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RESENHA CRITICA DO TEXTO: O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
RESUMO DO TRABALHO:
O trabalho Resenha Critica, do texto O Direito das Sociedades Primitivas, do capítulo 01, do livro Fundamentos da História do Direito, faz uma analise crítica sobre o direito primitivo na ótica de Antonio Carlo Wolkmer, enfatizando os seus principais pontos e utilizando o filme Narradores de Javé, da autora Eliana (Lili) Caffé e Luís Alberto, como exemplo de uma sociedade primitiva a ser observada.
ÍNDICE
Resenha Crítica.......................................................................................... 5
Referências.................................................................................................10
Resenha Crítica do texto O DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS - Antonio Carlos Wolkmer 
O professor titular de história do Direito, na universidade de Santa Catarina, Antônio Carlos Wolkmer, faz uma análise sobre a importância do surgimento do Direito nos povos primitivos, da escrita como um dos instrumentalizadores para a presença do direito ordenado e conceitua “direito primitivo”, no capitulo 01, “O Direito nas sociedades primitivas” do livro Fundamentos de História do Direito (2006).
O texto citado traz a realidade das sociedades pré-históricas, que seguem normas de regulamentações essenciais para a harmonia das relações humanas, ou seja, tem como modelo de conduta, o contrato não codificado, que expressa a presença do Direito ao longo da história destas civilizações, e mantém a coesão da comunidade.
Ainda que nessas sociedades, cada organização política dispunha de um sistema jurídico, não se pode considerar um direito ordenado, entre povos que são oriundos de políticas primitivas, sem o conhecimento da escrita.
Afirma Wolkmer que, cada sociedade esforça-se para assegurar uma determinada ordem social, instrumentalizando normas de regulamentação, essenciais, capazes de atuar como sistema eficaz de controle social¹. Esta instrumentalização é caracterizada por fatores religiosos, familiares e pela construção de documentos escritos.
De acordo com investigações cientificas as sociedades sem escrita, de características primitivas, expressam certo nível de desenvolvimento. John Gilessen, no livro Introdução Histórica do Direito, questiona a própria expressão “direito primitivo”, mencionando que o termo “direito arcaico”, tem um alcance mais abrangente para contemplar múltiplas sociedades que passaram por uma evolução social, política e jurídica bem avançada, mas que não chegaram a dominar a técnica da escrita.
Porém, como a palavra “arcaico” significa antiquado, desusado; e a palavra “primitivo” significa que é o primeiro a existir, que precede, que tem a simplicidade³. O termo “direito primitivo”, melhor se enquadra na definição das características das expressões jurídicas destes povos. Sendo presenciado o uso dessas práticas na contemporaneidade entre os Aborígenes da Austrália ou da Nova Guiné, os Himba na Namíbia, os povos da Papuásia ou Bornéu e de certos povos índios da Amazônia no Brasil, o que não é desuso. 
Como o Direito nunca será uma coisa feita, perfeita e acabada, mas uma coisa que “está sendo”, como afirma Gerivaldo Alves Neiva, autor do texto (des)entortando o Direito (1988,p.09). Deve ser observado que a codificação de normas e o surgimento da escrita entre povos primitivos, que são fatores que caracterizam a historicidade entre história e pré-história, não são fatores determinantes para a caracterização do exercício do Direito.
Uma vez que este é um conjunto de normas que regulariza as relações da sociedade. Onde os membros da comunidade mantêm relações sem trazer desequilíbrio para ela. Porém, não deve ser necessariamente escrito, podendo ser firmado oralmente.
Como o exemplo do filme Narradores de Javé, da autora Eliana (Lili) Caffé e Luís Alberto (2003), que o personagem Zaqueu narra a história do povoado do vale de Javé, onde nasceu, e a importância da construção de um documento histórico para garantir o direito de propriedade. Ameaçado pela construção de uma barragem, uma hidroelétrica.
O patrimônio das terras do povoado de Javé e sua propriedade eram justificados pelo exercício da Divisa Cantada, a qual era a forma que tinham de estabelecer o direito de posse. Quando um dos indivíduos chegava a terra desejada, declarava as limitações do terreno e afirmava ser o proprietário. Isto mediante a capacidade de cultivo deste. Garantido o direito de herança.
Assim pode-se observar que apesar de não ter escrita, este povo mantinha relações harmoniosas garantidas por esse contrato social. E faziam o uso do principio formal da justiça, a proporcionalidade. Isto é uma característica do exercício do Direito dentro dessa comunidade, marcada pela ausência da escrita.
O direito primitivo pode ser interpretado a partir da compreensão do tipo de sociedade que a gerou. Se a sociedade “pré-histórica” fundamenta-se no princípio do parentesco, nada mais natural do que considerar que a base geradora do jurídico encontra-se primeiramente, nos laços de consanguinidade, nas práticas do convívio familiar de um mesmo grupo social, unido por crenças e tradições4.
Isso é observado no filme Narradores de Javé, quando o escritor da história do povo, Antônio Biá, busca, para construir o documento sobre a fundação do povoado, pessoas que tem um parentesco com seus fundadores, Maria Dina e Indalécio. Como Seu Vincentino e Deodora. Que são responsáveis por deterem a veracidade da história, por serem seus descendentes. O que lhes garantiam um prestigio social.
 O direito antigo não é resultante de uma pessoa, nasceu espontaneamente e inteiramente nos antigos princípios que constituem a família, derivando das crenças religiosas, universalmente admitidas na idade primitiva desses povos e exercendo domínio sobre as inteligências e sobre as vontades, afirma Fustel de Coulanges, no livro A Cidade Antiga. Visto que a moral e a religião também são usadas como instrumentos de controle das pessoas.
Uma das expressões do Direito, no povoado de Javé (filme), é a posse do sino da igreja, que acompanha esta comunidade desde a sua retirada da guerra contra a Coroa Portuguesa, como um marco civilizatório. Demonstrando que esta comunidade apesar de não ter escrito as suas história e os seus direitos, tinham a religião como ligação e um exercício do equilíbrio de suas relações.
Num tempo em que inexistia legislação escrita as práticas de controle são transmitidas oralmente, marcadas por revelações sagradas e divinas, dando ênfase aos elementos da natureza e a superação dos indivíduos em detrimento desta, como fato heroico. A existência dos heróis, que geralmente são os principais responsáveis pelos ordenamentos dessas sociedades, justifica as suas normas e seus contratos.
Exemplo disso encontra-se na obra da Autora Eliana (Lili) Caffé, quando Antônio Biá, rever o testemunho de Seu Vincentino, destacando os elementos da natureza e astúcia de Indalécio (herói do povo), na captura da vaca. Ele afirma que esta ação faria com que o povo cresse na história. Isto demonstra a interferência do narrador/escritor na construção do documento histórico, não efetivando a veracidade dos fatos.
Para Wolkmer, na era primitiva, apesar das religiões as pessoas tinham um conhecimento do Direito, após certa evolução dessas sociedades primitivas e o consenso entre chefes e anciões da comunidade antiga que gerou a criação de preceitos jurídicos nas sociedades arcaicas. 
Nas manifestações mais antigas do direito, as sanções legais estão profundamente ligadas ás sanções ritualísticas. De qualquer forma o ilícito se confundia com a quebra da tradição com a infração ao que a “divindade” havia proclamado.
H. Summer, jurista comparativo e historiador (1822-1888), entende que esse caráter religioso, imbuído de sanções rigorosas e repressoras, permitiria que o sacerdote-legislador acabassem por serem os primeiros interpretes e executores das leis.5Para além do formalismo e do ritualismo, o “direito primitivo” manifesta-se não por um conteúdo, mas pelas repetições de formulas, através dos atos simbólicos, das palavras sagradas, dos gestos solenes e força dos rituais desejados.
Os efeitos jurídicos são determinados por atos e procedimentos que, envolvidos pela magia e pela solenidade das palavras, transformam-se num jogo constante de ritualismo e concentração do poder no controle das famílias descendentes dos fundadores destas sociedades.
H Summer Maine (1822-1888), compreende que o “direto antigo” tem três grandes estágios de evolução. O direito que provem dos deuses, o direito confundido com os costumes, e, finalmente, o direito identificado como lei.
Nas sociedades antigas, tanto as leis, quanto os códigos, foram expressões da vontade divina, revelada mediante a imposição do legislador-administrador, que dispunham de privilégios dinásticos e de um legitimador garantida pela casa sacerdotal.6 
O direito sagrado e ritualístico desenvolve-se na direção de práticas normativas consuetudinárias. Certamente que ainda não se trata de um direito escrito, porém de um conjunto disperso de usos, práticas e costumes, reiterados por um longo período de tempo e publicamente aceitos.7
A inversão e difusão da técnica da escrita, somada a compilação de costumes tradicionais, proporcionam códigos da antiguidade, como Hamurabi, o de Manu, o de Solon, a lei das XII tábuas e o Deuteronômio.8 
Outra regularidade desse processo normativo foi à longa e progressiva evolução das obrigações e dos deveres jurídicos da condição de status, inerentes ao direito primitivo; para o da relação contratual dependente da vontade e da autonomia das partes, característica já do direito legislado e formal. 
As características do “direito primitivo”, segundo John Gilissen são: O direito não era legislado, as populações não conheciam a escritura formal e suas regras de regulamentação mantinham-se e conservavam-se pela tradição; cada organização social possuía um direito único, que não confundia com o de outras formas de associação; a diversidade dos direitos não escritos; e[...] o direito arcaico está totalmente subordinado a imposição de crença dos antepassados, ao ritualismo simbólico e a força das divindades.9 
De acordo com Gilissem, do pouco que se sabe com certeza, pode-se apontar, é que as fontes jurídicas primitivas são poucas, resumindo-se, na maioria das vezes, aos costume, aos preceitos orais, às decisões pela tradição, etc.10 
Para Pulo Nader, autor do livro Introdução ao Estudo do Direito, “[...] a justiça é uma das primeiras verdades que afloram ao espírito. [...] Não é uma ideia inata, mas se manifesta já na infância, quando o ser humano passa a reconhecer o que é seu. A semente do justo se acha presente na consciência dos humanos. A alteridade é um dos caracteres da justiça, uma vez que esta existe sempre em função de uma relação social”.11
Assim, é verificado que independente da presença da escrita, sociedades primitivas, por terem senso de justiça, relações sociais equilibradas, um contrato social, costumes que caracterizam normas de conduta e controle da comunidade; pode-se observar a expressão do Direito, mesmo que de forma primitiva, com ausência de instrumentação escrita - leis em códigos. Pois, o mesmo, não se conceitua apenas por códigos legais escritos, mas abrange e justifica os movimentos das sociedades em busca da libertação e verdadeira justiça social.
REFERÊNCIAS
(Wolkmer, A C ,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.01)
(Wolkmer, A C,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.01 E 02) .
(http://www.dicio.com.br/arcaico/ http://www.dicio.com.br/primitivo/).
(LUHAMANN.Niklas, Sociologo do direito. Rio de janeiro: Tempo Brasileiro 75, 1983,v.I, p. 182-184).
(Wolkmer, A C ,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.03).
(CF.SUMMER MAINE, Henry. El dereccho antigo: parte general. Madrid: Alfredo Alonso, 1893, p. 18-19).
( SUMMER MAINE, Henry, Op.cit., p.20).
(Wolkmer, A C, 2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.04).
(CF. GILISSEN, JOHN. Introdução histórica ao direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988, p. 35).
(GILISSN, John op. Cit., p.37).
(NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito, cap.11, p. 106,2013).
“O Direito nas sociedades primitivas” do livro Fundamentos de História do Direito (2006)
A C Wolkmer,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.01
A C Wolkmer,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.01 E 02
http://www.dicio.com.br/
Gerivaldo Alves Neiva, (des)entortando o Direito (1988,p.09)
Filme Narradores de Javé, da autora Eliana (Lili) Caffé e Luís Alberto(2003)
LUHAMANN.Niklas, Sociologo do direito. Rio de janeiro: Tempo Brasileiro 75, 1983,v.I, p. 182-184
São Paulo: Hemus, 1975, p. 68-150
http://www.dicio.com.br/primitivo/
http://www.dicio.com.br/arcaico/
Wolkmer, A C ,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.03
CF.SUMMER MAINE, Henry. El dereccho antigo: parte general. Madrid: Alfredo Alonso, 1893, p. 18-19
A C Wolkmer,2006, O Direito nas sociedades primitivas, p.04
CF. GILISSEN, JOHN. Introdução histórica ao direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1988, p. 35
GILISSN, John op. Cit., p.37
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito, cap.11, p. 106,2013

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