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Efeitos da Posse

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DOS EFEITOS DA POSSE
I - PRESUNÇÃO DE PROPRIEDADE
Ainda que a presunção de propriedade seja relativa por própria definição 
legal (CC., art. 1.231) um efeito inegável que a posse transparece é a 
presunção de propriedade, ou seja, ao vermos determinado sujeito no uso e 
gozo de um bem logo presumimos ser ele o proprietário. Este é um 
fundamento remoto para a proteção possessória porque não só ao 
proprietário é dado o direito à defesa da posse como veremos a seguir.
II - DIREITO AO USO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS.
Talvez o mais importante dos efeitos da posse seja a prerrogativa de 
assegurar a defesa do direito de posse.A posse é um fato, que o direito 
protege como tal. Um dos efeitos da posse é seu asseguramento por meio 
de ações próprias, típicas, sumárias, chamadas de interditos, palavra que 
no direito romano significava ato de império, protetivos, expedidos pelos 
magistrados.
São elas a ação de manutenção de posse, reintegração de posse e o 
interdito proibitório.
Mas antes, contudo, de valer-se do Poder Judiciário, a parte lesada pode, 
em certos casos e sob certas condições, exercer uma autotutela 
caracterizada pela legítima defesa da posse.
A legítima defesa da posse (ou desforço físico imediato) está contida no 
Código Civil art. 1210, § 1º, e refere-se a uma verdadeira autotutela que 
autoriza o titular da posse, nos limites da lei, a reintegrar-se ou manter-se 
na posse por sua própria força.
Extraí-se que os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do 
indispensável à manutenção ou restituição da posse. Mas é aí que está, 
também, o fundamento legal que autoriza o uso da força policial para a 
entrega da coisa ao seu legítimo possuidor.
A defesa física deve ser imediata e proporcional sob pena de ser 
descaracterizada.
Dentro da esfera jurisdicional três são as ações possessórias (ações 
típicas), que tem o lesado para a tutela da posse.
Seus fundamentos estão contidos no Código Civil artigo 1.210.
Art. 1210: O possuidor tem direito a ser mantido na posse, em caso de 
turbação, restituído, no de esbulho, e segurado de violência iminente, se 
tiver justo receio de ser molestado.
Então, assim temos o interdito proibitório, a ação de manutenção de posse 
e a ação de reintegração de posse:
a) Interdito proibitório: em caso de ameaça (CC. 1210)
Esta é uma ação de preceito cominatório (serve para a fixação de uma pena 
pecuniária em favor do autor ou de terceiro), de força iminente que 
destina-se a proteger apenas a posse ameaçada. É, portanto, ação de caráter 
preventivo que visa a impedir que se consume uma violação à posse.
b) Ação de manutenção de posse: em caso de turbação (CC., 1210)
Também chamada de força nova turbativa, a manutenção se fará necessária 
caso haja turbação, mesmo que o turbador tenha melhor direito sobre a 
coisa.
Se a turbação é nova, ou seja, conta menos de ano e dia, dar-se-á a 
manutenção de forma liminar, quer dizer, sem a oitiva da parte contrária se 
é velha, dar-se-á sem liminar (se o caso).
A turbação é a agressão material dirigida contra a posse mas que, contudo, 
permite que o possuidor continue na posse dos bens sendo apenas, 
cerceado em seu exercício, ou seja, não exclui totalmente a posse do 
possuidor anterior. Por isso diz-se que a turbação é um esbulho parcial. O 
possuidor turbado pode exercer a legítima defesa da posse.
Comete turbação aquele que, sem excluir a posse do outro, faz, por 
exemplo, plantação intercalada no terreno vizinho, abre a cerca para que o 
gado vá pastar no terreno vizinho e depois o recolhe, etc.
A turbação pode ser de fato (agressão material dirigida contra a posse) ou 
de direito (quando o réu contesta a qualidade de possuidor do autor). Pode 
ser direta (quando incide imediatamente sobre o bem objeto de posse) ou 
indireta (quando é praticada fora da coisa mas lhe atinge do mesmo jeito). 
E por fim, pode ser ainda, positiva (quando presentes atos materiais 
desferidos contra a coisa que não é sua) ou negativa (quando a conduta 
que, não sendo material, impedem o possuidor de exercer livremente a sua 
posse)
c) Ação de reintegração de posse: em caso de esbulho (CC., 1210)
Também chamada de ação de força nova espoliativa quando o esbulho 
contar menos de ano e dia (que autoriza o pedido de reintegração por via 
de liminar), serve para restaurar a posse perdida em razão de violência, 
clandestinidade ou precariedade que caracterizam o esbulho. Se o esbulho 
contar mais de ano e dia, temos a ação de força velha espoliativa, que não 
permite a concessão de liminar e segue, após a contestação, o rito ordinário 
sem, no entanto, perder o caráter possessório.
O esbulho é a tomada da posse com a exclusão total da posse do possuidor 
anterior. Aqui o possuidor vem a ser privado do direito à posse. O 
possuidor esbulhado pode usar de esforço para restituir-se na posse, por 
sua própria força, contanto que o faça logo.
Ainda na esfera judicial existem, ainda, as chamadas ações de conteúdo 
possessório. São ações possessórias atípicas.
Para Ihering três são os fundamentos desses interditos, a saber, a proteção 
da posse por ser ela a exteriorização do domínio; a proteção da posse por 
meio de ações especiais para facilitar a defesa da propriedade pelo 
proprietário e a proteção possessória ao não proprietário se esse é turbado 
ou esbulhado.
Os meios atípicos de defesa da posse não são verdadeiramente ações 
possessórias, têm natureza de ação possessória por terem conteúdo 
possessório, por isso podem ser chamadas de ações possessórias atípicas.
São elas, a saber:
a) Ação de nunciação de obra nova (CC. art. 1301)
Cabe esta ação a quem considere prejudicial ao seu domínio, ou posse, 
obra nova em vias de conclusão no prédio vizinho. Seu objetivo é impedir 
que o prejuízo se consume pela ultimação da obra violadora dos direitos de 
vizinhança.
A nunciação de obra nova pode ser entendida como forma de proteção 
possessória em sentido amplo, porque protege o exercício dos poderes 
regulares sobre a coisa, prejudicados por ato abusivo do vizinho.
Não há invasão, esbulho ou turbação, mas a posse regular fica prejudicada 
porque a conduta do vizinho, em seu próprio imóvel, vai atingir, por ser 
nociva, o prédio vizinho.
É uma ação de preceito cominatório, pois estabelece uma multa ao vizinho 
para o caso de descumprimento da ordem judicial.
b) Embargos de terceiro 
Os embargos de terceiro representam a própria ação de manutenção ou de 
reintegração de posse, que por necessidade de ordem prática, adota forma 
processual diversa; é procedimento especial de jurisdição contenciosa, 
acessório, que tem por finalidade a proteção da posse ou propriedade 
daquele que, não tendo sido parte no feito, tem um bem de que é 
proprietário ou possuidor, apreendido por ato judicial.
c) Ação de dano infecto 
Terá esta ação todo aquele que se veja lesado por ruína, demolição ou vício 
de construção em prédio vizinho que venha a lhe causar prejuízo na posse.
III - DIREITO DE USUCAPIÃO
A posse prolongada dará direito à usucapião nos termos da lei e será objeto 
de estudo em outro módulo.
IV - PERCEPÇÃO DOS FRUTOS
Frutos são as riquezas normalmente produzidas por um bem patrimonial e 
que pode consistir tanto em uma safra agrícola, como nos resultados 
oriundos da ação do homem sobre a natureza, como nos rendimentos de 
um capital.
É a produção normal e periódica de alguma coisa, sem detrimento de sua 
substância. Podem ser naturais, industriais ou civis (veja na parte geral do 
Direito Civil).
De acordo com o CC., art. 1214, se o possuidor é de boa-fé, tem ele o 
direito a percepção dos frutos,bem com à restituição das despesas de 
produção e custeio que houver despendido.
Por outro lado, o possuidor de má-fé, ao contrário, responde por todos os 
prejuízos que causou pelos frutos colhidos e percebidos e pelos que por 
sua culpa deixou de perceber.
V - DIREITO DE RETENÇÃO POR BENFEITORIAS
Benfeitorias são obras ou despesas efetuadas numa coisa para conservá-la, 
melhorá-la ou simplesmente, embelezá-la. Dessa definição decorrem três 
tipos de benfeitorias:
a) as necessárias, que têm por fim conservar a coisa,
b) as úteis, que aumentam ou facilitam o uso da coisa, e
c) as voluptuárias, que são de mero recreio ou deleite.
As indenizáveis são as úteis e as necessárias, mas ao possuidor de má-fé 
apenas assiste tal direito no caso das benfeitorias necessárias.
O direito de retenção é um direito negativo que só o possuidor de boa-fé 
tem e que consiste na faculdade de sustar a entrega da coisa, até que se 
veja indenizado.
É preciso:
a) a detenção da coisa;
b) a existência de um crédito do retentor; e
c) uma relação de causalidade entre esse crédito e a coisa retida.
VI - RESPONSABILIDADE PELAS DETERIORAÇÕES
Como no caso de indenização por benfeitorias, cumpre salientar a 
diferença entre o possuidor de boa-fé e o possuidor de má-fé. O primeiro 
não responde pela perda ou deterioração da coisa. O possuidor que, neste 
caso, detém a coisa como sua, animus domini, não deve responder pelos 
estragos ou danificações que ele venha a sofrer, nem pela perda integral 
(Art. 1217 - O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou 
deterioração da coisa, a que não der causa ).
Já o possuidor de má-fé responde pela perda ou deterioração da coisa ainda 
que acidental, salvo se provar que, do mesmo modo, se teriam dado, 
estando ele na posse do reinvidicante ( art. 1218 ).
RESUMIDAMENTE
Se a posse é de boa-fé (CC., arts. 1214, 1217,1219) o possuidor tem:
a) Direito aos frutos percebidos;
b) Direito à indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis;
c) Direito de retenção: para garantia do seu pagamento;
d) Faculdade de levantar as benfeitorias voluptuárias;
Se a posse é de má-fé (CC., arts. 1216,1218, 1220) o possuidor:
a)Tem o dever de pagar os frutos colhidos e os que por culpa sua não 
colheu;
b)Tem responsabilidade pela perda da coisa;
c) Tem direito apenas ao ressarcimento das benfeitorias necessárias;
d) Não tem direito de retenção sobre benfeitorias;
e) Não pode levantar as benfeitorias úteis e/ou voluptuárias.

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