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Campo Agrostológico

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Saccharum spp. (Cana-de-açúcar) 
 
A cana-de-açúcar é da família Poaceae (gramíneas). A florescência (espiga) da 
planta aparece em forma panicular, o crescimento do caule em colmos, as folhas com 
lâminas de sílica em suas bordas e bainha aberta, e as raízes são fibrosas, com sistema 
radicular fasciculada. A planta é dotada de metabolismo C4, e produz muitos perfilhos 
em seu desenvolvimento inicial, cada qual com diversos nós separados por entrenós, e 
tem crescimento cespitoso. A escolha da variedade correta deve ser feita considerando 
as seguintes características: produção MS e sacarose; perfilhamento adequado; 
resistência as principais pragas e doenças; ausência de florescimento; ausência de joçal, 
para facilitar o manejo; adaptabilidade; resistência ao tombamento; facilidade de 
colheita; qualidade da fibra e bom valor nutritivo. As gemas da ponta dos colmos 
apresentam maior vigor de germinação e estão menos sujeitas a injúrias do que as da 
base, o que é conhecido como "dominância apical", por esse motivo, os colmos são 
colocados nos sulcos "pé com ponta", em colmos com entre-nós curtos, e "pé com 
pontas cruzados", quando os colmos tiverem entrenós mais longos. O espaçamento entre 
sulcos de 0,90 cm a 1,40 m, desta forma é recomendado o espaçamento de até 1,20 m 
entre sulcos, o que facilita as operações com tratos culturais e colheita. A cana de açúcar 
é importante devida à sua múltipla utilidade, podendo ser utilizada na forma in natura, 
sob a forma de forragem, para alimentação animal. Com altos teores de açúcar e energia 
que conferem digestibilidade acima de 60%. O material colhido e triturado, possui 
capacidade de fermentação rápida, se não for consumido logo, resulta no abaixo da 
palatabilidade. Aditivos químicos e inoculantes microbianos têm sido utilizados com o 
intuito de melhorar o padrão de fermentação e conservação da ensilagens, promovendo 
o desenvolvimento dos microrganismos benéficos, como as bactérias produtoras de 
ácido lático, e a inibição dos indesejáveis, como as leveduras e clostrídios. A cana-de-
açúcar é uma cultura de grande importância para a pecuária brasileira, amplamente 
cultivada pelos produtores devido ao fácil manejo, simples condução da lavoura e 
capacidade de produzir grandes quantidades de volumoso por unidade de área. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Canavalia ensiformis (Feijão de porco) 
 
O feijão-de-porco é uma leguminosa anual, herbácea, de porte ereto e de hábito 
de crescimento determinado. É uma planta dicotiledônea, possui germinação do tipo 
epígea, raiz pivotante. As folhas são alternadas, de cor verde escura; flores grandes de 
cor violácea ou roxa; vagem achatada, larga e comprida. Planta rústica, tolera 
sombreamento superficial e resistente a altas temperaturas e a seca. Suas sementes, de 
coloração branca. Não são recomendadas para consumo humano ou animal, devido aos 
fatores antinutricionais, mas a espécie se destaca pela ação alelopática no controle de 
infestantes, principalmente da tiririca. É indicado para adubação verde, cobertura verde 
em cultura perene e controle de invasoras. É uma leguminosa muito rústica, de 
crescimento inicial lento, resistente a altas temperaturas e à seca. Tolera o 
sombreamento parcial. Planta de clima tropical e subtropical, não suportando geadas. 
Adapta-se a praticamente todos os tipos de solos, inclusive aqueles pobres em fósforo. 
Recomenda-se efetuar o plantio a partir de setembro, estendendo-se até dezembro nas 
regiões onde ocorrem geadas a partir de abril/maio; em regiões isentas de geadas pode 
ser estendido até março. Não se repete o plantio por muitos anos no mesmo local pois 
pode aumentar as populações de nematoides do solo; portanto recomenda-se que seja 
utilizado sempre em rotação de culturas. As folhas do Feijão de Porco possuem a 
capacidade de matar os fungos que servem de alimento para as formigas, ele é muito 
utilizado para este fim por pequenos agricultores. O sistema de plantio empregado 
poderá ser a lanço, em linhas ou em covas. Para produção de semente recomenda-se de 
4 a 5 sementes por metro linear, com um espaçamento de 60 a 100 cm entre linhas. As 
vagens devem ser colhidas quando secas para posteriormente serem beneficiadas. É 
possível obter-se de 800 a 1.200 kg/ha de sementes e que podem ser armazenadas por 
um ano, sendo que pode ser usada consumida em ração e humano. O ciclo completo da 
cultura é em torno de 180 a 200 dias. 
 
 
 
 
Neonotonia wightii (Soja perene) 
 
A Soja Perene é uma Fabaceae, originária da África, sendo uma leguminosa 
herbácea, de folhas carnosas abundantes e densamente cobertas de pêlos longos, folíolos 
carnosos, racemos de 5 a 12 cm de comprimento, possuindo poucas flores (de 8 a 15) 
bem espaçadas entre si, fruto com pêlos grandes de coloração hialina, dando-se um 
aspecto prateado, e terminando com a ponta ligeiramente afilada, voltada para cima, foi 
inserida no Brasil com a finalidade de recuperar solos degradados e consorciar-se com 
pastagens de gramíneas. Devido à alta agressividade de nossas gramíneas, no consórcio 
com soja perene é indispensável um bom manejo, fazendo que a luminosidade atinja a 
planta, pois o fator luz é indispensável para o seu bom desenvolvimento, também se 
consegue bom resultado em bancos de proteínas, como uma forragem com baixa 
concentração de tanino, sendo muito palatável pelos animais. Alta capacidade produtiva 
de forragem de excelente qualidade com teor de proteína bruta superior a 18%; possui 
alta aceitação pelos animais mesmo quando secas; ao pisoteio; a soja perene é ótima pra 
produção de feno; extraordinário poder de rebrota, em condições de boa fertilidade. 
Capaz de fixar até 450 kg/ha/ano de nitrogênio. Se propaga com facilidade, por isso é 
utilizada com sucesso como forrageira ou na adubação verde de culturas de citros e 
feijão. A soja-perene floresce em março-abril e produz grandes quantidades de sementes 
que completam a maturação no início de junho. Em invernos secos, as plantas perdem 
muita água, o que apressa a maturação da vagem. Por isso é aconselhável inspecionar a 
lavoura a partir de maio, efetuando a colheita quando dois terços das vagens estiverem 
escuros. Para pastagens, recomenda-se colocar os animais quando a soja-perene estiver 
com 40 cm de altura e retirar quando ela atingir 20 centímetros. Difícil manejo, pois 
possui muitas folhas senescentes, devido sua própria arquitetura foliar com grande 
quantidade de material morto embaixo de suas folhas. Com isso se dá a perda de 
forragens para os animais. 
 
 
 
 
 
Cajanus cajan (Feijão Guandu cv. Super N) 
 
É uma leguminosa arbustiva com folhas alternadas trifolioladas; folíolos largos e 
ovais, folíolo terminal peciolado, enquanto que os laterais são sésseis; pubescência 
acentuada em todos os folíolos, inflorescências em racemos menores que as folhas, 
formando panículas sobre pedúnculos erguidos; flores amarelas ou amarelas com estrias 
castanhas e com várias sementes (4 a 7). Facilidade de polinização cruzada e 
crescimento determinado. Germinação epígea. Disponibilizado no mercado como a única 
variedade de guandu desenvolvida especificamente para consórcio com gramíneas, sendo 
rustica na adaptação aos mais diferentes tipos de solo; porte adequado para o perfeito manejo 
com os animais; grande tolerância a Fusarium responsável pela mortalidade acentuada das 
variedades comuns; excelente digestibilidade; melhor relação folha-haste e menor sensibilidade 
ao fotoperiodo (mesmo sendo semeado mais tarde – final de março), são algumas das 
característicasque o diferenciam e o viabilizam no uso em consórcio. No plantio em linha a 
condição de se trabalhar com estande maior em função do ordenamento natural das plantas 
facilitando o transito de animais favorecendo a luminosidade. Obrigatoriamente em função do 
não ordenamento das plantas deve-se trabalhar com a população menor no plantio a lanço. Vale 
ressaltar também que os animais pastoreiam à vontade o guandu a partir do estádio de 
florescimento. Sua utilidade vai variar desde a fonte de proteína e adubação verde. Como fonte 
de proteína: na época seca, o guandu fornece forragem de alto teor proteico aos animais, 
dispensando o uso de suplemento mineral proteinado, pois é palatável somente após o 
florescimento, que ocorre no início da estação seca. Assim, funciona como fonte de proteína 
num pasto diferido e consorciado. Como adubo verde: posteriormente, no final da estação das 
secas, o resíduo de guandu que não foi consumido pelos animais é roçado e depositado sobre a 
superfície das pastagens, e passa a funcionar como um adubo verde, disponibilizando mais de 
200 kg/ ha de nitrogênio (N) à pastagem. 
 
 
 
 
Pennisetum purpureum Schum (Capim Elefante) 
 
 
É uma gramínea perene, de 3 a 5 m de altura com colmos eretos dispostos em 
touceiras abertas ou não (cespitoso). Possui rizomas curtos, folhas verde-escuro ou 
claras, com 30 cm a 1,10 m de comprimento por 3 a 10 cm de largura. Inflorescência 
panícula sedosa e contraída, podendo ser solitária ou aparecendo em conjunto no 
mesmo colmo. Cilíndrica com até 15 cm de comprimento em média, com espiguetas 
solitárias ou agrupadas e envolvidas por um tufo de cerdas de tamanhos desiguais e de 
coloração amarelada ou purpúrea, sendo uma muito mais longa que as demais. Possui 
diversas variedades e cultivares que se diferenciam na maior parte por caracteres 
agronômicos, algumas da cor verde e outras roxa (devido a presença de antocianinas). É 
utilizado como forragem verde picada “in natura”, ensilagem, pastejo e fenação. Sua 
digestibilidade é satisfatória na primavera, verão e inicio de outono. Sendo péssima no 
final de outono e inverno. E sua palatabilidade é satisfatória no verão, e a produção de 
matéria seca é de 20 – 35 t/ha/ano. O capim-elefante é uma forrageira tradicionalmente 
utilizada na alimentação de rebanhos leiteiros, sob a forma de capineira e, em menor 
escala, como forragem conservada. Sob manejo adequado, possibilita elevados índices 
de produtividade, reduzindo o uso de concentrados e, consequentemente, o custo da 
produção de leite. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Panicum maximum cv. Massai ( Capim massai). 
 
Capim massai é uma planta de crescimento cespitoso, folhas quebradiças sem 
cerosidade, com largura média de 9 mm. A bainha apresenta densidade alta de pelos 
curtos e duros, os colmos são verdes; as inflorescências são intermediárias entre uma 
panícula; as espiguetas são pilosas, distribuídas uniformemente com a metade da 
superfície externa arroxeada; verticilo é piloso. A cultivar massai, como os outros 
cultivares da espécie P. maximum, exige solos dde textura moderada a argilosa e níveis 
médio a altos de fertilidade do solo. Entretanto, é o cultivar menos exigente quanto a 
adubação de manutenção, o mais tolerente ao alumínio do solo e o que persiste maior 
tempo em baixa fertilidade com boa produção sob pastejo. A quantidade de corretivos e 
adubos deve basear-se na análise de solos. Além disso, cv. Massai é mais resistente á 
cigarrinha das pastagens; e atualmente tem-se mostrado ótima alternativa para utilização 
em sistemas agrossilvipastoris. Este capim pode ser recomendado para pastejo em 
sistema extensivo ou intensivo sob método rotativo, e para fenação. Sua grande 
vantagem é a abundância de perfilhos, o que confere excelente cobertura do solo. 
 
 
Brachiaria ruziziensis (Brachiaria ruzizienses) 
 
Gramínea perene, rasteira, atingindo até 1,5m de altura, com rizomas curtos. 
Colmos decumbentes e geniculados com 3 a 4 mm de diâmetro e dotado de entrenós 
curtos. Folhas macias com 6 a 15 mm de largura e 10 a 25cm de comprimento, 
possuindo aspecto aveludado devido a grande quantidade de pelos nela presente. A 
inflorescência é uma panícula ereta de 5 a 7 racemos. Racemos curtos e com fileiras 
duplas de sementes; ráquilas aladas e bastante largas, tornando-se uma característica que 
distingue das outras espécies de braquiária. Espiguetas bifloras, sendo a inferior 
masculina e a superior hermafrodita. Forrageira de solos de média a alta fertilidade, 
requerendo boa drenagem e clima de regiões tropicais. Não resiste à geada e em 
condições ideais suas sementes germinam e estabelecem muito bem. É bastante 
palatável e bem aceita pelos animais. Porém deve ter cuidado com o pastejo devido essa 
boa palatabilidade, que pode comprometer a sua rebrota, principalmente se for sobre 
pastejada (rapada). A qualidade nutricional de sua forragem é muito boa, apresentando 
de 8 a 11% de proteína na matéria seca. A ruziziensis pode ser indicada para bovinos de 
recria e engorda. Devido a sua qualidade de forragem, além do pastejo direto, pode ser 
utilizada para prática de fenação. Devido a algumas características, a ruziziensis, deixou 
de ser utilizada pelos pecuaristas, principalmente a sua susceptibilidade às cigarrinhas e 
a baixa capacidade de rebrota, principalmente quando sobre pastejada. Porém, devido a 
grande capacidade de germinação de suas sementes, principalmente em sobre 
semeadura, ou seja, plantio em área com outros cultivos (exemplo: em área de soja) e 
sobre uma cobertura vegetal (palhada para plantio direto), as suas sementes tem sido 
recomendada por vários técnicos em áreas de plantio direto e em áreas de integração 
lavoura-pecuária. Diversos agricultores têm utilizado as sementes de ruziziensis, em 
áreas de cultivo de soja, para cobertura vegetal no período de entressafra da cultura e 
como pasto para o inverno, mesmo antes da colheita do grão, nos meses de fevereiro e 
março, utilizando o plantio aéreo, com bons resultados. A forrageira proporciona 
excelente cobertura do solo, podendo ser utilizado a área como piquete para os animais 
durante o período de inverno (entressafra da cultura de soja), e em setembro-outubro as 
plantas de ruziziensis são "queimadas" com um herbicida a base de glifosato, 
proporcionado uma boa cobertura (palhada) para o plantio de soja novamente. 
 
 
 
Panicum maximum cv. Mombaça (Capim Mombaça) 
 
É uma planta cespitosa de ciclo anual, com altura média de 1,65m, folhas 
quebradiças, com largura média de 3,0cm e sem cerosidade. As lâminas apresentam 
poucos pêlos, duros e curtos, principalmente na face superior. As bainhas são glabras. 
Os colmos são levemente arroxeados. A inflorescência é uma panícula, com 
ramificações primárias longas e secundárias longas apenas na base. As espiguetas são 
glabras e uniformemente distribuídas, de coloração arroxeada em aproximadamente 1/3 
da superfície externa. O verticilo normalmente apresenta micropilosidade. Planta de 
ciclo vegetativo perene. Capim-mombaça tem potencial para produzir mais matéria seca 
(aprox. 30%) que a cv. Tanzânia. É uma cultivar altamente exigente em fertilidade do 
solo. Também prefere solos areno-argilosos, bem drenados. Tolera geadas fracas e 
esporádicas. Apresenta baixa tolerância a solos encharcados. Tem baixa tolerância à 
seca, e baixa tolerância ao frio. temperatura ótima de cultivo fica entre 19,1 - 22,9 ºC e 
requer uma precipitação pluviométrica de 1.000 mm/ano. A fertilidade do solo para a 
implantação deve ser de média fertilidade, modo de plantio utilizado é a lanço.profundidade de plantio é 2,0 cm, para o plantio utiliza se 10 kg de semente por ha. 
Adubação é feita de acordo com as recomendações técnicas determinadas pela análise 
de solo. Sua correta utilização requer altas taxas de lotação, de forma a não permitir seu 
crescimento excessivo e consequente perda de qualidade nutricional. É bem consumida 
por equinos. a altura de corte é > 0,30 m. 
 
Urochloa brizantha (Brachiaria brizantha cv. Marandu) 
 
O capim marandu, também conhecido como braquiarão ou brizantão, são plantas 
robustas com tendência ao intenso perfilhamento com nós superiores dos colmos floríferos; 
presença de pelos na porção apical dos entrenós, bainhas pilosas e lâminas largas e longas com 
pubescência apenas na face ventral, glabras na face dorsal e com margens não cortantes; 
raque sem pigmentação arroxeada e espiguetas ciliadas no ápice. A cultivar Marandu é o mais 
utilizado no estabelecimento de pastagens e sobre o qual se têm mais informações, ou seja, 
uma das plantas mais estudadas no Brasil, apresenta elevada produção em massa seca e boa 
distribuição da produção ao longo do ano. Essa cultivar é de fácil estabelecimento, resistência 
a cigarrinhas mais comuns em pastagens – principalmente em regiões onde foram 
estabelecidas extensas monoculturas com essa forrageira; alta resposta á aplicação de 
fertilizantes, boa cobertura do solo com domínio sobre invasoras, bom desenvolvido sob 
sombra, boa qualidade forrageira e alta produção de raízes e de sementes. Excelente 
comportamento em solos arenosos; sistema radicular profundo o que permite a obtenção de 
água durante os períodos de seca. Possuem pastagens bem formadas e manejadas, 
apresentando uma capacidade de suporte superior a 1,5 a 2,5 UA/há no período chuvoso e 1,0 
a 1,5 UA/há no período seco – dependendo do sistema de pastejo adotado e da 
disponibilidade de forragem. Além disso, a cultivar Marandu é, também, usada em sistemas 
mais intensivos visando á engorda de animais, seja em pastos utilizados em lotação 
intermitente com reposição de nutrientes, seja em sistema de engorda no pasto com 
suplementação no chocho. 
 
 
 
Panicum maximum cv. Tanzânia (capim Tanzânia). 
 
Capim Tanzânia é uma planta cespitosa de ciclo anual, com altura média de 1,3 
m; folha decumbente com largura média de 2,6cm. Lâminas e bainhas são glabras, sem 
serosidade. Os colmos são levemente arroxeados; as inflorescências são do tipo 
panícula, com ramificações primárias longas, e secundárias longas apenas na base; as 
espiguetas são arroxeadas, glabras e uniformemente distribuídas; o verticilo é glabro. As 
exigências nutricionais do capim Tanzânia, que apresenta elevado potencial de 
produção, variam de média a alta e sem problemas de acidez. Ele é responsivo à 
adubação, principalmente nitrogenada. Para a sua implantação, recomenda-se aplicar 
calcário para elevar a saturação de bases na camada superficial, até 45%. Entretanto isso 
dependerá da textura do solo. Além disso, o capim Tanzânia apresenta maior exigência 
de fósforo no estabelecimento em relação a manutenção. Apresenta maior resistência ás 
cigarrinhas das pastagens quando comparado ao Colonião e Tobiatã. Ele é bastante 
utilizado para pastejo e os resultados de ganho de peso e produção de leite em animais 
submetidos a pastagens formadas por essa forrageira tem sido satisfatórios. A 
substituição das tradicionais silagens de milho e sorgo pelas de capim Tanzânia vem 
despertando maior interesse de técnicos e pecuaristas. Isso se deve principalmente á 
minimização dos custos de produção, em razão da alta produtividade por unidade de 
área dos capins tropicais, sobretudo no período de maior oferta. 
 
 
 
Urochloa brizantha (Brachiaria brizantha cv. Xaraés) 
 
Planta cespitosa, enraizamento nos nós basais; altura média 1,5 m; colmos 
verdes pouco ramificados; bainhas com pelos claros; inflorescência racemosa; 
espiguetas unisseriadas e arroxeadas no ápice; florescimento tardio com meados do 
outono (maio). O capim-xaraés é indicado para as regiões de clima tropical de Cerrados 
(com mais de 800 mm de chuvas por ano), com até cinco meses de estação seca e para 
regiões de clima tropical úmido, podendo ser cultivado em todos os Estados da região 
Centro-Oeste e Sudeste, além do oeste baiano e da área de Mata Atlântica desse estado, 
mas com restrições na Amazônia legal (norte de Mato Grosso, Tocantins, Rondônia, 
Acre e sul do Pará) por conta da suscetibilidade à cigarrinha-das-pastagens. A cultivar 
Xaraés é indicada para solos de média fertilidade, chegando a produzir 21 t/ha de 
matéria seca sob cortes: 70% dessa produção em folhas e 30% obtida no período. 
Apesar da boa adaptação a solos ácidos, produz melhor em solos de textura média, 
férteis e corrigidos. Possui um fácil estabelecimento, alta produtividade especialmente 
de folhas, alta capacidade de suporte, enraizamento nos nós proporcionando boa 
cobertura no solo com domínio sobre invasoras, rebrotação rápida, boa resposta á 
aplicação de fertilizantes, forragem até o outono e boa qualidade forrageira. 
 
 
 
 
 
 
Crotalária Juncea L. (Crotalária). 
 
A Crotalária é uma espécie pertencente à família das Fabaceas, tradicionalmente 
cultivada em seu país de origem (Índia) como planta têxtil, fornecedora de fibras 
liberianas à semelhança da juta. No Brasil, essa espécie foi introduzida no início do 
século, como planta melhoradora de solo, sendo considerada a leguminosa mais 
eficiente quanto à precocidade, na produção de massa incorporável (90 dias). 
Leguminosa sub arbustiva com porte alto (2,0 a 3,0 m), pubescente de caule ereto, semi 
lenhoso, ramificado na parte superior, com talos estriados. Folhas unifolioladas 
(simples), com pecíolo quase nulo, sésseis, elípticas, lanceoladas e mucronadas; nervura 
principal fortemente pronunciada. Suas flores possuem de 2 a 3 cm de comprimento 
(15 a 50 por inflorescência) com a coloração amareladas, na qual atraem libélulas 
(insetos predadores que se alimentam de outros insetos, principalmente, as larvas e 
mosquitos do Aedes aegypti – Cnpab Embrapa); suas vagens são longas, densamente 
pubescentes, com 10 a 20 grãos de coloração verde-acinzentado, reniformes, de face 
lisa. Recomendada para adubação verde, em cultivo isolado, intercaladas a perenes, na 
reforma de canavial ou em rotação com culturas graníferas; a fibra da crotalária é usada 
na fabricação de confecção de cordas, sacos, tapetes, cestas lenços de papel de alta 
qualidade e papéis de cigarro. Seu cultivo no Estado de São Paulo visa, principalmente, 
à produção de celulose para papel de cigarro por conta do teor de cinza muito baixo, 
pelas características morfológicas de suas fibras, aliadas a sua combustibilidade lenta e 
inodora. São plantas pouco exigentes e de crescimento rápido. Além disso, é utilizada 
no controle de nematóides em canaviais e no consórcio com outras culturas. O 
consórcio com crotalária proporcionou aumento de até 13% da produção de frutos do 
quiabeiro, além de reduzir a incidência de galhas radiculares devidas a Meloidogyne 
spp. O plantio junto com maracujá potencializa a polinização dessa cultura, aumentando 
a produção. 
 
 
 
 
 
 
Stylosanthes ssp (Estilosantes) 
 
Os Estilosantes pertencem à família Fabaceae, são plantas perenes, arbustivas e 
subarbustivas, de desenvolvimento misto e prostrado. As flores são pequenas e 
amarelas, e as folhas são compostas de três folíolos de cor verde intensa, cobertas ou 
não de pelos, sistema radicular pivotante, crescimento indeterminado. É umaforrageira 
rica em proteína, e tem função importante de transformar o nitrogênio (N) presente na 
atmosfera e fixa-lo biologicamente no solo. Assim a uma redução de investimento em 
insumos agrícolas, contribuindo assim para redução de impactos ambientais. O 
estilosantes Campo grande apresenta, ainda, uma enorme adaptação nos solos arenosos 
com baixa fertilidade; possui uma boa digestibilidade pelos animais, contribuindo assim 
para um maior ganho de peso. É evidente que a consorciação do estilosantes contribui 
bastante para que as pastagens no geral apresentem boa capacidade produtiva, 
persistência, disponibilidade de forragem, valor nutritivo e qualidade da matéria 
orgânica. Para a formação do banco de proteína a leguminosa deve ser adaptada às 
condições climáticas locais, tolerante à seca, ter elevado teor proteico, produzir 
forragem satisfatoriamente, ter boa recuperação pós-pastejo e, principalmente, ser bem 
consumida pelos animais, de forma a complementar as deficiências dos animais 
mantidos em pastagem tradicionais. É uma leguminosa adaptada a solos ácidos e 
considerada pouco exigente em fertilidade do solo. Entretanto, a produtividade das 
pastagens consorciadas é maior quando se corrigem as deficiências nutricionais do solo, 
especialmente com relação ao fósforo, potássio, cálcio e magnésio, já que a leguminosa 
contribui com a fixação biológica de nitrogênio. A produção de forragem anual do 
estilosantes varia de 8 a 14 toneladas de matéria seca por hectare; e quando consorciado 
com gramíneas, fica em torno de 3 t/ha/ano a 6 t/ha/ano, considerando que a 
participação da leguminosa na pastagens é de 30% a 40% da matéria seca de forragem 
produzida. O estilosantes é uma leguminosa com bom valor nutritivo, apresentando 
teores de proteína bruta de 13% a 18% na planta inteira e de até 22% nas folhas, durante 
a estação chuvosa. Nesse período, a digestibilidade da matéria orgânica da leguminosa 
varia de 55% a 70%. 
 
 
 
 
 
Germinação Epígea x Hipógea 
No processo produtivo de qualquer cultura, a semeadura constitui-se em um dos 
fatores fundamentais para o sucesso no estabelecimento e, posteriormente, na 
produtividade da lavoura. Com isso é de grande importância a identificação do tipo de 
formação da plântula que combinou a estes critérios, as posições epígea e hipógea dos 
cotilédones no momento da germinação, ou seja, epígea, acima da terra, e hipógea, 
abaixo da terra. E com esse tipo de formação das plântulas ocorre a separação entre 
epígea e hipógea. A Germinação Epígea é a germinação na qual os cotilédones e a 
gema apical são elevados acima do solo pelo alongamento do hipocótilo. Essa 
característica interfere diretamente na formação da plântula após a germinação, pois esta 
apresentará dificuldades de emergência quando semeadas em altas profundidades. O 
que diminui a janela de plantio para culturas epígeas, que necessitam de um ambiente 
muito mais favorável para a germinação e a formação da plântula, por necessariamente 
serem semeados à pequenas profundidades. A Germinação Hipógea é a germinação na 
qual os cotilédones ou uma estrutura semelhante, como o escutelo, permanecem no solo 
ou na superfície do mesmo e dentro da semente. O eixo é elevado acima do nível do 
solo pelo o epicótilo, como nas Dicotiledôneas ou pelo alongamento do mesocótilo em 
algumas Monocotiledôneas. o ápice do caulículo é protegido por uma bainha especial de 
células denominada coleóptilo, que protege a zona apical meristemática, permitindo o 
aprofundamento das sementes durante o plantio, isso contribui o antecipamento do 
plantio em períodos que o ambiente é relativamente desfavorável, onde as sementes 
mesmo em grandes profundidades germina formando a plântula, rompendo o substrato 
de forma eficiente. 
C3 e C4 
Uma planta "normal" que não tenha adaptações fotossintéticas para reduzir a 
fotorrespiração é chamada de planta C3. A primeira etapa do Ciclo de Calvin é a fixação 
do dióxido de carbono pela rubisco, e as plantas que usam apenas este mecanismo 
"padrão" de fixação do carbono são chamadas de plantas C3, assim denominadas devido 
ao composto de três carbonos (3-PGA) produzido pela reação. Cerca de 85% das 
espécies de plantas do planeta são plantas C3, incluindo o arroz, trigo, soja e todas as 
árvores. Nas plantas C4, as reações dependentes da luz e o Ciclo de Calvin estão 
fisicamente separados, com as reações dependentes da luz acontecendo nas células do 
mesófilo (tecido esponjoso no meio da folha) e o Ciclo de Calvin acontecendo em 
células especiais ao redor das nervuras. Estas células são chamadas de células da bainha 
do feixe vascular. As plantas C3 São favorecidas pela combinação de ambientes com 
baixa temperatura e elevado sombreamento (exceção às leguminosas tropicais). Por 
outro lado, as gramíneas C4 são favorecidas em ambientes com as combinações de 
temperatura alta, muita luz. As plantas C3 tem melhor qualidade em termos de 
digestibilidade, consumo e teor de PB, maior degradação ruminal. As plantas C4 tem 
maior eficiência fotossintética: mais produtiva em termos de MS. Porém, a qualidade é 
inferior. São mais eficientes na utilização do N porque não precisam de grandes 
quantidades de Rubisco. A fotossíntese em plantas C4 é mais eficiente em condições de 
maior temperatura que as plantas C3. Vantagem em locais secos: fecham os estômatos 
nas horas mais quentes do dia e economizam CO2 e H2O. Plantas C4 são favorecidas em 
ambientes com elevada temperatura e luminosidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ácido Indol - Acético 
Na maioria das plantas superiores, o crescimento da gema apical inibe o 
crescimento das gemas axilares, um fenômeno conhecido como Dominância Apical. Há 
mais de 60 anos foi mostrado que o AIA poderia substituir a gema apical, mantendo a 
inibição do crescimento das gemas laterais. Este e outros resultados levaram à hipótese 
de que o crescimento das gemas laterais seria inibido pela auxina transportada desde a 
gema apical. No entanto, ao contrário do que se poderia esperar, a retirada do ápice e 
concomitante quebra da dominância apical foi acompanhada de aumento na 
concentração de auxinas nas gemas laterais. Este resultado indica que a dominância 
apical não seria um efeito direto da auxina na inibição do crescimento da gema lateral. 
Alguns resultados mostram que outros hormônios parecem estar envolvidos com a 
dominância apical. A retirada do ápice aumenta o acúmulo de citocininas na gema axilar 
e aplicação de auxinas na região apical decapitada, reduz esse acúmulo. Assim, a auxina 
parece tornar o ápice da parte aérea um forte dreno para a citocinina proveniente das 
raízes, e isto poderia ser um fator envolvido na dominância apical. Além disso, remoção 
do ápice provoca redução nos níveis de ácido abscísico – ABA (um inibidor do 
crescimento da parte aérea) nas gemas laterais. Assim, altos níveis de AIA na região 
apical da parte aérea podem atuar mantendo altos níveis de ABA nas gemas laterais, 
inibindo o crescimento de tais gemas e favorecendo a dominância apical. 
Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) 
É feita por microrganismos que fazem associação simbiótica com as raízes das 
leguminosas, ou seja, é um processo natural de interação planta-bactéria. A técnica 
incorpora o nitrogênio disponível no ar ao mecanismo nutrição das plantas. As 
leguminosas possuem a propriedade de fixar o nitrogênio do ar através das bactérias do 
gênero Ryzobium. Elas vivem nas células das raízes de leguminosas; e elas colonizam 
células dentro dos nódulos da planta, onde elas convertem o Nitrogênio em Amônio. A 
associação da planta e bactéria é pelo processo de quimiotactismo positivo, que é o 
movimento emrelação a substancias químicas, deslocando-se a fim de aproximá-las. A 
FBN só acontece quando o Nitrogênio atmosférico (N2) é convertido em Amônio 
(NH3). As bactérias fixadoras possuem um complexo enzimático chamado de 
nitrogenase, que se liga ao N2 e doa elétrons para ele em uma sequência de reações com 
gasto de moléculas de energia. No processo há um gasto energético de 16 ATP. O 
processo provoca a redução do N2, produzindo duas moléculas de Amônio. Quando as 
leguminosas morrem elas são degradadas por bactérias decompositoras, liberando no 
solo o nitrogênio de suas moléculas orgânicas na forma de amônio. No entanto, o 
nitrogênio só é liberado para a captação de certas plantas, quando a leguminosa morre. 
Algumas plantas ainda não conseguem utilizar o nitrogênio na forma de amônio, então 
as bactérias nitrificantes do solo são capazes de transformá-lo em nitrito e em seguida 
em nitrato, que é um composto nitrogenado mais assimilado pelos vegetais. O nitrito é 
tóxico para as plantas, mas raramente se acumulam no solo, no entanto as bactérias 
fazem nitrificação e transforma em nitrato; Nitrato é uma forma sob qual quase todo 
nitrogênio se move para o interior das raízes. Uma vez que o nitrato se encontra no 
interior da célula, ele é novamente reduzido a amônio. O N2 quando absorvido e 
transformado a NH4 é totalmente absorvido a NH4, ou seja, a planta o captura 
diretamente na forma de amônio. O Amônio é utilizado para formação de proteína na 
planta. 
 
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