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Requisitos da Petição Inicial no novo CPC

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE DIREITO
PALOMA MARINHO CORREIA
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Recife
2017
PALOMA MARINHO CORREIA
REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota na disciplina Prática Jurídica Laboratório I Cível no Curso de Direito da Universidade Católica de Pernambuco. 
Professora: Maria Isabel Moura
Recife
2017�
RESUMO
O presente trabalho aborda a importância da Petição Inicial, como peça de prelúdio do processo civil, é o despertar da atividade jurisdicional de sua inércia. Como preceituam os artigos 2º, 240 e 312 do Código de Processo Civil vigente, o protocolo da petição inicial marca o momento da propositura da demanda, surgindo pra o réu, a partir da citação válida, os efeitos processuais correspondentes.
São os pedidos veiculados na inicial que delimitam o conteúdo da lide, sobre os quais se debruçará o réu para exercer o seu direito constitucional ao contraditório e à ampla defesa, conforme preceitua o inciso LIV, do art. 5º da Carta Magna, atendendo assim o princípio do devido processo legal, conforme inciso LV do mesmo artigo.
Palavras-chave: Petição Inicial. Prática jurídica. CPC/2015.
SUMÁRIO
51	INTRODUÇÃO	�
62	REQUISITOS PARA A ELABORAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL	�
153	CONSIDERAÇÕES FINAIS	�
16REFERÊNCIAS	�
�
INTRODUÇÃO
O novo Código de Processo Civil - CPC, vigente desde 18 de março de 2016, prevê a necessidade de atendimento aos requisitos intrínsecos e extrínsecos da petição inicial. Dentre os requisitos da petição inicial destacados pelo rol do art. 319 do novo Código, podem ser ressaltados como novidades: a exigência de indicação do endereço eletrônico do autor e do réu (inciso II) e a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou mediação (inciso VII) – ainda que se discuta acerca da necessidade ou não de designação da referida audiência quando somente uma das partes manifesta a sua discordância (v. art. 334, §4º, inciso I).
Outra inovação bastante louvável é aquela prevista pelo art. 321, caput, em sua parte final: “O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.”.
O presente trabalho abordará os requisitos necessários para elaboração da petição inicial e se restringirá somente à ação proposta da área cível. Primeiramente será abordados os requisitos intrínsecos, ou seja, aqueles contidos no art. 319 do CPC, em seguida versaremos sobre os requisitos que estão esparsos no mesmo dispositivo, os requisitos extrínsecos.
REQUISITOS PARA A ELABORAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL
2.1 REQUISITOS INSTRÍSECOS
Segundo o artigo 319 do CPC/15, os requisitos da inicial são: I- o juízo a que é dirigido; II- os nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu; III- o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV- o pedido e as suas especificações; V- o valor da causa; VI- as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII- a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.
O juízo a que é dirigido - Este inciso trata do endereçamento da inicial e, para fazê-lo, corretamente, é preciso o conhecimento de competência. 
Faz-se necessário saber se a ação que se pretende ajuizar: a) pode tramitar no Brasil?; b) Deve ser ajuizada na Justiça Estadual, Federal, Trabalhista, Eleitoral ou Militar?; c) Qual o foro competente?; d) Qual o juízo competente? A ação será distribuída para uma vara comum ou especializada? Depois de obter estas respostas, o requisito poderá ser elaborado.
Outra questão que envolve o endereçamento diz respeito às formas de tratamento do juiz. A nova redação do CPC não fala mais em juiz a qual a petição é dirigida, mas em juízo. A alteração trouxe mais precisão técnica, mas acredita-se que isto não alterará a forma de peticionar o primeiro requisito da peça, pois sempre se indicou o órgão judiciário e não o nome do juiz. A expressão juízo é mais abrangente e envolve os diversos graus de jurisdição.
Apesar da alteração trazida pelo CPC/15 é preciso ter clareza de que não haverá a indicação do juízo (vara) nas comarcas em que tem mais de uma vara, pois continuará havendo a distribuição das ações propostas, conforme previsão expressa do artigo 284 do CPC/15. Sendo assim, a referência ao senhor juiz continuará existindo, desde que se faça menção à vara civil ou especializada a que a petição é dirigida e a correspondente comarca. Portanto, pode-se ainda utilizar como exemplo o seguinte endereçamento: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA COMARCA DE CACHOEIRINHA-RS.
Os nomes, prenomes, estado civil, existência de união estável, profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas físicas ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e residência do autor e do réu - O inciso II do artigo 319 do CPC/15 prevê um requisito extremamente importante, porque identificará as partes no processo e, consequentemente, a legitimidade delas. As partes compõem, junto com o pedido e a causa de pedir, os elementos identificadores da ação; portanto, tem importância quando se pretende verificar se houve litispendência ou coisa julgada.
É necessário analisar a legitimidade do autor e do réu para serem partes, bem como individualizar e distinguir as pessoas físicas e jurídicas das demais. O estado civil faz-se necessário para verificar a regularidade da petição inicial nos casos em que o autor precisa de outorga uxória. O endereço é imprescindível para determinar a competência territorial e a citação do réu.
Uma inovação trazida pelo novo Código é a indicação do endereço eletrônico. Tal exigência se compatibiliza com a informatização do processo, a qual se iniciou com o advento da Lei n. 11.419/06. Tal modernização segue rumos mais intensos com o CPC/15. Estima-se que, com o passar do tempo, as comunicações processuais se realizem por meio eletrônico com mais frequência e intensidade.
No item da qualificação das partes, há também a indicação do nome da ação. O nome não é o mais importante, mas, sim, o pedido feito, que deve corresponder, exatamente, àquilo que se pretende.
O fato e os fundamentos jurídicos do pedido - Este inciso prevê, como requisito da inicial, a causa de pedir, que é composta pelos fatos, pelos fundamentos jurídicos, tendo como ponto de contato entre os dois elementos.
O autor deve descrever os fatos objetivamente, mas com a clareza necessária para a compreensão dos mesmos. De forma simples, deve-se narrar os fatos detalhadamente, indicando sempre os envolvidos, o ocorrido, local, a forma dos acontecimentos, consequência dos fatos, o que se pretende e a necessidade de ir ao judiciário para solucionar o problema.
Deve haver uma sincronia perfeita, entre a narrativa dos fatos, a correlata fundamentação jurídica e o pedido feito pelo autor. Caso isto não ocorra, a petição será inepta, pois a conclusão não está decorrendo dos fatos. A inadequação na narrativa de fatos, entretanto, não deve levar à imediata prolação da sentença, sem antes mandar emendar a petição inicial. Isso se verifica, pois a emenda à inicial é um direito subjetivo da parte autora, e esse direito já foi reconhecido, emmuitos julgados do Superior Tribunal de Justiça. Além do posicionamento jurisprudencial, há também o formalismo-valorativo, a ser levado em consideração, para que o juiz determine a emenda neste caso.
O pedido e as suas especificações - Quando o autor na inicial faz aparentemente um pedido, na realidade, estará fazendo dois: um pedido imediato, ou seja, aquilo que ele pretende do Estado, a tutela jurisdicional; e um mediato, ou melhor, o que quer receber do adversário, o bem da vida. Os dois pedidos devem constar expressamente da peça, sendo que, para o segundo, há necessidade de uma atuação muito cuidadosa do advogado do autor, pois o pedido, como já foi referido, delimita a sentença, ou seja, a resposta que o Estado pode dar; portanto, pedir adequadamente significa receber o que se pretende.
No que tange ao primeiro pedido, o imediato, entende-se que, na inicial, o advogado não deve omitir a postulação de forma expressa do pedido de tutela jurisdicional e de como ela será prestada, no processo de conhecimento, através da sentença. Deve-se postular a "PROCEDÊNCIA DO PEDIDO com a condenação, declaração, constituição, etc", dependendo do tipo de ação proposta, e não, simplesmente, fazer o pedido mediato diretamente, como fazem muitos advogados. Por exemplo: ao invés colocar, na peça, que pede a condenação do réu ao pagamento, deve-se pedir a procedência total do pedido, para consequentemente condenar o réu ao pagamento do valor de tanto, acrescidos de juros legais e correção monetária. Aproveitando-se o exemplo, pode-se fazer referência a um aspecto absolutamente prático, ou melhor, quando da formulação do pedido de condenação, o ideal é que se faça referência expressa ao valor pretendido (ao pedido mediato), com os devidos acréscimos, pois isto facilita a análise da petição inicial, pelo magistrado.
O CPC/15 resolveu a inadequação do código anterior que estabelecia no artigo 286 que o pedido deveria ser certo ou determinado. O artigo 322 do novo dispositivo legal prevê a necessidade de que o pedido seja certo e estabelece hipóteses de pedidos implícitos. No artigo 324, o CPC/15 prevê que o pedido deve ser determinado e os casos em que ele será genérico. Portanto, na petição inicial é possível a formulação de diversos tipos de pedidos e de cumulações de ações. O primeiro deles é o pedido genérico. Nos três incisos do artigo 324, o legislador estabeleceu casos em que, de alguma forma, no momento da elaboração da inicial, o autor não tem condições de indicar todos os dados. Isto ocorre, por exemplo: quando se postula uma universalidade de bens fungíveis ou quando não há como estabelecer, desde logo, toda a consequência do ato ou fato ou, então, quando o autor, para saber o objeto ou valor da condenação depende da atitude do réu. No CPC/15, o legislador estendeu a possibilidade de pedido genérico à reconvenção.
O pedido pode também ser alternativo, quando a satisfação da obrigação puder ocorrer de mais de um modo, conforme artigo 325 do CPC/15; ser cominatório, quando o autor, na inicial, postular que o juiz fixe uma multa, com efeito coercitivo – astreints -, para as obrigações de fazer, não fazer ou entregar coisa, conforme arts. 500 e 537 do CPC/15. Pode o pedido ser, inclusive, decorrente de obrigações de trato sucessivo ou prestações sucessivas, significando, neste caso, que as prestações serão incluídas no pedido tendo elas ou não sido formuladas de forma expressa, conforme artigo 323 do CPC/15.
Na inicial é possível fazer cumulações subjetivas ou objetivas de ações. Ocorrerá cumulação subjetiva, quando houver a formação de litisconsórcio facultativo; e cumulação objetiva, quando, na mesma inicial, houver a cumulação de pedidos ou de fundamentos. Ele será facultativo, quando não for de formação obrigatória. As partes juntam-se na condição de autores ou de réus, voluntariamente, mas poderiam ingressar com as ações separadamente.
O autor pode, na inicial, cumular objetivamente os pedidos de três formas: em cumulação alternativa eventual, cumulação simples ou sucessiva eventual. A primeira significa que o autor fará dois ou mais pedidos e que estabelecerá uma ordem de preferência. Assim, se fizer dois pedidos, o primeiro será o principal e o que, efetivamente, é o preferido; e o segundo, o subsidiário, ou seja, aquele postulado para a hipótese de não ser possível o atendimento do primeiro pedido. Aliás, a característica principal desta cumulação é o fato de que o juiz jamais atenderá aos dois pedidos. Ele só analisará o subsidiário, se rejeitar o primeiro. Por esta razão, Ovídio. A. Baptista da Silva afirmou que os pedidos podem até ser incompatíveis entre si.
Uma novidade trazida pelo CPC/15 foi a previsão de um parágrafo único no artigo 326 permitindo a formulação de mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Segundo Humberto Theodoro Junior esta previsão "[...] constitui uma espécie de atipicização da regra do pedido alternativo (art. 325). Portanto, pode-se pedir que o juiz estabeleça uma ordem de preferência no momento do acolhimento do pedido e que, não sendo concedido o primeiro, ele dê qualquer um dos pedidos que constam como subsidiários, pois para o autor tanto faz se o juiz acolher um ou outro. 
Na cumulação simples, o autor faz vários pedidos, que podem ser acolhidos, cada um de forma absolutamente independente. Não há vinculação entre eles, para acolhimento ou rejeição. Portanto, o juiz pode julgar os dois procedentes, improcedentes ou proceder um e não o outro. Isto ocorre quando, por exemplo, o autor postula um crédito decorrente da venda de um veículo e outro, que da venda de um quadro. As ações, neste caso, nem serão conexas, pois os pedidos resultam de relações materiais diversas, e a identidade de partes não gera conexão, mas o legislador autorizou a cumulação, por uma questão de economia processual. Esta cumulação está prevista no artigo 327 do CPC/15, onde o legislador fez, nos incisos, exigências para que a cumulação seja possível.
 
O valor da causa - O valor da causa é de indicação obrigatória, conforme prevê o artigo 291do CPC/15. A fixação deste valor servirá para: a) base de cálculo de taxa judiciária e custas de distribuição; b) indicar se o procedimento é o dos Juizados Especiais, Estaduais e Federais; c) poderá servir, inclusive, como base para fixação dos honorários, conforme art. 85 do CPC/15.
A legislação não é exaustiva, na previsão de como será fixado o valor da causa, mas, no artigo 292, encontram-se algumas possibilidades, bem como em legislações esparsas, como é o caso da de locações, a Lei 8,245/91, em seu artigo 58, inciso III. A prática forense indicará como se faz a fixação, em determinados casos. Em outros, quando não se tem um valor certo, atribui-se o valor de alçada.
O CPC/15 não trouxe muitas modificações nos incisos do art. 292 comparativamente ao código anterior. Mas, em pelo menos duas situações pode-se verificar que haverá um considerável aumento do valor que será atribuído à causa. O primeiro caso é o do inciso IV, que trata da ação de divisão, de demarcação e de reivindicação em que o valor não será mais o venal, mas o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido. Esta alteração poderá trazer dificuldades no momento da propositura da ação, pois a parte terá que ter um laudo de avaliação e isto poderá gerar custos. Interessante é o posicionamento de Juliana Cordeiro de Farias, que propõe a aplicação da regra do CPC anterior para a hipótese em que a parte não tenha o referido laudo, ou seja, para a autora pode-se atribuir à causa o valor com base na avaliação para efeito de pagamento de impostos. [56]
Outra novidade foi a inclusão do inc. V, prevendo que na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor da causa será o valor pretendido. No código anterior, como não havia previsão específica, os advogados optavam por não atribuir um valor certo quando o pedido envolvia o dano moral. Isto era feito para não fixar o valor da causa correspondente e diminuir o valor dascustas. A estratégia era pedir o dano moral de forma genérica com a solicitação de que o magistrado fixasse o valor do dano e atribuindo o valor de alçada na inicial. Assim procedendo, o valor de pagamento das custas diminuiria, consideravelmente, no momento da propositura da ação. Posteriormente, se houvesse determinação da complementação de custas, ela seria proporcional ao valor fixado pelo magistrado. Em realidade, a mudança acabará permitindo que valores altos tenham que ser atribuídos à causa, em razão do pedido feito, com a consequência de pagamento de custas na mesma proporção. No entanto, se o magistrado, na sentença, fixar um valor menor, a parte autora terá dificuldade para receber a diferença do valor de custas pagas em excesso.
As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados - é praxe forense deixar de indicar as provas, apenas protestando na inicial “todas que sejam necessárias”. Em razão disso, surgiu um despacho inexistente no procedimento: "indiquem as partes as provas que efetivamente irão produzir".
A opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação - No art. 319 do CPC/15 o legislador acrescentou mais um requisito que é a opção do autor pela realização da audiência de conciliação ou de mediação. Há, sem dúvida, o estímulo ao uso de meios consensuais de resolução de conflito e por este motivo a doutrina está entendendo que se o autor não fizer qualquer menção ao seu desejo de não realizar a audiência, o juiz deve designá-la. Sendo assim, caso o autor não faça referência a este requisito o juiz não deverá mandar emendar a inicial em 15 dias.
No art. 334, § 4,º o legislador estabeleceu hipóteses em que a audiência de conciliação ou mediação não será realizada. A primeira delas envolve a disponibilidade das partes, pois se autor e réu, expressamente, afirmarem que não querem a audiência, ela não será designada. Como vimos o autor terá que manifestar-se na inicial e o réu terá que peticionar, 10 dias antes da audiência designada, pela não realização dela, na forma do art. § 5º do mesmo artigo.
Existem requerimentos que são eventuais, pois dependem do caso concreto. Por exemplo: o requerimento de gratuidade judiciária; o de intimação do Ministério Público, em casos em que há o interesse público; o de intimação do réu para juntar um documento, quando se provoca o incidente processual de exibição; o de citação de um denunciado, se for feita a denunciação da lide; de prioridade na tramitação do feito, quando o autor é idoso ou com grave doença.
2.2 REQUISITOS EXSTRÍSECOS
Além dos requisitos internos da peça, outros existem e também precisam ser abordados. Os documentos indispensáveis à propositura da ação são requisitos extrínsecos da inicial. Devem acompanhá-la, necessariamente, sob pena de haver a determinação da emenda e, em caso de não cumprimento da ordem do juiz, a prolação da sentença, com o indeferimento da inicial, conforme artigos 320 e 321 do CPC/15.
Dentre os documentos indispensáveis, está a procuração, exceto se o advogado estiver atuando em causa própria. Neste caso, no item da qualificação das partes o advogado, que também é a parte, fará uma referência expressa a esta condição, no momento em que se reportaria ao procurador legalmente constituído. Depois de fazer a própria qualificação e de indicar o seu endereço completo, deve colocar na peça: [...] atuando em causa própria vem à presença de V. Exa. [...].
A procuração é obrigatória, porque é instrumento do contrato de mandato, que representa a capacidade postulatória da parte, que é um pressuposto para que o processo possa prosseguir. Entretanto, existem hipóteses de outorga da procuração na própria audiência, bem como casos em que, pela possibilidade de perda do direito - pela prescrição ou decadência – ou em razão da preclusão, poderá haver a propositura da ação, sem o referido documento, conforme artigo 104 do CPC/15. Como o artigo 287 do CPC/15 exige a juntada da procuração na inicial, o advogado deve fazer uma justificativa e postular a juntada da procuração, no prazo de quinze dias, e, se houver necessidade, pedir a prorrogação deste prazo por mais quinze dias.
Existem outros requisitos extrínsecos da peça, além da procuração. É o caso dos documentos que foram referidos na petição inicial. Todos aqueles referidos pelo autor, na narrativa dos fatos, devem ser anexados, ou, se não for possível juntá-los, naquele momento, deve-se explicar quando isto será feito. Por exemplo: é possível que as partes contratem, de forma escrita ou oral; assim, se na inicial houver referência expressa ao contrato escrito, ele deverá ser juntado com ela. Por outro lado, se for mencionada a contratação verbal, evidentemente, não haverá o que juntar.
Além dos documentos anteriormente referidos, é importante juntar os documentos pessoais das partes, apesar de os juízes, em geral, não determinarem a emenda da petição, por falta deles. Eles demonstram a existência de regularidade, quanto à capacidade das partes, e servem para que o juiz conceda alguma deferência, como na questão da prioridade de tramitação do feito, quando o postulante for o idoso.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como exposto, percebe-se que se deve ter o maior zelo possível ao confeccionar a redação de uma petição inicial, pois dela dependerá o destino daquele que confiou ao advogado a solução do seu problema. Por este motivo, devem os operadores do Direito, sobretudo os Advogados e Advogadas, ter conhecimento e muita atenção no que se refere ao artigo 319 do Novo CPC e o cumprimento destes requisitos na elaboração petição inicial.
A esse respeito, assevera Alvim Arruda: 
“A petição inicial é a peça escrita que, por meio de pedidos, veicula as pretensões da parte autora. A palavra pretensão, que expressa afirmação de um direito (art. 189 do CC/2002), é o desdobramento prático de como o autor deseja que o seu interesse prepondere sobre o do réu. O autor define a sua pretensão como representativa de interesse juridicamente protegido, o que, por exclusão, implica ser a situação do réu tida por aquele como configuradora de mero interesse. Será a sentença, ao final, que confirmará, ou não, tal definição, verificando se o autor tem ou não razão” (Novo contencioso cível no CPC/2015.São Paulo: RT, 2016, p. 154)
REFERÊNCIAS
ALVIM NETO, José Manoel de Arruda. Novo contencioso cível no CPC/2015. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 18 ago. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.105 de 16 de março de 2015 – Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em: 18 ago. 2017.
MORAIS. Maria Lúcia Baptista. Requisitos da petição inicial no novo cpc. Disponível em: <http://www.tex.pro.br/index.php/artigos/344-artigos-dez-2016/7797-requisitos-da-peticao-inicial-no-novo-cpc>. Acesso em: 13 ago. 2017.
ZAKIMI, Aleksander Mendes. Os requisitos da petição inicial e nosso adeus ao art. 282 do CPC. Disponível em: <http://justificando.cartacapital.com.br/2016/02/20/os-requisitos-da-peticao-inicial-e-nosso-adeus-ao-art-282-do-cpc/>. Acesso em: 13 ago. 2017.
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