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TRABALHO DIREITO ADM II

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CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA - UNICEP
DIREITO - 5º. PERÍODO (NOTURNO)
DANIELA ROCHA GONÇALVES – RA 6500794
EMERSON FONSECA – RA 6500663
CAMILA NUNES – RA
TIAGO ZAMBOM – RA 
TRABALHO DIREITO ADMINISTRATIVO
Serviço Público
Controle da Administração Pública
a.      Controle político e administrativo
b.      Sentido
c.      Objetivo
d.      Natureza jurídica
e.      Classificação
f.       Controle Administrativo
g.      Controle Legislativo
h.      Controle Judicial
	
	SÃO CARLOS, NOVEMBRO DE 2.015.
CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA - UNICEP
DIREITO - 5º. PERÍODO (NOTURNO)
DANIELA ROCHA GONÇALVES – RA 6500794
EMERSON FONSECA – RA 6500663
CAMILA NUNES – RA
TIAGO ZAMBOM – RA 6500778
TRABALHO DIREITO ADMINISTRATIVO
Serviço Público
Controle da Administração Pública
a.      Controle político e administrativo
b.      Sentido
c.      Objetivo
d.      Natureza jurídica
e.      Classificação
f.       Controle Administrativo
g.      Controle Legislativo
h.      Controle Judicial
Trabalho apresentado ao Centro Universitário Central Paulista – UNICEP, como requisito parcial para obtenção de média do 6º. Período de Direito na disciplina de DIREITO ADMINISTRATIVO II, baseado na análise doutrinaria dos temas SERVIÇO PÚBLICO E CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
Professor: Karina Granado
SÃO CARLOS, NOVEMBRO DE 2.014.
SUMÁRIO
1.0 Introdução.................................................................................................................. 
2.0 Serviço Público...........................................................................................................
2.1 Conceito
2.2 Características
2.3 Princípios do Serviço Público
2.4 Competência da União, Estados e Municípios
2.5 Classificação
2.6 Regulamentação e controle dos serviços públicos
2.7 Direitos e obrigações do usuário de serviços públicos
2.8 Formas e meios de prestação dos serviços públicos
2.9 Modalidades de concessão de serviços públicos
2.10 Convênios e consórcios
2.11 Considerações sobre os serviços sociais autônomos, ou Entes de Cooperação
3.0 Controle da Administração Publica............................................................................
3 a. Controle político e administrativo....................................................................
3 b. Sentido.............................................................................................................
3 c. Objetivo............................................................................................................
3 d. Natureza jurídica..............................................................................................
3.e. Classificação das formas de controle da administração...................................
3.e.1 Conforme a origem............................................................................................ 
3.e.2 Controle interno ...............................................................................................
3.e.3 Controle externo .............................................................................................
3.e.4 Controle externo popular .................................................................................
3.e.5 Conforme o momento do exercício....................................................................
3.e.6 Controle prévio ou preventivo (a priori).............................................................
3.e.7 Controle concomitante.....................................................................................
3.e.8 Controle subsequente ou corretivo (a posteriori)..............................................
3.e.9 Quanto ao aspecto controlado.............................................................................
3.e.10 Controle de legitimidade ou legalidade.............................................................
3.e.11 Controle de mérito ............................................................................................
3.e.12 Quanto à amplitude ............................................................................................
3.e.13 Controle hierárquico..........................................................................................
3.e.14 Controle finalístico ............................................................................................
3.f Controle Administrativo.....................................................................................
3.g Controle Legislativo.........................................................................................
3.h Controle Judicial..............................................................................................
4.0 Conclusão........................................................................................................
5.0 Conteúdo Bibliográfico....................................................................................
1.0 – Introdução. 
O presente trabalho pretende abordar os Serviços Públicos e Controle da Administração Pública como instrumento de prestação de serviços ao interesse público e analisando o controle da Administração Pública sob as suas mais variadas formas, realizados por cada uma das esferas de Poder, delineando os principais aspectos desse instituto. Para tanto, apresenta-se abordando de maneira clara e objetiva conceitos relacionados a Serviços Públicos e Controle da Administração Pública e de como neles se inserem as questões.
Através de conceituadas obras relacionadas ao tema ao final entenderemos que a Serviços Públicos e Controle da Administração Pública tratam segundo Hely Lopes Meirelles de “todo aquele prestado pela Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade, ou simples conveniência do Estado”. Diante deste entendimento temos que este é o substrato do princípio da indisponibilidade do interesse público, um dos pilares do regime jurídico-administrativo.
2.0 – Serviço Público.
2.1 Conceito
O Serviço Publico é todo serviço que prestado pela administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou simples conveniência do Estado. Tendo como atribuição oferecer utilidades aos administrados, não se justificando sua presença senão para prestar serviços à coletividade, esses serviços podem ser essenciais ou apenas úteis à comunidade. 
As particularidades do Serviço Público são vinculados ao princípio da legalidade; a Adm. Pública pode unilateralmente criar obrigações aos exploradores do serviço; continuidade do serviço;
2.2 Características
Elemento Subjetivo - É sempre incumbência do Estado o serviço público, sendo permitido ao Estado delegar determinados serviços públicos, sempre através de lei e sob regime de concessão ou permissão e por licitação. É o próprio Estado que escolhe os serviços que, em determinado momento, são considerados serviços públicos. 
Elemento Formal – o regime jurídico, a princípio, é de Direito Público. Quando, porém, particulares prestam serviço em colaboração com o Poder Público o regime jurídico é híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito Privado, dependendo do que dispuser a lei. Em ambos os casos, a responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes serão indenizados pelo Estado)
Elemento Material – o serviço público deve corresponder a uma atividade de interesse público. Existem atividades essenciais (educação) que são exploradas por particulares sem regime de delegação. Existem atividades dispensáveis (loterias) que são prestados pelo Estado como serviço público.
 2.3 Princípios do Serviço Público 
É dever da Administração intervir para restabelecer seu regular funcionamento ou retomar sua prestação se faltar qualquer desses requisitos em um serviço público ou de utilidade pública.
• Princípio da Permanência ou continuidade- impõe continuidade no serviço; os serviços não devem sofrer interrupções;
• Princípio da generalidade - impõe serviço igual para todos; devem ser prestados sem discriminação dos beneficiários;
• Princípio da eficiência - exige atualização do serviço, com presteza e eficiência;
• Princípio da modicidade - exige tarifas razoáveis; os serviços devem ser remunerados a preços razoáveis;
• Princípio da cortesia - traduz-se em bom tratamento para com o público.
2.4 Competência da União, Estados e Municípios.
A Constituição Federal faz a partição das competências dos serviços públicos. A matéria está prevista nos arts. 21, 25, §§ 1º e 2º, e 30 da Constituição Federal.
Competência da União (CF, art. 21 e incisos).
Os serviços que competem à União estão discriminados na Constituição Federal. São eles:
I - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
II - explorar diretamente ou mediante concessão as empresas sob o controle acionário estatal, os serviços telefônicos, telegráficos, ou transmissão de dados e demais serviços públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de serviços de informações por entidade de direito privado através da rede pública de telecomunicações explorada pela União;
III - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e infraestruturas aeroportuárias;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
IV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
V - executar os serviços de polícia marítima, aérea e de fronteira;
VI - organizar e manter a polícia federal, a polícia rodoviária e ferroviária federal, a polícia civil, militar e do corpo de bombeiros do Distrito Federal;
VII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação do Congresso Nacional;
b) sob regime de concessão ou permissão, é autorizada a utilização de radioisótopos para a pesquisa e usos medicinais, agrícolas, industriais e atividades análogas;
VIII - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho.
Competência dos Estados (CF, art. 25, §§ 1º e 2º)
“São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição”. Portanto, são da competência dos Estados à prestação dos serviços que não sejam da União e do Município. Os Estados têm competência residual.
Competência dos Municípios (CF, art. 30, incisos V, VI e VII)
Aos Municípios compete a prestação dos serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo.
Competem-lhe também os serviços de educação pré-escolar e de ensino fundamental (com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado). Competem-lhe ainda os serviços de atendimento à saúde da população (com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado).
2.5 Classificação
Não existe um consenso na jurisprudência e na doutrina referente à classificação de serviços públicos. Os autores, de modo geral, procuram distinguir serviços propriamente estatais (típicos do Estado: segurança nacional, segurança pública, serviços judiciais) de outros serviços que embora públicos, podem ser prestados por entidades de direito privado mediante delegação (serviços de utilidade pública).
Serviços públicos propriamente estatais: São serviços em cuja prestação do Estado atua no exercício de sua soberania. São indelegáveis e só podem ser remunerados por taxa. De regra só podem ser cobrados por sua efetiva utilização. Exemplo típico é o serviço judiciário.
Serviços públicos essenciais ao interesse público: São serviços prestados no interesse da comunidade. São remunerados mediante taxa, que incidirá sobre a utilização efetiva ou potencial do serviço, desde que, nesta última hipótese, haja lei que defina o serviço como de utilização compulsória. Exemplo típico é o serviço de coleta domiciliar de lixo.
Serviços públicos não essenciais: São de regra delegáveis e podem ser remunerados por preço público. Exemplos: serviço postal, serviço telefônico, serviço de energia elétrica, etc.
Serviços públicos gerais ou uti universi: São aqueles que são prestados para toda a coletividade, indistintamente, não sendo, possível mensurar a parcela utilizada por cada um.
Serviços públicos individuais ou uti singuli: Os serviços individuais ou singulares são prestados a um número determinado ou determinável de indivíduos. Exemplos: serviço de coleta de lixo domiciliar, fornecimento domiciliar de água, serviço de energia elétrica, serviço postal, etc.
2.6 Regulamentação e controle dos serviços públicos
As concessões e permissões sujeitar-se-ão à fiscalização pelo poder concedente responsável pela delegação, com a cooperação dos usuários. Qualquer pessoa pode obter certidão de atos, contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias concessões ou permissões de serviços públicos. Além do controle pelo Poder Público e pelos usuários, vigora o princípio da inafastabilidade de jurisdição, ou sistema de jurisdição única, não sendo admitido à lei excluir da apreciação do Poder Judiciário qualquer lesão ou ameaça a direito. Considera-se adequado o serviço que satisfaça as exigências estabelecidas na Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato.
2.7 Direitos e obrigações do usuário de serviços públicos
É direitos dos usuários, receber serviço adequado; receber do poder concedente e da concessionária, informações para a defesa de interesse individuais e coletivos; obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços; levar ao conhecimento do Poder Público e da concessionária as irregularidades de que tenham conhecimentos, referentes aos serviços prestados; comunicar às autoridades competentes atos ilícitos praticados pela concessionária na prestação do serviço.
2.8 Formas e meios de prestação dos serviços públicos
A Administração Pública pode prestar diretamente serviços públicos. Neste caso, os serviços podem ser prestados centralizadamente, pela própria Administração Direta, ou descentralizadamente, pelas entidades da Administração Indireta. Podem, alternativamente, os serviços públicos serem delegados a particulares, por meio de celebração de contrato de concessão ou de permissão de serviços públicos. A prestação de serviços públicos por particulares é modalidade de prestação descentralizada.
Prestação direta é aquela realizada pela Administração Pública, ou seja, seja o serviço prestado pela Administração Direta ou Administração Indireta.
Prestação indireta é aquela realizada por particulares, mediante delegação (a titularidade do serviço permanece com o Poder Público), nas modalidades de concessão ou permissão de serviços públicos, ambas precedidas de licitação.
A prestação centralizada pela Administração Pública Direta pode ser feita desconcentradamente, quando órgãos da mesma entidade, portanto unidades destituídas de personalidade jurídica independente possuam atribuições de executar aquele serviço.
Sendo a prestação centralizada prestada de modo:
• concentrado – quando apenas órgãos centrais detêm o poder de decisão e prestação dos serviços. Ocorre em Estados unitários. Não ocorre no Brasil.
• desconcentrado– quando o poder de decisão e os serviços são distribuídos por vários órgãos distribuídos por todo o território da Administração centralizada. É o que ocorre no Brasil que é uma República Federativa.
A prestação descentralizada do serviço será sempre feita, mediante outorga ou delegação, por uma PJ diferente daquele que represente a Administração Pública Direta competente para a prestação do serviço (U.E.DF.M.).
Quando o serviço público é prestado por entidade da Administração Pública Indireta temos a outorga do serviço, sendo criada por lei, ou autorização legal para instituição, e uma entidade com personalidade jurídica própria, à qual é atribuída a titularidade da prestação daquele serviço.
A outra forma de prestação descentralizada ocorre mediante delegação que é o ato pelo qual o Poder Público transfere a particulares a execução de serviços públicos, mediante regulamentação e controle pelo Poder Público delegante. Esta técnica de prestação descentralizada de serviço público se faz através da concessão de serviço público e da permissão de serviço público. Os serviços são delegados, sem transferir a titularidade.
 A descentralização pode ser territorial (União, Estados, Municípios) ou institucional (quando se transferem os serviços para as autarquias, entes paraestatais e entes delegados).
Não se deve confundir descentralização com desconcentração, que é a prestação dos serviços da Administração direta pelos seus vários órgãos.
A CF menciona duas modalidades de delegação de serviços públicos: a concessão e a permissão. Existe ainda a possibilidade de prestação de serviços públicos por particulares mediante a autorização (ato administração discricionário e precário, revogável a qualquer tempo).
2.9 Modalidades de concessão de serviços públicos
a) concessão de serviço público
b) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública
c) permissão de serviço público 
d) autorização de serviço publico
a) Concessão de Serviço Público
Concessão de serviço público é o contrato através do qual o Estado delega a alguém o exercício de um serviço público e este aceita prestá-lo em nome do Poder Público sob condições fixadas e alteráveis unilateralmente pelo Estado, mas por sua conta, risco, remunerando-se pela cobrança de tarifas diretamente dos usuários do serviço e tendo a garantia de um equilíbrio econômico-financeiro, podendo ser contratual ou legal. É contratual quando se concede a prestação de serviços públicos aos particulares. É legal quando a concessão é feita a entidades autárquicas e empresas estatais.
A concessão é intuitu personae, isto é, não pode o concessionário transferir o contrato para terceiros exigindo a autorização legislativa, a regulamentação por decreto e a concorrência pública.
O contrato de concessão tem que obedecer à lei, ao regulamento e ao edital. As condições do contrato podem ser alteradas unilateralmente pelo Poder concedente, que também pode retomar o serviço, mediante indenização. Findo o contrato, os direitos e bens vinculados ao serviço retornam ao poder concedente. O Poder Público regulamenta, fiscaliza e controla o concessionário. Estas normas regram sua prestação e podem ser alteradas unilateralmente pelo Poder Público, podendo extinguir a concessão antes de findo o prazo inicialmente previsto. A alteração das tarifas que remuneram os serviços concedidos se faz por decreto. O concessionário tem a seguinte garantia o equilíbrio econômico-financeiro do contrato.
O concessionário tem, basicamente, dois direitos, que não lhe seja exigido o desempenho de atividade diversa daquela que motivou a concessão e o da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro alterando a sua remuneração, para que não tenha prejuízos. Não existem concessões ou permissões por prazo indeterminado.
Direito do usuário (art. 7º da Lei nº 8.987/95)
Os usuários, atendidas as condições relativas à prestação do serviço e dentro das possibilidades normais dele, têm direito ao serviço. O concessionário não lhe poderá negar ou interromper a prestação. Cumpridas pelo usuário as exigências estatuídas, o concessionário está obrigado a oferecer, de modo contínuo e regular, o serviço cuja prestação lhe incumba.
Extinção da concessão (art. 35 da Lei nº 8.987/95)
A extinção da concessão pode se dar por:
 - advento do termo contratual – é o retorno do serviço ao poder concedente, pelo término do prazo contratual. Abrange os bens vinculados ao serviço.
 - encampação – é o retorno do serviço ao poder concedente pela retomada coativa do serviço, antes do término do contrato mediante lei autorizadora. Neste caso, há indenização. A encampação pode ocorrer pela desapropriação dos bens vinculados ao serviço ou pela expropriação das ações.
 - caducidade – é o desfazimento do contrato por ato unilateral da Administração ou por decisão judicial. Há indenização. Ocorre rescisão por ato unilateral quando há inadimplência ou adimplemento defeituoso por parte da concessionária.
 - anulação – é a invalidação do contrato por ilegalidade. Não há indenização. Os efeitos são a partir do início do contrato.
- rescisão - Ocorre somente por parte da concessionária e pode ocorrer quando a Administração Pública descumpre as normas contratuais.
- falência ou extinção da concessionária
- falecimento ou incapacidade do titular (empresa individual).
Subconcessão do serviço público 
A lei admite a subconcessão de serviços públicos, permitindo que concessionário contrate com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados, nos termos previstos no contrato de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. A subconcessão será sempre precedida de concorrência.
b) Concessão de serviço público precedida de execução de obra pública
A construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegado pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à PJ ou consórcio de PJ que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou obra por prazo determinado.
c) Permissão de serviço público
É a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviço público, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Independem de concessão ou permissão a prestação de serviço sendo um ato unilateral, precário e discricionário, através do qual o Poder Público transfere a alguém o desempenho de um serviço público, proporcionando ao permissionário a possibilidade de cobrança de tarifa aos usuários. Podendo ser unilateralmente revogada, a qualquer tempo, pela Administração, sem que deva pagar ao permissionário qualquer indenização, exceto se se tratar de permissão condicionada que é aquela em que o Poder Público se autolimita na faculdade discricionária de revogá-la a qualquer tempo, fixando em lei o prazo de sua vigência.
A permissão condicionada é usada geralmente para transportes coletivos. Neste caso, se revogada ou alterada, dá causas à indenização.
A revogação da permissão pela Administração pode ser a qualquer momento, sem que o particular se oponha, exceto se for permissão condicionada. O controle do serviço é por conta da Administração, que pode intervir no serviço.
Assim como a concessão, a permissão deve ser precedida de licitação para escolha do permissionário. Os atos praticados pelos permissionários revestem-se de certa autoridade em virtude da delegação recebida e são passíveis de mandado de segurança.
A responsabilidade por danos causados a terceiros é do permissionário. Apenas subsidiariamente a Administração pode ser responsabilizada pela culpa na escolha ou na fiscalização do executor dos serviços.
d) Autorização de serviço publico
A autorização é a única forma de delegaçãode prestação de serviço público que não exige licitação e não depende de celebração de contrato, sendo aquele que o Poder Público, mediante ato unilateral, discricionário e precário, denominado “termo de autorização”, consente seja executado por particular para atender a interesse coletivos instáveis ou emergência transitória.
A modalidade de serviços autorizados é adequada para todas aqueles serviços que não exigem execução pela própria Administração Pública, nem exigem grande especialização (serviços de táxi, despachantes, segurança particular, etc.).
Os serviços autorizados estão sujeitos a modificação ou revogação sumária do ato autorizativo, dada sua precariedade característica. De regra não haverá direito à indenização para o particular que tenha sua autorização revogada. O cometimento de irregularidades ou faltas pela autorizatário enseja a aplicação de sanções pela Administração Pública, inclusive a cassação da autorização.
 A Cessação pode dar-se a qualquer momento, sem que a Administração tenha que indenizar e a remuneração dá-se por tarifas. As tarifas são os preços correspondentes às remunerações dos serviços delegados (concessão, permissão e autorização). Seu preço é pago pelo usuário do serviço ao concessionário, permissionário ou autoritário, e é proporcional aos serviços prestados. Não é tributo e deve permitir a justa remuneração do capital pelo que deve incluir em seu cálculo os custos do serviço prestado mais a remuneração do capital empregado, que vai-se deteriorando e desvalorizando com o decurso do tempo. As revisões das tarifas são de exclusiva competência do Poder Público.
 A licitação exige-se se for para permissão de serviços públicos (CF, art. 175). Para a realização de atividade pelo particular ou para a utilização de certos bens, como regra não se exige a licitação, mas pode-se coletar seleção por outro sistema. Há que se observar que os serviços autorizados não se beneficiam da prerrogativa de serviço público.
Os executores dos serviços autorizados não são agentes públicos, não praticam atos administrativos e, portanto, não há responsabilidade da Administração pelos danos causados a terceiros.
2.10 Convênios e consórcios
Convênios
Convênios administrativos são acordos firmados por entidades públicas entre si ou com organizações particulares, para a realização de objetivos de interesses recíprocos. São utilizados para a realização de grandes obras ou serviços.
Particularidades
a) Não é contrato. Não há partes. Há partícipes.
b) Os interesses são coincidentes e não opostos como no contrato.
c) Cada um colabora conforme suas possibilidades.
d) Não existe vínculo contratual.
e) Cada um pode denunciá-lo quando quiser.
f) É uma cooperação associativa.
g) Não adquire personalidade jurídica.
h) Não tem representante legal.
i) É instrumento de descentralização (art. 10, § 1º, b, do Decreto-Lei nº 200/67).
j) Não tem forma própria.
l) Exige autorização legislativa e recursos financeiros reservados.
m) Não tem órgão diretivo.
Consórcios
Consórcios administrativos são acordos firmados entre entidades estatais, autarquias ou paraestatais, sempre da mesma espécie, para a realização de objetivos de interesse comum dos partícipes.
Diferença com o Convênio: Convênio – é realizado entre partícipes de espécies diferentes. Consórcios – é realizado entre partícipes da mesma espécie.
2.11 Considerações sobre os serviços sociais autônomos, ou Entes de Cooperação. 
São pessoas jurídicas de direito privado, criados ou autorizados por lei, para prestar serviços de interesse social ou de utilidade pública, geridos conforme seus estatutos, aprovados por Decretos, e podendo arrecadar contribuições parafiscais. São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. Podem receber dotações orçamentárias.
Estes entes estão sujeitos à supervisão ministerial, nos termos do Decreto-Lei nº 200/67, e se sujeitam a uma vinculação ao ministério em cuja área de competência se enquadrar sua principal atividade. Geralmente se destinam à realização de atividades técnicas, científicas educacionais ou assistencial, como o Sesi, Sesc, Senai, Senac. Revestem a forma de sociedades civis, fundações ou associações. Utilizam-se de dinheiros públicos, como são as contribuições parafiscais, e devem prestar contas do regular emprego deste dinheiro, na conformidade da lei competente. Seus funcionários são celetistas e são equiparados a funcionários públicos para fins penais e sujeitam-se a exigência de licitação.
2. – Da classificação das formas de controle da administração.
Existem diversos tipos e formas de controlar a administração pública. Estes variam conforme o Poder, órgão ou autoridade que o exercitará, ou também pelo sua fundamentação, modo e momento de sua efetivação. A classificação das formas de controle se dará, portanto, conforme: sua origem; o momento do exercício; ao aspecto controlado; à amplitude. 
2.1 – Conforme a origem.
2.1.1 – Controle interno
O controle interno é aquele que é exercido pela entidade ou órgão que é o responsável pela atividade controlada, no âmbito de sua própria estrutura. O controle que as chefias exercem nos atos de seus subordinados dentro de um órgão público é considerado um controle interno. Todo superior hierárquico poderá exercer controle administrativo nos atos de seus subalternos, sendo, por isso, responsável por todos os atos praticados em seu setor por servidores sob seu comando.
 Sempre será interno o controle exercido no Legislativo ou no Judiciário por seus órgãos de administração, sobre seus servidores e os atos administrativos praticados por estes.
 A Constituição Federal, em seu artigo 74, determina que deverá ser mantido pelos Poderes sistemas de controle interno, estabelecendo alguns itens mínimos que este controle deverá ter como objeto, conforme exposto abaixo:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. ”
Em seu parágrafo primeiro, fica estabelecido que “Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária”. Ou seja, se torna obrigatório a denúncia de qualquer irregularidade encontrada para o TCU.
2.1.2 – Controle externo
O controle externo ocorre quando outro Poder exerce controle sobre os atos administrativos praticados por outro Poder. É o que se realiza por órgão estranho à Administração responsável pelo ato controlado. Como exemplo a apreciação das contas do Executivo e do Judiciário pelo Legislativo; a auditoria do Tribunal de Contas sobre a efetivação de determinada despesa do Executivo; a anulação de um ato do Executivo por decisão do Judiciário; a sustação de ato normativo do Executivo pelo Legislativo.
2.1.3 – Controle externo popular
Já que a administração sempre atua visando o interesse público, é necessário a existência de mecanismos que possibilitem a verificação da regularidade da atuação da administração por parte dos administrados, impedindo a prática de atos ilegítimos, lesivos tanto ao indivíduo como à coletividade, e que também seja possível a reparação de danos caso estes atos de fato se consumem.
O exemplo mais comum de controle externo popular é o previsto no artigo 31, §3º, da Constituição Federal, que determina que as contas dos Municípios fiquem, durantesessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte para o exame e apreciação, podendo questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei. Não existindo lei específica sobre o assunto, o controle poderá ser feito através dos meios processuais comuns, como, por exemplo, o mandado de segurança e a ação popular.
2.2 – Conforme o momento do exercício
2.2.1 – Controle prévio ou preventivo (a priori)
Se chama prévio o controle exercido antes do início ou da conclusão do ato, sendo um requisito para sua eficácia e validade. É exemplo de controle prévio quando o Senado Federal autoriza a União, os Estados, o Distrito Federal ou os Municípios a contrair empréstimos externos. Outro exemplo apresentado é o da liquidação da despesa para oportuno pagamento.
2.2.2 – Controle concomitante
É o controle exercido durante o ato, acompanhando a sua realização, com o intento de verificar a regularidade de sua formação. Exemplos do controle concomitante é a fiscalização da execução de um contrato administrativo e a realização de uma auditoria durante a execução do orçamento, entre outros.
2.2.3 – Controle subsequente ou corretivo (a posteriori)
Considera-se subsequente ou corretivo, o controle exercido após a conclusão do ato, tendo como intenção, corrigir eventuais defeitos, declarar sua nulidade ou dar-lhe eficácia, a exemplo da homologação na licitação. O controle judicial dos atos administrativos, por via de regra é um controle subsequente.
2.3 – Quanto ao aspecto controlado
2.3.1 – Controle de legitimidade ou legalidade
É este tipo de controle que verifica se o ato foi praticado em conformidade com a lei, é o que objetiva verificar unicamente a conformação do ato ou do procedimento administrativo com as normas legais que o regem.
 O controle de legalidade e legitimidade não só verifica apenas a compatibilidade entre o ato e o disposto na norma legal positivada, mas também deverá ser apreciado os aspectos relativos à observância obrigatória da dos princípios administrativos.
 Poderá ser exercido tanto pela própria administração que praticou o ato (que configurará um controle interno de legalidade) quanto pelo Poder Judiciário, no exercício de sua função jurisdicional, ou pelo Poder Legislativo em casos previstos na Constituição.
 Como resultado do exercício do controle de legalidade pode ser declarada a existência de vício no ato que implique a declaração de sua nulidade.
 O ato será declarado nulo nos casos em que existir ilegalidade neste, e poderá ser feita pela própria Administração, ou pelo Poder Judiciário. A anulação terá efeito retroativo, desfazendo as relações resultantes dele.
Com a edição da Lei nº 9.784/99, além de um ato poder ser válido ou nulo, passou a ser admitida a convalidação do ato administrativo defeituoso, quando este não acarretar lesão ao interesse público ou a terceiros.
2.3.2 – Controle de mérito
O controle de mérito tem como objetivo a verificação da eficiência, da oportunidade, da conveniência e do resultado do ato controlado. A eficiência é comprovada em face do desenvolvimento da atividade programada pela Administração e da produtividade de seus servidores.
Ele normalmente é de competência do próprio Poder que editou o ato. Todavia, existem casos expressos na Constituição em que o Poder Legislativo deverá exercer controle de mérito sobre atos que o Poder Executivo praticou caso este previsto no artigo 49, inciso X:
“Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: (...)
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;”
Segundo grande parte da doutrina, não cabe ao Poder Judiciário exercer esta revisão, para não violar o princípio de separação dos poderes. Quando o Poder Judiciário exerce controle sobre atos do Executivo, o controle será sempre de legalidade ou legitimidade.
Entretanto, pelo fortalecimento dos princípios fundamentais da administração como o da moralidade e eficiência, e os princípios constitucionais implícitos da razoabilidade e da proporcionalidade, existe atualmente, nas palavras de Alexandrino e Paulo, “uma nítida tendência à atenuação dessa vedação ao exercício, pelo Poder Judiciário, do controle de determinados aspectos de alguns atos administrativos, que costumavam ser encobertos pelo conceito vago de ‘mérito administrativo’”.
Portanto, hoje em dia o Poder Judiciário pode invalidar um ato administrativo de aplicação de uma penalidade disciplinar, por considerar a sanção desproporcional ao motivo que a causou, por exemplo. Quando o Judiciário se utiliza do controle de mérito, ele está declarando ilegal um ato que estará ferindo os princípios jurídicos básicos, como no exemplo acima, o da razoabilidade. Cabe também lembrar que o Judiciário não poderá revogar o ato administrativo, e sim apenas anulá-lo.
2.4 – Quanto à amplitude
2.4.1 – Controle hierárquico
O controle hierárquico, é aquele que resulta automaticamente do escalonamento vertical dos órgãos do Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores. O controle é hierárquico sempre que os órgãos superiores (dentro de uma mesma estrutura hierárquica) têm competência para controlar e fiscalizar os atos praticados por seus subordinados.
Esta forma de controle é sempre um controle interno, típico do Poder Executivo, mas que também existe nos demais poderes. Existe controle hierárquico em todos os poderes, quanto às funções administrativas, de acordo com a escala hierárquica ali existente, mas não há nenhum controle hierárquico entre Poderes distintos, vez que os três Poderes são independentes entre si. Um exemplo de controle hierárquico é o diretor de uma secretaria controlando o ato de seu serventuário.
O controle hierárquico é irrestrito e não depende de alguma norma específica que o estabeleça ou o autorize. Graças a este controle que se pode verificar os aspectos relativos à legalidade e ao mérito de todos atos praticados pelos agentes ou órgãos subordinados a determinado agente ou órgão.
2.4.2 – Controle finalístico
É o controle que é exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta. É um controle que depende de lei que o estabeleça, determine os meios de controle, as autoridades responsáveis pela sua realização, bem como as suas finalidades.
Em casos excepcionais (casos de descalabro administrativo), poderá a Administração Direta controlar a indireta independentemente de regulamentação legal. É a chamada tutela extraordinária.
 Ele não se submete a hierarquia, visto que não há subordinação entre a entidade controlada e a autoridade ou o órgão controlador. É um controle teleológico, de verificação do enquadramento da instituição no programa geral no Governo e de seu acompanhamento dos atos de seus dirigentes no desempenho de suas funções estatuárias, para o atingimento das finalidades da entidade controlada.
2.6 – Do Controle Administrativo 
O Controle Administrativo é poder de fiscalização e correção que decorre do poder de autotutela que permite à Administração Pública rever seus próprios atos quando ilegais (anulação) ou inconvenientes inúteis ou inoportunos (revogação), conforme preveem as Súmulas 346, “A administração pública pode declarar a nulidade dos seus próprios atos” e 473, “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”, ambas do STF, sendo que sua abrangência atinge os órgãos da Administração Direta ou centralizada, bem como, as pessoas jurídicas que integram a Administração descentralizada. 
Considerando que a Administração Pública está sujeita à observância da lei, com fundamentação em seu poder de autotutela, através dos Princípios da Legalidade e o da Predominância do Poder Público, dos quais decorrem todos os demais, deve-se asseguraros direitos de controle dos seus próprios atos, pois caso não os façam o ônus do Estado será maior, pois os demais poderes seriam responsáveis por faze-lo. O controle pode ser exercido “ex officio”, quando constatada pela autoridade a ilegalidade de seus próprios atos, bem como, de seus subordinados.
É chamado de tutela o controle sobre as entidades da Administração Indireta, sendo este um controle externo a ser exercido somente nos limites estabelecidos na legislação vigente, e se contrário realizado estará ofendendo a autonomia assegurada pela lei que as criou. A delimitação refere-se aos órgãos encarregados do controle, aos atos do controle possíveis e aos aspectos sujeitos ao controle.
No Controle Administrativo temos os Recursos Administrativos, que consistem todos os meios que podem os administrados para provocar o reexame do ato pela Administração, sendo que seus efeitos podem ser suspensivos, que suspende os efeitos do ato até a decisão do recurso, desde que previsto em lei expressa, ou devolutivo, sendo este o efeito normal de todos os recursos, que independe de norma legal devolve o exame da matéria à autoridade competente para decidir. Ressalta-se que as modalidades dos recursos administrativos são várias e esparsas dentro da legislação, e estabelecem normas concernentes de prazo, procedimento, competência e outros requisitos a serem observados pelos peticionários, como por exemplo, na representação, reclamação administrativa, pedido de reconsideração, recursos hierárquicos próprios e impróprios e revisão.
A coisa julgada administrativa tema de muitas críticas doutrinarias e diferente do sentido do Direito Judiciário, resume-se no Direito Administrativo que a decisão se tornou irretratável pela administração. Já na prescrição administrativa, de um lado é remetida a perca de prazo para recorrer de decisão administrativa, e de outro a perda do prazo para administração rever os próprios atos e indica a perda do prazo para aplicação de penalidade administrativa. 
2.7 – Do Controle Legislativo 
O Controle Legislativo é materializado pelo poder exercido sobre a Administração Pública pelo Poder Legislativo, que através dos controles político e financeiro implicam em limitações previstas na Constituição Federal, haja vista, que existem interferências de um Poder nas atribuições dos outros dois, alcançando os órgãos do Poder Executivo, as entidades da Administração Indireta e o próprio Poder Judiciário, quando executada função Administrativa. 
No controle político, que possui abrangência circunstancial e flutuante de legalidade ou de mérito, o torna de natureza política, considerando que as decisões serão adotadas mediante análise de aspectos discricionários conforme sua conveniência. 
Podemos ilustrar o tema citando algumas hipóteses de controle político sendo: A competência exclusiva do Congresso Nacional e do Senado para apreciar a priori ou a posteriori os atos do Poder Executivo, conforme artigos 49 e 52 da Constituição Federal; a convocação de Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados a Presidente da Republica, pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado, ou por suas comissões, para prestar, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado, importando como crime de responsabilidade a ausência, sem justificação adequada, conforme previsto no artigo 50 da CF, emenda 2/94; o encaminhamento de pedidos escritos de informação, pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado, dirigidos aos Ministros de Estado ou a quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República, que deverão responder no prazo de trinta dias, sob pena de crime de responsabilidade, conforme artigo 50 da CF, emenda 2/94 e o controle financeiro, exercido com o auxílio do Tribunal de Contas.
O controle financeiro é exercido pelo Poder Legislativo e Tribunal de Contas. Este controle cuida da fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das entidades da Administração Direta e Indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas (arts. 70, caput, e 75, CF). De acordo com a Constituição, prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (at. 70, parágrafo único).
O Tribunal de Contas, por determinação da Constituição Federal, exerce funções de um órgão auxiliar do Poder Legislativo, muito embora tenha competência constitucional própria, perfeitamente definida. Com efeito, o seu papel é o de uma instituição constitucional autônoma. Sua competência é definida nos arts. 71 e seguintes da CF.
 
2.8 – Do Controle Judicial 
Haja vista, a Constituição Federal ter adotado o sistema constitucional da jurisdição una, a administração pública está sujeita ao controle judicial da legalidade e a moralidade dos seus atos. A Poder Judiciário cabe a responsabilidade da correção da atividade administrativa, competindo-lhe sempre a última palavra sobre a conformidade ou não dessa atividade com a lei. 
Quanto aos seus limites temos que o Poder Judiciário pode examinar os atos da administração respeitando sempre os aspectos legais amparados pelo artigo 5º, inciso LXXIII e artigo 37, ambos da Constituição Federal. No caso dos atos discricionários somente são apreciados judicialmente se não entrarem no mérito da apreciação subjetiva da Administração Pública, sendo não considerada invasão de mérito quando apreciado os motivos que precedam a denominação de mérito.
No controle judicial das políticas públicas consideramos a existência de metas e instrumentos de ação que o poder público define para a consecução de interesses públicos que lhe incumbe proteger.
A Administração Pública, com objetivo de equilíbrio das relações processuais, goza de alguns privilégios processuais não observados aos particulares conforme segue: 
a) juízo privativo (vara da Fazenda Pública, onde houver); 
b) prazos dilatados – em quádruplo para contestar e em dobro para recorrer (art. 188 do CPC);
c) duplo grau de jurisdição obrigatório – ou reexame necessário (art. 475, II e III, do CPC); 
d) processo especial de execução contra a Fazenda Pública – regime de precatórios (art. 100 da CF);
e) prescrição quinquenal (art. 1.º do Decreto 20.910/1932);
f) pagamento de despesas judiciais somente no final do processo, caso seja vencida (art. 27 do CPC); 
g) restrições à concessão de liminar e à tutela antecipada (Lei 8.437/1992).
 
A administração pública quando é parte em ação judicial é submetida a regime jurídico diverso considerando peculiaridades como Juízo privativo, sendo Federal ou Estadual conforme o caso exigir e com previsão legal constitucional. 
Quanto aos meios de controle temos como base o artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”; que fortalece o administrado nos vários tipos de ações previstas na legislação ordinária, na impugnação de atos administrativos, propor ações de indenização, possessórias, reivindicatórias, consignação em pagamento, cautelares e outras. 
A Constituição Federal ainda prevê ações específicas de controle da Administração Pública denominada de remédios constitucionais, tais como Habeas Corpus, que protege o direito de locomoção, Habeas Data, para assegurar o conhecimento de informações relativas a pessoas ou para retificação de dados, o mandado de injunção sempre que torne inviável o exercício de um direito por falta de norma reguladora, a ação popular, que remete a qualquer cidadão a legitimidade para propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidades administrativas, Mandado de Segurança Coletivo, que pode ser impetradopor partido político ou organização sindical, ou ainda a Ação Civil Pública que pode ser proposta em ocasiões que possam causar dano a algum interesse público.
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 3.0 – Conclusão
Diante do exposto é primordial que o Serviço Público tenha suas atividades reguladas pela legislação e que sejam submetidos aos diversos controles para garantir que os direitos da coletividade sejam preservados e não sejam lesados.
Sabiamente o Legislador produziu normas que condicionam o Serviço Público a praticar seus atos de forma que possam ser expostos ao administrado que poderá utilizar dos vários “remédios constitucionais” a seu favor.
8.0 - Conteúdo Bibliográfico
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo – 11ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2006.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 17ª Ed. São Paulo: Malheiros, 1990.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo, 24ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011.
KNOPLOCK, Gustavo Mello. Manual de direito administrativo: teoria, doutrina e jurisprudência: questões de concursos comentadas. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
MARINELA, Fernanda. Direito administrativo. 4ª Ed. Niterói: Impetus, 2010.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 28ª. ed. São Paulo, Atlas, 2015.
MAZZA, Alexandre. Manual de direito administrativo. 4ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

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