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* Cronobacter Prof. Uelinton Pinto FoRC - Food Research Center Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo uelintonpinto@usp.br * Cronobacter Um patógeno emergente (oportunista) Família Enterobacteriaceae G-; oxidase negativa, bacilos móveis Não halofílicos Facultativos Temperatura de crescimento de 6 a 45C Sobrevive longos períodos em baixa aW Origem parece ser ambiental * Cronobacter Infecção em neonatos por fórmula reconstituída Enterocolite necrotizante Septicemia Meningite Grupo sob risco – crianças menores que 1 ano de idade (maior risco para menores que 2 meses); imunocomprometidos Tratamento com antibióticos * Forma de contaminação * Recomendações Refrigerar fórmulas infantis reconstituídas (FIR) a 4°C em até 1 hora da preparação Esterilizar água para preparação de FIR Descartar sobras de FIR Preparar pequenos volumes para diminuir o tempo a temperatura ambiente Utilizar fórmula aquecida em até 20 min Refrigerar leite materno a 4°C * Critério microbiológico para FIR * Yersinia Prof. Uelinton Pinto FoRC - Food Research Center Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo uelintonpinto@usp.br * Yersinia Causador de infecção gastrintestinal em países nórdicos 13 espécies reconhecidas 4 importantes Y. enterocolitica - gastroenterite Y. pestis (peste bubônica) Y. pseudotuberculosis (patógeno de roedores) Y. ruckerii (doença em peixe da familia do salmão e outros pescados de água doce) * Yersinia Família Enterobacteriaceae G-; oxidase negativo; bacilos facultativos que fermentam glicose. Psicrotróficos Temperatura ótima de 28 a 30°C pH de 4 a 10 (ótimo 7.6) Tolera ambiente alcalino melhor do que ácido Facilmente inativados por pasteurização (72°C por 18 s) * Yersinia enterocolitica Biotipos 1A, 1B, 2, 3, 4, 5 1B mais frequente nos EUA +patogênico 2 – 5 Patogenicidade intermediária 4 o mais frequente em gastroenterite * Reservatórios Zoonótico (animais domésticos) Suínos Cavidade oral: Língua, amigdalas ou tonsilas e nódulos linfáticos no submaxilar; Intestino e fezes * Características da Enfermidade Dose infecciosa Desconhecida Estimado ser maior que 104 UFC Período de incubação Desconhecido Estimado 2-11 dias * Características da Enfermidade Incidência baixa Manifestações Diarreia (gastrenterite), especialmente em crianças Enterocolite Pseudoapendicite em alguns casos – inflamação aguda do íleo terminal ou dos nódulos mesentéricos linfoides Faringite Sequelas em poucos casos (artrite e outros) * Mecanismo de patogenicidade Invasão (invasina) Fimbrias Enterotoxinas LPS Plasmídeo de virulência (pYV) Yops – Yersinia outer proteins T3SS * Surtos * * Vibrio Prof. Uelinton Pinto FoRC - Food Research Center Faculdade de Ciências Farmacêuticas Universidade de São Paulo uelintonpinto@usp.br * Vibrionaceae Vibrio Aeromonas Plesiomonas Photobacterium * * Gênero Vibrio >80 espécies descritas * cholerae parahaemolyticus vulnificus alginolyticus mimicus fluvialis furnisii hollisae metschnikovii damsela cincinnatiensis carchariae * * Características do gênero Bacilos Gram (-); Não formadores de esporo; Retos ou curvos; Móveis – único flagelo polar; Anaeróbios facultativos; Produtores de oxidase e catalase; Fermentam Glicose s/ produção de gás * * Características bioquímicas Teste de Oxidase; Utilização de Sacarose em agar TCBS (Tiossulfato Citrato Bile Sacarose); Teste de halofilia em ≠ [NaCl] * * Reservatórios São organismos aquáticos Ambiente marinho: Regiões costeiras; Regiões de estuários (mais abundante); * * Influência dos fatores físicos-químicos Temperatura Refrigeração: sensíveis a baixas temperaturas; Temperaturas de refrigeração impedem a multiplicação Pescados: protegem * * Influência dos fatores físicos-químicos Temperatura Aquecimento: termo-sensíveis Recomendação FDA: Ostras, mexilhões e mariscos Vapor: 4 e 9 min Fritura de ostra sem a concha: 10m a 191oC Assar: 10 m 232oC Aquecimento de moluscos a T interna de 60oC por alguns mins Elimina vibrios patogênicos * * Influência dos fatores físicos-químicos pH: Altamente sensíveis a pH ácido Crescem em pH de 4,8 a 11; pH ótimo entre 7,5 a 8,6; Efeito bactericida: Ácidos orgânicos e conservantes ácidos; Óleos essenciais; Extratos de especiarias Diacetil em ostras (Vibrio vulnificus); * * Influência dos fatores físicos-químicos sobre Vibrios Depuração Baixa eficiência para condições naturais; Eficaz em estudos com contaminação artificial * * Influência dos fatores físicos-químicos sobre Vibrios Irradiação: Valores D10 oscilam entre 0,02 e 0,4 kGy; Ostras: Dose de 2kGy (raios ) reduz a níveis não detectáveis a população de Vibrio; Ostras: Dose de 1kGy reduz 5 log de Vibrio vulnificus sem causar mortalidade nas ostras; Camarão: Dose de 3kGy (fonte de raios ) reduz a níveis não detectáveis a população de Vibrio; * * Influência dos fatores físicos-químicos sobre Vibrios Alta Pressão Hidrostática Ostras: 250 MPa/ 2min → reduz + 5 log de Vibrio vulnificus 300 MPa/3 min → reduz 5 log de V. parahaemolyticus O3:K6 * Sistema digestivo humano * * Vibrio spp. e síndromes clínicas * * Vibrio cholerae * * Vibrio cholerae Classificação: Sorogrupos (~200) V. cholerae O1 biotipos Clássico (mais severo) EL Tor sorotipos Ogawa Inaba Hikojima V. cholerae O139 Bengala (1993) V. cholerae não-O1/não O139 – gastroenterite moderada ctxa ctxb TCP * * Ogawa e Inaba são mais comuns * * Vibrio cholerae Limites de crescimento: Temperatura: Ótima: 37ºC Faixa: de 10 a 44ºC; D60ºC = 2,65 mim pH: Ótimo: 7,6 Faixa: de 5,0 a 9,7 NaCl: Faixa: de 0 a 4% * * Vibrio cholerae Reservatório Ambiente marinho microbiota natural; Humanos e animais; Água contaminada; * * Vibrio cholerae Veículos Água Alimentos com pH ~neutro: Mariscos Peixe cru Água Lula Em alguns casos arroz, frutas e vegetais * * Vibrio cholerae Cólera: Reconhecida em 1817; Estudada em 1854 por John Snow Água; Países em desenvolvimento água e alimentos contaminados; Países desenvolvidos alimentos contaminados; * * www.youtube.com/watch?v=753XHXPLrn4 https://www.youtube.com/watch?v=ne1KZYO3jp8 * * Vibrio cholerae Casos de cólera: Américas (1991-2001): + 1 milhão de casos c/ 12.700 mortes (OPAS); No Brasil (1991-2001): 168.598 casos 2037 óbitos (OPAS); No Brasil (2002-2004): 21 casos nenhuma morte (SVS-MS). * * Vibrio cholerae Casos de cólera Haiti (2010) Início Outubro de 2010 (10 meses após o terremoto) 665 mil casos – 8,183 mortes Vibrio cholerae O1 Ogawa, El tor Perfil genético semelhante a estirpe encontrada no Sul da Ásia e diferente da estirpe da América do Sul de 1991. * * Vibrio cholerae Casos de cólera México (2013) Início Setembro 2013 184 casos em novembro 2013 – 1 óbito Vibrio cholerae O1 Ogawa Perfil genético semelhante ao do isolado circulando na República Dominicana e Haiti * Vibrio cholerae Maioria dos casos sintomas suaves ou mesmo assintomáticos Portador por longo período é raro Não é importante na transmissão * Vibrio cholerae Período de incubação: 6h a 5 dias Gastroenterite: V. cholerae não O1 e não O139 Geralmente de severidade moderada Sintomatologia Diarreia, as vezes com sangue Cólicas abdominais Febre Náusea e vômito em alguns * Vibrio cholerae Período de incubação: 6h a 5 dias Dependente em parte do tamanho do inóculo Sintomatologia V. cholerae O1 e O139 Início repentino com diarreia aquosa Ou Desconforto abdominal Perda de apetite Diarreia simples * Vibrio choleraeForma severa da doença (500 a 1000 ml/h) (Cólera gravis) Diarreia desidratante, explosiva e potencialmente fatal Minoria dos casos com V. cholerae O1/O139 produtor de CT * Vibrio cholerae Forma severa da doença (500 a 1000 ml/h) Quadro de taquicardia, hipotensão, colapso vascular Turgor da pele afetado (mãos e pés enrugados) Ausência de pulso Óbito * Vibrio cholerae * * Vibrio cholerae Dose infecciosa: Dependente de fatores do hospedeiro: 1011 UFC/mL em salina tamponada (pH 7,2) diarreia em voluntários 106 UFC/g (peixe ou arroz) diarreia * Vibrio cholerae Mecanismos de virulência: Toxina da cólera (CT) -Exotoxina: Secretada no lumen do ID 1 subunidade A 5 subunidades B TCP – pilus co-regula toxina Fator de colonização de V. cholerae * * * * * CT secretada no lumen do ID e se liga aos gangliosídeos GM1 nos enterócitos via subunide B. CT é endocitada e transportada ao cp. de Golgi, liberando A1 ativada. Intoxicação envolve a ribosilação de ADP do componente da proteina G da adenil-ciclase (AC) resultando no aumento da AC. O aumento correspondente do cAMP resulta no aumento da excreção de ions Cl- causando perda de fluido e a diarreia. * * Seria possível fazer uma estirpe avirulenta de V. cholerae? Uma estirpe mutante ctx– já foi desenvolvida Algumas pessoas ainda desenvolveram diarreia, vômitos, dores abdominais. Sintomas mais brandos e diarreias com até 2 L diários – em contraste com 20 L da estirpe ctx+ * * Por que? Outros mecanismos de Virulência Outras toxinas: Toxina zonula occludens (zot) Aumenta a permeabilidade da mucosa do intestino delgado ao afetar a estrutura da junção intercelular ou zonula occludens Enterotoxina acessora da cólera (Ace) Acúmulo de fluido na alça ligada de coelho Hemolisina (citolisina ou hemolisina El Tor) Diferença entre El Tor e o biotipo clássico (não hemolítico) Lisa vários eritrócitos, letal para camundongos, acumulo de sangue na alça ligada de coelho RtxA (citotoxina) * * Vibrio cholerae Toxinas de cepas não O1 ou não O139 Geralmente não apresentam ctx mas possuem genes que codificam para hemolisina, RtxA * * Vibrio parahaemolyticus * * Vibrio parahaemolyticus Características 3 tipos de antígenos: Somático termoestável O (12 grupos); Capsular termolábil K (65 grupos); Flagelar H; * * Vibrio parahaemolyticus Características 3 tipos de antígenos Bactéria estritamente halofílica; Cepas patogênicas produzem hemolisina (TDH) em agar Wagatsuma (KP+) * * Vibrio parahaemolyticus Limites de crescimento: Temperatura: Ótima: 35-37ºC Faixa: de 5 a 44ºC; pH: Ótimo: 7,6-8,6 Faixa: de 4,8 a 11 NaCl: Ótimo: 2-3% (halofílica) Faixa: de 0,5 a 8% * * Vibrio parahaemolyticus Reservatórios: Ambiente marinho regiões estuarinas Sedimento, plâncton; Frutos do mar (ostras, peixe, mariscos, etc) Influência da temperatura da água Influência da salinidade da água * * Vibrio parahaemolyticus Veículos de surtos; Frutos do mar: Crus; Mal cozidos; Recontaminação pós cozimento; * * Vibrio parahaemolyticus Surtos 1950 (Japão) 272 casos e 20 óbitos alimento (shirasu); Maior surto 1978 (EUA) 1133/1700 pessoas camarão cozido recontaminado; 2002 (Fortaleza) 26/720 pessoas patinhas de carangueijo cruas; * * Vibrio parahaemolyticus Característica da doença Período de incubação: De 3 a 76 h (média de 17h); Duração: De 1 a 8 dias (média de 4,6 dias); Autolimitante * * Vibrio parahaemolyticus Característica da doença Dose infecciosa: De 105 a 107 UFC células de KP+; A ingestão de 1010 UFC células de KP- não causa doença; * * Vibrio parahaemolyticus Característica da doença Sintomatologia Diarreia Cólicas abdominais Fraqueza Náuseas Calafrios Dor de cabeça; Febre Vômito * * Vibrio parahaemolyticus Mecanismos de Virulência: Hemolisina Termoestável Direta (TDH) fenômeno Kanagawa(KP+); Hemolisina termolábil (TLH); “Thermostable Related Hemolysin” (TRH) * * Vibrio parahaemolyticus Mecanismos de Virulência: Hemolisina Termoestável Direta (TDH) Termo estável: após 30 min a 100oC Inatividade parcial Atividade hemolítica Depende da temperatura; Eritrócitos humanos e de coelho; * * Vibrio vulnificus * * Vibrio vulnificus Características 1º relato década 70 3 biotipos: Biotipo 1 associado a alimentos; Biotipo 2 associado a animais (enguia); Biotipo 3 infecções em lesões da epiderme devido manipulação de pescado; Altamente invasiva * * Vibrio vulnificus Características Estritamente halofílico Lactose (+) Incidência variação sazonal Influência da temperatura e salinidade Mais sensível ao frio que V. parahaemolyticus e V. cholerae Não ocorre multiplicação em temperatura < 10ºC * * Vibrio vulnificus Limites de crescimento: Temperatura: Ótima: 20-35ºC Faixa: de 13º a 44ºC; Salinidade: Ótimo: 0,5 a 2,5% Faixa: de 0,5 a 6% Tratamento térmico: 50ºC/ 5 mim reduz 6 log * * Vibrio vulnificus Reservatório: Ambiente marinho/estuarinos; Água; Sedimentos; Plâncton; Moluscos; Crustáceos; Peixes; * * Vibrio vulnificus Veículos dos surtos; Nos EUA > 90% casos Ostras cruas * * Vibrio vulnificus Características da doença Vias de entrada Oral Lesões na epiderme * * Vibrio vulnificus Características da doença Septicemia primária Gastrenterite Infecções das lesões da epiderme * * Vibrio vulnificus Septicemia primária: características Período de incubação 7h a vários dias (média de 26h) * * Vibrio vulnificus Septicemia primária: características Sintomas Febre Calafrio Náusea Hipotensão Dores abdominais Vômito e Diarreia * * Vibrio vulnificus Septicemia primária: Características da doença Desenvolvimentos de lesões secundárias amputação de membros Casos fatais Entre 2h a 6 semanas depois da admissão no hospital Alta taxa de mortalidade ~50%; * * Vibrio vulnificus Infecção em lesões da epiderme Características da doença Período de incubação de 4h a 4dias (média de 12h) * * Vibrio vulnificus Infecção em lesões da epiderme Características da doença Sintomas e evolução: Dores extremas Eritema Gangrena Necrose Desenvolvimento Intervenção cirúrgica; * * Vibrio vulnificus Gastrenterite: Características da doença Dores abdominais Vômito Diarreia * * Vibrio vulnificus Dose infecciosa Ainda não está bem definida Dependente da população susceptível * * Vibrio vulnificus População susceptível Pessoas com desordem hepática Cirrose hepática ou alcoolismo Imunidade baixa * * Vibrio vulnificus População susceptível Pessoas com desordem sanguínea Principalmente em homens com + 50 anos Pessoas do sexo feminino Proteção induzida pelo estrógeno contra a endotoxina do V. vulnificus; * * * * Vibrio vulnificus Mecanismos de Virulência Mecanismo de invasão Ainda não totalmente elucidados Principais fatores Cápsulas; Nível de ferro; Citotoxinas, hemolisinas * * Genero Vibrio Controle e Prevenção Cozimento adequado; Prevenir recontaminação; Saneamento básico (Uso de água clorada); Evitar a ingestão de alimentos crus; Pessoas do sexo masculino, com doenças hepáticas e férias, evitar contato com água salgada * * METODOLOGIA DE CONTAGEM * * continua AGS: arginina glicose Contagem de V. parahaemolyticus e V. vulnificus TCBS – Agar Ágar Tiossulfato Citrato Bile Sacarose Método APHA/BAM/FDA. * * continua Em TCBS, ambas produzem colônias grandes (2-3 mm), verdes ou azuladas, redondas e opacas. Em celobiose, V. vulnificus tem colônias amarelas Testar crescimento em T1N0, 3, 6, 8 e 10% de NaCl AIA – agar arginina ferro * * continua AGS: argininaglicose Análise de V. cholerae NMP pode ser feito também em APA, no lugar do enriquecimento Em TCBS colônias típicas são: Grandes, lisas, amarelas, centro opaco e borda translucida. * * continua AGS: arginina glicose Análise de V. cholerae Em AIA rampa alcalina (roxa), fundo ácido (amarelo) sem gas * * continua AGS: arginina glicose Análise de V. cholerae * * Resumindo * Bibliografia Doyle et al. Food microbiology: fundamentals and frontiers. 4th ed., Washington, DC, ASM., 2013. Franco, B. D. M.; Landgraf, M. Microbiologia de alimentos. São Paulo: Atheneu, 2007. 170p. Silva, N. et al. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos. 3. ed. São Paulo: Varela, 2007. * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *
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