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ALTERNATIVAS DE REMODELAGEM 
DO PROCESSO DE 
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS 
FINANCEIROS EM UMA EMPRESA 
PÚBLICA 
 
Aline Vieira Malanovicz (UFRGS) 
malanovicz@gmail.com 
 
 
 
Este trabalho tem o objetivo de analisar alternativas de remodelagem 
do processo de desenvolvimento de produto em uma empresa pública 
do setor financeiro. Três alternativas de melhoria do processo foram 
descritas, bem como seus benefícios potenciais e soluções, com base 
em entrevistas com a equipe de desenvolvedores, análise de 
documentos e artefatos e observação participante em projetos, e essas 
melhorias foram analisadas de acordo com a literatura da área de 
Gestão de Processos, Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de 
Software. Conclui-se que as propostas apresentam contribuições para 
a organização estudada, indicando soluções para vários problemas 
identificados. As propostas também têm potenciais desdobramentos 
para outras organizações, na forma das diversas oportunidades de 
melhorias para a eficiência do processo de desenvolvimento de 
produtos. Podem ser destacados os principais benefícios potenciais das 
diferentes alternativas de solução. A alternativa de adoção de Métodos 
Ágeis para o desenvolvimento de software poderia simplificar os 
projetos de desenvolvimento, permitindo maior agilidade e 
simplificação do processo, entregas mais frequentes, melhor 
organização, e maior eficiência, mais foco no que precisa ser entregue 
no fim de cada Sprint. A alternativa de reforma do Sistema Legado 
representa um avanço dentro da lógica do sistema legado, pois a 
adoção de sub-rotinas nas fórmulas permite a modularização dos 
cálculos, permitindo maior flexibilidade para seu reuso. A repercussão 
dessa mudança representa melhoras em clareza e manutenibilidade. A 
alternativa de migração para o ERP SAP proporciona melhorias em 
organização, controle e agilidade das atividades, especialmente quanto 
à interligação dos processos em um sistema integrado. 
 
Palavras-chave: Remodelagem de Processos, Processos mais 
Eficientes, Processo de Desenvolvimento de Produtos Financeiros, 
Sistemas Legados, Sistemas Integrados de Gestão (ERP).
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção 
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção 
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
 
2 
 
 
1. Introdução 
Os temas de interesse de pesquisa relacionados com gestão da qualidade e da produção incluem gestão de 
processos produtivos, confiabilidade de processos e produtos e qualidade em serviços (ENEGEP, 2015). Isso 
inclui transformar os processos organizacionais, para aumentar a eficiência dos processos, por meio de práticas 
incrementais, radicais, ou apenas novas para uma determinada empresa. 
O processo de desenvolvimento de produtos é um dos processos mais estratégicos para as empresas financeiras. 
Desenvolver produtos de maneira eficiente e com inovação tem sido um desafio crescente (TONOLLI Jr., 2012). 
Foi identificada, em uma empresa pública do setor financeiro, uma situação-problema relevante no processo de 
desenvolvimento de produtos, o que evidenciou ineficiências e a necessidade de soluções para este processo. Os 
produtos (financiamentos) comercializados pela empresa são desenvolvidos segundo um processo praticamente 
artesanal, baseado principalmente nos recursos atualmente já obsoletos do principal sistema legado da empresa. 
Considerando esse diagnóstico de situação-problema, este trabalho tem como objetivo identificar alternativas de 
remodelagem do processo de desenvolvimento de produto em uma empresa pública do setor financeiro. 
Este artigo tecnológico está estruturado com a Seção 2 apresentando o método de pesquisa adotado, e a Seção 3 
apresentando os resultados do trabalho. São descritos: o contexto da realidade investigada, a situação-problema 
diagnosticada, as três alternativas propostas de solução, e sua análise segundo bases teórico-científicas 
identificadas na revisão bibliográfica sobre Gestão de Processos, Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de 
Software. A Seção 4 apresenta as conclusões da pesquisa, indicando recomendações decorrentes do estudo. 
 
2. Metodologia 
Esta pesquisa tem característica exploratória e natureza qualitativa. A unidade de análise é o processo de 
desenvolvimento de produto da empresa, e foi aplicado o método Estudo de Caso (YIN, 2005). A coleta de 
dados foi realizada com uso das técnicas mostradas no Quadro 1: 
Quadro 1 – Técnicas de Coleta de Dados Utilizadas na Pesquisa 
Entrevistas Semi-Estruturadas Análise de Documentos Observação e Análise de Artefatos 
Os participantes da equipe de 
desenvolvimento de produtos foram 
entrevistados individualmente, e a 
eles foram feitas “poucas perguntas” 
(como recomendado para estudos 
exploratórios): questões mais gerais, 
simples, amplas e abertas sobre o 
contexto como um todo do processo 
de desenvolvimento de produtos: 
1. Como é atualmente o Processo de 
Desenvolvimento de Produto? 
2. Como deveria ser o Processo de 
Desenvolvimento de Produto? 
3. Quais as alternativas de solução 
Foram consultados e analisados 
documentos tais como: website da 
empresa, normativos internos da 
empresa, normativos externos do 
Banco Central do Brasil, e de 
repassadores de recursos, manuais 
operacionais, manuais financeiros, 
tutoriais de utilização de sistemas, 
documentação dos programas de 
cálculo (fórmulas) e planilhas de 
conferência e acompanhamento 
dos cálculos desenvolvidos, além 
de e-mails trocados pela equipe de 
desenvolvimento entre si e com os 
A observação foi realizada junto à 
equipe de desenvolvimento, uma 
vez por semana durante o segundo 
semestre de 2014, ao longo do 
processo de desenvolvimento de 
dois produtos novos e de 
adaptações necessárias em quatro 
produtos já existentes. Foram 
observados artefatos como: 
sistemas utilizados, telas de 
entrada de dados, recursos como 
softwares de apoio, métodos de 
registro de documentação, 
tutoriais do processo, e o módulo 
 
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3 
para os problemas deste processo? usuários-chave do processo. financeiro do sistema SAP. 
(MARCONI; LAKATOS, 2007) (PRIOR, 2004; FREITAS, 2010) (BAUER; GASKELL, 2002) 
A Consulta Documental e a Análise de Artefatos permitiram identificar o desenho do processo atual e propostas 
de redesenho realizadas por consultorias especializadas: uma reforma do processo de maneira independente de 
tecnologia, adotando Métodos Ágeis; uma reforma do sistema legado; e uma remodelagem voltada ao ERP SAP. 
As Entrevistas permitiram identificar algumas tentativas de melhorias ou alternativas de solução do processo de 
desenvolvimento e da linguagem de programação. Puderam ser identificadas as percepções dos clientes internos 
e dos desenvolvedores sobre o processo “como é” e “como deveria ser”, além da sua apreciação das alternativas 
de solução e de suas potenciais mudanças, melhorias e benefícios, especialmente no caso da alternativa de 
remodelagem do processo para adequar-se ao ERP SAP. 
A análise dos resultados adotou como fundamentos teórico-científicos os critérios de qualidade dados pelas 
“boas práticas” recomendadas na literatura das áreas de Gestão de Processos, Desenvolvimento de Produtos e 
Engenharia de Software. O relato da pesquisa foi enviado para toda a equipe envolvida no desenvolvimentode 
produtos, para fins de validação das conclusões obtidas, e foi ajustado conforme suas indicações. 
 
3. Resultados 
O contexto de estudo é uma empresa pública de fomento que atua na região sul do país há mais de 50 anos e 
conta com cerca de 500 funcionários. Os produtos desenvolvidos e comercializados pela empresa são 
financiamentos de médio e longo prazo. A empresa conduz atualmente um projeto de modernização de processos 
e tecnologia, visando à implantação de um sistema integrado de gestão (Enterprise Resource Planning (ERP) da 
empresa alemã SAP). Os gestores demonstraram receptividade a esta pesquisa de remodelagem de processos, 
mas manifestaram preferência pela não-divulgação do nome da empresa. 
Os produtos financeiros são desenvolvidos na forma de procedimentos e parâmetros de cálculo, que são 
processados e atualizados periodicamente via sistema informatizado. A principal ferramenta do processo é um 
sistema legado, desenvolvido em linguagem COBOL e implantado em mainframe na década de 1970. Atuando 
no Processo de Desenvolvimento de Produtos da empresa, há uma “equipe de fórmulas”: são desenvolvedores 
(analistas de negócio) da área de controle financeiro, que atuam em conjunto com analistas da área de tecnologia, 
realizando suas atividades na sala da área de negócio de controles financeiros. 
Trabalhos de pesquisa anteriores (BRAZ; CAMARGO, 2005; MALANOVICZ, 2014) diagnosticaram pontos de 
deficiência em processos da área de controle financeiro e na tecnologia de desenvolvimento de produtos utilizada 
na empresa. A Figura 1 mostra o fluxo do processo atual, com alguns artefatos utilizados ou produzidos. Uma 
avaliação do processo atual de desenvolvimento de produtos, com base nas “boas práticas” recomendadas pela 
literatura, revelou limitações e dificuldades em diferentes aspectos do processo, especialmente em termos de: 
 Gestão de Processos (ineficiências, retrabalho, falta de comunicação e envolvimento); 
 Desenvolvimento de Produtos (definições confusas, falta de padronização e parametrização dos 
produtos, numerosos procedimentos de cálculo a serem mantidos, dificuldades de produção e baixa 
legibilidade da documentação); e 
 
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 Engenharia de Software (falta de ambiente e de ferramentas robustas e amigáveis de desenvolvimento, 
reduzida equipe que conhece a linguagem, dificuldades de manutenção, controle e teste de produtos). 
 
Figura 1 – Fluxo do processo atual e artefatos utilizados ou produzidos. 
 
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Fonte: coleta de dados 
Com base nesse diagnóstico, foram identificadas três possíveis alternativas para resolução da situação-problema: 
adoção de Métodos Ágeis, reformas no Sistema Legado, e migração para o ERP SAP. 
 
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3.1 Proposta de adoção de Métodos Ágeis 
Para melhorar o processo de desenvolvimento de produtos foi proposta a adoção de Metodologias Ágeis de 
desenvolvimento de software. Foi indicado à equipe o livro “Scrum e XP direto das Trincheiras” (KNIBERG, 
2007), que apresenta casos reais de uso desses métodos. 
A metodologia adota ciclos/Sprints de planejamento com o cliente/Product Owner e com o gerente de 
projetos/Scrum Master, com reuniões diárias da equipe/Stand-up Meetings, trabalho dedicado e ininterrupto a 
cada Sprint, organização de um quadro de tarefas “feitas/fazendo/testando/a fazer” e entregas de partes 
funcionais do produto a cada Sprint. 
Para a adoção dessas práticas pela equipe de desenvolvimento de produto, foi sugerida uma abordagem de ações 
imediatas e outras de curto prazo e médio-longo prazo. Imediatamente, planejar os Sprints para dois projetos em 
andamento, fazer uma reunião de planejamento do Sprint, e marcar um prazo de duas semanas para fazer 
reuniões de retrospectiva do Sprint e de planejamento do próximo; começar também um projeto novo com o 
novo método desde o início; começar já a realizar as reuniões diárias, no início do dia, todos os dias, para relatos 
breves dos progressos e dificuldades, na sala da chefia, em pé mesmo, com perguntas simples: “O que tu fizeste 
ontem? O que tu vais fazer hoje? Quais as tuas dificuldades?”; criar o quadro de andamento das tarefas, com 
base no que o pessoal relatar na primeira reunião diária e fazer as reuniões diárias diante do quadro, para 
atualizá-lo „em tempo real‟. Todas essas seriam ações imediatas. 
No curto prazo, solicitar ao departamento de recursos humanos um Treinamento nessas metodologias ágeis. 
A médio ou longo prazo, depois dessa experiência inicial e do treinamento formal, propor gradualmente para 
outros projetos em andamento, e depois para novos projetos, a mudança geral para esta nova metodologia. Esta 
proposta de melhorias foi avaliada pela equipe como uma “boa ideia”, mas não foi implementada. 
 
3.2 Proposta de reformas no Sistema Legado 
Para melhorar o processo de desenvolvimento de produtos, também foram propostos Projetos de Reforma do 
Sistema Financeiro Corporativo, incorporando à linguagem de programação os chamados supercomandos, além 
de explorar inovações possíveis no processo. 
Estas reformas contemplam aprimoramentos tais como: Reformulação do ambiente de testes, adotando interface 
mais amigável e tornando mais ágil o processo de testes; Reformulação das rotinas de Pagamentos Antecipados, 
de Liberações de Recursos, e de Projeções de Parcelas, reduzindo suas limitações e simplificando sua utilização. 
Além disso, incluem também a Reformulação completa das fórmulas, com sua otimização, racionalização e 
parametrização, utilizando comandos em COBOL mais abrangentes com mais variáveis de entrada e de saída, os 
chamados Supercomandos, que implementam funções de cálculos financeiros parametrizados conforme 
parâmetros e indicadores pré-definidos (Figura 2). 
 
Figura 2 – Artefatos da Alternativa de Reforma do Sistema Legado: Parâmetros e Indicadores de Supercomandos 
 
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Fonte: coleta de dados 
A proposta inclui também facilidades de carga, numeração automática, cópia a partir de modelo, inclusão de 
comandos estruturados de desvio condicional, atualização automática de passos com desvios no código, e 
documentação automática dos passos das fórmulas e dos registros de histórico e de auditoria das atualizações 
realizadas, além de promover a padronização e simplificar a manutenção das fórmulas; e Controles financeiros 
adicionais, como estorno e recálculo de lançamentos, indicadores de (in)adimplência, comissões, datas de 
vencimento, ampliação dos campos utilizados para os cálculos de encargos, e ampliação e maior abrangência dos 
eventos disparadores de fórmulas. 
Esta alternativa teve sua implementação iniciada por meio de projetos que desenvolveriam formas de 
parametrização dos cálculos, eventos disparadores de cálculos mais abrangentes, ambiente de testes mais seguro 
e amigável, comandos de cálculo mais robustos e controles financeiros adicionais. 
Em relação aos progressos desses projetos, a equipe envolvida avaliou que o desenvolvimento orientado por 
projetos e com formalização de prioridades funcionou. Os aprimoramentos referentes ao ambiente de testese a 
alguns controles financeiros adicionais foram efetivamente implementados. 
Foi avaliado pela equipe que esta melhoria de sistemas, com todos os aprimoramentos propostos, teria um 
impacto altamente significativo no processo de desenvolvimento de produtos. Entretanto, os projetos foram 
descontinuados. Esta decisão foi tomada em nome de um grande projeto de implantação de sistema integrado de 
gestão, mas resulta em manter a precariedade atual do processo no sistema legado e pode significar dificuldades 
na migração para um sistema novo. 
 
3.3 Proposta de migração para o ERP SAP 
Para melhorar o processo de desenvolvimento de produtos, a proposta mais radical foi a de migração do sistema 
corporativo legado para um sistema integrado de gestão, exigindo a remodelagem do processo para o ERP SAP. 
Esta iniciativa insere-se no projeto de modernização de sistemas e processos em curso na empresa pesquisada. 
Desde recentemente, para obter ganhos de eficiência e de produtividade, a empresa objetiva migrar seus sistemas 
para uma plataforma mais moderna e conduz um projeto de modernização de processos e redefinição de seus 
recursos de tecnologia da informação. 
 
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Esta proposta de melhoria envolve a utilização do módulo de Banking do sistema integrado (módulo Customer 
Mortgage Loans), que conta com uma grande variedade de configurações de parâmetros de cálculo pré-definidas 
(SAP, 2011). A criação de um novo produto é feita por meio da escolha ou configuração de parâmetros, que já 
estão pré-associados a cálculos já validados, implementados em linguagem de alto nível (ABAP), com simulação 
de cálculo simplificada e ambiente amigável para teste e homologação pelo usuário, testes automatizáveis, 
cenários-padrão de teste (pagamentos, recebimentos, liberações, fluxo de caixa, descontos, contabilização). 
A Figura 3 a seguir apresenta a sequência das atividades a serem executadas no processo de Desenvolvimento de 
Produtos remodelado, entre as quais se destaca a necessidade de definições prévias de regras de crédito, risco e 
operacionais, modelos de relatório de análise, condições de pagamento, regras de cálculo, pagamento, 
recebimento e prazos, formas de contabilização e demais controles financeiros. A remodelagem prevê que todas 
as definições estejam prontas antes da efetiva criação do produto no sistema, que então se resume à 
configuração, nos módulos do sistema, das condições previamente definidas. 
Figura 3 – Processo de Desenvolvimento de Produto no SAP: Fluxo, Parâmetros, Condições, Simulações. 
 
Fonte: coleta de dados. 
 
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A Entrada do processo remodelado é a comunicação de aprovação do novo produto. Diferentemente do processo 
atual, estão previstas etapas de análise e definições de negócio previamente às parametrizações em sistema. Estas 
fases iniciais incluem tarefas como: Enviar aprovação de novo produto (no SAP), analisar recomendação e fazer 
estudos, a cargo de uma equipe de analistas de sistemas e analistas de negócios de diferentes áreas da empresa. 
Além disso, as definições estão previstas nas tarefas: Definir regras de crédito, risco e operacionais; modelos de 
relatório de análise no SAP; condições de pagamento, regras de cálculo, pagamento, recebimento e prazo. 
As Regras de Cálculo incluem definições de itens que às vezes eram duvidosos no processo atual, como: 
Periodicidade de encargos na carência, Periodicidade de encargos na amortização, Periodicidade de principal na 
amortização, Prazos de liberação e amortização (mensal, anual), Formas de pagamento do principal (SAC, 
PRICE), Juros (exponencial, linear), Calendário-ano (civil, comercial, civil bissexto), Taxa de juros (fixa, 
variável), Data do cálculo (fixa ou móvel para dia útil seguinte), Indexador/Moeda, Encargos (juros, atualização 
de saldo), Benefícios (bônus sobre juros ou principal, perda de benefício se inadimplente), Encargos de 
inadimplência, Regras para pagamento antecipado, pagamento ao provedor de recursos, e envio de cobranças. 
Outras definições prévias incluem controles financeiros e contábeis: definir contabilização de movimentos 
financeiros, controles de acompanhamento de saldo, conciliação entre operações ativa e passiva, manutenção de 
dados para órgãos fiscalizadores, acompanhamento de operações com benefícios, recolhimento antecipado ao 
provedor de recursos, envio de arquivos a órgãos externos. Também se deve definir a parte jurídica de contratos, 
ao Elaborar modelos de contrato a utilizar, cláusulas, regras, documentos necessários, garantias admissíveis. 
Depois dessas definições iniciais, a equipe de analistas de sistemas deve analisar adaptações necessárias no SAP 
para atender o produto, incluindo programas, campos, relatórios de controle, comunicações ao repassador de 
recursos. Depois disso, pode ser efetivada a criação do produto no SAP, na tarefa de Configurar o sistema para o 
novo produto: dados obrigatórios, validações, regras contábeis, regras de cálculo, comunicações ao repassador. 
Para a criação de produtos, o módulo de cálculo de empréstimos (Customer Mortgage Loans) do ERP SAP 
oferece diferentes tipos pré-definidos de produtos, subprodutos, classes e linhas. Estes tipos dispõem de opções 
pré-configuradas de parametrização como Categorias de Produtos (por exemplo, financiamentos hipotecários) e 
Grupos de Condições que implementam regras de cálculo comumente utilizadas. O módulo de controle de 
garantias é parametrizável e integrado com o sistema de cálculos, e este sistema é integrado com o módulo 
contábil, de modo que cada movimento financeiro de produto corresponde a um lançamento contábil automático. 
Prosseguindo, é necessário analisar e configurar garantias, configurar tabelas com regras de enquadramento e 
análise e parametrizar cláusulas do modelo de contrato. Ao mesmo tempo, deve-se elaborar e disponibilizar 
normativos internos e manuais referentes à operacionalização do novo produto. E devem-se reunir as equipes de 
usuários do produto para efetuar testes-pilotos (integrados) do produto no SAP nos ambientes de qualidade e de 
homologação, simulando desde as fases iniciais de analise até os pagamentos, recebimentos, liberações, fluxo de 
caixa, antecipação de saldo, descontos, contabilização. Nesse ponto, deve-se corrigir os erros eventualmente 
encontrados até que o produto seja validado pelo usuário. Após a validação, deve-se disponibilizar o produto, 
configurando-o em ambiente de produção (efetivo) pela equipe de analistas de sistemas, e informando à equipe 
de negócios, que encaminha o processo de divulgação interna e externa. 
 
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A Saída do processo remodelado para o ERP SAP é o produto configurado e parametrizado no sistema, já 
testado pelos usuários e disponível para ser utilizado e divulgado. 
 
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3.4 Análise das alternativas de solução propostas para a situação-problema 
Puderam ser resumidas no Quadro 2 as análises dos resultados da pesquisa sobre os benefícios potenciais 
proporcionados pelas três alternativas de solução propostas. As análises foram realizadas conforme as “boas 
práticas” dasabordagens da Gestão de Processos, Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de Software. 
Quadro 2 – Análise das alternativas propostas segundo as "boas práticas" da literatura 
 
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4 Conclusões 
Este trabalho atingiu seu objetivo de analisar alternativas de remodelagem do processo de desenvolvimento de 
produto em uma empresa pública do setor financeiro. Três alternativas de melhoria do processo foram descritas, 
 
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bem como seus benefícios potenciais e soluções, com base em entrevistas com a equipe de desenvolvedores, 
análise de documentos e artefatos e observação participante em projetos, e essas melhorias foram analisadas de 
acordo com a literatura da área de Gestão de Processos, Desenvolvimento de Produtos e Engenharia de Software. 
Conclui-se que as propostas apresentam contribuições para a organização estudada, indicando soluções para 
vários problemas identificados. As propostas também têm potenciais desdobramentos para outras organizações, 
na forma das diversas oportunidades de melhorias para a eficiência do processo de desenvolvimento de produtos. 
Podem ser destacados os principais benefícios potenciais das diferentes alternativas de solução. A alternativa de 
adoção de Métodos Ágeis para o desenvolvimento de software poderia simplificar os projetos de 
desenvolvimento, permitindo maior agilidade e simplificação do processo, com entregas mais frequentes, melhor 
organização, e maior eficiência, com mais foco no que precisa ser entregue no fim de cada Sprint. A alternativa 
de reforma do Sistema Legado representa um avanço dentro da lógica do sistema legado, pois a adoção de sub-
rotinas nas fórmulas permite a modularização dos cálculos, permitindo maior flexibilidade para seu reuso. A 
repercussão dessa mudança representa principalmente melhoras em clareza e manutenibilidade. A alternativa de 
migração para o ERP SAP proporciona melhorias sensíveis em termos de organização, controle e agilidade das 
atividades, especialmente quando se contempla a interligação dos processos em um sistema integrado. 
Também podem ser destacadas melhorias em: maior rigor no processo de desenvolvimento de produtos, pela 
organização modular configurável e parametrizada dos elementos comerciais de venda dos produtos integrada 
aos elementos de cálculo, contabilização e acompanhamento pós-venda; maior segurança e qualidade no 
desenvolvimento de produtos, pela necessidade de definição de condições multidepartamentais interconectadas 
no sistema integrado, e pela maior facilidade e amplitude de possibilidades de realização de testes, inclusive 
testes automatizados em grande escala; maior clareza e legibilidade de documentação, pela parametrização dos 
critérios de cálculo; maior eficiência e flexibilidade para o desenvolvimento de novos produtos, pela existência e 
pela variedade de condições pré-definidas que podem ser selecionadas e combinadas entre si para a composição 
de um novo produto; maior sustentabilidade do processo, pelas melhores condições de manutenção e testes, 
como consequências da segurança e flexibilidade alcançadas no novo processo. 
É possível perceber, com base nas melhorias a serem proporcionadas pela alternativa de migração para o ERP 
SAP, que ela oferece benefícios potenciais tanto para a migração para novo sistema como para a manutenção do 
legado. Recomenda-se, portanto, à empresa pesquisada que adote esta opção de melhoria do processo. 
A implementação do novo processo remodelado na organização deve permitir, depois de uma experiência inicial 
de médio ou longo prazo, pesquisas futuras no sentido da avaliação da percepção dos desenvolvedores sobre a 
efetividade das soluções propostas e dos benefícios da mudança para o novo sistema e para a nova metodologia. 
Isso configura uma oportunidade de pesquisa futura, pois possivelmente demandará uma mudança cultural 
substancial na organização estudada, pela potencial melhoria de eficiência e da sustentabilidade do processo. 
 
Referências Bibliográficas 
BACEN – Banco Central do Brasil. Programa de Educação Financeira. 2014. Recuperado em 19 abril, 2015, de 
https://www.bcb.gov.br/?PEF-BC. 
 
XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção 
Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 
 
 
 
 
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BAUER, GASKELL 
BAUER, M.W.; GASKELL, G.(org). Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som. Petrópolis: Vozes, 2002. 
BRAZ, I.; CAMARGO, A.C.S. Análise de Risco em Processos em um Banco. Trabalho de Conclusão de 
Curso. Especialização em Controladoria e Auditoria. Fundação Getúlio Vargas, FGV-RJ, Brasil, 2005. 
CAMPOS, V. F. Qualidade total: Padronização de Empresa. Nova Lima: INDG Tecnologia e Serviços, 2004. 
ENEGEP. Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Áreas e Subáreas da Engenharia de Produção. 
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