Buscar

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS (CCSA)
DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
DISCENTES: DANIELLE DE SOUZA E ISA BARROS
Estudo dirigido 
Texto 5: MESTRINER, Maria Luiza. A intrincada relação histórica entre a assistência social e a filantropia no Brasil
1. Segundo a autora, quais os elementos que permitem a política de assistência social ser confundida, ainda hoje, com a filantropia?
A autora argumenta que essa relação (assistência social e filantropia) foi consagrada, historicamente, pelo Estado. Sobretudo, no período no Estado Novo que por meio da Igreja Católica, o Estado visava monitorar as tensões e os conflitos advindos da “questão social.” Com isso, ressalta-se a estratégia de delegação, na qual o Estado transferindo às organizações da sociedade civil as maiores responsabilidade na área social executava apenas ações emergenciais. Ao longo dos anos, a intervenção realizada pelo Estado apenas reforçou o caráter das ações tradicionais das entidades católicas e sociais. Logo, foram caracterizadas como forma de ajuda àqueles sem condições de auto provimento de suas vidas. Como consequência a esse modelo, a assistência social é identificada como filantropia, ou seja, é uma permanência em nossa sociedade essa ideologia de apadrinhamento mesmo na atualidade que se trata de uma prática social científica. 
2. A autora dispõe de vários argumentos para diferenciar a assistência e a assistência social da filantropia. Identifique-os. 
Segundo a autora, etimologicamente a filantropia significa amor pelo ser humano e/ou pela humanidade. Isto é, consiste na preocupação do favorecido com o outro que nada tem. A Igreja Católica atribui-lhe o sentido de caridade e benemerência. E, a assistência significa auxílio, socorro. Considera-se que a assistência se expressa onde haja uma necessidade que o interessado não possa resolver por si e não consiga pagar com dinheiro (famintos, sedentos, nus, desabrigados, doentes, tristes, inativos, etc.). Já a assistência social agrega o que Mestriner chama de uma “nova condição genérica”. Explicando melhor, direciona a várias situações, suscitando a transferência de algo ao interessado que não pode resolver por si por falta de conhecimento, de razão, de condição financeira, de condição física, etc. Ela vai além ao afirmar que “o social” institucionaliza uma prática, lhe confere uma racionalidade, constrói um conhecimento. Citando a autora: “compreende um conjunto de ações e atividades desenvolvidas na área pública e na privada, com o objetivo de suprir, sanar e prevenir [...] necessidades de indivíduos ou grupos quanto à sobrevivência, convivência e autonomia social.” 
3. Indique quais os passos que a política de assistência social precisou percorrer, e ainda precisa, segundo o texto, para ser encarada como política.
O primeiro destaque da autora nessa discussão refere-se à Constituição de 1988. Na qual, ficou estabelecido uma política de Seguridade Social, baseada na assistência social, saúde e previdência social. A institucionalização da assistência foi reiterada com a Lei Nº 8.742/93 Orgânica da Assistência (Loas) após um longo processo de negociação com as forças políticas daquela conjuntura. Entretanto, sua consolidação como política pública se deu apenas com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e da Norma Operacional Básica que regula o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) (NOB-Suas/2005). Contudo, a autora ressalta o embate com o estigma de filantropia tradicional que, após a constitucionalização da assistência, gerou-se uma “filantropia democratizadora” através das organizações sem fins lucrativos. No marco do neoconservadorismo liberal, a tônica é de uma “terceira via” através da responsabilidade da sociedade civil em uma lógica de refilantropização. Por fim, a autora destaca a importância de um novo sistema de relação público-privado. Isto é, a partir de uma normatização atualmente arquivada (PL 3021/2008) que classifica as “entidades filantrópicas” como exclusivamente de serviços de assessoramento detalhando suas funções e competências. Além disso, fica atribuído aos conselhos a inscrição e a fiscalização de tais entidades, sobretudo na redefinição de critérios e parâmetros de qualidade e a própria participação social.
4. Qual o propósito da autora ao referir-se à relação estatal com a política de assistência social, como uma reprodução do passado no presente?
5. Comente sobre o/os aspecto/os que mais lhe chamou/chamaram atenção no texto.

Continue navegando