sua intimidade e não propor a ação. Entretanto, na ação penal pública incondicionada a infração atinge imediatamente a ordem social, cabendo exclusivamente ao Ministério Público promover a ação, ao passo que, quando a ação penal for condicionada dependerá o órgão jurisdicional da manifestação da vontade do ofendido que foi atingido imediatamente pela infração para a propositura da ação.
4- Ação penal popular: 
Não há essa possibilidade no processo penal brasileiro, desde que se entenda ação penal popular como o direito de qualquer pessoa do povo de promover ação penal visando à condenação do autor da infração penal (aliás, como ocorre na esfera cível com a ação popular). Para tanto, no Brasil, somente o Ministério Público e o ofendido estão legitimados a fazê-lo. Logicamente, caso se conceda a conotação de ação penal a qualquer pedido de tutela jurisdicional feito a juízo criminal, podemos incluir nesse cenário o habeas corpus, pois qualquer pessoa do povo está legitimada a ingressar com essa ação constitucional voltada à preservação da liberdade de locomoção. 
5- Ação penal pública incondicionada: 
Prevê o art. 129, inciso I, da Constituição Federal, que é função institucional do Ministério Público promover, privativamente, a ação penal pública na forma da lei. A única exceção a esta regra está prevista no art. 29 do CPP, que trata da possibilidade do ofendido ou seu representante legal proporem ação penal privada subsidiária, nos casos em que o Ministério Público não oferecer a denúncia dentro do prazo legal. Nesta hipótese, poderá o Ministério Público aditar a queixa oferecida pelo ofendido, assim como intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso, e até retomar a ação como parte principal quando houver negligência do querelante.
6- Inicio da ação penal:
O Inicio se dá pelo oferecimento da denúncia ou da queixa,independentemente do recebimento feito pelo juiz, conforme a própria redação do art. 24 do Código de Processo Penal, isto é, a ação será promovida (promover = originar, dar impulso, dar causa a, gerar) por denúncia. E o texto constitucional, editado após o Código de Processo Penal, não foge à regra, mencionando que é função institucional do Ministério Público promover (dar causa), privativamente, a ação penal pública (art. 129, I, CF). Por vezes, há confusão entre o início da ação penal e seu regular exercício. Ao receber a denúncia ou queixa, o juiz – que não é titular do direito de ação, motivo pelo qual não poderia iniciá-la – nada mais faz do que reconhecer a regularidade do exercício desse direito, podendo-se, então, buscar, através da dilação probatória, a decisão de mérito. 
Rejeitada a peça acusatória, há possibilidade de interposição de recurso em sentido estrito (art. 581I, CPP), provocando o tribunal a dizer o direito igualmente. Oferecida a denúncia, já não cabe retratação da representação da vítima (art. 25, CPP), tendo em vista ter sido iniciada a ação penal.
7- Condição da ação:
A ação penal pública inicia-se com o oferecimento da denúncia. A privada, por seu turno, com o oferecimento da queixa. Considera-se ajuizada a demanda quando o juiz recebe a peça inicial. Aperfeiçoa-se, a partir daí, a relação processual, uma vez que o réu é citado, passando a integrar necessariamente o processo. Ainda que o acusado não o faça pessoalmente, valendo-se do seu direito ao silêncio e deixando de comparecer para ser interrogado, bem como não indicando advogado para patrocinar sua defesa, o juiz nomeará defensor dativo, preservando-se, em qualquer hipótese, o contraditório e a ampla defesa.
O direito de ação só poderá ser exercido se preenchidas as condições para tal, que são:
I) Possibilidade jurídica do pedido: a pretensão do autor da ação deve versar sobre providência admitida pelo direito objetivo. Sendo assim, é indispensável para a propositura da ação que a causa de pedir constitua fato típico (previsto no ordenamento jurídico como crime).
II) Interesse de agir: a viabilidade da ação penal está também condicionada à sua necessidade - que refere-se ao processo, meio fundamental para obtenção da pretensão e imposição da pena (quando houver extinção da punibilidade, por exemplo, não há mais necessidade da ação); utilidade - é inerente à eficácia da prestação jurisdicional, que não estará presente no caso da prescrição retroativa, por exemplo (tal entendimento não é totalmente pacífico); e adequação entre o pedido e o processo penal condenatório.
III) Legitimação para agir: a ação penal só poderá ser iniciada se proposta pela parte que tenha o direito de punir. Assim, na ação penal exclusivamente pública, por exemplo, somente o Ministério Público pode ocupar o pólo ativo da demanda. Além disso, somente deve figurar no pólo passivo o provável autor da infração penal (suspeito). Sendo assim, na ação privada o ofendido possui legitimação extraordinária, posto que possui apenas o direito de acusar o suspeito, e não de puni-lo. 
Assim, recebida a denúncia ou queixa, deve o juiz analisar se presentes tais condições já que, na falta de algum destes requisitos, deverá declarar a inépcia da peça, rejeitando-a. A carência da ação pode ser declarada a qualquer momento do processo, podendo gerar, inclusive, a nulidade absoluta do mesmo (art. 564, do Código de Processo Penal).
Frisa-se que no processo penal há também condições específicas da ação, que são aquelas já mencionadas anteriormente: representação do ofendido ou requisição do Ministro da Justiça; entrada do agente em território nacional; autorização do Legislativo para a instauração de processo contra o Presidente e Governadores por crimes comuns; trânsito em julgado de sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento, no crime de induzimento a erro essencial ou ocultamento do impedimento.
Determinadas ações penais, como é o caso, ilustrando, das públicas condicionadas, dependem do preenchimento de certos requisitos que vão além dos genéricos. Neste caso, para que o Ministério Público possa oferecer denúncia, torna-se fundamental constatar a existência de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça, conforme o caso. Inexistente a representação, quando a lei assim demandar, falta condição específica para a ação penal, cabendo a rejeição da denúncia.
Na verdade, se refletirmos bem, as condições específicas da ação penal não passam de uma particular possibilidade jurídica do pedido. O Ministério Público somente encontra viabilidade para demandar do Poder Judiciário a apreciação do seu pedido condenatório, diante da imputação de um rime a alguém, quando a vítima oferece sua autorização. Sem esta manifestação de vontade, é juridicamente impossível que o pedido seja apreciado, logo, que a ação penal seja ajuizada.
As condições específicas da ação penal também são denominadas de condições de procedibilidade, aplicáveis a alguns crimes apenas. Exemplos: existência de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça (ação pública condicionada); ingresso do estrangeiro no território nacional, no caso de extraterritorialidade condicionada; efetivação da prisão, no caso do processo de extradição etc. Elas são, na essência, condições referentes à possibilidade jurídica do pedido. Assim, quando não está presente uma condição de procedibilidade, significa que inexiste possibilidade jurídica para ser ajuizada ação penal.
9. Representação do ofendido:
Demonstra o Código de Processo Penal que a representação pode ser ofertada perante autoridade policial, promotor ou magistrado não competente para investigar, oferecer ou receber a denúncia, o que se afigura razoável, pois a manifestação de vontade da vítima é somente uma condição de procedibilidade e não a petição inicial que inaugura um processo.
A representação não exige rigorismo formal, ou seja, um termo específico em que a vítima declare expressamente o desejo de representar contra o autor da infração penal. Basta que, nas declarações prestadas no inquérito, por exemplo, fique bem claro o seu objetivo de dar início à ação penal, legitimando o Ministério Público a agir.
Quanto à amplitude da representação, uma vez que o ofendido manifestou à autoridade policial, ao promotor ou ao juiz a sua vontade de ver processar o seu agressor, narrando determinados fatos, não pode o órgão acusatório, posteriormente, descobrindo outros fatos criminosos relacionados ao primeiro, também de ação pública condicionada, alargar o seu âmbito, legitimando-se a denunciar o agente por mais delitos do que constava na representação original. Seria contornar o caráter da ação penal, que é condicionado à representação, dando-lhe aspecto de ação pública incondicionada (Cf. ROGÉRIO LAURIA TUCCI, Teoria do direito processual penal, p. 132).
Quando o ofendido é menor de 18 anos, não possuindo capacidade postulatória, são outras as pessoas que, legalmente, podem manifestar a vontade em seu lugar: ascendente, tutor ou curador, conforme art. 24, caput, parte final, do CPP.
Em caso de morte ou ausência do ofendido, prevê o art. 24, § 1. o, do Código de Processo Penal, poder o membro de sua família (cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) assumir a posição de parte interessada, na ordem de preferência dada pela lei, para apurar o fato delituoso e sua autoria. O mesmo se diga com relação ao ofendido declarado ausente por decisão judicial, conforme dispositivos específicos do Código Civil. 
A representação confere ao promotor autorização para agir e não obrigatoriedade. Assim, caso inexistam provas suficientes para a propositura da ação penal, após esgotarem-se os meios investigatórios, pode o representante do Ministério Público requerer o arquivamento. Determinado este, não tem a vítima o direito de ingressar com ação privada subsidiária da pública, uma vez que o promotor cumpriu sua função a tempo.
10- Ação penal privada
O Estado legitima o ofendido a agir em seunome, ingressando com ação penal e pleiteando a condenação do agressor, em hipóteses excepcionais. Verificamos em todas elas que há o nítido predomínio do interesse particular sobre o coletivo. É certo que, havendo um crime, surge a pretensão punitiva estatal, mas não menos verdadeiro é que existem certas infrações penais cuja apuração pode causar mais prejuízo à vítima do que se nada for feito. O critério, portanto, para se saber se o Estado vai ou não exercer a sua força punitiva depende exclusivamente do maior interessado.
Em suma, andou bem o legislador ao permitir que, em determinados casos, o ofendido tenha a iniciativa exclusiva da ação penal. Mas tomou suas cautelas. O direito de ação não se tornou livre, sem controle, arbitrário. É regido por regras e freios, que veremos a seguir: decadência, renúncia, perdão e perempção.
A decadência envolve todo tipo de ação penal privada (exclusiva ou subsidiária), abrangendo também o direito de representação, que ocorre na ação penal pública condicionada. O prazo decadencial fixado como regra é de seis meses, embora existam outros especiais: a) seis meses, a partir do trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento – art. 236, parágrafo único, CP; b) 30 dias, a contar da homologação do laudo (art. 529, caput, CPP), é o prazo para a queixa no caso de crime contra a propriedade imaterial, embora incida também o prazo de seis meses, antes de principiar o de 30 dias.
O marco inicial da decadência é o dia em que a vítima souber quem é o autor do crime. O mesmo critério deve ser aplicado aos sucessores do ofendido, caso este morra ou seja considerado ausente. Havendo dúvida, resolve-se em favor do ajuizamento da ação. 
A renúncia ocorre sempre antes do ajuizamento da ação. Se a desistência vier depois, chama-se perdão. Por variadas razões pode assim agir o ofendido: porque julga inconveniente o processo, porque perdoou a atitude do ofensor ou ainda por qualquer outro motivo que lhe evidencia a inutilidade do processo contra o autor da infração penal.
Divide-se, fundamentalmente, em duas: a) exclusivamente privada, quando somente a vítima, seu representante legal ou as pessoas autorizadas em lei (art. 31, CPP) podem ingressar com a ação penal. Dentro dessa modalidade, há alguns casos em que a legitimidade ativa é privativa da pessoa ofendida, não admitindo que sucessores assumam o polo ativo. Cuida-se da denominada ação personalíssima, como ocorre com o induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento (art. 236, parágrafo único, CP); b) ação privada subsidiária da pública, quando o ofendido, porque o Ministério Público, sem agir como deveria, deixa escoar o prazo para o oferecimento da denúncia, age em seu lugar, apresentando queixa, conforme já exposto.
11-Reconhecimento da extinção da punibilidade
Dispõe o art. 61 do Código de Processo Penal que, em qualquer fase do processo, se o juiz reconhecer hipótese para a decretação da extinção da punibilidade do réu ou querelado deve fazê-lo de ofício. Quando, no entanto, tratar-se de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu (inclua-se também o querelado), o juiz manda autuá-lo em apartado, ouvindo a parte contrária. Caso seja necessário, pode determinar a produção de prova, proferindo então a decisão cabível. 
Naturalmente, pode ocorrer uma situação de perdão tácito, por exemplo. Nesse caso, a pedido do Ministério Público (que atua na ação penal privada como custos legis) ou do querelado, instaura-se o incidente para apurar se é verdadeiro o fato alegado. Comprovado, o magistrado julga extinta a punibilidade. Do contrário, prossegue na demanda principal. Vale ressaltar, entretanto, que os autos apartados nem mesmo são necessários, podendo-se produzir a prova nos autos do processo principal. Afinal, antes de continuar a instruir a demanda, surgindo questão que diga respeito à extinção da punibilidade deve esta ser decidida em primeiro plano.
 
Em caso de morte dispõe o no art. 62 do Código de Processo Penal, pois o juiz, somente à vista da certidão de óbito, ouvido o Ministério Público, deve declarar extinta a punibilidade.

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