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PORTO ALEGRE, 2020 
 
 
CARMELINA GAWLINSKI FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA DO PROJETO DE TCC 
 
ENFRENTANDO UM (DES)GOVERNO PARA GARANTIR O ACESSO AO DIREITO 
A INFORMAÇÃO, NÃO É FAVOR, É DIREITO! 
 
 
 
 
O Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à disciplina de Projeto de TCC – do 
Curso de Serviço Social – do Centro Universitário 
Leonardo da Vinci – UNIASSELVI, como 
exigência parcial para a obtenção do título de 
Bacharel em Serviço Social. 
 
Nome do Tutor – Maria Judite Ludwig 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Quadro 1 – Tripé da Seguridade Social .....................................................................11 
Quadro 2 – Evolução do Direito a Assistência Social.................................................12 
Quadro 3 – Tabela do processo de coleta de dados..................................................30 
 
LISTAS DE SIGLAS 
 
 
BPC – Benefício de Prestação Continuada 
CIB – Comissão Intergestores Bipartite 
 CIT – Comissão Intergestores Tripartite 
CMAS – Conselho Municipal de Assistência Social 
CNSS (Conselho Nacional de Serviço Social) 
CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social 
CRAS – Centro de Referência de Assistência Social 
CREAS – Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
FASC - Fundação de Assistência Social e Cidadania 
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano 
LOAS – Lei Orgânica da Assistência Social MDS – Ministério do Desenvolvimento Social 
NOB / SUAS - Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social NOB-
RH/SUAS – Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de 
Assistência Social 
OBSERVAPOA – Observatório de Porto Alegre 
PAEFI – Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos 
PAIF – Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família 
PMPA – Prefeitura Municipal de Porto Alegre 
PNAS – Política Nacional de Assistência Social 
PSB – Proteção Social Básica 
PSE – Proteção Social Especial 
SAGI – Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação 
SUAS – Sistema Único de Assistência Social 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................5 
2. Trajetória da consolidação da Politica da Assistência Social no Brasil............................7 
 
2.1 A contextualização do Serviço Social na história e o surgimento da Questão Social....12 
3. A Questão Social: o direito à informação como garantia de cidadania.............................13 
3.1 Questão social e suas expressões no território do campo de estágio............................15 
4. Contextualização do campo de estágio de serviço social: O CRAS Leste I.....................19 
4.1 A instrumentalidade do serviço social e a pratica interventiva do Assistente Social...... 21 
 
5 OBJETIVOS DA PESQUISA.............................................................................................27 
APRESENTAÇÃO DO OBJETIVO GERAL E DOS OBJETIVOS ESPECÍFICOS. 
 
5.1 Objeivo Geral 
5.2 objetivos específicos 
 
METODOLOGIA DE PESQUISA: 
 
6. Conceito de pesquisa em Serviço Social..........................................................................28 
A metodologia usada para aproximação de dados e possibilidades. 
REFERÊNCIA........................................................................................................................31 
APÊNDICES....................................... 
ANEXOS..................................... 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O presente estudo evidencia o projeto do trabalho de conclusão do curso que é uma 
atividade curricular obrigatória do Curso de Bacharelado em Serviço Social e está relacionado 
à pratica vivenciada pela acadêmica no estágio curricular obrigatório. Na realização do estágio 
obrigatório I, II e III foram elaborados instrumentos e documentos sobre a pratica profissional 
em campo. 
O projeto de intervenção planejado para ser executado no estágio III foi elaborado a 
partir da observação e levantamento realizado ao longo de todo o período de estágios e tem 
especial espaço, pois através dele é possível aproximar o profissional de seu objeto de 
intervenção, buscando responder, não de forma imediata, mas pensada e avaliada de forma 
ética. 
Tendo o município de Porto Alegre mais especificamente o Centro de Referência da 
Assistência Social Leste I que tem um território com grande vulnerabilidade social, trazendo 
inúmeras expressões da questão social sendo o campo de realização desta pesquisa que 
busca contribuir para algumas reflexões que a ida a campo provocou. A atualidade mesmo 
sendo descrita como a era da informação em tempo real ainda trazer a olhos nu as grandes 
diferenças sociais que o Brasil mantém. 
Com a pesquisa como forma de vir a problematizar a atuação do profissional 
Assistente Social enquanto instrumento de informação para seus usuários. Assegurando 
acesso e compreensão das leis e dos seus direitos e deveres enquanto cidadãos de direitos. 
Adentramos este campo tão rico e magnífico na sua concretude, a ponta, a porta de entrada 
da Assistência Social o Centro de Referência da Assistência Social. Tendo o CRAS como 
campo de estágio é fundamental conhecer o serviço que a instituição oferece, para além, é 
impossível uma dicotomia deste espaço com a história e evolução do Serviço Social. 
O CRAS por se constituir como o principal equipamento público desse sistema no 
âmbito da proteção social básica, descentralizando a gestão da política em consonância com 
a premissa de territorialização, e tendo a família como sua matricialidade, tanto no que se 
refere ao diagnóstico dos riscos e vulnerabilidades territoriais, quanto na gestão e execução 
dessa política, no espaço vivo das relações e processos sociais comunitários. Este 
equipamento deve, de fato, se constituir como espaços de referência para os sujeitos dessa 
política, não somente pela proximidade com o seu cotidiano, mas pelo seu compromisso de 
articulação das forças do território. Para tanto, realizou-se uma pesquisa do tipo qualitativa, 
complementada com dados quantitativos, caracterizada como uma observação e avaliação 
descritiva, baseada no método dialético-crítico. 
6 
 
A autora Martinelli nos ressalta que: as pesquisas qualitativas têm uma perspectiva 
muito valiosa, pois buscam sujeitos e suas histórias, sendo imprescindível o contato direto 
com o sujeito da pesquisa, suas percepções, sua singularidade e o reconhecimento da 
experiência social do sujeito através de seu modo de vida. Ressalta a autora a importância da 
narrativa oral como instrumento que permite conhecer a realidade do sujeito a partir dos 
significados por ele atribuídos. Trata, portanto, da fonte oral como meio para desvendar e 
conhecer as experiências sociais vivenciadas pelos sujeitos. (Martinelli 1999). 
Sendo assim, traremos uma trajetória histórica do Serviço Social no Brasil, 
contextualizando de forma breve como se deu a intervenção da igreja católica e como isso 
influenciou na construção da profissão do Serviço Social. 
 A inserção da questão social e de suas expressões na década de 30, na Revolução 
Industrial tornando-se vista pelo Estado e demandando respostas imediatas frente os 
movimentos e manifestações que começam a surgir. O surgimento de instituições do Serviço 
Social no Brasil. A partir deste momento é possível compreender como foi ficando cada vez 
mais arraigado a intenção política de manipulação da classe do proletariado. Tornar o 
trabalhador dependente e fazendo com que o mesmo se sinta responsável pela sua condição 
de vulnerabilidade. 
Culpabilizando o usuário o Estado garante o clientelismo através de um 
assistencialismo de apadrinhamento. Uma das grandes jogadas era usar a dádiva divina 
argumento de quem tem mais é por merecimento, aquele que se mantém pobre é visto como 
desocupado, semvontade de “crescer na vida” que não tem capacidade de buscar sair desta, 
portanto sem meritocracia para superar sua condição. Mantenedoras da condição de 
subalternidade que, historicamente, marcaram a relação de acesso a Assistência Social 
impregnada pelo conservadorismo em sua gênese. 
Assim mantém alienando e assegurando o sistema capitalista onde a minoria detém a 
maior parte das riquezas produzidas e a maioria é da classe trabalhadora que segue sendo 
obrigado a vender sua força de trabalho em troca de um salário ínfimo. 
Dando continuidade veremos as Instituições que se seguiram para trazer a Assistência 
Social ao patamar de direito. A criação do Conselho Nacional Serviço Social, a LBA criada e 
mantida pela Primeira Dama seguida por todas as outras senhoras esposas de governadores 
do país. O fim do regime militar e a conquista da Assistência Social elevada a Política social 
com a promulgação da carta magna de 1988. 
Posteriormente, com a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) 
em 2004 que apresenta as diretrizes para que a Assistência Social se afirme e se efetive como 
7 
 
direito de cidadania e responsabilidade do Estado e, posteriormente, em 2005, através do 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) da instituição da Norma Operacional Básica 
(NOB-SUAS), primeiro em 2005 e depois em 2012 , se avança na implementação e 
consolidação de um Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Brasil. 
Mais adiante, a atuação do profissional assistente social no espaço do CRAS como 
garantidor de acesso a direitos e propositor de planos e projetos para efetivar o mesmo. A 
intersetorialidade da atuação e o campo de atuação em rede com as políticas sociais. 
Trazendo na continuidade os objetivos, o público que irá ser alvo da intervenção, 
instrumentos de intervenção, bem como procedimentos operacionais que descrevem as 
ações pretendidas, metas a serem alcançadas e ferramentas que possibilitam a sua execução 
e a avaliação dos resultados. 
Cabe registrar que para tal estudo delimitou-se a análise de ações do CRAS inserido 
na Proteção Social Básica no âmbito da Política de Assistência Social realizadas no município 
de Porto Alegre no período entre outubro de 2018 a maio de 2020. 
Nesta esteira, temos o tema central da discussão: O direito à informação como fonte 
de garantia de direitos e respeito ao cidadão de direito que busca pelo mesmo no espaço do 
Centro de Referência da Assistência Social. 
Pretende-se traz um referencial com a concepção marxista. Nesse sentido, ancorado 
no método dialético-crítico, busca-se explicitar as conexões entre as práticas do Assistente 
social e os usuários da assistência. Fomentar assim, estratégias coletivas para superar a 
condição do usuário como mero destinatário de programas e serviços e que favoreçam a sua 
concepção como sujeitos políticos pela resistência e reivindicação de seus direitos sociais. 
 
 
2.A TRAJETÓRIA E CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL 
NO BRASIL. 
A prática da ajuda e de “assistência” aos menos favorecidos é antiga na humanidade. 
Em diferentes sociedades, a solidariedade dirigida aos pobres, aos doentes e aos incapazes 
sempre esteve presente e na sua grande maioria era prestada por pessoas devotas a Deus. 
Esta ajuda relacionava-se no entendimento de que na humanidade sempre existirão os mais 
frágeis, que serão eternos dependentes e precisam de ajuda e apoio. 
8 
 
Ao longo do tempo estas práticas se alteram e passam a ter caráter caridoso e 
benemerente, e assim a assistência que devia ser um direito fica fadada a benevolência de 
almas caridosas. 
No Brasil, até 1930, não havia uma compreensão da pobreza enquanto expressão da 
questão social e quando esta surgia para a sociedade, era tratada como “caso de polícia” e 
problematizada por intermédio de seus aparelhos repressivos. Dessa forma a pobreza era 
tratada como disfunção de cada indivíduo. Com o crescimento da população nas cidades fica 
cada vez mais eminente que o Estado venha a pensar projetos que venham a sanar o barulho 
que a classe trabalhadora começava a fazer. Assim começam a surgir um maior interesse, no 
sentido político de dar atenção a grande massa de trabalhadores que se encontram em 
situação de vulnerabilidades sociais de risco passam a exigir reconhecimento como classe, 
nisto Iamamoto contribui: que a questão social se inscreve no pensamento dominante como 
legítima, expressando o processo de “formação e desenvolvimento da classe operária e de 
seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por 
parte do empresariado e do Estado” (IAMAMOTO, 1995, p.77 ) 
O Estado busca ter um controle maior não só da economia com a instituição da Política 
salarial e sindical, mas também institui um controle social com o assistencialismo. Surge um 
Serviço Social que atua enquanto profissão junto às relações sociais, agindo com controle 
social auxiliando e corroborando com a doutrina da classe dominante mantendo a classe 
trabalhadora alienada. No período do Estado Novo que ocorreu de 1937 a 1945 nascem 
algumas instituições de assistência social no Brasil. Passando a ser considerada questão 
social buscando resposta as necessidades do processo de industrialização. Yasbek 
corrobora, 
Considerada legítima pelo Estado, a questão social circunscreve um 
terreno de disputa pelos bens socialmente construídos e está na base 
das primeiras políticas sociais no país. A partir do Estado Novo 
(Getúlio Vargas - 1937-1945) as políticas sociais se desenvolvem, de 
forma crescente como resposta às necessidades do processo de 
industrialização. (YASBEK, 2008: 89/90). 
 
A assistência até então era tratada como benesse, ou seja, ajuda aos pobres e 
necessitados, configurando-se mais como uma prática do que como uma política. 
Observa-se os primórdios da construção de um sistema de proteção social no Brasil, 
que tem início em 1923 com a Lei Eloi Chaves, uma legislação precursora de um sistema 
protetivo na esfera pública, com as Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs). 
9 
 
 A primeira grande regulação da assistência social no país foi a instalação do Conselho 
Nacional de Serviço Social – CNSS - criado em 1938. Conselho este criado para organizar e 
centralizar as ações assistenciais públicas e privadas sendo usadas de forma clientelistas, foi 
usado também para manipulação de verbas. Segundo Mestriner: O Conselho era formado por 
figuras ilustres da sociedade cultural e filantrópica e substituindo o governante na decisão 
quanto a quais organizações auxiliar. (MESTRINER 2001, p.57-58). 
Legião Brasileira de Assistência- LBA: Criada em 1942 para dar suporte às mulheres, 
crianças e incapazes que tiveram seus chefes de família convocados para a guerra e ficaram 
sem ter como prover suas necessidades. O comando da LBA sempre esteve entregue as 
Primeiras Damas, caracterizando o aspecto filantrópico, de ações clientelistas, conforme o 
interesse do governo. 
Retomando, o Serviço Social surge na história num caráter assistencialista em forma 
de ajuda e benevolência através da igreja. Ao longo da evolução e das mudanças da 
sociedade o surgimento de um novo sistema da economia mundial cresce também a questão 
da pauperização de grande parte da população que antes tinha sua subsistência no cultivo do 
campo, com o êxodo rural, momento este que garante nas cidades mão de obra barata e em 
grande número e o início da Industrialização as cidades passam a ficar superpopulosas e 
surge a questão social, visto que a pauperização se acentua para a maioria. 
O Estado tem nas Políticas Sociais uma das formas de controle social, para que se 
assegure a manutenção do sistema capitalista e que os trabalhadores sigam executando o 
que se espera deles. Segundo Pereira: As políticas sociais “se constituem como uma espécie 
de política pública que visa concretizar o direito à seguridade social, por meio deum conjunto 
de medidas, instituições, profissões, benefícios, serviços e recursos programáticos e 
financeiros”. (PEREIRA, 2011, p. 16). 
E é neste sentido que surge o serviço social no âmago da igreja católica na intenção 
de controlar as massas trabalhadoras. O Estado mantém os interesses da classe dominante, 
mas também se vê obrigado a dar respostas a classe trabalhadora atendendo às suas 
reivindicações como moradia digna, alimentação, saúde e passam a buscar reconhecimento 
de direito à cidadania. Iamamoto traz que: 
Como profissão inscrita na divisão do trabalho, o Serviço 
Social surge como parte de um movimento social mais amplo, 
de bases confessionais, articulado à necessidade de 
formação doutrinária e social do laicato, para uma presença 
mais ativa da Igreja Católica no ‘mundo temporal’, nos inícios 
da década de 30. Na tentativa de recuperar áreas de 
influências e privilégios perdidos, em face da crescente 
secularização da sociedade e das tensões presentes nas 
10 
 
relações entre Igreja e Estado, a Igreja procura superar a 
postura contemplativa (IAMAMOTO, 2011, p. 18). 
A Igreja Católica buscava uma reconstrução da sociedade através da sua doutrina. O 
sujeito era visto como responsável por sua situação de pobreza e vulnerabilidade. E os 
cidadãos de bem, abastados deviam por plano de salvação doar e serem caridosos. Nesta 
época tem destaque as encíclicas “Rerum Novarum de 1891 e a “Quadragésima Anno” de 
1931. Yasbek contribui para entendimento deste período: 
No que se refere à Doutrina Social da Igreja merecem 
destaque nesse contexto as encíclicas ‘Rerum Novarum’ do 
Papa Leão XIII de 1891, que vai iniciar o magistério social da 
Igreja no contexto de busca de restauração de seu papel 
social na sociedade moderna e a ‘Quadragésimo Anno’ de Pio 
XI de 1931 que, comemorando 40 anos da ‘Rerum Novarum’ 
vai tratar da questão social, apelando para a renovação moral 
da sociedade e a adesão à Ação Social da Igreja. (YAZBEK, 
2010, p. 4). 
 
Com a igreja buscando se manter num estado de poder cria grandes movimentos e 
contempla grande multidão numa demonstração clara de força para o Estado. A partir de 1930 
com a Revolução Industrial inicia uma intervenção social junto a sociedade, nunca antes vista. 
A finalidade destes movimentos da igreja católica é manter a hierarquia no poder. 
Surgi assim, entidades de caridade para dar conta da questão social com nova 
configuração, organizada e contando com a classe burguesa e passam a ter o apoio do 
Estado, afim de continuar o sistema capitalista monopolista. 
Foi a partir da Constituição Federal de 1988, que houve um reconhecimento dos 
direitos humanos sociais como um avanço significativo. Pela primeira vez é considerado um 
cidadão sujeito e possuidor de direitos, dentre os quais estava o direito à Seguridade Social. 
Neste processo surge o movimento para o uma discussão mais ampla sobre o conceito 
de políticas sociais e recorrente desta discussão inicia-se a organização das definições da 
proteção social brasileira, ficando conhecida como o tripé da seguridade social composto por 
Saúde, Previdência Social e Assistência Social. Cada uma com suas atribuições e definições 
para o enfrentamento das expressões da questão social buscando garantir o acesso a tais 
direitos nas suas respectivas alçadas. 
 
 
 
11 
 
2.1 QUADRO 01. TRIPE DA SEGURIDADE SOCIAL. 
 
FONTE: Direito do Serviço Social 
A partir deste momento a Assistência Social foi elevada ao patamar de Política Pública 
dever do Estado e direito do cidadão que dela necessitar. Deixando assim o estigma de 
benemerência e assistencialismo tão arraigado os usuários em situação de vulnerabilidade 
social na sociedade brasileira para seu direito. 
Na Constituição Federal, os artigos 203 e 204 idealizam a Assistência Social enquanto 
política, sendo a mesma de responsabilidade do Estado e direito de todo cidadão. Como 
ratifica o artigo primeiro da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), n° 8.742 de 7 de 
dezembro de 1993, que dispõe sobre a organização da assistência social no Brasil; 
A Assistência Social, direito do cidadão e dever do Estado, é 
política de Seguridade Social não contributiva, que provê os 
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado 
de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o 
atendimento as necessidades básicas. (BRASIL, Lei n° 8.742, 
1993). 
A Lei Orgânica da Assistência Social atribui um caráter de maturidade legal aos 
serviços socioassitenciais, tendo como instância de coordenação o Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Tal lei instituiu o Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS) enquanto instância máxima de deliberação. Suas competências 
principais consistem em aprovar a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), normatizar 
e regular a prestação de serviços sejam eles de caráter público ou privado no campo da 
política em questão. Acompanhar e fiscalizar as entidades e organizações de assistência 
12 
 
social, zelar pela efetivação do sistema participativo e descentralizado; acompanhar e avaliar 
a gestão dos recursos, divulgar no Diário Oficial da União todas as decisões, bem como do 
Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), dentre outras. (BRASIL, CNAS, 2010). 
2.2-QUADRO 02. Evolução do direito a Assistência Social. 
 
 
 
Fonte: a autora. 
1937
1940
•Conselho Nacional de Serviço Social-CNSS
•Na década de 40 a criação da Legião Brasileira de Assistência- LBA
1977
1988
•Criado o Ministerio da Previdencia e Assistência Social, com base na 
centralidade e exclusividade da ação Federal.
•A Constituição Federal reconhece que a Assistência Social é dever do Estado.
1989
1990
•Criado o Ministério do Bem Estar Social.
•O Congresso Nacional veta a primeura redação da Lei Orgânica da 
Assistência Social - LOAS
1993
1997
•Em 1993 é aprovada a Lei Organica da Assistência Social.
•É editada a Norma Operacional Básica- NOB, conceituando o sistema 
descentralizado e participativo.
1998
2004
•Em nova edição da NOB esta diferencia serviços,programas e projetos. 
Amplia as atribuiçoes dos Conselhos de Assistência Social.
•Criado o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome-MDS. É 
editada a Política Nacional da Assistência Social - PNAS 
2005
2006
•Em 2005 o CNAS aprova a Norma Operacional Básica - NOB-SUAS
•Em 2006 o CNAS aprova a Norma Operacional Básica de Recurso 
Humanos do Sistema Único de Assistência Social - NOB-RH-SUAS.
13 
 
É possível ter uma boa ideia de como a evolução do Sistema Único de Assistência 
Social vem a passos miúdos acontecendo no Brasil. Obtendo alguns avanços e lutando para 
que se mantenha e assegure o que foi conquistado até aqui. É sabido que a sociedade muda 
muito rápido, e para acompanhar tais mudanças é preciso constantemente avaliar e refletir o 
fazer profissional e as demandas que surge com diferentes roupagens. Assegura o Sistema 
Único de Assistência Social é, não só, dever dos profissionais Assistentes Sociais, mas de 
toda sociedade. 
 
 
3. A Questão Social: As expressões da questão social no espaço de atuação 
profissional. 
O profissional assistente social tem a intersetorialidade aliada à sua prática visto que 
é através das relações que se executam e encaminham muitas vezes os usuários aos espaços 
de destino. No entanto muitas vezes este usuário já buscou resposta a suas demandas em 
diversos espaços e ficam indo e vindo a diversos serviços até obter o auxílio que precisa, a 
informação correta de onde e de quem acessar é a forma mais justa e ética de realizar o 
trabalho social. 
A articulação intersetorial envolve as mais diversas políticas sociais, esta articulação 
visa à garantia, o acesso e o tensionamento destas políticas para que se superem as 
vulnerabilidades sociais. A qualidade de vida demanda uma visão integrada dos problemas 
sociais. (MDS, 2009). 
Buscar qualificar as informações antes de disponibilizarao usuário faz enorme 
diferença, pois encurta o caminho que muitas vezes é duro e burocrático. Quando efetuamos 
a qualificação pensamos no usuário. As políticas sociais estão sucateadas e os recursos são 
cada vez menores deixando os profissionais inúmeras vezes sem ter o que oferecer aos 
usuários em situação de vulnerabilidade social. Segundo Gentilli (2005, p. 128) o direito à 
informação “é um direito que fomenta o exercício da cidadania e permite ao cidadão o acesso 
e a crítica aos instrumentos necessários ao exercício pleno do conjunto dos direitos da 
cidadania”. 
Para além, é necessário que se tenha uma escuta qualificada, saber ouvir, 
compreender o que o sujeito está buscando, como aquela situação impacta sua realidade e 
seu entendimento. Ter no instrumental teórico operativo do Assistente social um aporte de 
boa conduta, usar de toda a capacidade de avaliação técnica. 
14 
 
A observação das demandas no espaço de acolhida coletiva traz uma boa noção da 
realidade concreta em que o Centro de Referência da Assistência Social está inserido. É 
possível trazer boas reflexões e fomentar o pensamento coletivo. Foi neste espaço de 
coletividade que foi identificada a demanda da busca constante por informações de acesso a 
direitos sociais no território. 
A acolhida coletiva tem bom número de participantes, semanalmente atendesse 
diversas demandas espontâneas que são constantemente avaliadas pela equipe técnica que 
atua neste espaço. É através desta reflexão que se pode questionar a forma de devolutiva 
aos usuários e trabalhadores do território. Visto que a equipe técnica é fragmentada por micro 
territórios de atuação, num mesmo contexto de vulnerabilidades e riscos sociais. 
A boa comunicação entre as equipes do território faz grande diferença, pois articular 
ações e atividades comunitárias dá grande visibilidade para os serviços da Assistência Social 
na comunidade. Ao longo desta pesquisa as reuniões e discussões técnicas foram 
fundamentais para a apropriação da teoria aliada a pratica, pois uma não anda descolada da 
outra, e este entendimento só é alcançado através de discussão e reflexão dado as 
expressões da questão social que é objeto de intervenção profissional. 
Apesar de todo o desmonte que se vive, a crescente do desemprego, inclusive dos 
trabalhadores da Política da Assistência Social, que passam a enfrentar uma pandemia e 
tambem ter que lidar com a rotatividade dos trabalhadores dos espaços de atuação, fazem 
resistência e garante aos usuários da assistência acesso a seus direitos. 
Na situação atual o governo omite informações sobre os reais dados sobre o 
coronavírus que assola o mundo, matando milhares de pessoas. Porém o Estado ignora 
orientações da Organização Mundial de Saúde e incita na população uma luta por garantir 
empregos por trabalhadores empobrecidos e alienados da forma mais torpe e cruel através 
da fome. 
Os recursos financeiros antes tidos como inexistentes hoje surgem obrigatoriamente 
para dar resposta a questão de saúde pública e não exclusivamente desta Política, mas de 
todas as demais políticas públicas sociais que se fazem indispensáveis para a população em 
situação de vulnerabilidade sociais que frente ao desconhecido ficam cada vez mais 
empobrecidos. 
Criar estratégias para que o usuário da Política compreenda a gravidade da situação, 
assegura vinculo com o serviço, fomentar e propor enfrentamento da situação em que todos 
vivem uma fragilização da sua saúde física e mental e buscar dar suporte para que se exiga 
15 
 
dos governos que se preserve o que já tem, e buscar alcance para aqueles que antes não 
eram público da Assistência e hoje se tornam por fatores que foge da alçada de muitos. 
3.1 A Questão Social: o direito à informação como garantia de cidadania 
 
A questão social tem sua origem na Revolução Industrial, quando o trabalho 
anteriormente artesanal foi perdendo seu espaço e sendo substituído pela máquina, pela 
produção capitalista, culminando assim no surgimento do proletariado e da burguesia. A partir 
daí ela se fundamentou e resultou dos conflitos entre o capital e o trabalho. Segundo Pastorini, 
[...] é no século XIX, no contexto da Revolução Industrial, do 
desdobramento da grande indústria e da organização da 
classe trabalhadora (em sindicatos e partidos políticos) que 
lutava por melhores condições de vida e trabalho, que é 
colocada a ‘questão social’ propriamente dita, vinculada à 
emergência do pauperismo e do perigo que ele significava para 
a ordem burguesa. (PASTORINI, 2010, p.114). 
O surgimento do Serviço Social está diretamente vinculado ao enfrentamento da 
questão social que deriva das contradições sociais da relação entre capital e trabalho. E sendo 
a questão social matéria prima do Serviço Social todas as suas expressões são de interesse 
da atuação do profissional assistente social. Para Iamamoto, 
A Questão Social é apreendida como um conjunto das 
expressões das desigualdades da sociedade capitalista 
madura, que tem uma raiz comum: a produção social é cada 
vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, 
enquanto a apropriação dos seus frutos mantém-se privada, 
monopolizada por uma parte da sociedade. (IAMAMOTO. 
1998, p.27). 
 
 
Segundo a mesma autora, as práticas de concentração de capital, renda e poder, 
foram responsáveis pelo agravamento da questão social no país, além das precárias 
condições de vida da maioria da população brasileira, a questão social teve grande expressão 
no desemprego e no subemprego. E o afastamento do Estado frente essas questões se 
eximindo de suas responsabilidades sociais contribuiu ainda mais para seu agravamento. 
(IAMAMOTO 2011). 
Para a grande maioria dos autores, é uma unanimidade que a expressão das 
desigualdades sociais se dá em decorrência da apropriação do capital por parte de uma 
minoria da sociedade. A exploração do trabalho pelo capital está no cerne das discussões. 
 [...] entender a ‘questão social’ é de um lado, considerar a 
exploração do trabalho pelo capital e de outro, as lutas sociais 
protagonizadas pelos trabalhadores organizados em face 
desta premissa central à produção e reprodução do 
16 
 
capitalismo. Conjugadas, essas premissas derivam em 
expressões diversificadas da ‘questão social’ em face das 
quais cabe sempre um processo de investigação a fim 
caracterizá-la enquanto ‘unidade na diversidade’; ou seja, 
devemos nos esforçar, como categoria, para apontar as 
características e ‘formas de ser’ de cada expressão da 
‘questão social’ enquanto fenômeno singular e, ao mesmo 
tempo, universal, cujo fundamento comum é dado pela 
centralidade do trabalho na constituição da vida social 
(SANTOS, 2012, p.133). 
Ao longo dos anos a sociedade foi se transformando e junto com estas transformações 
surgem novas nuances da Questão Social. 
Sobre tais mudanças, Pastorini, destaca que são muito importantes, porém, que são 
novas formas de sua expressão e que mantém traços de sua origem. O que há são diferentes 
versões da questão social para cada estágio capitalista, diferentes reações da sociedade 
frente à ela, buscando estabilidade e manutenção da ordem, além da preocupação com a 
reprodução das desigualdades e contradições capitalistas e o do reconhecimento social como 
partes fundamentais das diferentes versões da questão social. (PASTORINI 2010). 
Assim a Questão Social pode ser definida como um conjunto de expressões das 
desigualdades sociais e está diretamente ligada ao sistema capitalista de produção e 
reprodução social. 
O Serviço Social está sempre em busca de intervir na Questão Social onde está 
inserido enquanto profissional capacitado para enfrentar as expressões da Questão Social e 
buscar entender melhor como os sujeitos podem ter seus direitos mantidos junto ao um Estado 
mínimo e que trabalha apenas para garantir interesses políticos e quase nenhum interesse 
social. 
Estar inserido num campo de atuaçãoprofissional do assistente social como um 
Centro de Referência Da Assistência Social possibilita que a leitura da realidade junto às 
expressões da questão social seja rica e a capacidade de intervenção do profissional seja a 
mais adequada possível. Levando em conta a territorialidade onde está inserido e os sujeitos 
que ali circulam. Garantir direitos, contribuir com sujeito para a sua emancipação são 
condições que precisam estar alinhadas ao conjunto de normas e Leis que permitem que isso 
possa vir acontecer. 
Sendo assim é fundamental contar com um governo ético e preocupado em assegurar 
o básico para sua população de forma que todos possam viver de forma digna e humana. 
 A Constituição Federal (1988) traz a assistência social ao patamar dos direitos sociais. 
Depois de um longo período de regime militar em que toda sociedade brasileira se viu tolhida 
por todos os meios e sem direito algum, surge assim movimentos e manifestações que 
17 
 
visam buscar por um país democrático e com o povo participando das decisões que envolve 
toda a sociedade, assim a Constituição Federal de 88 traz em seu art. 6º, os direitos sociais 
do brasileiro, que são:” a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a 
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos 
desamparados”(Constituição Federal, 1988). A partir de então em tese se vislumbra igualdade 
e uma sociedade democrática e mais justa. 
É importante ressaltar que as reivindicações da sociedade brasileira por seus direitos, 
que culminaram na Carta Magna de 88, aconteceram através de um referencial neoliberal na 
busca para o enfrentamento da crise mundial do capital iniciada na década de 70. O que se 
se pode entender é que há um retrocesso desde o início no campo das políticas sociais 
públicas, que tratam as expressões da questão social mais de forma moralizante do que como 
direito. Movimentos sociais, manifestações e muita luta fizeram com que a sociedade que 
vinha sofrendo golpes e vendo um país cada vez mais ditatorial e omisso se transformar numa 
possível democracia. 
 Somente cinco anos depois da Constituição Federal de 1988 foi aprovada a Lei 
Orgânica de Assistência Social (LOAS) e somente em 2005 foi aprovada a Norma Operacional 
Básica do Sistema Único de Assistência Social - NOB-SUAS, que conforme o próprio nome, 
objetiva normatizar a implantação do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. 
Atendendo a LOAS, o Sistema Único de Assistência Social - SUAS é o sistema 
descentralizado e participativo de gestão da política de assistência social, que regula e 
organiza as ações socioassistenciais em todo o território nacional. Pactuada pela Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT), a nova NOB SUAS aprovada em dezembro de 2012, pelo 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), representa avanços dos últimos anos na 
política de Assistência Social, com a tentativa da adoção de um modelo de desenvolvimento 
econômico e de desenvolvimento social. Está organizado em Proteção Social Básica e 
Proteção Social Especial. 
 A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), aprovada em 2004, apresenta as 
diretrizes para efetivação da assistência social como direito de cidadania e responsabilidade 
do Estado. 
 Já a Norma Operacional Básica, aprovada em 2005 pelo Conselho Nacional de 
Assistência Social (CNAS) apresenta os eixos estruturantes necessários para a 
implementação e consolidação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Brasil. 
 A Política Pública de Assistência Social realiza-se de forma integrada às políticas 
setoriais, considerando as desigualdades socioterritoriais, visando seu enfrentamento, à 
18 
 
garantia dos mínimos sociais, ao provimento de condições para atender contingências sociais 
e à universalização dos direitos sociais. (Política Nacional de Assistência Social - NOB/SUAS, 
2012). 
O SUAS, além de consolidar a primazia da responsabilidade estatal na condução da 
política através de um pacto federativo – mas com efetivo controle social – dá seguimento as 
diretrizes da LOAS e inova com a organização de um sistema de proteções por 
complexidades, introduz um sistema que não finda em si mesmo, pelo contrário, é avesso às 
ações pontuais, fragmentadas e focalizadas e aponta para a capilaridade da política de 
assistência social na afirmação dos direitos sociais. 
De muitas complexidades e fragilidades é um sistema que ainda denota muito 
empenho por parte de gestores, trabalhadores e governos dispostos a manter e melhorar a 
oferta da garantia de direitos. 
Na contemporaneidade vive-se um momento de retrocessos, desmontes e 
derretimento do Sistema Único da Assistência Social, o que vinha acontecendo alguns anos 
hoje entra em colapso, pois era sabido que a Assistência Social é voltada para quem dela 
necessitar. No entanto temos o que se pode chamar de nova crise do capitalismo e do 
trabalho. Temos o absurdo número de 70 milhões de brasileiros que estão desempregados e 
sem uma perspectiva econômica que melhore isso a médio e longo prazo. ( MTE – Ministério 
do Trabalho e Economia). 
O espaço que és porta de entrada para a Política da Assistência Social tem recebido 
uma demanda por serviços essenciais jamais visto. A tendência é que este cenário se agrave 
mais ainda na pós pandemia. 
É urgente que os profissionais que atuam nestes espaços façam uma reflexão critica 
do momento e buscar não permitir que os retrocessos e volta ao conservadorismo se faça 
mais forte. Pendemos para uma época sombria, onde o clientelismo, veja bem que ainda se 
faz presente, não volte a ser a única saída para a população em situação de vulnerabilidade 
e risco social. 
É acima de tudo tempo de se fazer resistência e juntos com trabalhadores, gestores, 
sociedade civil, movimentos sociais buscar barrar a necropolitica que atinge a todos, em sua 
pior face. A pobreza se agrava e as políticas sociais se desmontam através de políticos 
executando suas funções de forma fragmentada e separatista, deixando a maioria a mercê 
da própria sorte. 
Vivemos uma pandemia sem um ministério da Saúde, sem direito a informação, pois 
o governo Federal proibia a divulgação de dados referentes ao número de pessoas atingidas 
pelo vírus que tem assolado o mundo todo. A era da informação também é a da propagação 
de noticias falsa. 
19 
 
A problematização que se busca com esta pesquisa é trazer à baila um pouco de como 
a falta de saber, a falta de conhecer e entender seus direitos compromete, inclusive a 
compreensão dos deveres. 
 
4.1 A IMPORTÂNCIA DO CAMPO DE ESTÁGIO DO SERVIÇO SOCIAL. 
Contextualizando o campo de Estágio, temos o Centro de Referência da Assistência 
Social - CRAS Leste I que está inserido num território com grande índice de tráfico de drogas, 
bem como de violência consequentemente em virtude de disputas por micro territórios, grande 
densidade demográfica, precários ou nenhum acesso a saneamento básico e esgoto, 
desemprego, baixa escolarização, violência contra mulher, famílias em conflito, crianças e 
adolescentes expostos ao tráfico de drogas, alto índice de adolescentes gestantes, violência 
sexual contra crianças e adolescentes. O CRAS enquanto serviço vinculado ao Sistema Único 
da Assistência Social-SUAS se faz fundamental por estas e outras demandas que surgem por 
conta das vulnerabilidades sociais desta região. 
A população usuária acessa com frequência em busca de orientações para as mais 
variadas demandas, tem a acolhida coletiva como um espaço constituído para primeiro 
contato com a equipe técnica. 
Ao longo da análise do Centro De Referencia da Assistência Social Leste I em Porto 
Alegre foi possível passar a compreender e identificar as demandas trazidas com as 
expressões da questão social. A sua grande maioria não conhece seus direitos, vindo em 
busca de orientações que facilitem o acesso aos seus direitos mais básicostais como, 
documentação civil, acesso a atendimentos médicos, como acessar a educação em todos os 
seus níveis, mediação de conflitos familiares, pessoas em situação de rua, dependência 
química, idosos em situação de isolamento social e abandono entre outros. 
Outras demandas que surgem também no espaço de acolhida a muito não são pauta 
para os governantes de todas as esferas de governo, habitação garantir e planejar acesso a 
moradia em áreas de grandes vulnerabilidades são sempre colocadas em segundo plano nas 
pautas de governo. Tratar as demandas de forma imediatista e na sua grande maioria 
paulatinamente não resolvem o problema pelo contrário fortalecem um sistema conservador 
e clientelista para os usuários das Políticas sociais. 
Hoje vivemos a crescente do desemprego e com isso o agravamento de inúmeras 
ouras expressões da questão social. Assim temos a ausência de um Estado preocupado em 
dar respostas a todas as novas expressões da questão social. Para isso, devemos nos 
remeter, necessariamente ao processo de desenvolvimento capitalista tardio e dependente 
20 
 
na América Latina e aprofundar a análise do contexto da modernização excludente que, como 
diz Lechner (1990), é o marco econômico e cultural de nossa época (2004, p.90). 
Em síntese, tudo indica que, no caso brasileiro, as políticas 
sociais que historicamente tem-se caracterizado pela 
subordinação à matriz conservadora, oligárquica e 
patrimonialista que emoldura a história econômica e social do 
país tenderão neste quadro de regressão de direitos a 
acentuar seu perfil assistencialista e clientelista, no perverso 
processo de transformar em favor o que é direito (YAZBEK, 
2001, p.38). 
 
 O Assistente Social atua no âmbito das relações sociais, tem nos indivíduos, na 
comunidade e movimentos sociais seu campo de atuação e busca contribuir para a mudança 
na condição de vida, no fortalecimento da cidadania e sua autonomia como sujeito de direitos. 
( CFESS, 2010). Ter uma atuação ancorada nos princípios de defesa de direitos humanos e 
na justiça social torna-se elementos fundamentais para o trabalho social. 
Demanda frequente é a institucionalização de idosos, alguns sem nenhuma rede de 
apoio, outros com graves problemas de saúde físicas e mentais e com familiares também 
idosos realizando os cuidados. Infelizmente o que temos como alternativa de serviço são as 
instituições de longa permanência para idosos- ILPI e que no munícipio de Porto Alegre até 
janeiro de 2020 contava com fila de espera de mais de 120 pessoas aguardando para acessar. 
A garantia de acesso à documentação civil para os usuários deste território também é 
recorrente no espaço de acolhida coletiva onde a equipe técnica assegura e informa que não 
se trata de um atestado de pobreza, que muitos ainda acreditam ser, mas sim um direito 
assegurado em lei. Buscando emancipar seus usuários destacamos a Lei Estadual n°11.632, 
de 15/05/2001 que garante a isenção de taxa para usuários que estão incapazes de efetivar 
o pagamento da guia de recolhimento referente a seus documentos de identificação e que isto 
não é uma ajuda, e sim um direito do cidadão. 
A vinda até o espaço do CRAS para suprir demanda de passagens para os mais 
variados fins tem sido rotineiro; trabalhando o direito de ir e vir refletimos em grupo sobre a 
importância de tal informação, pois muitos usuários desconhece que seu direito de se deslocar 
para uma consulta medica, ou para buscar emprego é um direito de todo cidadão e o Estado 
deve garantir. Quando o serviço tem este benefício eventual ele é ofertado prioritariamente 
para aqueles que necessitem acessar a política da saúde, sem deixar de atender os demais. 
A circulação de usuários no CRAS Leste I é bem alta, normalmente se realiza vários 
atendimentos por dia, não somente em acolhidas coletivas. Contamos também com a 
realização de Cadastro Único que comtempla todo território leste e trazendo para este serviço 
grande número de usuários. 
21 
 
 
 
4.2 A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL ALIADA A PRATICA 
INTERVENTIVA. 
O Projeto de Intervenção que foi planejado para execução no estágio curricular 
obrigatório III para ser materializado através da sala de espera com a criação de instrumentos 
de informação, que no caso serão murais que dispostos nas paredes da recepção 
contemplaria um grande número de usuário que circulam no serviço. Tem como objetivo 
principal assegurar o direito de autonomia do cidadão. 
Para além, tem como objetivo transformar este usuário num agente de comunicação 
para fora do espaço do CRAS buscando refletir com o mesmo sobre a importância de 
conhecer e passar adiante informação referente a direitos e deveres de todo cidadão. 
A equipe PAIF que conta com duas assistentes sociais e duas psicólogas uma 
estagiaria de Serviço Social compõem a equipe do micro território, pois sendo este com mais 
de 100 mil habitantes, foram criados e divididos os territórios em Serviço de Atendimento 
Familiar - SAFs que hoje são três.( Observatório de Porto Alegre – ObservaPoA) 
O CRAS oferece serviços, programas, projetos e benefícios no âmbito das seguranças 
afiançadas pelo Sistema Único de Assistência Social-SUAS: de acolhida, de autonomia, renda 
e de convivência familiar e comunitária. O principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço 
de Proteção e Atendimento Integral à Família – PAIF, cuja execução é exclusiva do mesmo. 
Este serviço possui caráter continuado e trabalha o fortalecimento da função protetiva das 
famílias que atende, prevenindo a ruptura dos vínculos, auxiliando para o acesso e usufruto 
dos direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, bem como o protagonismo 
social. (MDS, 2009). 
O principal objetivo do profissional assistente social é responder às demandas dos 
usuários dos serviços, garantindo o acesso aos direitos assegurados na Constituição Federal 
de 1988. Para isso, o assistente social utiliza vários instrumentos de trabalho. 
Valer-se de observação, entrevista individual ou coletiva, busca ativa, visita domiciliar, 
reuniões de discussão de casos, relatório social, concessão de benefícios assistências 
pontuais, acolhida coletiva e individual, ações territoriais, diário de campo e a supervisão 
acadêmica fizeram deste percurso de grande aprendizagem e evolução profissional. Todos 
estes instrumentos fazem do agir profissional capaz de objetivar suas intencionalidades e dar 
materialidade as suas ações. 
22 
 
Assim, segundo o MPAS “[...] a metodologia do Serviço Social, ou seja, o seu fazer 
profissional exige uma coerência com a concepção teórica adotada, uma vez que a teoria não 
só se nutre da prática e da leitura de realidade como também indica os caminhos a serem 
percorridos”. (MPAS, 2020,). É importante ter clareza no referencial teórico apreendido até 
aqui. Guerra contribui: A instrumentalidade, como uma propriedade sócia histórica da 
profissão, por possibilitar o atendimento das demandas e o alcance de objetivos (profissionais 
e sociais) constitui-se numa condição concreta de reconhecimento social da profissão 
(GUERRA, 2000). 
 Portanto os instrumentos contribuem para que o profissional chegue a um 
meio/finalidade de sua pratica-reflexão. Usando os instrumentos que podem ser utilizados 
para apreensão da realidade e os instrumentos para intervir na realidade. Trazemos a seguir 
uma compreensão da que foi discutido, como chegamos a o entendimento no campo de 
estagio através da metodologia teórico operativo. 
A observação realizada com a intencionalidade de conhecer a realidade daquele/ 
aquilo que será objeto do trabalho dá todo sentido para depois de tomado o entendimento do 
que passa com o sujeito receba o melhor encaminhamento e orientação frente à demanda 
que enfrenta, é uma avaliação técnica. Segundo SOUZA: 
A observação consiste na ação de perceber, tomar 
conhecimento de um fato ou acontecimento que ajude a explicar 
a compreensão darealidade objeto do trabalho e, como tal, 
encontrar os caminhos necessários aos objetivos a serem 
alcançados. É um processo mental e, ao mesmo tempo, técnico. 
(SOUZA 1991, p. 184). 
 
 A observação é direcionada a algo predefinido é preciso que o profissional não apenas 
olhe, é preciso ver além dar sentido a subjetividade. A técnica da observação não fica apenas 
na aparência, é capaz de trazer uma avaliação concreta, sem ser parcial ou empírica e para 
isso é o profissional melhor preparado que poderá se utilizar deste instrumento. 
Acolhida coletiva ou individual é o momento em que o profissional recebe o sujeito em 
situação de vulnerabilidade, faz uma acolhida acolhedora e sensível na intenção de ouvi-lo e 
prestar o melhor encaminhamento para suas demandas. 
Em acolhida coletiva realizamos inúmeros encaminhamentos e registros de diversos 
usuários. Este é um dos espaços mais ricos do CRAS onde surgem boas discussões e que 
acabam trazendo um senso de unidade e comunidade aos que acessam o serviço. É através 
23 
 
da acolhida coletiva que identificamos possíveis novas demandas e encaminhamos da melhor 
forma possível para a rede sócia assistencial do território. 
 A visita domiciliar consiste em ir in loco de onde os sujeitos vivem e assim ser capaz 
de ver como este interage no espaço onde vive para apreender a realidade que o cerca. 
Conforme Mioto a visita domiciliar “tem como objetivo conhecer as condições 
(residência, bairro) em que vivem tais sujeitos e apreender aspectos do cotidiano das relações, 
aspectos esses que geralmente escapam à entrevista de gabinete” ( MIOTO. 2001, p. 148). 
É fundamental ter claro que é um direito do usuário não querer receber um profissional 
em sua casa, por isso é importante avisar previamente sobre a visita e nunca chegar em 
horários que podem causar desconforto, pela manhã nunca antes das nove horas e em 
horários de refeições, pois isso pode fazer com que o usuário se sinta obrigado a convida-lo 
a juntar-se a eles, e numa negativa isto possa gerar uma animosidade. Bom senso e ética 
acima de tudo para uma intervenção na vida dos sujeitos que demandam do serviço. 
Todavia, existem inúmeras situações que trazem usuários em busca de informações 
de como acessar esses direitos, pois a precariedade e falta de incentivos a política da 
educação deixa à margem da sociedade grande parte da sociedade que se encontra em 
vulnerabilidade social, visto que a renda precária ou inexistente potencializa a falta de 
entendimento e muitas vezes mantém a população alienada a seus direitos fundamentais . 
A atual situação traz uma nova forma de executar o serviço que é ofertado no Centro 
de Referência da Assistência Social deixando de acolher coletivamente as demandas 
espontâneas para dar suporte e ouvir a comunidade usuária de portas fechadas sem a 
garantia devida ao sigilo das situações que os sujeitos trazem até a equipe técnica. 
Compreende-se que é uma situação grave, uma pandemia que põe o profissional assistente 
social numa posição de contradição e conflito, pois não é possível garantir o que nos diz o 
Código de Ética da profissão. 
A entrevista é um espaço ofertado pelo profissional mais na intenção da escuta do que 
uma forma de interrogação, usamos a entrevista para compreender e oferecer espaço de 
escuta para os sujeitos trazer átona suas demandas, pois algumas vezes nem mesmo eles 
entendem como uma demanda é uma situação de violação. Estabelecer uma relação de 
confiança com o usuário, respeitar e intervir quando necessário são parte de uma entrevista. 
Conforme nos lembra Giongo a entrevista: 
Não se pode esquecer que o objetivo de uma primeira entrevista pode 
ser o conhecimento da situação usuário para o prosseguimento do 
24 
 
processo e construção interventiva que envolve posteriores 
entrevistas, ou pelo menos a possibilidade de ser deixada uma porta 
aberta para o usuário retornar em busca de auxílio profissional 
(GIONGO, 2003, p. 13). 
Existem algumas classificações de entrevistas tais como semi estruturadas, livre, 
fechadas, avaliativa, mas todas precisam ter uma intencionalidade e ter claro para que e por 
que se estava realizando. Todas estás orientações hoje não são efetivas é trabalhado na 
medida do possível e isso muitas vezes não incluir lugar adequado, equipamentos de 
proteção. O constrangimento em se realizar um atendimento individual com o mínimo de 
proteção em situação de pandemia e ver o usuário desprotegido em busca de recursos que 
dão conta da ordem do essencial, a alimentação e a reflexão é inevitável. 
Os relatórios sociais são realizados na sua maioria para responder os processos que 
chegam até o CRAS através do SEI. Para que se responda antes é preciso que se conheçam 
as famílias e usuários que demandam este tipo de instrumento. O relatório requer a utilização 
de outros instrumentos e intervenções antes de ser produzido. Busca ativa, visita domiciliar, 
atendimento individual, para que se possam agregar diversas informações que serão 
relevantes num relatório social. No entanto muito pouco tem se feito neste semestre é inviável 
que se de conta de processos quando se tem a porta inúmeras famílias sem renda, sem 
moradia adequada entre outros. E mais uma vez temos a contradição do fazer profissional, 
dar conta do imediato ou analisar e criar um plano de ação de médio prazo? A obviedade de 
que se mantenha o direcionamento do Projeto Ético Político da profissão do assistente social 
é fundamental, para além é preciso dar resposta em forma de resistência. 
As reuniões para discussão de casos atendidos pelo serviço foram de suma 
importância possibilitando o entendimento de muitas situações que sendo pensadas sozinhas 
encontram entraves que a impede de avançar a superação das vulnerabilidades e quando 
colocada em um grupo maior amplia a capacidade de em rede encontrar novas possibilidades. 
 Busca ativa é realizada na sua maioria para a avaliação das condicionalidades do 
Programa Bolsa Família através das listas de Sicom que recebemos de dois em dois meses, 
pois os recursos no sistema demandam avaliação técnica realizada por profissional da equipe 
PAIF. Também realizamos busca ativa quando recebemos notificação do Ministério Público e 
outros órgãos que nos acionam enquanto serviço de proteção básica no território e não temos 
registro de usuário. 
Os diários de campo foram de grande valia para apreensão da realidade e atrelar a 
ela a teoria do campo acadêmico. Todas estas ações realizadas através dos instrumentos 
teóricos operativos do profissional assistente social têm seus registros nos diários descritos e 
25 
 
entregues ao tutor externo depois de serem discutidos e refletidos junto à supervisão de 
campo. Tais reflexões são de suma importância e contribuem para que se produza a 
criticidade que está profissão exige. 
Cabe ressaltar a importância dos registros realizados no prontuário de cada usuário 
atendido na instituição. Todas as ações da equipe técnica são descritos os encaminhamentos 
e as possíveis intervenções que podem vir a acontecer. Possibilitando que outros profissionais 
que necessite saber sobre aquele usuário poderá verificar o que vem sendo feito como 
processo de intervenção profissional. 
É preciso entender o instrumental teórico operativo do Serviço Social como uma 
totalidade de tudo, realidade, concretude, subjetividade, intelectual, teórico e reflexivo. 
Todo esse instrumental é fundamental na construção de um profissional capaz e 
propositivo no âmbito da execução da Política da Assistência Social. E se faz essencial para 
executar projetos elaborados que elucidem e contribuam para a emancipação dos sujeitos. 
No entanto, na atualidade o profissional é colocado na linha de frente no enfrentamento 
da pandemia do covid19, onde o (des)governo vê na prevalência do sistema capitalista, sua 
fonte de poder de assegurar que seu futuro se mantenha sob controle, para além temoso 
genocídio em massa da população em vulnerabilidade social num futuro bem próximo, e o 
pouco que se tem a ofertar para os usuários é herança de um tempo não tão distante onde 
ainda havia esperança para buscarmos emancipar sujeitos e não simplesmente assegurar 
que não morram de fome. 
Garantir uma escuta qualificada, permitir que os usuários se façam ouvidos, orientar o 
acesso a direitos, garantir a informação. O isolamento aponta para duras perdas, rupturas 
significativas que haviam sido construídas ao longo de lutas e movimentos legítimos e que 
levaremos anos, talvez décadas para que sejam recuperados. 
Instituir os espaços coletivos, estabelecer vínculos com os usuários, assegurar que 
tivessem conhecimento do espaço como garantidor de direitos e não espaço de doação e 
benfeitorias, estamos vivendo isto de forma emergencial respondendo o imediato. 
Teremos tempos difíceis pela frente, mas será no Centro de Referência da Assistência 
Social que trabalharemos e resgataremos os sujeitos que permanecerão lutando para saírem 
da situação caótica que se apresenta junto desta pandemia. 
Não é possível ficar imparcial é preciso fazer frente exigir do governo que se responda 
às demandas da população, fome não espera, a violência sofrida pelas mulheres que hoje 
precisam enfrentar seus agressores dentro de suas próprias “prisões”, sem alternativas não 
26 
 
tem tempo para pensar estratégias é preciso ação. Aqui é importante destacar a possibilidade 
de a equipe técnica manter contato através de recursos tecnológicos, telefônico para seguir 
com o vínculo com as famílias que são acompanhadas. 
Crianças e adolescentes que vivem toda a situação de pandemia obrigados a estarem 
isolados, quando na verdade estão confinados em uma peça de dois metros quadrados com 
irmãos, mãe, avós e muitas vezes mais algum agregado e aquela refeição que era garantida 
pelo serviço de convivência e fortalecimento de vínculos não acontece mais, que a merenda, 
quando é disponibilizada pelo Estado, era única refeição para muitos. 
O idoso que tinha suas relações naquele grupo de Serviço de Convivência e 
Fortalecimento de Vínculos +de 60 era o único espaço que ele tinha para interagir e socializar, 
passando a ficar em abandono(agora justificado) frente à pandemia são algumas das 
situações que não podem ficar pra depois, é preciso pensar e agir agora. O Estado tem que 
responder às demandas, ouvir, planejar, executar agora. 
E o profissional assistente social precisa garantir o acesso a informações que irão 
tornar os usuários capazes de se fazerem ouvir. É fundamental que se faça ação. Todavia 
pensar uma ação coletiva neste momento é incoerente é inviável. Não se deve por nada além 
da vida em primeiro plano, a vida é central é fundamental todo o resto pode esperar. E como 
o profissional assistente social poderá assegura este direito? 
A nossa Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 5° descrito o direito à vida. 
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. (Constituição Federal, 1988, Art. 5°). 
E em seu artigo 6° traz os direitos sociais, Art. 6º São direitos sociais a educação, a 
saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta 
Constituição. Então caberá ao profissional assistente social pensar e planejar, refletir a 
situação concreta que temos e reorganizar os serviços e a forma de oferta-los para os 
usuários. 
O autor Montaño traz uma afirmação que cabe bem no atual momento: 
A recorrente afirmação de que existiria hoje uma “nova questão social” 
tem, no fundo, o claro, porém implícito, objetivo de justificar um novo 
trato à “questão social”: assim, se há uma nova “questão social”, seria 
justo pensar na necessidade de uma nova forma de intervenção nela, 
supostamente mais adequada às questões atuais. Na verdade, a 
“questão social” – que expressa a contradição capital trabalho, as lutas 
27 
 
de classes, a desigual participação na distribuição de riqueza social – 
continua inalterada; o que se verifica é o surgimento e alteração, na 
contemporaneidade, das refrações e expressões daquela. [...] no 
contexto atual, a resposta social à supostamente “nova questão social” 
tende a ser novamente externalizada dessa ordem, transferida para o 
âmbito imediato e individual, para a esfera privada (MONTAÑO, 2003, 
p.187-188). 
Assim fica evidente que a população do território ainda carece de acesso a informação 
e pensando contemplar o maior número de usuários foi planejado o Projeto de Intervenção, a 
fim de garantir acesso a informações de importância para todos. Quando falamos em 
informação logo pensamos em faze-la de forma verbal, ou na era da tecnologia digital em 
mídias digitais, mas aqui buscou-se faze-la através do espaço físico do serviço. As paredes 
do espaço serão o meio de passar a informação a comunidade. Garantindo que todos que 
acessem o espaço saiam dali com alguma informação sobre as Políticas Sociais. 
E não somente saibam da informação, tenha poder de exigir o que é seu por direito. 
Enfrentar o Estado neoliberal e implica–ló no que é de sua obrigação, assegurar provimentos 
dos mínimos sociais antes que se entre numa decorracada ladeira abaixo. 
 
 
5. OBJETIVOS DA PESQUISA 
 
A seguir enunciam-se os objetivos geral e específicos de pesquisa que foi elaborada 
através do campo de estágio onde fez-se um levantamento e análise da instituição. 
 
 
5.1 OBJETIVO GERAL 
Materializar as seguranças sociais, sobretudo aquela que se refere à autonomia por 
meio da sala de espera, construindo instrumentos de comunicação visual, possibilitando isto 
com o usuário do Centro de Referência da Assistência Social Leste I. 
5.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Construir instrumentos de comunicação visual (murais, cartazes, painéis, entre outros) 
com a intenção de divulgar a política da assistência social como direito de todo cidadão e seus 
serviços no território; 
Divulgar as informações acerca de outras políticas sociais públicas, tais quais, saúde, 
previdência social, educação entre outros e para isso realizar busca ativa dos usuários para 
que contribuam sobre o que desejam ter como informação a ser disponibilizado no território. 
28 
 
Mediar as informações ofertadas entre painéis e usuários do serviço através de sala 
de espera, dinâmica/ e ou grupo específico. 
 
 
 
6. METODOLOGIA DE PESQUISA 
A palavra pesquisa tem sua origem no termo latino “perquerire” significa “procurar com 
perseverança”, e é assim que conduziremos este ensaio. 
A pesquisa em ciências sociais busca responder as subjetividades através da 
possibilidade concreta de tratarmos de uma realidade da qual nós mesmos fazemos parte 
sendo observadores e observados. Minayo traz que a provisoriedade, o dinamismo e a 
especificidade são características fundamentais de qualquer questão social, sendo assim 
como problematização central desta pesquisa temos a questão social do direito a informação. 
Então iremos partir do principio de uma avaliação quantitativa para chegarmos a um 
objetivo pretendido, onde busca-se responder como solucionar a busca de acesso à 
informação como forma de garantia de direita a cidadania. 
Esta pesquisa traz em seu método uma avaliação quantitativa, pois trata de 
subjetividades, questões que trazem atreladas a problematização da questão a ser 
desvendada valores, crenças, motivos e trata de relações que são sempre muito particulares, 
mas muitas vezes culturais. Para mais adiante usarmos o método qualitativo assim trazendo 
o compilado do que foi coletado para transmuta-los em dados matemáticos de entendimento 
do que foi analisado e compilado. Segundo Minayo: o conjunto de dadosquantitativos e 
qualitativos, porém, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade 
abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia. Assim buscamos 
alcançar ao menos a proximidade de uma boa avaliação para dar aporte teórico para além do 
que encontramos até aqui. (MINAYO. 2011). 
O conhecimento cientifico é produzido pelo homem, e com base na realidade , sendo 
testável, determinado pelas regras cientificas de pesquisa, assim se caracteriza por buscar 
saídas inteligentes para problemas cujo solução não existe ou mesmo pouco se sabe, ou o 
que se tem de produção de conhecimento seja só de forma empírica.(Costa, 2001, p. 11). 
Para facilitar a coleta dos dados, é imprescindível, a utilização dos instrumentais de 
pesquisa. Aqui usaremos os procedimentos metodológicos que se fizeram necessários à sua 
consecução, em três momentos distintos. O primeiro deles consistiu na realização de um 
amplo levantamento bibliográfico no referencial de maior relevância para o Serviço Social. 
29 
 
No segundo momento, procedemos à leitura e sistematização do levantamento 
realizado de acordo com a temática da problematização aferida. 
Os textos, a partir da sistematização acima aludida, foram submetidos à análise 
crítico/analítica propriamente dita – referida aqui como terceiro procedimento metodológico – 
donde emergiu a lógica de exposição apresentada. 
Metodologia dialética crítica: Compreende-se que este método, “além de instrumentos 
de análise e intervenção, oferece também um conjunto de valores, mediações teóricas, 
posições diante da realidade.” (PRATES, 2005). 
Foi através de um levantamento de demandas onde o assistente social consegue 
enxergar as expressões da questão social que permeia o território onde está inserida que está 
pesquisa se inicia. Através de pesquisas e registros foi possível usar como ponto de partida a 
realidade concreta para melhor planejar as ações que serão oferecidos aos usuários. 
Tendo a realidade concreta do território em questão faz-se totalmente cabível uma 
leitura crítica, e para além uma leitura fidedigna para que esta produção acadêmica contribua 
na produção de conhecimento da realidade social do município de Porto Alegre mais 
especificamente na região leste da cidade. 
Buscando apropriar se de quais as expressões da questão social que chegam na 
instituição do CRAS usando da observação em acolhida coletiva, que é ofertada duas vezes 
na semana contemplando manhã e tarde, um levantamento bibliográfico referente a 
expressão da questão social entre outros meios pode se aproximar-se de uma avaliação 
adequada para pensar o Projeto de Intervenção que será executado pela acadêmica com o 
respaldo da supervisora de campo. 
Buscando compreender, na revisão da literatura, a construção e a evolução do 
conceito de proteção social a partir da evolução do Direito do trabalho que mantem a gênese 
da questão social capital versos trabalho. Inevitavelmente que se avalie e reflita na práxis do 
profissional atuante e garantidor do acesso a direitos através de serviços, projetos e 
benefícios garantidos na Norma Operacional Básica do Sistema Único De Assistência Social 
de 2012. Tendo a Lei de regulamentação da profissão, Lei n° 8.662, de 7 de junho de 1993, 
determina em seu art.5° as atribuições privativas do assistente social, a pesquisa é uma 
atribuição profissional. E sendo assim nos apropriamos e demos efetividade a esta busca por 
novas condições para elucidar estes questionamentos trazidos aqui. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
6.1 QUADRO 03. Tabela do processo de coleta de dados. 
Observação Registro da 
observação 
Sistematização dos 
dados registados 
Explicação/ 
problematização 
Em acolhida coletiva Por data e número 
de participantes. 
Separado por 
demanda. 
Muitas questões 
surgem das falas da 
comunidade. 
Em visitas 
domiciliares 
Em prontuário físico. Por demanda da 
assistência social. 
A ida in loco traz 
clareza das 
demandas. 
Em atendimentos 
individuais. 
Por demandas 
trazidas e anotações 
em prontuário físico. 
Qualificação da 
demanda e de qual 
política se trata. 
A escuta qualificada 
e a possibilidade de 
identificar a questão 
social. 
Em ações de 
território 
Usuários 
participantes. 
Compreensão da 
situação do território 
e da forma estrutural 
da questão social. 
É fundamental ter a 
realidade concreta 
da situação do 
território para 
aproximação com os 
usuários. 
Rede de 
atendimento 
socioassistencial da 
região leste. 
Atas da reunião. 
Registros pessoais. 
Apropriação das 
discussões a cerca 
das crianças e 
adolescentes da 
região. 
Conhecer e 
compreender a rede 
que compõe a região 
e como contribuir 
para fortalecer o 
espaço de 
trabalhadores e 
usuários da Política 
da Assistência 
Social. 
Fonte: A acadêmica. 
Todo o processo de levantamento de dados para realização de pesquisa cientifica deve ser 
norteada por princípios éticos, assim pautado no Código de Ética do Profissional Assistente 
Social buscando priorizar sempre o usuário do serviço garantindo sigilo e respeito. 
31 
 
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