Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 1 CIÊNCIAS CONTABÉIS Análise das Demonstrações Contábeis. SEMESTRE 6 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 2 CIÊNCIAS CONTABÉIS Créditos e Copyright SANTOS, Creusa Maria Alves. Análise das Demonstrações Contábeis. Creuza Maria Alves dos Santos. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES. (Material didático. Curso de Ciências Contábeis). Modo de acesso: www.unimes.br 1. Ensino a distância. 2. Contabilidade. 3. Análise das Demonstrações Contábeis. CDD 657 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 3 CIÊNCIAS CONTABÉIS UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PLANO DE ENSINO CURSO: Bacharelado em Ciências Contábeis COMPONENTE CURRICULAR: Análise das Demonstrações Contábeis I SEMESTRE: 6º CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas EMENTA Estrutura das demonstrações contábeis. Análise comparativa dos balanços: em percentual, em moeda constante e em números índices. Análise horizontal e vertical e através de indicadores. OBJETIVO GERAL O objetivo é a reflexão sobre a finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis, bem como, aperfeiçoar o conhecimento dos relatórios contábeis tendo em vista a análise financeira nas Demonstrações Contábeis. OBJETIVOS ESPECÍFICOS UNIDADE I - Demonstrações Contábeis O objetivo principal desta unidade é a reflexão sobre a finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis, bem como, aperfeiçoar o conhecimento dos relatórios contábeis, tendo em vista serem estes os instrumentos principais da análise. UNIDADE II – Análise por Quocientes UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 4 CIÊNCIAS CONTABÉIS Parte I - Nesta unidade – continuação da anterior – serão feitas referências ao índice de Endividamento, de Rentabilidade, e a análise de Quocientes de Rotação de Atividades. UNIDADE III - Análise por Quocientes Parte II - Nesta unidade – continuação da anterior – serão feitas referências ao índice de Endividamento, de Rentabilidade, e a análise de Quocientes de Rotação de Atividade. UNIDADE IV - Análise Vertical/Horizontal Relatório de Análise - Esta unidade aborda as análises vertical e horizontal, bem como apresenta um exemplo da construção de um relatório de análise. BIBLIOGRAFIA BÁSICA LEONE, George Sebastião Guerra. Curso de Contabilidade de Custos. 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. PADOVEZE, Clovis Luis. Curso Básico Gerencial de Custos. 2ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR HORNGREN, Charles T; FOSTER, George; DATAR, Srikan M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Ed. Atlas, 2004. HORNGREN, Charles T; FOSTER, George; DATAR, Srikan M. EBOOK – PEARSON – Contabilidade de Custos. Vol. 1 e 2. RIBEIRO, Osni Moura, Contabilidade de Custos. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 5 CIÊNCIAS CONTABÉIS VANDERBECK, Edward J, Charles F. Nagy. Contabilidade de Custos. 11ª Ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. WERNKE, Rodney, Análise de Custos e Preços de Venda, São Paulo, Saraiva, 2005. METODOLOGIA As aulas serão desenvolvidas por meio de recursos como: videoaulas, fóruns, atividades individuais, atividades em grupo. O desenvolvimento do conteúdo programático se dará por leitura de textos, indicação e exploração de sites, atividades individuais, colaborativas e reflexivas entre os alunos e os professores. AVALIAÇÃO A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados na parte teórica e prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações à distância e Presencial, de acordo com a Portaria da Reitoria UNIMES 04/2014. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 6 CIÊNCIAS CONTABÉIS Sumário Aula Inaugural .......................................................................................................................................... 8 Aula 01_Conceito e finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis .............................................. 9 Aula 02_Balanço Patrimonial ................................................................................................................. 13 Aula 03_Ativo ......................................................................................................................................... 19 Aula 04_Passivo e Patrimônio Líquido ................................................................................................... 21 Aula 05_Origens e Aplicações de Recursos ............................................................................................ 24 Aula 06_Demonstração do Resultado do Exercício ............................................................................... 27 Aula 07_Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) .................................................... 31 Aula 08_Demonstração dos Fluxos de Caixa ......................................................................................... 33 Resumo_Unidade I ................................................................................................................................. 38 Aula 09_Índice de Liquidez: Liquidez Imediata ...................................................................................... 39 Aula 10_Índice de Liquidez: Liquidez Corrente ...................................................................................... 42 Aula 11_Índice de Liquidez: Liquidez Seca ............................................................................................. 44 Aula 12_Índice de Liquidez: Liquidez Geral ........................................................................................... 46 Aula 13_Índices de Endividamento: introdução .................................................................................... 48 Aula 14_Índices de Endividamento: participação de capitais de terceiros ........................................... 51 Aula 15_Índices de Endividamento: composição de endividamento .................................................... 53 Aula 16_Índices de Endividamento: imobilização do Patrimônio líquido.............................................. 55 Aula 17_Índices de Endividamento: imobilização dos recursos não-correntes .................................... 58 Aula 18_Índices de Endividamento: nível de desconto de duplicatas ................................................... 60 Aula 19_Índices de Endividamento: endividamento financeiro sobre Ativo total ................................ 63 Aula 20_Índice de Endividamento: índices relacionados à dívida onerosa ........................................... 66 Aula 21_Índice de Rentabilidade – Parte I ............................................................................................. 67 Aula 22_Índice de Rentabilidade – Parte II ............................................................................................ 70 Aula 23_Quocientes de Rotação de Atividades – Parte I....................................................................... 73 Resumo_Unidade II ................................................................................................................................ 75 Aula 24_Quocientes de Rotação de Atividades – Parte II ...................................................................... 77 Aula 25_Análise Vertical ........................................................................................................................ 81 Resumo - Unidade III .............................................................................................................................. 83 Aula 26_Análise Horizontal .................................................................................................................... 86 Aula 27_Relatório de Análise: introdução ............................................................................................. 88 Aula 28_Relatório de Análise: primeira e segunda etapas .................................................................... 92 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 7 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 29_Relatórios de Análise: terceira e quarta etapas ....................................................................... 95 Aula 30_Relatório de Análise: continuação da quarta etapa ................................................................ 99 Aula 31_Relatórios de Análise: quinta etapa ....................................................................................... 104 Aula 32_Relatório de Análise: sexta e sétima etapa ............................................................................ 110 Resumo_Unidade IV ............................................................................................................................. 114 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 8 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula Inaugural Seja bem-vindo! Considerando que o conteúdo possa contribuir como um relevante recurso didático no desenvolvimento do teor programático da disciplina Análise das Demonstrações Contábeis, procurou-se observar os fundamentais assuntos deste processo contábil, tais como: conceitos, importância, objetivos, finalidades, funções, tipos, processos, metodologias, condições e adequações essenciais das demonstrações contábeis. Evidencia-se o estudo dessas demonstrações e de outros indicadores financeiros, além de disponibilizar algumas funções dos afazeres do analista contábil, adotando, sempre que possível, o desenvolvimento de um amplo exercício prático com base nas informações contábeis de exemplos de empresa, com atuação no mercado. A averiguação da situação econômico-financeiro de uma empresa é realizada por meio de indicadores que representam a liquidez (situação financeira), a rentabilidade (situação econômica) e a posição de endividamento (estrutura de capital) da empresa em determinado momento. Para se ter uma visão geral dessa situação deve ser apurado os índices de liquidez corrente, seca e geral, os índices de rentabilidade (da empresa e do empresário) e os índices de endividamento da entidade, em termos de quantidade e qualidade. Estes, dentre outros índices, serão vistos com mais detalhes ao decorrer de nosso curso, porém, a critério do contador, uma série de outros indicadores, projeções e modelos também podem ser utilizados para melhor discernimento da situação econômico-financeiro das empresas. Por fim, coloca-se à disposição do estudante debater, receber sugestões e críticas, e esclarecer eventuais dúvidas, com o objetivo de aprimorar nosso curso. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 9 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 01_Conceito e finalidade da Análise das Demonstrações Contábeis A análise das demonstrações financeiras é um conjunto de métodos e pormenores práticos que consiste em raciocínio analítico dedutivo sobre a composição dos elementos contidos nas demonstrações contábeis. Ou seja, procura, por meio de um processo meditativo sobre os números encontrados nas Demonstrações Contábeis, obter informações sobre a situação da empresa e suas possibilidades futuras. As demonstrações sob análise podem ser: o balanço patrimonial, a demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (ou a das mutações do patrimônio líquido), a demonstração do resultado do exercício e a de fluxo de caixa. Nesse sentido, tendo o objetivo de maiores e melhores informações, a análise contábil pode também ter aplicação para valores não evidenciados nas demonstrações, mas que possam ser decompostos, comparados e interpretados. Exemplificando, os salários, aluguéis, juros etc. podem ser relacionados, por mês de competência, para análise das variações mensais. A análise das demonstrações, inclusive para fins de concessão de crédito, engloba a interpretação das demonstrações em seu conjunto, ou seja, as interpretações sobre as possibilidades futuras da empresa devem considerar as informações tomadas abrangentemente contida em todos os relatórios contábeis. Tendo em vista a importância das Demonstrações Contábeis como fonte para a análise da situação da empresa, a seguir, será abordada breve revisão sobre a contabilidade e suas demonstrações. Contabilidade Aplicada A Contabilidade, segundo Miranda (2008), enquanto ciência que estuda o patrimônio das entidades, identifica seu campo de aplicação, independente do ramo de atividade e segmento econômico, através da definição do patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações relacionadas a uma pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 10 CIÊNCIAS CONTABÉIS Nesse sentido, Miranda (2008) aborda que não obstante a especificidade de cada entidade infere-se que independentemente do tipo de atividade, do setor, da entidade etc., a Contabilidade tem a mesma finalidade, o mesmo objetivo e utiliza-se das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar os patrimônios das entidades. Cada empresa, ou seja, cada entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade pública ou privada, que tem como elementos indispensáveis: o trabalho, a administração e o patrimônio, e tem finalidades: sociais, econômicas e socioeconômicas. Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Ex: associações beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e religiosas. Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e possuem como objetivo aumentar seu patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas mercantis. Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o aumento do patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a comunidade. Ex: instituto de aposentadorias e pensões, e fundações. A Contabilidade distingue-se em duas grandes ramificações: a pública e a privada. Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito público e da representação gráfica de seus patrimônios, visando três sistemas distintos: orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência em federal, estadual, municipal e autarquias. Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos administrativos das pessoas de direito privado, tanto as físicas quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus patrimônios,dividindo-se em civil e comercial. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 11 CIÊNCIAS CONTABÉIS Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objetivo final o lucro, mas sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar social. Divide-se em: Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral, individualmente ou em grupo. Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o bem- estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de caridade, sindicatos, igrejas etc. Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram atividades que objetivam o lucro. Divide-se em: Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de compra e venda direta de mercadorias. Ex: supermercados, sapataria e açougues. Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como objetivo social a produção de bens de capitais ou de consumo, através do beneficiamento ou da UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 12 CIÊNCIAS CONTABÉIS transformação de matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas. Ex: indústria de móveis, pecuária, agricultura. Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como objetivo social a prestação de serviços. Ex: estabelecimento de ensino, telecomunicações e clínicas médicas. Por fim, consideram-se como principais demonstrações contábeis: O Balanço Patrimonial; A Demonstração do Resultado do Exercício; A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados; A Demonstração dos Fluxos de Caixa; A Demonstração do Valor Adicionado; Notas explicativas. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 13 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 02_Balanço Patrimonial Essa demonstração aponta o saldo acumulado, em determinada data, ou momento, das movimentações ocorridas no patrimônio da entidade (conjunto de bens, direitos e obrigações vinculadas a uma pessoa física ou jurídica), com finalidade definida e mensurável economicamente. O Balanço Patrimonial, como o próprio nome diz, é composto por Contas Patrimoniais que considera conjuntos: do lado esquerdo o conjunto de bens e direitos pertencentes a uma pessoa ou empresa, e o lado direito inclui as obrigações a serem pagas por essa pessoa ou essa empresa, conforme figura a seguir: BALANÇO PATRIMONIAL Patrimônio de Pessoa Física ou Jurídica Bens Obrigações (a serem pagas) Direitos (a receber) O conjunto de bens e direitos compõe o Ativo, e o conjunto de obrigações compõe o Passivo. O excesso do Ativo sobre o Passivo é o capital, conhecido como Patrimônio Líquido que aparece no Passivo, para completar a igualdade entre o total do Ativo e o do Passivo, resultando na equação patrimonial. O exemplo a seguir demonstra o gráfico do patrimônio representado pelo Balanço Patrimonial, no qual do lado esquerdo encontram-se os valores do Ativo e do lado direito os valores do Passivo e do Patrimônio Líquido. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Edifícios Fornecedores Móveis e Utensílios Empréstimo Bancário Marcas e Patentes Salários a Pagar UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 14 CIÊNCIAS CONTABÉIS Banco c/Movimento Impostos a Recolher Direitos Aluguéis a Receber PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nesse sentido, Ribeiro (2001) expõe: considerando que o patrimônio compõe-se do conjunto de bens, direitos, obrigações para com terceiros e capital próprio, é possível apontar a equação fundamental do patrimônio assim definida: CAPITAL PRÓPRIO = BENS + DIREITOS – OBRIGAÇÕES COM TERCEIROS Substituindo os termos bens e direitos por Ativo (A), obrigações com terceiros por Passivo (P), e capital próprio por Patrimônio Líquido (PL), pode-se afirmar que: PL = A – P A partir da equação fundamental do patrimônio, pode-se deduzir que, em dado momento, o patrimônio assume, invariavelmente, um dos cinco estados a saber: 1) Quando o Ativo é maior que o Passivo, o Patrimônio Líquido é maior que zero, o que revela a existência de riqueza patrimonial. A = P + PL PL > 0 2) Quando o Ativo é maior que o Passivo, e o Passivo é igual a zero, o Patrimônio Líquido é maior que zero, revelando inexistência de dívidas. A = PL PL > 0 3) Quando o Ativo é igual ao Passivo, o Patrimônio Líquido é igual a zero, revelando inexistência de riqueza própria. Duplicatas a Receber Capital Integralizado Lucros Acumulados UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 15 CIÊNCIAS CONTABÉIS A = P PL = 0 4) Quando o Passivo é maior do que o Ativo, o Patrimônio Líquido é menor que zero, revelando má situação financeira e existência de Passivo a descoberto. A + PL = P PL < 0 5) Quando o Passivo é maior do que o Ativo, e o Ativo é igual a zero, o Patrimônio Líquido é menor que zero, revelando péssima situação financeira, inexistência de bens e direitos e somente obrigações. PL = P PL < 0 Exemplo de Balanço Patrimonial Considerando o disposto na nova legislação das S.A. Lei 11.638/07, é possível a criação do seguinte exemplo de Balanço Patrimonial: BALANÇO PATRIMONIAL - EMPRESA “X” DATA: 31/12/XX ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Disponível Títulos a Pagar Caixa Fornecedores Banco conta movimento Duplicatas a pagar ICMS a recuperar Fretes a pagar Duplicatas a receber PIS a recolher (–) Duplicatas descontadas COFINS a Recolher (–) Provisão p/devedores duvidosos Provisão para Contribuição Social estoques Provisão para Imposto de Renda UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 16 CIÊNCIAS CONTABÉIS Mercadorias Salários a pagar Produtos em elaboração Provisão para 13º salário despesas do exercício seguinte FGTS a recolher Prêmio seguros a apropriar INSS a recolher Financiamentos bancários REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Alugueis a pagar Duplicatas a receber EXIGÍVEL A LONGO PRAZO PERMANENTE Financiamentos bancários investimentos Duplicatas a pagar Ações de outras cias Obras de arte... RESULTADO DO EXERC. FUTURO Imobilizado Receitas antecipadas Veículos receita de exercícios futuros Moveis (–) custos Imóveis Máquinas (–) depreciação acumulada (–) exaustão acumulada PATRIMÔNIO LÍQUIDO intangível Capital social UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 17 CIÊNCIAS CONTABÉIS Exemplo prático Com base nas informações a seguir, elabore o Balanço Patrimonial: Caixa 20.000 Duplicatas a pagar 100.000 Bancos conta movimento 40.000 Salários a pagar 35.000 Mercadorias 20.000 Títulos a pagar 15.000 Veículos 30.000 Capital social 200.000 Móveis e utensílios 55.000 Lucros acumulados 50.000 Imóveis 50.000 Duplicatas a receber 35.000 Instalações 25.000 Títulos a receber 125.000 Resposta BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO CIRCULANTE CIRCULANTE Caixa 20.000 Duplicatas a pagar 100.000 Banco conta 40.000 Salários a pagar 35.000 movimento Mercadorias 20.000 Títulos a Pagar 15.000 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 18 CIÊNCIAS CONTABÉISDuplicatas a receber 35.000 Títulos a receber 125.000 PERMANENTE PATRIMONIO LÍQUIDO Instalações 25.000 Capital Social 200.000 Móveis e Utensílios 55.000 Lucros acumulados 50.000 Veículos 30.000 Imóveis 50.000 Total do Ativo 400.000 Total do Passivo + PL 400.000 UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 19 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 03_Ativo Os elementos que compõem o Ativo, segundo Iudicibus (1997), são revestidos de algumas características especiais, tais como: devem apresentar a potencialidade de gerar benefícios econômicos para a entidade, ser um recurso econômico e de propriedade, ou estar na posse de alguma entidade contábil, e devem ser mensuráveis monetariamente. Assim, para Miranda (2008), todo o elemento Ativo que não seja mais útil à entidade e, portanto, tenha perdido sua capacidade de gerar fluxo de caixa não deve ser classificado como um elemento Ativo. Segundo o artº. 178 da Lei da 11.638/07, as contas que representam os bens e os direitos devem ser dispostas na ordem decrescente do grau de liquidez dos elementos nelas registrados e classificadas em três grupos: Ativo Circulante; Ativo Realizável a Longo Prazo; Ativo permanente, dividido em Investimento, Imobilizado, Intangível e Diferido. O artº 179 estabelece que as contas do Ativo sejam classificadas do seguinte modo: I – no Ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II – no Ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 20 CIÊNCIAS CONTABÉIS III – em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no Ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa; IV – no Ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V – no diferido: as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação que contribuirão, efetivamente, para o aumento do resultado de mais de um exercício social e que não configurem tão-somente uma redução de custos ou acréscimo na eficiência operacional; (Redação dada pela Lei nº11.638,de 2007) VI – no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. (Incluído pela Lei nº11.638,de 2007). Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Na próxima aula veremos como é feita a composição do Passivo e do Patrimônio Líquido. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 21 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 04_Passivo e Patrimônio Líquido Nesta aula, explicaremos o significado das contas do Passivo e Patrimônio Líquido. Acompanhe: Passivo O Passivo é composto por todas as obrigações financeiras que uma empresa adquiriu com terceiros, resultante de transações passadas, efetuadas a prazo, com data de vencimento e beneficiário certo e conhecido. Dentre as contas de obrigações, destaca-se: • Passivo Circulante: que abrange os compromissos de custo prazo; Passivo Exigível a Longo Prazo: representativo das contas de obrigações cujos vencimentos ocorrem após o término do exercício social seguinte ao do Balanço. Resultado de Exercícios Futuros: Segundo o artº. 180 da Lei 11638/07, as obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do Ativo Permanente, serão classificadas no Passivo Circulante, quando se vencerem no exercício seguinte, e no Passivo Exigível a Longo Prazo, se tiverem vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do artigo 179. O artº. 181, da mesma lei, estabelece que sejam classificadas como resultados de exercício futuro as receitas de exercícios futuros, diminuídas dos custos e despesas a elas correspondentes. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 22 CIÊNCIAS CONTABÉIS Patrimônio Líquido O Patrimônio Líquido consiste na diferença entre os valores do Ativo (bens e direitos) e os valores do Passivo (obrigações) de uma sociedade em um momento específico. É a parte do balanço que corresponde ao capital investido pelos sócios e está graficamente localizado no seu lado direito. O Patrimônio Líquido, segundo a Lei 11638/07, pode ter suas contas classificadas da seguinte maneira: a) Capital Social b) Reservas de Capital c) Ajustes de Avaliação Patrimonial d) Reservas de Lucros e) Ações em Tesouraria f) Prejuízos Acumulados O art. 182, da Lei 11638/07, estabelece que a conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; § 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 23 CIÊNCIAS CONTABÉIS § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do Ativo (§ 5º do art. 177, inciso I do caput do art. 183 e § 3º do art. 226 desta Lei) e do Passivo, em decorrência da sua avaliação a preço de mercado. (Redação dada pela Lei nº 11.638, de 2007) § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do Patrimônio Líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Na próxima aula estudaremos as origens e aplicações de recursos. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 24 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 05_Origens e Aplicações de Recursos O enfoque de origens e aplicações de recursos tem grande importância na Análise das Demonstrações Contábeis, visto que, ao analisar um Balanço, é necessário visualizar o montante de recursos a disposição da entidade. No desempenho de suas atividades, as entidades contam com recursos provenientesde duas fontes: 1) Recursos próprios: que se constitui nos recursos fornecidos pelos sócios para a formação do patrimônio da pessoa jurídica. Trata-se do capital social inicial, que representa recursos próprios. Igualmente, são recursos próprios os originários dos aumentos de capital mediante o ingresso de novos recursos. Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais também representam recursos próprios, uma vez que não correspondem a obrigações. 2) Recursos de terceiros: são representados pelo passivo. A soma dos recursos de terceiros com os recursos próprios forma o capital total à disposição, considerando a equação patrimonial, onde , infere-se que o Ativo representa o Capital Total à disposição. Assim, a representação gráfica do patrimônio pode ser como a seguir: Desta forma, conclui-se que a pessoa jurídica obtém capital próprio e capital de terceiros e os aplica nos bens e direitos que constituem o ativo. Os recursos podem estar aplicados em estoques de mercadorias, bens de uso, disponibilidades financeiras, contas a receber etc. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 25 CIÊNCIAS CONTABÉIS Logo, a representação gráfica do Balanço Patrimonial pode ser assim apresentada: Exemplo Com base nas informações a seguir, elabore o Balanço Patrimonial e informe os valores de capital de terceiros e capital próprio: Resposta Capital de Terceiros = 150.000; ou seja: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 26 CIÊNCIAS CONTABÉIS Capital próprio = 250.000; ou seja: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 27 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 06_Demonstração do Resultado do Exercício A Demonstração do Resultado do Exercício consiste, segundo o art.187 da lei 6404/76 conjugada com a Lei 11638/07, em um relatório cujo objetivo principal é apresentar, resumidamente, e de forma vertical o resultado apurado em relação ao conjunto de operações realizadas num determinado período e deve discriminar: A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos; A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro bruto; As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; (Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995); O resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o imposto; As participações de debêntures, de empregados e administradores, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007); O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social. Na determinação do resultado do exercício serão computados: As receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; e UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 28 CIÊNCIAS CONTABÉIS Os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos. Diante disso, veja o seguinte modelo de Demonstração do Resultado do Exercício1: RECEITA OPERACIONAL BRUTA Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de Serviços (–) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA Devoluções de Vendas Abatimentos Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (–) CUSTOS DAS VENDAS Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados = RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (–) DESPESAS OPERACIONAIS Despesas Com Vendas Despesas Administrativas UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 29 CIÊNCIAS CONTABÉIS (–) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS Despesas Financeiras (–) Receitas Financeiras Variações Monetárias e Cambiais Passivas (–) Variações Monetárias e Cambiais Ativas (–) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS OPERACIONAIS = RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS Receitas Não Operacionais Despesas Não Operacionais = LUCRO LÍQUIDO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO (–) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro = LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES (–) Participações de Administradores, Empregados, Debêntures e Partes Beneficiárias (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO Exemplo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 30 CIÊNCIAS CONTABÉIS Com base nas informações a seguir, elabore a demonstração de resultado: Resposta Demonstração do Resultado dos Exercícios: ___ 1Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/guia/demonstracaodoresulta- do.htm, acesso em: 09 setembro 2008. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 31 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 07_Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) A DLPA expõe minuciosamente as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, e, segundo o artº 186 da Lei 6404/76, deverá discriminar: 1) O saldo do início do período; 2) Os ajustes de exercícios anteriores: serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes. 3) As reversões de reservas: alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não serem mais utilizados; 4) O lucro líquido do exercício: resultado líquido do ano apurado na Demonstração do Resultado do Exercício, cujo valor é transferido para a conta de Lucros Acumulados; 5) As transferências para reservas: são as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para contingências; 6) Saldo ao fim do período. O artº 274 do RIR/99 estabelece que a DLPA é obrigatória para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas. Modelo de Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 32 CIÊNCIAS CONTABÉIS UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 33 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 08_Demonstração dos Fluxos de Caixa Recentemente obrigatória pela Lei 11638/07, sua composição e apresentação encontram-se mencionadas na NPC 20, conforme segue: A função primordial de uma demonstração dos fluxos de caixa é a de propiciar informações relevantes sobre as movimentações de entradas e saídas de caixa de uma entidade num determinado período ou exercício. As informações contidas numa demonstração dos fluxos de caixa, quando utilizadas com os dados e informações divulgados nas demonstrações contábeis, destinam-se a ajudar seus usuários a avaliar a geração de fluxos de caixa para o pagamento de obrigações e lucros e dividendos a seus acionistas ou cotistas, ou aidentificar as necessidades de financiamento, as razões para as diferenças entre o resultado e o fluxo de caixa líquido originado das atividades operacionais e, finalmente, revelar o efeito das transações de investimentos e financiamentos, com a utilização ou não de numerário, sobre a posição financeira. A “Demonstração dos Fluxos de Caixa” refletirá as transações de caixa oriundas: Das atividades operacionais: compreendem as transações que envolvem a consecução do objeto social da Entidade. Elas podem ser exemplificadas pelo recebimento de uma venda, pagamento de fornecedores por compra de materiais, pagamento dos funcionários etc. Das atividades de investimentos: compreendem as transações com os ativos financeiros, as aquisições ou vendas de participações em outras entidades e de ativos utilizados na produção de bens ou prestação de serviços ligados ao objeto social da Entidade. As atividades de investimentos não compreendem a aquisição de ativos com o objetivo de revenda. Das atividades de financiamentos: incluem a captação de recursos dos acionistas ou cotistas e seu retorno em forma de lucros ou dividendos, a captação de empréstimos ou outros recursos, sua amortização e remuneração. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 34 CIÊNCIAS CONTABÉIS Na preparação da demonstração dos fluxos de caixa, poderá ser utilizado o método direto ou indireto. O método direto caracteriza-se por apresentar os componentes dos fluxos por seus valores brutos, ao menos para os itens mais significativos dos recebimentos e dos pagamentos. O método indireto caracteriza-se por apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo da: Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, tais como estoques, contas a receber e contas a pagar. Movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades de investimentos e de financiamentos, a partir das disponibilidades geradas pelas atividades operacionais, ajustadas pelas movimentações dos itens que não geram caixa, tais como: depreciação, amortização, baixas de itens do ativo permanente, etc. Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa – Método Direto Demonstração dos Fluxos de Caixa - Companhia ABC. Exercício findo em 31 de dezembro de 19XX. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 35 CIÊNCIAS CONTABÉIS Divulgações Adicionais A Entidade deverá divulgar, ainda, informações sobre a demonstração dos fluxos de caixa referentes à conciliação do resultado do exercício com o valor das disponibilidades líquidas geradas ou utilizadas nas atividades operacionais, como exemplificados a seguir: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 36 CIÊNCIAS CONTABÉIS Modelo de Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Indireto Demonstração dos Fluxos de Caixa - Companhia ABC. Exercício findo em 31 de dezembro de 19XX. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 37 CIÊNCIAS CONTABÉIS UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 38 CIÊNCIAS CONTABÉIS Resumo_Unidade I Nesta unidade foram abordados os aspectos gerais da contabilidade e do conjunto de demonstrações por ela oferecido, como instrumento e peça principal de nossas aulas de análise das demonstrações contábeis. Referências Bibliográficas PADOVESE, Clóvis L.; BENEDICTO, Gideon C. Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. BLATT, Adriano. Análise de Balanços: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 2000. Sites Alterações da lei 6.404 – pela lei 11638 modelo balanço patrimonial e DRE - http://www.facape.br/waldenir/cf/Demonstracoes_Financeiras_Alteaco- es_Lei_6404.pdf Acessado em 04 de junho de 2008. LEI Nº 11.638 - de 28 dezembro de 2007 - DOU de 28/12/2007 - edição extra - http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/42/2007/11638.htm. Acessado em 04 de junho de 2008. Seminário Mudanças Contábeis com a Lei 11.638 - http://www.balcao- deeventos.info/seminarios-mudancas-contabeis-com-a-lei-11638.html. Acessado em 02 de junho de 2008. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 39 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 09_Índice de Liquidez: Liquidez Imediata Os índices de liquidez permitem avaliar a capacidade de pagamento das exigibilidades. Esses índices interessam aos credores na avaliação dos riscos, na concessão de novos créditos e na análise das perspectivas de recebimento dos créditos já concedidos. Nota-se, porém, que nem sempre um elevado índice de liquidez traduz boa gerência financeira. Em alguns casos, um índice alto de liquidez pode implicar em excesso de disponibilidades, com a consequente perda financeira pela não aplicação dos recursos; excesso de estoques; prazo excessivamente dilatado de contas a receber etc. Abordaremos, nesta unidade, os seguintes índices de liquidez: Liquidez Imediata (LI) Liquidez Corrente (LC) Liquidez Seca (LS) Liquidez Geral (LG) Liquidez Imediata É utilizado na verificação do nível de recursos que são mantidos para cumprimento dos compromissos mais imediatos e também dos eventuais. Observe que as empresas não precisam manter como disponibilidade valores correspondentes a todas as suas dívidas de curto prazo (Passivo circulante), possibilitando que o índice de liquidez imediata, na grande maioria das vezes, seja bem menor que 1. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 40 CIÊNCIAS CONTABÉIS Esse índice torna-se muito importante para o caso de instituições financeiras e de empresas que desenvolvem um grande número de operações à vista, uma vez que elas devem manter um volume mais elevado de disponibilidades. Assim, Onde: LI = Liquidez Imediata Disp = Disponibilidade PC = Passivo Circulante Exemplo No exemplo acima, as disponibilidades são correspondentes aos saldos das contas Caixa e Bancos c/ Movimento. Assim, a liquidez imediata seria calculada da seguinte forma: Ou seja, Liquidez Imediata UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 41 CIÊNCIAS CONTABÉIS O índice 0,35 indica que as disponibilidades correspondem a 35% do valor das dívidas de curto prazo. Para cada $ 1,00 de dívidas, a companhia dispõe de $ 0,35 de disponibilidades. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 42 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 10_Índice de Liquidez: Liquidez Corrente Continuando o assunto da aula anterior vamos elucidar como é empregado a: • Liquidez Corrente É utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo (Passivo circulante) utilizando-se dos bens e créditos circulantes. Observe-se, entretanto, ser fundamental a análise do ciclo operacional da empresa para o estabelecimento de um quociente ideal de liquidez corrente, pois uma empresa industrial irá apresentar um quociente de liquidez corrente maior do que de uma empresa comercial, em razão de naquela os recursos aplicados na atividade terem um retorno mais lento. Na indústria, os recursos permanecem mais tempo dentrodo ativo circulante, na forma de estoques de matéria-prima, produtos em elaboração etc. Assim, Exemplo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 43 CIÊNCIAS CONTABÉIS Com base nas informações acima, a liquidez corrente seria calculada da seguinte forma: Ou seja, Liquidez Corrente = 2,2 ou 220% O índice 2,2 indica que os créditos e bens do Ativo circulante correspondem a duas vezes o valor das dívidas de curto prazo. Para cada $ 1,00 de dívida, a companhia dispõe de $ 2,20 no Ativo circulante. A liquidez corrente com índice superior a 1 indica que o capital circulante líquido (AC – PC) é positivo. O índice de liquidez corrente menor que 1 normalmente traduz dificuldades no pagamento das dívidas de curto prazo. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 44 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 11_Índice de Liquidez: Liquidez Seca Nesta aula, dando seguimento aos índices de liquidez, vamos exemplificar: • Liquidez Seca O índice de Liquidez Seca é utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo sem considerar os estoques. É um índice apropriado para a análise de empresas que trabalham com estoques de difícil realização financeira, como, por exemplo, as empresas imobiliárias, cuja realização dos estoques é mais lenta. Assim, esse índice pode ser obtido aplicando a seguinte fórmula: Onde: LS = Liquidez Seca AC = Ativo Circulante PC = Passivo Circulante Exemplo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 45 CIÊNCIAS CONTABÉIS Com base nas informações acima, a liquidez seca seria calculada da seguinte forma: Ou seja, Liquidez Seca = 1,2 ou 120% O índice igual a 1,2 indica que, sem considerar os recursos provenientes da realização dos estoques, a companhia tem créditos e bens de valor igual às suas dívidas de curto prazo. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 46 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 12_Índice de Liquidez: Liquidez Geral Finalizando o assunto índice de liquidez, vamos entender como se aplica: • Liquidez Geral O índice de Liquidez Geral ou Total é utilizado para reconhecer a capacidade de pagamento de todas as obrigações, tanto de curto quanto de longo prazo, através de recursos não permanentes (Ativo Circulante e Ativo Realizável a Longo Prazo). Considera-se adequado que este índice não seja inferior a 1, uma vez que, sendo o índice menor que 1, a companhia estará financiando, pelo menos em parte, as aplicações no permanente com recursos de terceiros, o que geralmente provoca grandes dificuldades de pagamento das obrigações. As aplicações no permanente têm retorno demorado e devem ser financiadas com recursos próprios, ou com recursos de terceiros amortizáveis a longo prazo. Assim, esse índice pode ser obtido aplicando a seguinte fórmula: Onde: LG = Liquidez Geral AC = Ativo Circulante ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo PC = Passivo Circulante PELP = Passivo Exigível a Longo Prazo Exemplo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 47 CIÊNCIAS CONTABÉIS Com base nessas informações, a liquidez geral seria calculada da seguinte forma: Ou seja, Liquidez Geral = 1,26 ou 126% Este índice indica que a companhia tem bens e direitos no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo correspondente a 1,26 o valor de suas dívidas e pode saldá-las sem ter que recorrer aos bens do permanente. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 48 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 13_Índices de Endividamento: introdução Este índice demonstra o grau de endividamento da empresa. Ao se analisar esse indicador por diversos exercícios pode-se verificar a política de obtenção de recursos da empresa, isto é, se a empresa vem financiando o seu Ativo com Recursos Próprios ou de Terceiros e em que proporção. Sabe-se que o Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido). Portanto, Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos. Também, são os indicadores de endividamento que informam se a empresa se utiliza mais de recursos de terceiros ou de recursos dos proprietários. Esse indicador, ainda, possibilita saber se os recursos de terceiros têm seu vencimento alocado em Curto Prazo (Circulante) ou em Longo Prazo (Exigível a Longo Prazo). Segundo Teles (2003, p. 5), na Análise do Endividamento há necessidade de detectar as características do seguinte indicador: 1. Empresas que recorrem a dívidas como um complemento de Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas no seu Ativo (ampliação, expansão, modernização etc.). Este endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido. 2. Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata à insolvência e, consequentemente, à falência. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 49 CIÊNCIAS CONTABÉIS A composição do endividamento promove muitas informações significativas sobre os compromissos assumidos revelando se são a Curto Prazo (normalmente utilizados para financiar o Ativo Circulante) ou a Longo Prazo (normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente). Em geral, considera-se que a proporção favorável seria aquela que contasse nas dívidas a Longo Prazo, propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que possibilite a quitação de seus compromissos. Nesse sentido, a expansão e modernização das empresas devem ser financiadas com recursos a Longo Prazo, obtendo, assim, maior prazo para quitação e para a geração dos retornos planejados. A composição do endividamento com concentração significativa no Passivo Circulante (Curto Prazo) indicará que a empresa tem possibilidades reais de dificuldades num momento de reversão de mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no Longo Prazo). No caso contrário, em um momento de revés, se a concentração fosse a Longo Prazo, a empresa teria tempo hábil para replanejar a sua situação financeira. No entanto, apenas um estudo minucioso desses índices poderá desvendar a real situação financeira do empreendimento. Assim, para esta unidade serão estudados os seguintes Índices: de Participação de Capitais de Terceiros (PCT) de Composição de Endividamento de Imobilização do Patrimônio Líquido E posteriormente, na unidade III, estudaremos os Índices: de Imobilização dos Recursos Não Correntes UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 50 CIÊNCIAS CONTABÉIS de Nível de Desconto de Duplicatas de Endividamento Financeiro Sobre o Ativo Total UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 51 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 14_Índices de Endividamento: participação de capitais de terceiros O percentual obtido neste indicador aponta a relação existente entre o Capital de Terceiros e o Patrimônio Líquido, retratando a dependência daempresa em relação aos recursos externos. A interpretação deste, isoladamente, tem por objetivo avaliar o risco da empresa, no sentido de que “quanto maior, pior”, sendo mantidos constantes os demais fatores. Entretanto, para a empresa, pode ocorrer que o endividamento lhe permita melhor ganho, porém, associado ao maior ganho estará um maior risco. O Índice de Participação de Capitais de Terceiros confronta duas grandes fontes de recursos da empresa: Capitais Próprios e Capitais de Terceiros, permitindo, do ponto de vista estritamente financeiro, observar que quanto maior a relação Capitais de Terceiros/Patrimônio Líquido menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a esses terceiros. Sob a visão da obtenção de lucro, considera-se vantajoso para a empresa trabalhar com Capitais de Terceiros se a remuneração paga a esses capitais for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos negócios. Portanto, ao se interpretar o índice de Participação de Capitais de Terceiros, deve- se observar com cautela, uma vez que, fazendo-se análise exclusivamente do ponto de vista financeiro, apura-se o risco de insolvência e não a sua relação com lucro ou prejuízo. Assim, esse índice pode ser apurado por meio da seguinte fórmula: Onde: PCT = Participação de Capitais de Terceiros PC = Passivo Circulante ELP = Exigível a Longo Prazo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 52 CIÊNCIAS CONTABÉIS PL = Patrimônio Líquido Exemplo Considerando os dados a seguir, podemos visualizar sua participação de Capitais de Terceiros conforme segue: O Capital de Terceiros é formado por: O que significa que para cada $100,00 de Capital Próprio, a empresa utiliza $124,14 de Recursos de Terceiros. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 53 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 15_Índices de Endividamento: composição de endividamento Os índices financeiros são a forma mais resumida de se analisar as demonstrações financeiras de uma empresa. Nesta aula veremos a interpretação do índice composição de endividamento. Composição de Endividamento (CE) Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser paga a Curto Prazo, isto é, as Obrigações a Curto Prazo comparadas com as obrigações totais. A interpretação deste índice é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores, observando que, quanto mais dívidas para pagar a Curto Prazo, maior será a pressão para a empresa gerar recursos para honrar seus compromissos. Convém lembrar que, uma vez observada a proporção dessas obrigações, o passo seguinte é analisar a composição dessas obrigações. É necessário verificar se para a quitação das dívidas de curto prazo existe em contrapartida recursos, também, de curto prazo. A comparação do montante de dívidas no Curto Prazo com o endividamento total, além de mostrar as características da empresa quanto ao vencimento das dívidas, reconhece sua capacidade de geração de recursos e mesmo sua condição de renovar a dívida de Curto Prazo junto aos credores. Esse índice é obtido pela seguinte fórmula: Onde: CE = Composição de Endividamento PC = Passivo Circulante ELP = Exigível a Longo Prazo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 54 CIÊNCIAS CONTABÉIS Exemplo Considerando os dados, a seguir, podemos visualizar a composição de seus Capitais de Terceiros, quanto ao vencimento a Curto ou a Longo Prazo, conforme segue: O Capital de Terceiros, ou seja, a dívida total é: Desse modo, para cada $100,00 de dívida que a empresa tem $75,00 vence a Curto Prazo, ou seja, num período inferior a um ano. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 55 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 16_Índices de Endividamento: imobilização do Patrimônio líquido O Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) indica quanto do Patrimônio Líquido da empresa está aplicado no Ativo Permanente, ou seja, o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de recursos de terceiros para manutenção dos negócios. A característica deste índice é no sentido de que “quanto maior, pior”, mantidos constantes os demais fatores. As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são dirigidas para o Ativo Permanente e para o Ativo Circulante, isso significa que, quanto mais recursos próprios a empresa investir no Ativo Permanente, menos recursos sobrarão para o Ativo Circulante e, por consequência, maior serão os recursos de terceiros utilizados para o financiamento do Ativo Circulante. Diante disso, a melhor conformidade em termos financeiros seria a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para cobrir o Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela suficiente para financiar o Ativo Circulante. Para tanto, a administração adequada dos recursos disponíveis de uma empresa pressupõe um apropriado enquadramento dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos das fontes. Segundo Ribeiro (2001, p.137) alguns pontos, a seguir, devem ser considerados na análise: Os detalhes de variação do Patrimônio Líquido no período; A relação e a composição de cada recurso no Ativo Permanente; A capacidade de contribuição do diferido na geração de receitas futuras; A razão e a finalidade de cada investimento; O tempo de vida útil, o grau de modernização, além do critério de depreciação utilizado nos itens que contemplam o ativo imobilizado. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 56 CIÊNCIAS CONTABÉIS O índice de imobilização do patrimônio líquido é obtido por meio da seguinte fórmula: Onde: IPL = Imobilização do Patrimônio Líquido AP = Ativo Permanente PL = Patrimônio Líquido Exemplo Considerando os valores a seguir, seu nível de imobilização pode ser representado conforme segue: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 57 CIÊNCIAS CONTABÉIS O que significa que para $100,00 de Capital Próprio a empresa tem aplicado no AP $74,14. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 58 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 17_Índices de Endividamento: imobilização dos recursos não- correntes O Índice Imobilização dos Recursos Não-Correntes (IRNC) indica a que percentuais de Recursos Não-Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente. O significado desse índice é no sentido de que “quanto menor, melhor”. Os recursos não-correntes caracterizam-se pela composição das contas do grupo Patrimônio Líquido e do Passivo Exigível de Longo Prazo, que representa o Capital Próprio e uma parcela dos Capitais de Terceiros. Os elementos do Ativo Permanente possuem vida útil que variam de 2 a 50 anos, portanto a geração de receita, desses recursos, possui longo prazo de realização. Assim, embora seja aconselhável que tais recursos sejam adquiridos com Capitais Próprios, isso não se faz necessário, pois, desde que o prazo seja compatível com o de duração do Imobilizado, ou desde que o prazo seja suficiente para gerar recursos capazes de resgatar as dívidas obtidas, é possível utilizar-se de recursos de Longo Prazo (Capitais de Terceiros). Nesse sentido, observa-se a coerência em comparar aplicações fixas (Ativo Permanente) com os RecursosNão-Correntes (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo), que pode ser obtido pela aplicação da seguinte fórmula: Onde: IRNC = Imobilização dos Recursos Não-Correntes AP = Ativo Permanente PL = Patrimônio Líquido ELP = Exigível a Longo Prazo Exemplo UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 59 CIÊNCIAS CONTABÉIS Com base nos dados a seguir, a Imobilização dos Recursos Não-Correntes pode ser identificada conforme segue: Significa que, para cada $ 100,00 de Recursos Não-Correntes (PL+ELP), a empresa tem aplicado no Ativo Permanente $ 56,58. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 60 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 18_Índices de Endividamento: nível de desconto de duplicatas O Nível de Desconto de Duplicatas (NDD) indica o percentual de duplicatas descontadas em relação ao total de duplicatas a receber. Considerando que as empresas só devem descontar duplicatas quando estiverem precisando de dinheiro, a interpretação desse índice é no sentido de que “quanto maior, pior”. Segundo Iudicibus et al (2000, p.93), é comum que as empresas, para obter capital de giro, efetuem o desconto de duplicatas a receber em estabelecimentos bancários. Nesse processo, os bancos ficam com os títulos e antecipam os valores às empresas, mediante a cobrança de despesas bancárias e juros a que têm direito pelo período a transcorrer entre a data do desconto e a data do vencimento das duplicatas. Contudo, a responsabilidade da empresa que efetuou o desconto irá cessar apenas quando o devedor (cliente) efetuar o pagamento, caso contrário, se o devedor (cliente) não efetuar o pagamento do título, a empresa que emitiu a Duplicata (o cedente) deverá efetuar seu pagamento junto ao banco. Segundo Teles (2003, p.6), alguns pontos a serem observados nesse índice são: Normalmente, quanto maior a necessidade de Recursos Financeiros, maior será o nível de Desconto de Duplicatas. O extremo é quando a empresa chega a emitir títulos que não correspondem à venda efetuada, a chamada “duplicata fria”; Muitas vezes as Duplicatas da empresa estão comprometidas como garantia de outras operações e não há duplicatas para descontar; Na data do encerramento do Balanço, os bancos com que a empresa trabalhava podiam não estar operando com a carteira de Desconto de Duplicatas, ou os bancos poderiam não estar aceitando as duplicatas da empresa para desconto. Nessa condição, um baixo nível de endividamento não quer dizer coisa boa. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 61 CIÊNCIAS CONTABÉIS Assim, esse índice pode ser obtido aplicando a seguinte fórmula: Onde: NDD = Nível de Desconto de Duplicatas DD = Duplicatas Descontadas DR = Duplicatas a Receber Exemplo Considerando os dados a seguir, é possível identificar o Nível de Desconto de Duplicatas como segue: Aplicando a fórmula: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 62 CIÊNCIAS CONTABÉIS O que significa que, para cada $100,00 de Duplicatas a Receber a empresa tem $13,04 de Duplicatas Descontadas. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 63 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 19_Índices de Endividamento: endividamento financeiro sobre Ativo total O Índice de Endividamento Financeiro Sobre Ativo Total (EFSAT) indica a participação do Passivo Financeiro (PF) no financiamento do Ativo da empresa, mostrando a dependência da empresa junto a instituições financeiras. Esse índice é analisado no sentido de que “quanto maior, pior”, identificando que quanto menos a empresa depender de recursos remunerados para financiar seu Ativo, melhor será a qualidade de sua estrutura de Capitais. Segundo Blatt (2001, p. 73), o índice poderá ser desvirtuado ou valorizado em função dos seguintes fatores: → O custo da dívida, ou seja, deve-se considerar se o custo de captação dos Ativos da empresa está proporcional ao seu retorno; → A falta de recursos próprios para “fazer frente” a necessidade de capital de giro, provoca um endividamento junto aos bancos, que, como consequência envolve pagamento de juros elevados pelo dinheiro que tomam emprestado. Este índice pode ser obtido por meio da seguinte fórmula: Onde: EFSAT = Endividamento Financeiro Sobre o Ativo Total DD = Duplicatas Descontadas IF = Instituições Financeiras TLP = Transferências de Longo Prazo ONC = Outros Não Cíclicos como: dividendos, imposto de renda e outros UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 64 CIÊNCIAS CONTABÉIS ELP = Exigível a Longo Prazo AT = Ativo Total Exemplo: Com base nos dados a seguir, o índice de EFSAT pode ser apurado como segue: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 65 CIÊNCIAS CONTABÉIS O que significa que, para cada $ 100,00 de aplicação no Ativo, a empresa estava utilizando $ 35,38 de recursos provenientes de instituições financeiras, ou de outras fontes consideradas financeiras. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 66 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 20_Índice de Endividamento: índices relacionados à dívida onerosa Para BLATT (2001, p.71-72), também são utilizados pelos analistas financeiros outros índices, a seguir explanados, diretamente relacionados ao exigível bancário: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 67 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 21_Índice de Rentabilidade – Parte I O índice de rentabilidade será melhor utilizado na medida em que se relacionar o lucro de uma empresa com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar o desempenho da empresa em determinado período. O relacionamento das variáveis de composição deste índice depende do objetivo ou da decisão para a qual é preciso informação. Nesse sentido, BLATT (2001, p.82) considera que as empresas visam à obtenção de lucros, mantendo relações adequadas de custo em relação à receita, ou margens. Mudanças nos níveis de receita conduzem a tendência, para cima ou para baixo, dos níveis de despesa nas áreas de custos mais variáveis. A apuração do índice de rentabilidade, considerado pela dimensão do lucro, leva em conta volume de vendas, valor do ativo total, valor do patrimônio líquido, ou valor do ativo operacional, dependendo do resultado que pretende obter. O importante é utilizar o conceito no numerador compatível com o empregado no denominador, para que o resultado possa oferecer inferência apropriada das informações obtidas. Segundo PADOVEZE et al (2004, p.102 e 103), a análise de rentabilidade pode ser estudada em três abordagens: 1ª) Tem como referência os donos da empresa: considera a relação do lucro líquido após os impostos com o valor do Patrimônio Líquido, mensurando a rentabilidade à luz do interessado mais importante do investimento na empresa, que é o dono do capital; 2ª) Objetiva mensurar a rentabilidade da empresa como um todo, ou seja, do ativo; 3ª) Busca identificar o impacto do financiamento que a empresa obteve do capital de terceiros, para verificar se houve vantagens na utilização desses capitais. Assim, em seguida serão estudados os seguintes índices: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 68CIÊNCIAS CONTABÉIS Giro do Ativo Margem Líquida Rentabilidade do Ativo Rentabilidade do Patrimônio Líquido Giro do Ativo O giro do ativo demonstra quantas vezes o ativo girou como resultado ou efeito das vendas, ou quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total. Portanto, quanto maior, melhor. O desempenho e o sucesso de uma empresa dependem de uma série de fatores, entretanto, o volume de vendas é um elemento fundamental para diagnosticar o êxito das atividades empresariais. Assim, a relação do volume de vendas com outros elementos das contas patrimoniais permite conhecer se o rendimento foi satisfatório ou não, e incrementa as informações para a tomada de decisão, com finalidade de corrigir os rumos da empresa. Este índice, apurado conforme a fórmula a seguir, tem muita importância para as empresas, visto que toda empresa investe capitais esperando retorno, que normalmente começa a surgir a partir do bom desempenho da área comercial. Exemplo Se a empresa consegue um índice de Giro do Ativo de 1,10, pode-se dizer que para cada $ 1,00 investido no Ativo a empresa conseguiu vender $ 1,10, ou seja, o volume de vendas atingiu 1,10 vezes o volume de investimentos. Entretanto, outros UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 69 CIÊNCIAS CONTABÉIS aspectos precisam ser considerados, pois mesmo conseguindo girar 1,10 o valor do Capital Total investido, a empresa poderia não ter lucratividade. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 70 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 22_Índice de Rentabilidade – Parte II Nesta aula vamos analisar como os índices de Margem Líquida, Rentabilidade do Ativo e Rentabilidade do Patrimônio Líquido devem ser aplicados. Margem Líquida Esse quociente evidencia qual foi a lucratividade que a empresa obteve frente à geração de receitas. Em outras palavras: quanto a empresa obteve de lucro em relação ao volume faturado. BLATT (2001, p.83) afirma que o coeficiente de margem líquida mede a eficiência total da empresa em gastar dinheiro para fazer dinheiro, ou melhor, mostra o desempenho da empresa em controlar custos em relação aos níveis de vendas. Dessa forma, a análise é feita sob a forma de quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100,00 vendidos, por isso, quanto maior, melhor. O quociente de margem líquida pode ser obtido por meio da seguinte fórmula: Rentabilidade do Ativo A Rentabilidade do Ativo mensura a lucratividade, o quanto a empresa obteve de lucro líquido diante das aplicações realizadas, ou seja, mede quanto a empresa obtém de lucro para cada $100,00 de investimento total. Para Matarazzo (1995, p.185), este quociente representa “... uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa ano a ano”. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 71 CIÊNCIAS CONTABÉIS Esse índice pode ser obtido por meio da seguinte fórmula: Exemplo: Uma empresa, após apurados o Lucro Líquido e o valor do Ativo, verifica que sua Rentabilidade tenha sido de 30,5, pode-se dizer que para cada $100,00 investidos a empresa ganhou $ 30,50, ou 30%. Rentabilidade do Patrimônio Líquido Esse quociente retrata qual foi a taxa de retorno obtida pelo Capital Próprio (Patrimônio Líquido), ou seja, revela o quanto o acionista obteve de lucro gerado pela aplicação nos Ativos da empresa. Ressalta-se que esse índice demonstra o desempenho da administração da empresa, visto que o uso estratégico dos Ativos da empresa gera receitas que, bem administrada, promove retorno satisfatório. Dessa forma, ao comprar este quociente com as taxas oferecidas pelo mercado, será possível avaliar se a vantagem financeira da rentabilidade obtida pela empresa é superior ou inferior a essas opções. O quociente de rentabilidade do Patrimônio Líquido pode ser calculado mediante a seguinte fórmula: Exemplo: UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 72 CIÊNCIAS CONTABÉIS Considerando que uma empresa tenha obtido, para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido, uma taxa de 15,02, então, significa que para cada $ 100,00 de Capital Próprio investido se obteve um retorno de $15,02, ou 15,02%. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 73 CIÊNCIAS CONTABÉIS Aula 23_Quocientes de Rotação de Atividades – Parte I Os quocientes de rotação obtidos por meio do confronto dos elementos contidos no Balanço Patrimonial com os contidos na demonstração de Resultado do Exercício destacam o tempo necessário para renovação dos elementos do Ativo. Assim, na sequência serão estudados os seguintes quocientes: Rotação dos Estoques (RE) Prazo Médio de Recebimento de Contas a Receber (PMRCR) Prazo Médio de pagamento de Contas a pagar (PMPCP) Posicionamento Relativo (PR) Rotação dos Estoques Esse quociente mensura o período compreendido entre o tempo em que o estoque permanece armazenado até o momento da venda, evidenciando quantas vezes ocorreu renovação dos estoques em função das vendas. O quociente de rotação será calculado por meio da seguinte fórmula: Onde: RE = Rotação de Estoques CMV = Custo de Mercadorias Vendidas EM = Estoque Mercadorias UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 74 CIÊNCIAS CONTABÉIS E o tempo de estoque, ou seja, o Prazo Médio de Estocagem (PME) será calculado por meio da seguinte equação: Onde: PME = Prazo Médio de Estoque EM = Estoque de Mercadorias Exemplo Considerando os dados, a seguir, poderemos identificar a Rotação do Estoque e o Prazo Médio de Estocagem: Esses indicadores revelam que o estoque de mercadorias gira 5,61 vezes no ano e que, em média, o estoque permanece estocado por 64 dias antes da venda ou do consumo. UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 75 CIÊNCIAS CONTABÉIS Resumo_Unidade II Nesta unidade foi abordada a avaliação da empresa através de índices com a finalidade de obter um bom diagnóstico quanto à situação econômico-financeira. O quadro a seguir apresenta resumidamente os quocientes estudados: Quadro Resumo dos Índices UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS Núcleo de Educação a Distância 76 CIÊNCIAS CONTABÉIS Referências Bibliográficas PADOVESE, Clóvis L.; BENEDICTO, Gideon C. Análise das Demonstrações Financeiras. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. BLATT, Adriano. Análise de Balanços: estrutura e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. São Paulo: Makron Books, 2001. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. São Paulo: Atlas, 2000. RIBEIRO, Osni M. Estrutura e Análise de Balanços. São Paulo: Saraiva, 2001. IUDICIBUS, Sérgio; et al. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. São Paulo: Atlas, 2000. SILVA, José P. Análise financeira das empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. Sites TELES, Cristhiane Carvalho. Análise dos Demonstrativos Contábeis. www. peritocontador.com.br/artigos/colaboradores/Artigo_- __ndices_de_Endi-vidamento.pdf - Acessado em 03 de maio de 2008. Análise de Rentabilidade (Retorno sobre o investimento). http://br.geocities. com/rfulan23/analise1.htm. Acessado em 8 de maio de 2008.
Compartilhar