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TCC MARIA DO AMPARO ALVES DE ARAÚJO VERSÃO FAEPI CORREÇÃO 1003

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20
FACULDADE EVANGÉLICA DO PIAUI – FAEPI
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
MARIA DO AMPARO ALVES DE ARAÚJO
AS CONTRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL 
NO CENTRO DE REFERÊNCIA 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
TERESINA – PI
MAIO DE 2020
MARIA DO AMPARO ALVES DE ARAÚJO
AS CONTRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL 
NO CENTRO DE REFERÊNCIA 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
Monografia apresentada à coordenação do Curso de Serviço Social da Faculdade Evangélica do Piauí - FAEPI, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, sob orientação do Profº. Esp. Bento Alves da Silva.
.
TERESINA – PI
MAIO DE 2020
MARIA DO AMPARO ALVES DE ARAÚJO
AS CONTRIBUIÇÕES DO ASSISTENTE SOCIAL 
NO CENTRO DE REFERÊNCIA 
DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS
Monografia apresentada à coordenação do Curso de Serviço Social da Faculdade Evangélica do Piauí - FAEPI, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, sob orientação do Profº. Esp. Bento Alves da Silva
APROVADA EM: ______ /_______ /________
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Orientador: Profº. Esp. Bento Alves da Silva.
_____________________________________________
Professor (a) Examinador (a) 1
DEDICATÓRIA
					
Dedico esta monografia a Deus que a cada dia vem me dado forças para seguir em frente, apesar dos obstáculos que são inúmeros. Aos meus pais e filhos, que sempre me motivaram nesta caminhada até aqui. Em especial, a minha mãe, que jamais deixou de acreditar, e sempre me ajudou para que esse sonho fosse possível.
AGRADECIMENTO
 Agradeço a Deus que nunca me desamparou. Quando percebia que estava cansada e que as coisas não estavam fáceis, Ele me confortava e iluminava os meus pensamentos, na elaboração deste projeto de pesquisa.
 Aos meus pais João Gomes da Silva e Maria Alves da Silva que me deram forças para continuar em busca dos meus sonhos. E por me ensinarem a importância do conhecimento para a minha formação pessoal e profissional.
 Aos meus filhos e toda a minha família pelo apoio.
	Aos colegas de curso, por sempre estarmos compartilhando saberes. 
	Agradeço também a essa Instituição de Ensino, pela oportunidade a mim concedida.
“O momento em que vivemos é um momento pleno de desafios. Mais do que nunca é preciso ter coragem, é preciso ter esperanças para enfrentar o presente. É preciso resistir e sonhar”.
(MARILDA IAMAMOTO)
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo geral, compreender a atuação do assistente social no centro de referência da assistência – CRAS, considerado como instrumento de garantia e promoção dos direitos inerentes aos menos favorecidos, como objetivos específicos destaca-se: Conhecer os instrumentos e técnicas realizados pelo Assistente Social; Identificar as atividades interdisciplinares, realizado pelo Assistente Social; Caracterizar as ações realizadas dentro do CRAS e suas demandas a serem atendidas. Desta forma essa pesquisa foi realizada a partir de uma abordagem qualitativa, caracterizando-se como uma pesquisa de natureza bibliográfica e de campo, destacando informações a respeito do problema aqui exposto. Baseou-se em autores como: Blanco (2003), Iamamoto (1997), KISNERMAN (1978), Pontes (1995), Silva (2002) e outros. Os raciocínios que aqui seguem, efetuou-se na forma de levantamento bibliográfico acerca de autores que referenciam junto ao profissional da Assistência Social do atuando junto ao CRAS. Conforme autores aqui citados, busca-se também conhecer as demandas que chegam ao CRAS que sejam pertinentes ao Serviço Social e ainda, indicar a perspectiva de atuação profissional da Assistente Social na realização do atendimento dessas demandas e os meios viáveis para sua efetivação. 
Palavras-chave: Assistente Social. Centro de Referência. Contribuição. Demandas.
ABSTRACT
The present work has as general objective, to understand the role of the social worker in the reference center of assistance - CRAS, considered as an instrument of guarantee and promotion of the inherent rights to the less favored, as specific objectives it stands out: To know the instruments and techniques performed by the Social Worker; Identify interdisciplinary activities, performed by the Social Worker; Characterize the actions performed within CRAS and their demands to be met. In this way, this research was carried out from a qualitative approach, being characterized as a bibliographic and field research, highlighting information about the problem exposed here. It was based on authors such as: Blanco (2003), Iamamoto (1997), KISNERMAN (1978), Pontes (1995), Silva (2002) and others. The reasoning that follows here was carried out in the form of a bibliographic survey about authors who refer to the Social Assistance professional working with CRAS. According to authors cited here, we also seek to know the demands that come to CRAS that are relevant to Social Work and also indicate the perspective of the Social Worker's professional performance in meeting these demands and the viable means for their effectiveness.
KEYWORDS: Social Worker. Reference Center. Contribution. Demands.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	 10
2 A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL	13
	2.1 O Serviço Social no Brasil	14
	2.2. Níveis de proteção: uma análise sobre a proteção social básica	17
	2.3 As políticas sociais contemporâneas e as políticas ligadas a Assistência 	Social	18
	2.4 O Movimento de Reconceituação da Profissão	20
	2.5 Conceitos da Profissão no Brasil	22
3 A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS	24
	3.1 A formação da Prática do Assistente Social	27
	3.2 As políticas de Assistência Social e os Sistema de Assistência Social	27
	3.3 O Assistente Social em sua Pratica de Serviço no CRAS	32
4 A POLÍTICA NACIONAL E O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL	36
	4.1 As Influências de outras Concepções Teóricas para o Serviço Social	37
	4.2 Tipificação dos Serviços Socio Assistenciais	39
	4.3 Serviço de proteção e atendimento integral à família – PAIF	40
	4.4 Organização e gestão local dos serviços socioassistenciais Implantação dos 	equipamentos e dos serviços socioassitenciais	43
	4.5 Serviço de Convivência e fortalecimento de Vínculos	44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	46
REFERÊNCIAS	48
	
1 INTRODUÇÃO
			O Centro de Referência de Assistência Social CRAS, tem papel estratégico, por ser a porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social. Essa situação deve desencadear mudanças fundamentais e contribuir de forma efetiva, na coordenação e articulação das políticas sociais no âmbito de território de sua abrangência.
			Com base nesse capitulo introdutório, relatamos aqui que esta pesquisa objetiva, compreender a atuação do assistente social no centro de referência da assistência, considerado como instrumento de garantia e promoção dos direitos inerentes aos menos favorecidos, e que destacamos especificamente, o Conhecimento dos instrumentos e técnicas realizados pelo Assistente Social, além de Identificar as atividades interdisciplinares, realizado pelo Assistente Social e por fim caracterizar as ações realizadas dentro do CRAS e suas demandas a serem atendidas.
			No capitulo dois abordamos a história do serviço social no Brasil, juntamente com os movimento e reconceituação desta profissão, para mais discutimos sobre a pratica profissional do Assistente Social no CRAS, levando em conta a formação do Assistente Social e as Políticas Nacionais e o Sistema de Assistência Social, com isso, justificaremos nossas alegações acerca do tema proposto, dissertando o aspecto metodológico, falando aqui do percurso feito por toda essa caminhada que agora se aproxima de seu possível fim.
			Pode-se afirmar que as conquistas da política nacional de assistência social, juntamente com os profissionais e usuários, devem ter a mesma conscientização da sociedade nesta luta, por isso, também é de fundamental importância, como facilitador dessas políticas. 
			Portantoa Política Nacional desempenha papel central no território onde se localiza, ao contribuir a principal estrutura física local, cujo espaço físico deve ser compatível com famílias que vivem no seu território de abrangência. E conta com uma equipe profissional de referência. 
			Atualmente o CRAS abrange algumas comunidades em área delimitada com a equipe volante, em bairros circunvizinhos com a equipe pré determinada. Têm como serviços ofertados o atendimento continuado de acompanhamento social as famílias ou seus representantes. Realizando acolhidas para a recepção, escuta qualificada, orientações e encaminhamentos, grupos de crianças, jovens e idosos no que se refere ao serviço de convivência e fortalecimento de vínculo.
			No CRAS a presença dos assistentes sociais é fundamental no Âmbito da sua profissão é de grande relevância para a instituição, mas principalmente para a vida dos usuários, pois através do exercício profissional esses buscam a garantia dos direitos dos que dele necessitam. 
			A partir da Constituição de 1998 a assistência passou a ser direito do cidadão e dever do estado, mas as políticas têm sido cada vez menores. A assistência social historicamente é uma política que abrange um grande número de assistentes sociais, esse crescimento foi a após a implantação da política nacional da assistência social.
			Desde a sua implantação em 2003, o número de CRAS financiados pelo Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, saltou de 1.007, instalados em 650 municípios, para 2.242 em 1.627 municípios, referenciando hoje, para atenção integral pela assistência social, cerca de 9 milhões de famílias em todo o País.
			Espera-se com esta pesquisa colaborar para o meio acadêmico de forma a contribuir com o exercício profissional na contemporaneidade no que diz respeito à execução das políticas de Assistência Social nos centros de Referência. Isso contribui com uma análise crítica da realidade vivida hoje nos CRAS, a formação e intervenção do Assistente Social nesse espaço e também que sirva como debate sobre a política de Assistência Social, suas demandas e desafios enfrentados por seus profissionais.
Nessa perspectiva, esta pesquisa possibilitará ampliar o estudo sobre a formação profissional do Assistente Social na contemporaneidade, bem como os aspectos de interdisciplinaridade no CRAS. Caracteriza-se essa Pesquisa utilizando-se uma metodologia de natureza qualitativa, onde destacamos que o tipo de pesquisa é bibliográfica, pois essa aborda as atribuições do Assistente Social com relação ao Estado, onde se compreende a formação do profissional do Assistente Social na contemporaneidade, bem como os aspectos de interdisciplinaridade no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. 
	Com isso nessa metodologia cita-se Kisnerman (1978), pois esse.
descreve a complexidade de determinados problemas e possibilitam outros aspectos, como compreender o processo no que diz respeito aos dados qualificativos, pois eles permitirão captar as especialidades dos sujeitos que estão em situação de comprimento de medida socioeducativa, mas, principalmente dos (as) profissionais que lidam com as condições postas por estes sujeitos (KISNERMAN, 1978). 
	São esses textos que possibilitarão a sistematização das estratégias que vêm sendo adaptados frente a essa realidade já que não há nos textos normativos subsídios que sirvam de aparato da problemática citada nos serviços de proteção social básico particularmente nos CRAS.
	Nessa perspectiva, esta pesquisa possibilitará ampliar o estudo sobre a formação do profissional Assistente Social na contemporaneidade, assim como os aspectos de interdisciplinaridade no Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Tal perspectiva comunga com o pensamento de Kisnerman (1978) sobre a pesquisa qualitativa ao afirmar que:
“Os autores que seguem tal corrente não se preocupam em compreender e explicar a dinâmica das relações sociais que, por sua vez são a experiência de Assistente Social, com a comunidade e também como a compreensão das estruturas institucionais como resultado da ação humana objetiva, ou seja, desse ponto de vista a linguagem.” (KISNERMAN 1978)
	Tendo como foco compreender a formação do profissional Assistente Social na contemporaneidade, bem como os aspectos da interdisciplinaridade no CRAS, optamos por uma pesquisa do tipo qualitativa com abordagem descritiva e bibliográfica.
	O estudo possibilitou-nos uma maior aproximação com as tensões e contradições que se colocam no fazer profissional no espaço do CRAS, no sentido da consolidação da política de Assistência Social na perspectiva do direito. Tivemos como instrumento, uma entrevista que foi efetuada de forma pessoal com perguntas abertas, no local de trabalho do profissional de Assistência Social, além de encartes, literatura referente ao tema e autores que abordam a temática aqui focada.
	
2 A HISTÓRIA DO SERVIÇO SOCIAL
	A origem do serviço social está ligada à questão de, no século XX, na Europa, com o surgimento do sistema capitalista e a Revolução Industrial, a classe dominante era a burguesia que subordinava as demais pessoas; estas, eram utilizadas como mão de obra, chamando essa classe de proletariado, reflexão essa de Martinelli (993).
	A burguesia tinha como objetivo manter-se no poder, apoiada pela igreja católica. Assim resolveram criar um assistencialismo financeiro, alienando o proletariado como forma de maior resultado e subordinação, com o apoio do Estado. 
	Surgiu, então, a estratégia de utilizar a filantropia para conseguir o consenso das classes trabalhistas, visando desestruturar os movimentos dos trabalhadores e inserir que o capitalismo era ideal, através dos filantropos que tinham acesso à classe desfavorecida. A burguesia garantia, assim, a continuidade ao capitalismo.
	Em relação à influência da Igreja Católica sobre o Serviço Social, Lima (1987, 33), destaca que, podem-se fazer algumas considerações:
“A primeira dessas considerações tem a ver com o vínculo criado entre a Igreja Católica e o surgimento do Serviço Social, vínculo este baseado no interesse da igreja em recuperar sua imagem de protetora dos mais pobres, dos mais humildes Lima (1987, 33).
	O Serviço Social teve sua origem dentro da Igreja Católica na Europa. No entanto, só surgiu no Brasil por volta de 1930 em respostas à evolução do capitalismo, em uma década que iniciava o processo de industrialização de importações num contexto de capitalismo dependente e agroexportador, é o que cita Kisnerman (1978).
	Em um período de cinco anos, o governo sofreu pressões da classe trabalhadora. Reassumindo o governo de Vargas, em que sua principal visão era pelo crescimento urbano, e a questão social decorria das tais pressões e dos questionamentos da sociedade da época. 
	De acordo com Lima (1977):
O surgimento da primeira escola de Serviço Social no Brasil foi em 1936 em São Paulo, este centro era vinculado à Igreja Católica, eram organizados cursos de qualificação para organizações legais no catolicismo, adequando política e ideologicamente a classe operária. Surge então o Serviço Social como departamento da Ação Social, e as questões abordadas foram a intervenção no aparecimento da questão social, o surgimento do trabalho livre, a troca do salário pelo trabalho para o sustento de si e de sua família e o surgimento de uma regulação jurídica do mercado de trabalho através do Estado (LIMA 1977, 32). 
	Um dos resultados foi o pleno amadurecimento das condições necessárias à superação das contradições entre rico e pobre, dominantes e dominados. Com esses deslocamentos da questão social, a lei marcou a época, no entanto, nos anos 80, o Serviço Social continuou a enfrentar lutas para quebrar o paradigma dessas comparações sociais. A partir daí, só houve aumento na luta pela defesa dos diretos humanos.
	Dessa forma, o Serviço Social possui como propósito propiciar, a partir das intervenções, uma possibilidade de vida mais justa para todos. Iamamoto (2003, p.27) entende Serviço Socialcomo:
Uma especialização do trabalho e a atuação do assistente social em uma manifestação de seu trabalho, inscrito no âmbito da produção e reprodução da vida social. Esse rumo da análise recusa visões unilaterais, que apreendem dimensões isoladas da realidade, sejam elas de cunho economicista, politicista ou culturalista. A preocupação é afirmar a ótica da totalidade na apreensão da dinâmica da vida social, identificando como o Serviço Social se relaciona com as várias dimensões da vida social (Iamamoto 2003, p.27).
	No conceito apresentado, percebe-se que é importante entender a sociedade dentro das diversas linhas filosóficas para analisar o processo de trabalho. Ao atuar como assistente social, devemos ficar atentos às variáveis que interferem no desenvolvimento da sociedade, pois o sujeito está inserido tanto no contexto econômico quanto no político e cultural.
2.1 O Serviço Social no Brasil
	O Serviço Social no Brasil surgiu na década de 1930, por iniciativa da Igreja Católica e concomitantemente à implantação das Leis Sociais, que na verdade se tratavam das leis trabalhistas de Getúlio Vargas. O crescimento do contingente de proletários com suas famílias, a insatisfação desses profissionais com a excessiva jornada de trabalho e os baixos salários, obrigaram o Estado a promover algumas concessões que, na verdade, tinham como pano de fundo o controle das massas.
	Dessa forma, foi implantado o trabalho dos agentes sociais para atuarem no controle social dos que tinham a sua força de trabalho para vender. Assim:
A implantação do Serviço Social se dá no decorrer desse processo histórico. Não se baseará, no entanto, em medidas coercitivas emanadas do Estado. Surge da iniciativa particular de grupos e frações de classe, que se manifestam, principalmente, por intermédio da Igreja Católica (IAMAMOTO apud CARVALHO, 2005, p 127)
	A Igreja Católica recrutava os “agentes sociais’’ dentre os membros da classe dominante, fornecendo-lhes uma formação cristã, com propósitos de atuação baseados na caridade e na repressão.
	Em 1932 foi inaugurado o Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) de São Paulo como primeira iniciativa de formação de “trabalhadores sociais”, baseados no método de ensino da Escola Católica de Serviço Social de Bruxelas, com orientação para a formação técnica da ação social e difusão da doutrina social da igreja.
	Em 1940 surge o Instituto de Serviço Social de São Paulo, outra escola de Serviço Social, porém destinada a homens e com a oferta de bolsas gratuitas, subsidiadas pelo Estado. Essa iniciativa partiu da necessidade de levar o trabalho social para os presídios masculinos, bem como para as instituições de internação e correção de menores.
	Nos anos de 1960, durante o governo de JK (Juscelino Kubistchek) surgiu, dentro da categoria, assistentes sociais envolvidos no trabalho em comunidades que, influenciados pela militância católica de esquerda, começaram a questionar o trabalho social meramente assistencialista e sem perspectiva de mudança na realidade dos assistidos, conforme Aguiar apud Silva (2002, p.104/28):
Por outro lado, um reduzido setor da categoria profissional é influenciado pelo novo posicionamento dos cristãos de esquerda, que colocam a conscientização e a politização em função das mudanças estruturais. Essa nova postura permite que se registre, no período 1960-1964, uma prática desse reduzido grupo de assistentes sociais que parte de uma análise crítica da sociedade, percebendo as contradições e a necessidade de mudanças radicais Aguiar apud Silva (2002, p.104/28).
	Partindo disso, o desejo de romper com o Serviço Social tradicional contribuíram para a formação de discussão dentre os profissionais assistentes sociais, os conservadores, que queriam manter a perspectiva tradicional e aqueles modernizadores, um novo projeto com vistas à transformação social.
	Em 1972, foi aprovada uma nova metodologia de ensino para a formação de assistentes sociais, aferindo cientificidade ao curso com a introdução das disciplinas: Planejamento, Administração, Estatística, Política Social, Economia e Sociologia.
	A nova influência provinda do espaço acadêmico, mais especificamente das disciplinas das ciências sociais, no estudo da teoria marxista, foi aliada à atuação junto às comunidades eclesiais de base, com a Teologia da Libertação e os movimentos populares de esquerda. Com isso, fortaleceu-se, em 1979, o movimento da categoria denominado Movimento de Reconceituação. Na verdade, se trata do movimento que foi abafado pela ditadura militar e que agora volta num ambiente democrático e com orientação teórico-científica.
	O significado desse movimento teve sua marca no III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, ocorrido no mesmo ano, conhecido como o “ano da virada”. A mesa da solenidade de abertura composta por autoridades governamentais foi destituída e recomposta por representantes das organizações populares, numa demonstração clara de ruptura com o conservadorismo e reveladora dos novos parceiros do Serviço Social brasileiro.
	Iniciou-se, então, uma ampla reforma no Serviço Social, desde a formação acadêmica, com a introdução de novas disciplinas, até a recomposição das direções das associações representativas da categoria de Assistentes Sociais. Para Silva (2002, p.40) entende que:
O “ano da virada”, como ficou conhecido 1979, é marcado por um movimento de oposição à direção conservadora do Conselho Regional de Assistentes Sociais de São Paulo, dando-se a rearticulação da Associação Profissional de Assistentes Sociais, também de São Paulo, com vitória da chapa de oposição, na busca do fortalecimento do movimento sindical no interior da categoria (Silva 2002, p.40).
	Assim, demonstra-se a ruptura do conservadorismo e transforma-se o Serviço Social em uma profissão socialmente determinada na história da sociedade brasileira. Nos anos 80, passou-se a debater sobre a Ética no Serviço Social, buscou-se acabar com a ética do tradicionalismo e da neutralidade, tomando um lado mais democrático. Em relação à formação profissional, no ano de 1982 houve a revisão curricular que pretendia ir além do teórico-metodológico e ético e político, buscava-se a união do técnico e do político. (LUKACS, 1988) 
	Em 1986, foi aprovado o Código de Ética Profissional, firmando um compromisso com a classe trabalhadora. O Código trouxe também o poder da denúncia profissional, inclusive por parte dos usuários. Já na década de 1990, o Serviço Social sentiu os efeitos da política Neoliberal, da acumulação flexível no mundo do trabalho e da compreensão dos direitos sociais. Os profissionais passaram a atuar no terceiro setor onde a demanda de trabalho aumentou, como resultado da minimização do Estado. 
	Nos anos 2000 cresceu a discussão em torno da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão social. Aumentou o número de cursos de graduação e de graduação à distância, no sentindo de garantir uma ampliação da categoria do Serviço Social nos mais diversos setores da sociedade.
2.2. Níveis de proteção: uma análise sobre a proteção social básica
							Para compreendermos o desenvolvimento das políticas sociais no Brasil ao longo dos anos e os níveis de proteção, é preciso fazer uma retrospectiva da trajetória de implementação do sistema de proteção social. Pois só assim, entenderemos o avanço do capitalismo industrial na década de 1930 que acarretou uma intensificação da exploração da força de trabalho e agravamento significativo nos níveis de desigualdade social, ocasionando um aprofundamento das expressões da questão social, principalmente da pobreza.
							Desta forma, como reflexo das lutas populares em prol da defesa e efetivação de direitos civis e sociais, a Constituição Federal brasileira do ano de 1988 define e implementa a Seguridade Social, na qual, Assistência Social, Previdência Social e Saúde constituem a tríade que passaria a sustentar esta política no país.
							A partir da Constituição Cidadã de 1988, a Assistência Social, é firmada como política pública que deve atender a todosque dela necessitar, configurando-se, desta forma, como direito de cidadão e dever do Estado. Tal direito é ratificado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) nº 8.742 de 1993 e, pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS), 2005, que por meio de um sistema descentralizado e participativo contribuem na criação de medidas que assistem e defendem os cidadãos que se encontram em situação de vulnerabilidade social.
							Amparada nos estatutos legais, é instituída a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), 2004 que como política pública de direito social é assegurada pela Constituição, sistematizada e aprovada a partir do SUAS, e normatizada pela LOAS, a qual garante a universalidade dos direitos sociais e o acesso aos serviços socioassistenciais, que serão a posteriori, melhor elucidados. 
							A maneira de explicação da lógica expositiva nessa pesquisa, consiste na elucidação acerca dos aspectos históricos da Assistência Social no Brasil, onde verificou-se que a partir da Constituição de 1988 que destacou os marcos legais que norteiam tal Política; posteriormente é esboçado a respeito da divisão que paira sobre a Assistência Social e finalizamos com uma reflexão acerca dos Níveis de proteção social: Uma análise sobre a proteção social básica, que não reconhece limites e possibilidades da efetivação dos direitos socioassistenciais, onde estes serão destacados no próximo tópico.
2.3 As políticas sociais contemporâneas e as políticas ligadas a Assistência Social
							A reconfiguração das políticas sociais na contemporaneidade ataca os princípios universais das políticas sociais tradicionais (guiadas pela lógica do Welfare State), passando a selecionar grupos e segmentos em função de características e/ou méritos, em detrimento da universalização dos direitos sociais. Segundo Sposati (2011, p. 108), “este é o momento da conversação das políticas sociais de direitos em políticas de combate à pobreza que se voltam para a redução da miséria sem alcance dos direitos sociais”.
							Essa nova geração das políticas sociais é regida pelo ideário de um modelo de políticas sociais denominado Workfare State, em contraponto às políticas sociais de cunho universal e incondicional. O termo Workfare — junção das palavras inglesas work (trabalho) + welfare (bem-estar) — foi criado nos Estados Unidos em 1960 para designar o bem-estar em troca ou à custa de trabalho. 
							Para Peck (2003), o “método” e a “filosofia” intrínsecos à ideia do Workfare State se caracterizam pela materialidade de políticas sociais ativadoras do mérito competitivo e excludente (em contraposição ao direito universal), concebidas para incutir nos seus destinatários o hábito do trabalho assalariado, da busca resignada por empregos, além da submissão à disciplina dos rotineiros treinamentos profissionais exigidos por um mercado de trabalho inconstante.
							Essa regulação contemporânea das políticas sociais é partidária de uma “racionalidade de retribuição expressa na obrigatoriedade de participação dos cidadãos em medidas de ativação voltadas ao mercado de trabalho” (Moser, 2011, p. 3), ou em medidas que condicionam benefícios sociais a determinados comportamentos dos beneficiários.
							O rebatimento desse modelo de política social no campo do Estado é definido por Jessop (apud Pereira, 2014, p. 20) quando afirma: 
“Está havendo uma contínua e crescente passagem de um tipo capitalista de Estado (social de direito), para outro tipo capitalista de Estado (neoliberal/meritocrático/laborista), ou do que vem sendo identificado como transição do Welfare State, de estilo keynesiano/fordista, para o Workfare State, de estilo schumpeterianos /pós-fordista”. JESSOP (apud PEREIRA, 2014, p. 20)
							Pontuamos que, diante a dimensão temporal da contemporaneidade das políticas sociais, que a tendência focalizada e condicionada, embora desfocada das políticas que as antecederam, de cunho universalista, encontram sua origem na história em 1834, na Inglaterra, quando se institui as workhouses (casas de trabalho), em detrimento dos benefícios incondicionais. Segundo Vanderborght e Van Parijs (2006, p. 38) foi nesses espaços de workhouses, que se restabeleceram as ações que eram marcadas com a indigência e punitivas para quem não se adequasse ao trabalho.
							Contudo aqui destacaremos que nessa pesquisa não analisaremos o PBF desconectado de seu centro de execução, e sim os serviços socioassistenciais, especialmente o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e o Proteção e Atendimento Integral à Família (Paif).
							Referenciaremos assim a assistência social enquanto política pública constitucionalmente reconhecida pelo Estado brasileiro que implica e explicita reconhecer sua expansão por todo o território nacional, principalmente a partir da década de 1990 e nas primeiras do terceiro milênio, período em que se institui através de diversos marcos regulatórios (SOUZA, 1982).
							Segundo Lavinas (2012), a instituição da política pública de assistência social expressa no Brasil o avanço da expansão e o reconhecimento dos direitos sociais, visto que seus princípios universais representam a ampliação da proteção social e da cidadania para todos, independentemente do vínculo empregatício e contributivo.
							A distinção da natureza dos princípios da política de assistência social e das políticas sociais contemporâneas é importante quando buscamos analisar a dimensão ética e político-ideológica do agir profissional no trato com os beneficiários do PBF, em contraponto com os valores e princípios do Código de Ética, pois a atuação exigida ao profissional na execução do PBF é divergente dos princípios da política de assistência social e transgressora dos valores do Código de Ética dos assistentes sociais, como demonstraremos a seguir (SPOSATI, 1989).
							Portanto, registra-se um paradigma de princípios que coloca de um lado a política de assistência social (influenciada pela lógica universal e incondicional) e o Código de Ética do Serviço Social, e de outro lado a lógica dos atuais programas de transferência de renda focalizados e condicionados, como é o caso do PBF.
							Destaca-se a importância de ponderar sobre esse campo de tensão, pois, do contrário, corre-se o risco de se associar diretamente assistência social à lógica de acumulação capitalista intrínseca às políticas sociais contemporâneas, pressuposto esse incorporado por parte da categoria profissional, “que rejeita reconhecer a política de assistência social como campo do exercício profissional digno” (Sposati, 2013, p. 662).
							Embora uma parte da categoria profissional do Serviço Social não legitima a política de assistência social, historicamente essa categoria profissional se posiciona em sua defesa guiada pela compreensão universal de direitos e reconhece o importante papel do trabalho de assistentes sociais na consolidação da assistência social como direito de cidadania.
							Para o Conselho Federal de Serviço Social, no documento intitulado Parâmetros para atuação de assistentes sociais na política de assistência social (CFESS, 2009),
o processo de instituição da assistência social como direito social e política de seguridade social a transportou, da concepção de favor, da pulverização e dispersão, ao estatuto de política pública e da ação focal e pontual à dimensão da universalização. (CFESS, 2009)
							Portanto, o posicionamento da categoria profissional em defesa da assistência social enquanto política de direito social revela que os valores e princípios da assistência social não são díspares dos valores firmados pelo Código de Ética do Serviço Social, que articulam “direitos amplos, universais e equânimes, orientados pela perspectiva de superação das desigualdades sociais e pela igualdade de condições, e não apenas pela instituição parca, insuficiente e abstrata igualdade de oportunidades, que constitui a fonte do pensamento liberal”.
 2.4 O Movimento de Reconceituação da Profissão
	Ao pensarmos na formação profissional do Assistente Socialprecisa-se aprender o cenário em que a profissão se efetiva. Por meio do processo de trabalho do (a) Assistente social que abrangem o conhecimento e instrumentos técnicos operativos. Na perspectiva do conhecimento, a dimensão técnico-metodológica é fundamental para o exercício do trabalho do (a) Assistente social, pois contribui para iluminar a leitura sobre a realidade e, assim, nortear a nova conjuntura da realidade reafirma a necessidade de superação de pratica nos impulsionando a ter um olhar instigante para o mundo contemporâneo. No que se referem aos conhecimentos necessários as novas competências a partir da logica instituída pelo CRAS, são apontados os documentos orientadores da politica. Portanto fica evidente, que o trabalho vem sendo caracterizado numa perspectiva operativa de implementação da política. 
	Nos encaminhamentos de diferentes situações e capacidade de analisar a realidade social. (OLIVEIRA. 2003. P 43)
	Com relação a dimensão ética e apontada como fundamental, porem as questões apresentadas se dão numa perspectiva amplificada do sigilo e da relação com demais profissionais da equipe.
“O assistente social é um profissional “neutro”, sua pratica se realizam no marco das relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista-relações esses que são contraditórias. É fundamental que o profissional tenha um posicionamento politico frente as questões que aparecem na realidade social para que possa ter clareza de qual direção social da sua pratica, isso implica em assumir valores ético-morais que sustentam a sua pratica (GUERRA, 1993)”
	Portanto, a perspectiva ética resume-se ao caráter normativo da ação e não problematiza a dimensão política do trabalho do Assistente Social no contexto das políticas públicas na perspectiva de efetivação de direitos.
	É importante esclarecer que a família referenciada é a unidade de medida de famílias que vivem em territórios vulneráveis e são elegíveis ao atendimento ofertado no CRAS instalado nessas localidades (MDS), quando falamos de referências nos referimos ao nível de menor complexidade para o de maior complexidade, ou seja, do encaminhamento feito pelo CRAS a qualquer serviço socioassistencial ou a outra política setorial no seu território de abrangência. (MDS, Orientações Técnicas do CRAS, 2009) A assistência social passa a ser de finidade como política social publica que encontra um lócus no campo dos direitos humanos ao ser assumido como responsabilidade do Estado tanto na qualificação das ações e dos serviços quanto na universalização dos acessos. 
	Considerada o direto do cidadão e dever do Estado constitui uma politica de Seguridade social não contributiva ofertada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade para garantir o atendimento as necessidades básicas (BRASIL 1993). 
Segundo Galvão a Assistência Social vem como dos direitos sociais, constitui uma política estratégica voltada para a oferta de um padrão básico de vida a determinados segmentos da população. Visa a prevenção ou a superação diferente formas de exclusão e a garantia de padrões de cidadania e qualidade de vida. (GALVÃO, 2003, p 2).
	Sabe-se que o assistente social é um profissional que se organiza de maneira mais sistemática mediante o procedimento técnico metodológico mais elaborado que nos ajuda a resolver seus problemas de indivíduos, e é necessidade dos seus usuários que possua por vulnerabilidades social nas realizações que venha garantir esse direito, de uma vida digna na sociedade.
2.5 Conceitos da Profissão no Brasil
	O Movimento de Reconceituação do Serviço Social, surgiu no interior da profissão a partir de um esforço que buscava o desenvolvimento de propostas de ação profissional, e, ao mesmo tempo, se configurava como um processo amplo de questionamentos e reflexões críticas a respeito da profissão.
	Para Silva (2002), a realidade brasileira no período de 1964 a 1985, momento do Movimento da Reconceituação do Serviço Social, passava por um processo bastante demarcado. O Movimento pode ser identificado em dois planos ou níveis de reflexão. O primeiro focaliza um sentido estrito da Reconceituação, isto é, pode ser caracterizado como um movimento específico, contextualizado num momento histórico. Já no segundo plano percebe-se, o Movimento de Reconceituação num sentido amplo, como sendo este um processo permanente de construção de proposta profissionais em respostas às exigências do processo social. Assim:
“A ruptura com a herança conservadora expressa-se como uma procura, uma luta por alcançar novas bases de legitimidade da ação profissional do Assistente Social, que reconhecendo as contradições sociais presentes nas condições do exercício profissional, busca colocar-se, objetivamente, a serviço dos interesses dos usuários, isto é, dos setores dominados da sociedade. Não se reduz a um movimento interno da profissão. Faz parte de um movimento social mais geral, determinado pelo confronto e a relação de forças entre as classes fundamentais da sociedade, o que não exclui a responsabilidade da categoria pelo rumo dado às suas atividades e pela forma de conduzi-las”. (IAMAMOTO 1997, p 37)
	Esse movimento de ruptura foi um núcleo que ganhou corpo e se explicitou no âmbito de um movimento profissional que vinha caminhando de forma articulada em dois sentidos. Um buscava ganhar a adesão profissional e reverter a direção política da prática, e o outro tentava aprofundar a ligação profissional com as classes populares operando concretamente a reversão. Sendo assim, Kisnerman (1978) salienta que a intenção de ruptura com o Serviço Social tradicional começou a ocorrer no seio universitário no início dos anos de 1970, tendo como seu polo principal a Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais, responsável pela formação do Método Belo Horizonte – BH. É nesse espaço que a perspectiva renovadora da profissão se destaca originalmente no Brasil.
	Destaca-se como primeiro Movimento de Reconceituação do Serviço Social no Brasil os encontros de Araxá (1967) e Teresópolis (1970), os quais marcaram o esforço da categoria profissional em torno da sistematização teórico-prática do Serviço Social, isto é, estes dois encontros significaram a consolidação da proposta modernizadora para a profissão. Seguindo então para o Encontro de Sumaré (1978), o qual tratou de evidenciar o caráter científico do Serviço Social.
	Pode-se identificar segundo Pontes (1995, p. 18-19) que, vê-se que a relação do Serviço Social com a corrente marxista estabeleceu uma relação entre o profissional e a linha marxista centrada nos clássicos. O percurso do Serviço Social no Brasil configurou-se numa intensa movimentação dos assistentes sociais. 
	A partir do Movimento de Reconceituação, o modelo positivista passa ser questionado, dando início à procura de novos caminhos que pudessem superar o modelo tradicional do Serviço Social, visando com isso a transformação social. No entanto, tem-se procurado um modelo teórico – metodológico de intervenção que contribua com a mobilização e organização e a ação da população, ou seja, está buscando construir e reconstruir os conhecimentos já existentes, para definir novos objetos para a sua intervenção.
	Para Blanco et al (2003), a renovação do Serviço Social como desafio existencial pressupõe uma interpretação da realidade, fundada cientificamente em modelos operativos, em que não bastava sentir simpatia pelo processo de libertação do povo, mas fazer parte de um processo, assumindo um estilo de vida individual e grupal capaz de construir uma nova sociedade.
	Dessa maneira, os profissionais de Serviço Social ingressam nos anos 90 sendo uma categoria que buscava através da pesquisa, fundamentar a profissão, e isso fez com que o Serviço Social passasse a ser reconhecido entre os órgãos gestores de conhecimento. As novas alternativas levantadas pelo Movimento de Reconceituação no Serviço Social procuraram estabelecer para o exercício profissional a reavaliação da dimensão política, bem como, a necessidade decompreender o processo político da sociedade. Esse conhecimento poderia contribuir para a qualidade e a construção de um aprofundamento no entendimento da democratização da vida social. 
3 A PRÁTICA PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS
			Atualmente, todas as profissões exigem pessoas mais capacitadas e polivalentes. Mas, especificamente, no caso do profissional de Serviço Social, este deve ter uma compreensão das políticas sociais e dos mecanismos para formulação e execução do seu trabalho.
			É possível perceber a atuação dos Assistentes Sociais no seu dia a dia de trabalho, o profissional dessa área, deve ser capaz de repensar não só na realidade social, mas também a profissão, tendo uma visão da totalidade que favoreça sua intervenção, incluindo seu crescimento profissional, conforme relata Iamamoto (1997, p. 122):
A prática profissional, tem caráter significativo nas políticas que surgem das próprias relações de poder, presentes na sociedade, dessa forma, esse caráter deveria ter uma intenção individual do profissional, ou seja, o seu compromisso se configura de forma que sua atuação e estratégias são desenvolvidas para um conjunto da sociedade civil e por meio das políticas públicas e privadas, consolidações institucionais nos quais atua como Assistente Social. IAMAMOTO (1997, P. 122)
			Esse profissional atua nas expressões da questão social, formula e implementa propostas e estratégias de intervenção para seu enfrentamento, como a capacidade de promover o exercício pleno da cidadania dos usuários do Serviço Social, no conjunto das relações sociais e no mercado de trabalho.
			O Serviço Social, como todo trabalho, tem como uma de suas funções, apreender a chamada da prática profissional profundamente condicionada pelas relações entre o Estado e a Sociedade Civil, ou seja, pelas relações entre as classes na sociedade, rompendo com a criação do Serviço Social. 
			Por exemplo, aceita-se como senso comum, que a profissionalização do Serviço Social, surge da tecnificação da filantropia. Inclusive é essa tônica do discurso da maioria dos pioneiros da literatura especializada, mesmo na época do movimento de reconceituação que sustenta que o Serviço Social se torne profissão ao se atribuir uma base técnico-científica às atividades de ajuda é a filantropia, de acordo com Iamamoto e Carvalho, (2005, 181): “Por essas condições é a cidadania onde mais se desenvolveu a infraestrutura de serviços básicos, inclusive serviços assistenciais, com forte participação do Estado”. 
			Para tal, o Assistente Social deve desenvolver como postura profissional a capacidade crítica, (reflexiva para compreender a problemática e as pessoas com as quais lida, exigindo a habilidade para a comunicação juntamente com expressão oral e escrita, articulação política para proceder a encaminhamentos técnicos operacionais, sensibilidade no trato com as pessoas, conhecimento teórico e capacidade para mobilização e ainda organização.
			É possível que sejam realizadas essas determinações, pois o profissional deverá ter uma relação com disciplinas especializadas à exposição extraídas das Ciências Humanas e Sociais. Assim, de acordo com a instrumentalidade, relaciona-se a uma mediação para acionar através dos conhecimentos teóricos e metodológicos. Para ter-se um significativo avanço na intervenção profissional da prática do Assistente Social, citamos aqui Rocha, (2003, p. 31):
A benemerência, como um ato de solidariedade, foi se constituindo em práticas de denominações. Um resgate do sistema inglês de lidar com a pobreza, a Poor LAW, ou os Asilamentos Franceses, mostram claramente essa questão. O direito à assistência foi historicamente sendo substituído pelo apelo a benevolência das almas pias e caridosas.
			De acordo com Iamamoto (1997, 120), a única opção é estabelecer estratégias profissionais e políticas para que se consiga garantir aos usuários os direitos que dizem respeito às suas necessidades como sujeito de direito, a riqueza socialmente produzida pela sociedade e ao pensar sobre a atuação do assistente social no CRAS, há que se analisar a dimensão política desta prática, a qual não é revelada de imediato e nem das faculdades emergentes desta ação. 
			Dessa forma, para que se consiga revelar este significado social da pratica, segundo Iamamoto (1992, p. 120) há que se considerar o movimento das classes sociais e ainda suas relações com o Estado e a sociedade, para que assim possa desvelar “[...] os fios que articulam as estratégias políticas das classes, desvendar sua necessidade, os seus efeitos na vida social, assim como seus limites e suas possibilidades”.
			A autora ressalta ainda que única opção é estabelecer estratégias profissionais e políticas para que se consiga garantir aos usuários, direitos que dizem respeito diretamente as suas necessidades, como sujeitos extirpados da riqueza socialmente produzida.
[...] Assim sendo, a prática profissional tem caráter essencialmente político: surge das próprias relações do poder presentes na sociedade. Esse caráter não deriva de uma intenção do assistente social, não deriva exclusivamente da atuação individual do profissional ou de seu compromisso. Ele se configura na medida em que sua atuação é polarizada por estratégias de classes voltadas para o conjunto da sociedade, que se corporificam através do Estado, de outros organismos da sociedade civil, e expressam nas políticas sociais públicas e privadas e nos organismos institucionais nos quais trabalhamos como Assistentes Sociais (IAMAMOTO, 1992, p.122)
			As ações profissionais vão se constituindo a partir deste compromisso político que como respostas as demandas estabelecidas na sociedade capitalista em seus mais diferentes espaços sócio-ocupacional. Nesta investigação, as respostas construídas pelos profissionais de serviço social, materializadas em sua dimensão técnica-operativa.
			Diante destes aspectos aqui apresentados será relatada a atuação de
intervenção do assistente social do no CRAS- Centro de Referência de Assistência Social. A prática interventiva do assistente social no CRAS/PAIF tem suas ações voltadas no Serviço de Atenção Integral a Família, como medida de proteção social básica inserida no Sistema Único de Assistência Social- SUAS. (MDS, 2004).
O trabalho com as famílias, referenciadas no território de abrangência do CRAS, privilegia a dimensão socioeducativa da política de Assistência Social na efetivação dos direitos relativos às seguranças sociais afiançadas. Assim, as ações profissionais relacionadas aos serviços prestados no CRAS devem provocar impactos na dimensão da subjetividade política dos usuários, tendo como diretriz central a construção do protagonismo e da autonomia na garantia dos direitos com superação das condições de vulnerabilidade social e potencialidades de riscos (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, 2006, p. 13).		
			Neste processo o assistente social desenvolve suas ações no Serviço de Proteção e Atendimento Integral – PAIF e tem sua pratica pautadas nas ações de caráter individual e coletivo que se configuram em diversas intervenções iniciando com a acolhida, que ocorre como um processo inicial de escuta das necessidades e demandas trazidas pelas famílias.
			O profissional de Serviço Social realiza oficinas com famílias suscitando reflexões sobre temas de interesse das mesmas, contribuindo para o alcance de aquisições, em especial o fortalecimento dos laços comunitários, o acesso aos direitos, o protagonismo, a participação social e a prevenção a riscos. Nas ações comunitárias do CRAS constitui-se como objetivo a promoção da comunicação comunitária, a mobilização social e o protagonismo da comunidade fortalecendo os vínculos entre as diversas famílias do território, desenvolvendo a sociabilidade, o sentimento de coletividade e organização comunitária.
3.1 – A formação da Prática do Assistente Social
			A formação da prática do assistente é de cunho humanista, portanto comprometida com valores que dignificam e respeitam as pessoas em suas diferenças e potencialidadessem discriminação de qualquer natureza. Seu projeto ético político e profissional está referendado em seu código de Ética profissional, com compromisso com a liberdade e justiça e ainda a democracia. 
			Em razão disso, é importante compreender a ética além do debate legal, buscar materializar uma ética mais ampla e levá-la para o âmbito da atividade operativa, no campo sociopolítico – ocupacional. Deve-se, portanto, resignificar, traduzir a questão da ética na realidade social encontrada no campo do trabalho, abordá-la como uma mediação social, viva e dinâmica, tornando-a visível para categoria e para sociedade. 
			Para tanto, os Assistentes Sociais, enquanto categoria profissional, buscam compreender e apreender os conhecimentos acerca da ética e da moral, no contexto social em que se inserem em nível mundial. Iamamoto (2005, p. 97) destaca que:
Ao longo do tempo, inúmeros foram os caminhos trilhados pela assistência, assim como as formas operacionais adotadas, porém um elemento se manteve sempre a ela vinculado, constituindo um verdadeiro sinal indicativo de sua prática: a caridade para os pobres. (IAMAMOTO 2005, p. 97
			Diante da fala desse autor, o profissional de Assistente Social ao longo do tempo, têm o dever de informar a seus usuários das formas operacionais adotadas para prestarem bons serviços de qualidade para a população usuária de modo geral para que as mesmas venham usufruir de forma adequada o serviço ao qual lhes é de direito. 
3.2 As políticas de Assistência Social e os Sistema de Assistência Social
	Buscando entender a sociedade em sua totalidade o assistente social tende a romper com o conceito do conhecimento “aparente” e a utilizar de um conhecimento que vá além de sua utilização imediata, ou seja, esse profissional faz uma crítica ao cotidiano e intervém de forma aprofundada e, observando as questões intrínsecas, pensa alternativas para a resolução da demanda apresentada e não em amenizar a mesma.
	Logo em 2004 no governo de Luiz Inácio Lula da Silva através do Ministério do Desenvolvimento Social e combate à fome MDS e ainda da Secretária Nacional de Assistência Social foi regulamentada a Política Nacional de Assistência Social – PNAS, a qual tem como objetivo implantar o Sistema Único de Assistência Social - SUAS como no sistema de proteção social para os brasileiros que necessitam de serviço.
	O SUAS como um sistema de proteção social irá materializada LOAS, na articulação dos serviços e programas, projetos e ações referindo-se os objetivos e diretrizes destacados na LOAS, visando garantir os direitos inerentes a cidadania e a inclusão social nesse sentido descentralizado e participativo, é que irá regular e organizar a rede de atendimento socioassistencial do sistema financiado pelas três esferas sendo que cada uma terá determinado competência técnico política. (CNAS, 2004).
	Desta forma o SUAS define e organiza os elementos essenciais e necessários para a execução da política de assistência social que venha a conhecer a normalização dos padrões nos serviços de qualidade no atendimento dos indicadores de avaliação e resultados dos serviço da rede socioassistencial e nos eixos estruturantes conforme sistema de materialidade sócio familiar e descentralização política administrativa territorial ,ou seja, novas bases se revelam entre os estado e sociedade civil no financiamento do controle social: nesse sentido o desafio entre a participação popular e cidadão usuário. A política de recursos humanos é mais presente no movimento de avaliação. (CNAS, 2004, p. 23 – grifo do autor).
	É possível conhecer cada uma destas bases organizacionais conforme está escrito na política nacional de Assistência Social de setembro de 2004, portanto a matricialidade sócio familiar é afirmado no artigo 226 da CF/88 que garante que a família é a base da sociedade e, por isso tem proteção do Estado. (CNAS, 2004), tendo em vista que sua abordagem acontecerá no conjunto de todos os membros da família. O conceito de família passa a ser entendido não mais no modelo de família tradicional, mas sim como traz a política como sendo sujeitos que se encontram unidos por laços de sangue efetivos ou solidários e por isso que o conceito de família política e traz pretende romper com a visão de família conservadora.
	Na descentralização político-administrativa e territorialização é considerada pela diversidade apresentada pelas regiões e municípios no país, desta forma inviabiliza-se a homogeneidade na definição de propriedades para esse atendimento. Portanto precisamos conhecer a dinâmica de cada região que as ações sejam direcionadas. (CNAS, 2004).Portanto adota-se, como forma de diferenciação dos territórios e referências a ser definido no município de pequeno, médio e grande porte utilizados pelo IBGE, em municípios de pequeno porte 1 são aqueles com a população de aproximadamente 20 mil habitantes (5.000 famílias em média; município de pequeno porte 2 são com população de 20.001 a 50 mil habitantes ou de 5.000 a 10.000 famílias, (ambos apresentam-se em rede de proteção social básico, é necessário atendimentos de médio porte. São aqueles com atendimento de médio porte são aqueles com população entre 50.001 a 100.000 habitantes (10.000 a 25.000 famílias). No município de José de Freitas, apresenta uma rede mais ampla de serviço, porém só oferecem serviços de maior complexidade quando abrangem municípios vizinhos para atenderem as demandas dos municípios de grandes portes e metrópoles São municípios com população superior a 101.000 habitantes podendo chegar até a próxima idade 250.000 famílias (no caso de metrópoles). 
	Desta forma, com o expressivo número de usuários de várias classes social com uma característica diversas cidades que contam com a rede de proteção social básica com o nível de proteção social de média e alta complexidade. (CNAS, 2004).
	De acordo com novas bases a relação entre estado e sociedade prevê a organização de redes de atendimento com capacidade de fundamentar, primeiramente as razões que a história da política social no Brasil (...) é marcado pela diversidade, e superação das ações das entidades além de dispor recursos humanos materiais e financeiros (CNAS, 2004, p.31).
	É importante dizer que a implementação dá LOAS, é levantado uma nova relação entre o estado e a sociedade civil através da utilização dos conselhos, que prevê, a LOAS deverão ser paritária o número de membros governamentais e não governamentais, porém diversos razões que vão desde a dificuldade de acesso da população (outro ponto a ser discutido) até a dificuldade de entendimento por parte desta que perpassa por sua condição de exclusão social, política e econômica ainda com relação à importância deste espaço de discussão e efetivação das políticas sociais nos municípios. Portanto com relação ao financiamento tendo em vista o sistema descentralizado e participativo, o financiamento proposto pelas três esferas configura-se numa inovação o que possibilitou uma maior autonomia aos projetos e programas e assim considera-se uma conquista para o espaço da Assistência Social.
	Os assistentes sociais nas últimas quatro décadas vêm procurando compreender o significado da sua prática profissional no contexto em que está inserido, permitindo-lhe uma visão da expansão de sua intervenção, resultando na superação da imediaticidade e do aparente.
	O que aborda-se nessa pesquisa é a dificuldade de associação da teoria social marxista com a intervenção e de vislumbrar uma sociedade para além do capital, com base nestas ideias, discute-se, então, as influências de três matrizes de pensamento que se mostram como desafios para o projeto ético e político profissional, sendo elas o neopositivo, o pensamento weberiano e o pragmatismo.
	Por fim, discute-se sobre a relação teoria e prática e que as mesmas não podem ser interpretadas de forma dicotômica. Ressaltando a importância desse pensamento para o fortalecimento do projeto ético e político e para a atuação profissional do assistente social.
	 No que se refere o controle social previstopela LOAS, enfatiza os instrumentos para efetivação, o que possibilitou uma maior participação da sociedade nos conselhos de forma democrática onde os eventos possibilitem o ingresso para os usuários nas discussões a firma. (CNAS, 2004).
	Portanto fica evidente a política de Recursos Humanos para um debate que inicialmente não foi sido colocado com grande ênfase por isso resultasse as diversas e ocupação na área da Assistência como os monitores e ou educadores de crianças e adolescentes os quais devem ser profissionais qualificados para intervenção nessa área segundo o autor. (CNAS, 2004).
	Nesse sentido foi no ano de 2005 que foi apresentada a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos – NOB/RH. Essa normativa traz importantes elementos para com relação ao modelo de intervenção destes profissionais, que irão atuar no devido espaço de trabalho.
	Por meio da informação, o monitoramento e a avaliação e uma ferramenta de grande importância na área da Assistência Social para que se possa efetivar realmente a PNAS e com isso o SUAS. Portanto esses sistemas deverão ser desenvolvidos em conjunto de três esferas governamentais, visando a promoção de um desenvolvimento da política de Assistência Social no Brasil e de suas ações e recursos, que venha viabilizar a qualificação da política. Afirma (CNAS, 2004).
	De acordo com o autor, o SUAS traz um novo modelo de gestão da politica social de Assistente Social, e, portanto, com a elaboração de um novo plano Nacional de Assistência Social com a perspectiva atual do Sistema Único de Assistência Social.
	No que se refere a PNAS traz a colocação de questões contida da sociedade brasileira com relação a responsabilidade do estado, para que de forma se torne aparente – que serão por onde passarão suas ações para efetivação da assistência social enquanto um direito de cidadania for o cargo do Estado. Deve ser na implantação da PNAS, fica definido os papéis das três esferas federal, estaduais e principais ou se nesse processo de descentralização pretende que se reconheça e ainda se territoriais as ações, de diferentes estruturas de cada região do pais, buscando assim uma melhor adequação do recursos orientados através do artigo 6º da LOAS que remete-se a organização e gestão, propõe-se um sistema descentralizado e com a participação da sociedade.
	De acordo com o Art. 6ª ações na área de assistência social são organizadas em sistema descentralizado e participativo, organizados pelas entidades por lei de articulação por meio de esforços e recursos, ainda pelo um conjunto de instância de liberativas de diversos setores na área do Brasil (Brasil, 2000, p.8).
	Sabe-se que a Política Nacional vem como uma grande resposta no que diz respeito a irresponsabilidade do estado em atender as demandas das classes subalternas, em consequência da adoção de uma política neoliberal pelo pais a qual tem reflexos a precarização do trabalho, com o aumento da vulnerabilidade da população para amenização de garantias atendidas na lei, mas que sofrem constantes retaliações. (CNAS, 2004).
	As ações da PNAS, conforme sua política acontecerá de forma associativa as políticas setoriais visando à diferenciação das desigualdades sócias e social setoriais, para que possa ter seu enfrentamento como forma de garantir os mínimos direitos sociais que venha responder as contingencias sociais e a universalização dos seus objetivos.
	Assim por meio de prever esses serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e ou, especial para famílias indivíduos e grupos que necessitar contribuir com a inclusão e a equidade dos usuários e um grupo específicos para o acesso aos bens e serviços sócios assistenciais básicos e especiais na área urbana e rural, assegurar que as ações no âmbito da assistência social tenha atendimento de qualidade para as famílias e que garanta esse direito a convivência familiar e comunitário afirma o autor (CNAS, 2004, p.18).
	Por meio desse processo temos como base estes objetivos a PNAS, tem como público usuário cidadãos e grupos que estão em situação de risco e vulnerabilidade social. Sabe-se que as famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos social e sociabilidade, ciclos de vida identidades estigmatizar em termos étnico cultural e sexual, pessoal a deficiência de exclusão pela pobreza no acesso ás demais políticas públicas e é necessário que os usuários que possam por vulnerabilidade social no núcleo familiar sejam inseridos no mercado de trabalho formal que podem ter dignidade própria e pessoal para um melhor convívio social, (CNAS, 200 p.18, 19, 20).
	Portanto nele há a intervenção com famílias e indivíduos em seu meio comunitário. Essa atuação tem como objetivo orientar a convivência familiar e comunitária com o desenvolvimento de programa de Atenção Integral ás Famílias – PAIF, onde supera totalmente a união de famílias construídas por pais e filhos, ou seja na definição do PNAS apresentada antes do PAIF, essa equipe do CRAS deve prestar atendimento dá orientação, viabilizando a garantir os direitos dos usuários enquanto cidadãos além de criar um mapeamento e organização dos indivíduos e suas familiar aos serviços ofertados.
	De acordo com serviços de proteção básica são aqueles desenvolvidos pelo CRAS, com o objetivo de fortalecer as famílias visando o fortalecimento de vínculos internos e externos na universidade dos acessos.
	Ao pensamos em programa de atenção integral ás famílias: São Projetos de geração de trabalho e renda, os centros de convivência para idosos; são ofertados também para criança de 0 a 6 anos que visem ter fortalecimento dos vínculos familiares, ou seja, que venha ter o direito de brincar estuda e ao lazer são esses os direitos das crianças serviços sócio educativos para adolescentes na faixa etária de 6 a 14 anos visando sua proteção e fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários; esses centros são voltados para jovens e adultos (CNAS, 2004, p.20).
	Sabe-se que a implantação dos CRAS nos municípios podem ser um fácil acesso da população aos serviços de proteção social básica, além de articula as redes que possibilitará descobrir as necessidades de cada local para que as políticas públicas sejam bem desenvolvidas.
3.3 O Assistente Social em sua Pratica de Serviço no CRAS
	Neste item aborda-se especificamente sobre a prática profissional do assistente social nos Centros de Referência do Assistência Social no CRAS.
	É possível perceber a atuação dos assistentes sociais no seu dia-a-dia de trabalho a que se analisa a dimensão política e prática na qual não é revelada as dificuldades emergentes destas ações, portanto, para que consigamos revelar de imediato este significado social na prática.
	Afirma Iamamoto (1992) que: desta forma considerando que o movimento das classes sociais e ainda suas relações com o estado e a sociedade, para assim se poder articular as estratégias políticas das classes, e conduzir suas necessidades os seus efeitos na vida social tendo em vista seus limites e suas possibilidades assim diz autora.( Iamamoto1902pág. 120).
	Compreende-se que, a parte da prática profissional é na realidade para que consigamos de fato entender a seção deste profissionais afirma Iamamoto(1992) devemos inseri-la no referido conflito das relações entre as duas classes sociais (classe trabalhadora e uma classe capitalista), tendo em vista que ainda pode ser incluída no aparato dos mecanismos do poder econômico, político e cultural, mantendo as particularidades do serviço social enquanto uma profissão seja inserida na divisão social por isso é uma profissão inserida na divisão social e técnica operativa do trabalho.
	Assim pode-se dizer que o serviço social surge de um conflito antagônico, ou seja, processo que suas intervenções possuem um caráter social de um compromisso com a classe trabalhadora e seus usuários que desta forma venha ser exposto as condições objetivas do trabalho da sociedade capitalista, onde a alienação dessa forma a atuação dos assistentes sociais é polarizada por interesses de classes contraditórias,ou seja, estão presentes no modelo de organização da sociedade e que não podemos eliminar esta condição de luta de interesse na nossa prática profissional.
	De acordo com Iamamoto 1992: “ela diz que a única opção é estabelecer estratégias profissionais e políticas para que consigamos garantir aos usuários os direitos que dizem respeito”, ou seja, suas necessidades como sujeito de direito da riqueza socialmente produzida pela sociedade capitalista.
Portanto a prática profissional tem caráter significativo na política que surgem das próprias relações do Poder presente na sociedade dessa forma esse caráter deveria ter uma intenção do assistente social e não uma atuação individual do Profissional, ou seja, o seu compromisso se configura de forma que sua atuação e estratégias são desenvolvidas para um conjunto da sociedade civil e por meio das políticas públicas e privadas e nas consolidações institucionais Nos quais atua como assistente social afirma (Yamamoto, 1992 pág.122).
	Desta forma, é esse compromisso político que as ações profissionais vão se constituindo como respostas às demandas estabelecidas na sociedade capitalista em seus diferentes espaços sócios ocupacionais.
	Dessa forma a investigação são as respostas construídas pelos profissionais de Serviço Social impulsionando a ter dimensão técnica operativa.
	De acordo com a autora essa dimensão instrumental da atuação profissional não podendo assim ser reduzida somente pelos modelos de atuação que serão reduzidos por procedimentos técnicos operativos mais que estejam ligados com as dimensões teóricos - metodológicas e éticas - política. Assim as dimensões técnico-operativo de acordo com a Guerra (1993, pág. 09).
	Para tanto é possível que seja realizado essas determinações, o profissional deverá ter uma relação com disciplinas especializadas à exposição extraídas das ciências humanas e sociais assim, de acordo com a autora, a instrumentalidade significa uma mediação para acionar a qual através dos conhecimentos teóricos e metodológicos teremos uma intervenção significativa nos avanços da intervenção profissional nas singularidades do cotidiano do assistente social.
	Segundo Guerra (1993), que diz quando reconhecemos que a instrumentalidade é um campo de medicação para o profissional e que este campo é formado pelas dimensões teórico-metodológico, ético e político e operativo e entendemos que estas se transformem em respostas profissionais.
	Assim podemos dar uma melhor visualização do objeto de estudo bem como do caminho percorrido pela autora, ou seja, com isso a Política Nacional de Assistência Social, com documento referente o governo de Luiz Inácio da Silva uma vez já apontado suas proposições na Conferência Nacional de Assistência Social em 2003 e foi deliberado pelo Conselho Nacional de Assistência Social em 2004, onde estabelece a criação dos Centros de referência da Assistência Social - CRAS.
	Como medida de proteção social básica no Sistema Único de Assistência Social – SUAS. A partir de então faremos uma apresentação de onde se situa o lócus da nossa pesquisa dentro da compreensão do município que já é considerado a grande parte tratado pelo PNAS. Essa exposição terá como objetivo maior aproximação com a região e consequentemente a possibilidade de uma característica de aspectos relevantes para o trabalho de conclusão do curso.
	Portanto a proteção social especial divide-se em média e alta complexidade, ou seja, são ofertadas pelo centro de referência da Assistência social – CREAS, e são destinadas a pessoas com os vínculos familiares, rompido em decorrência de abandono familiar, violência, abuso sexual ou de maus tratos físicos ou psicológicos, acrescenta-se ainda situações psicológicos, acrescenta-se ainda situações de rua ou no trabalho infantil entre outros de acordo com (CNAS, 2004) esses atendimentos requer um acompanhamento individualizado. 
	Pensa-se então que, nos serviços de orientação as famílias, que vivem em situação de rua tendo em vista que o plantão social: abordagem de cuidado do Domicilio, ou seja, serviço de habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência, física ou mental temos que ter medidas socioeducativas para prevenir esses indivíduos. (CNAS, 2004, p.22).
	De acordo com os programas desenvolvidos pela Proteção Social Especial de Alta Complexibilidade, ou seja, deverão garantir proteção integral como moradia, alimentação entre outros.
Tendo como destaque o Atendimento Integral Institucional: Casa da republica: casa de passagem, Albergue; Família Substituída; Família Acolhedora. Medidas Sócio educativas restritivas e proativas de liberdade (Semiliberdade internação provisória e sentenciada). Trabalho protegido, (CNAS, 2004, p.23).
			Considerando que muitas cidades, ainda não se organizaram de maneira que possa ser de grande parte pela política nacional da assistência social.
4 A POLÍTICA NACIONAL E O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
			O acompanhamento familiar no âmbito do (SUAS), é definido no protocolo de gestão integrada de serviços, benefícios e transferências de renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS como o conjunto de intervenções desenvolvidas em serviços continuados, com objetivos estabelecidos, que possibilitam à família acesso a um espaço onde possa refletir sobre sua realidade, construir novos projetos de vida e transformar suas relações – sejam eles familiares ou comunitários. 
			De acordo com o art. 6º, ações na área de assistência social são organizadas em sistemas descentralizados e participativos, organizados pelas entidades por lei de articulação e ainda por meio de esforços e recursos e também pelo conjunto de instâncias deliberativas de diversos setores na área. (BRASIL, 2009, p. 8)
			Percebe-se que o acompanhamento familiar requer o estabelecimento de vínculos e compromissos entre as famílias usuárias e o serviço, bem como a construção do processo de planejamento e avaliação conjunta do percurso a ser trilhado nas situações de vulnerabilidade vivenciada.
			Dessa forma o SUAS, define e organiza os elementos essenciais e necessários para a execução da política de Assistência Social. Para isso, é necessário que venha acontecer a normalização dos padrões nos serviços de qualidade no atendimento dos indicadores de avaliação. Além dos resultados dos serviços das redes sociais assistencial e nos eixos estruturantes, conforme materialidade sócio familiar e a descentralização política administrativa, territorial. Isto é, novas bases se revelam entre o estado e a sociedade civil no financiamento do controle social. Dessa forma, Iamamoto (2003, p. 12) relata que:
“A reconceituação assentou as bases para a requalificação profissional, rechaçando a subalternidade expressa e até então vigente aceitação da divisão consagrada de trabalho entre cientistas sociais (os teóricos) e assistentes sociais (os profissionais da prática)”. 
			Nesse sentido, é relevante compreender a formação profissional do Assistente Social no que diz respeito à requalificação dos indicadores e avaliação do SUAS nos eixos estruturantes, conforme o sistema de descentralização da Política territorial do Sistema SUAS.
4.1 As Influências de outras Concepções Teóricas para o Serviço Social
			As concepções que ameaçam a hegemonia do pensamento marxiano na profissão, essa breve apresentação supracitada ao Serviço Social demonstra como os profissionais vêm se articulando nas últimas décadas, com a hegemonia do pensamento marxiano como norte para as intervenções profissionais, expresso claramente no Código de Ética de 1993 (atualmente em vigor) e nas Diretrizes Curriculares para a formação profissional.
			Mesmo obtendo um caráter hegemônico, o fato de se adotar a teoria marxista como método de interpretação da realidade, não isentou os profissionais de lidarem com influências e, até mesmo, "confusão" com outras teorias.
			Comecemos por identificar, em primeiro momento, a influência do neopositivismo, sendo uma teoria dos signos, ou símbolos, que adota o método experimental e temo caráter de "verdade" baseado nas consequências, na necessidade.
			Lukács (1988) ressalta a existência de teorias que cada vez mais estão dadas a manipulação do capital, não importando a veracidade, mas a utilidade para o capital. Entendendo que o neopositivismo retoma elementos do positivismo e traz consigo novas características, surgindo com objetivo de encortinar o conflito entre as classes.
			Mas porque Lukács afirma essa propriedade do neopositivismo? Ora o positivismo nada mais é do que a expressão ideal do Ser Social Burguês baseada na linguagem matemática/signos (Semiótica), a quantificação da vida social.
			É possível notar o Empirismo lógico, ou fisicalismo presente nesse pensamento, em que a verificação das coisas está em seu conceito, questionando-se a metafísica, não reconhecendo nada além da física. O neopositivismo traz consigo a compreensão das diferentes teorias através do Nomotético (do particular para o universal) e Idiográfico (singular).
			Em segundo momento, analisa-se a influência de Webervii, ou como denomina Guerra (1993) "marxismo weberiano", enfatizando que a história busca investigar os sujeitos singulares, sendo a Sociologia interessada em conhecer as ações do sujeito naquele contexto, ações orientadas para um fim ou ações causais. Então não é o objeto que se mostra ao sujeito, mas o sujeito sempre incide sobre o objeto, o constrói a partir de sua subjetividade, ou seja, quem determina a ação é o sujeito e não há neutralidade sobre o objeto, mas o resultado tem que ser universalizado para todas as sociedades.
			Em terceiro momento, a influência para o Serviço Social, que vem contribuindo para um distanciamento entre o pensar e o fazer, é o Pragmatismo. Haja vista que na visão pragmática a sociedade é quantificável em toda sua extensão. O Pragmatismo é um novo modo para resolver velhos problemas, sendo um novo nome para velhas formas de pensar, passando pelas teorias e mantendo contato com "todas". Na verdade, o que se pode constatar é que experiência, aparência e fenômeno estão postos na realidade, mas o fenômeno é ele mesmo, não concebendo que há uma essência para a manifestação de tal.
			É através da experiência que se tem ideias e somente através da prática elas se fazem valer, o resultado da vida se dá no plano prático-social (utilitário e acrítico). Tendo o Pragmatismo um núcleo categorial agnósticos que, de acordo com Pogrebinschi (2005), é baseado em três eixos.
			O primeiro eixo é o antifuncionalismo que expressa não existirem verdades universais (objetivas), são sempre relativas e não se preocupa com a origem, ou seja, tem aversão aos fundamentos.
			O segundo eixo é o consequencialismo que atribui o caráter de verdade às consequências, não ao sujeito ou ao objeto. Demonstrando, com isso, a aferição, constatação e influência da prática, principalmente nos sujeitos, modificando comportamentos e adaptando novas experiências. A Teoria da Ação se sobrepõe a qualquer outra teoria já existente, pois objetiva a formulação de um guia para as ações.
			O terceiro eixo é o contextualismo que requisita da Educação (enquanto instituição) a adaptação do sujeito à cultura/postura da ação, reforçando o ponto de vista do senso comum, com um tipo determinado de teoria/prática. O sujeito é estabelecido conforme a sociedade se cria o hábito, normas e valores aplicados na educação pragmática. A educação para adaptar o indivíduo ao meio, como resolução de problemas.
			O pragmatismo está presente em todos os espaços socio ocupacionais na ordem burguesa, em tudo que é desejável para a manutenção da ordem burguesa e o Serviço Social não é diferente. Em que o útil é visto como sinônimo do verdadeiro, evidenciando a eficiência e a eficácia, pois as respostas pragmáticas são fragmentadas e pontuais.
			A prática no marxismo é uma ação transformadora que modifica a natureza e o sujeitos, deixando um legado para as próximas gerações diferentemente do que é dado pelo pragmatismo, não compactuando com a concepção de que o conhecimento é útil na medida em que dá respostas úteis para a prática.
			Segundo Guerra (1993) há uma invasão do pragmatismo no marxismo, ou seja, um reforço da concepção que o pragmático é o ideal do imediatismo burguês. Observa-se, com isso, um pragmatismo prático profissional justificado pelas condições de inserção na divisão sociotécnica do trabalho, aonde ele irá se materializar. 
			O cotidiano é o espaço do pragmatismo, onde ele se ajusta e para a consciência comum o prático é o que tem valor, porque nessa perspectiva o prático que é produtivo, é o que dá resultado, não ultrapassando o campo da imediaticidade.
Diante do exposto podemos observa a materialização de uma Teoria do Resultado, que fez com que o Serviço Social negasse, durante muito tempo, os fundamentos, o que não quer dizer que isso não se materialize hoje, principalmente quando afirma-se que existe o campo da prática isolado do campo da academia.
4.2 Tipificação dos Serviços Socio Assistenciais
			Ao tempo em que se comemora os 25 anos do texto constitucional que demarca e inaugura os direitos sociais, materializados na chamada Constituição Cidadã, comemora-se os 20 anos de promulgação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e sua expressiva alteração em 2011 pela Lei 12.435, que incorpora os avanços significativos advindos da implantação do Sistema Único da Assistência Social (SUAS) no país.
			É também tempo de celebrar os 8 anos de implantação do SUAS, erigido em consonância às diretrizes e princípios da Politica Nacional de Assistência Social (PNAS/2004), da Norma Operacional Básica do SUAS (NOB-SUAS/2012), que alterou o texto de 2005 e da Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/2006).
			Neste cenário de conquistas, evidenciamos a aprovação pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), por meio da Resolução nº 109, de 11 de novembro de 2009, da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais.
			Para LUKACS (1988, pag. 91):
Essa normativa possibilitou a padronização em todo território nacional dos serviços de proteção social básica e especial, estabelecendo seus conteúdos essenciais, público a ser atendido, propósito de cada um deles e os resultados esperados para a garantia dos direitos socioassistenciais. Além das provisões, aquisições, condições e formas de acesso, unidades de referência para a sua realização, período de funcionamento, abrangência, a articulação em rede, o impacto esperado e suas regulamentações específicas e gerais LUKACS (1988, pag. 91).
			A aprovação da Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais representou um momento importante de conquista para a assistência social brasileira alcançando um novo patamar, estabelecendo tipologias que, sem dúvidas, corroboram para ressignificar a oferta e a garantia do direito socioassistencial.
4.3 Serviço de proteção e atendimento integral à família – PAIF
			O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo.
			O trabalho social do PAIF deve utilizar também de ações nas áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar universo informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. As ações do PAIF não devem possuir caráter terapêutico.
			É serviço baseado no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e identidades das famílias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no combate a todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de estigmatização nas relações familiares.
			Realiza ações com famílias que possuem pessoas que

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