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Anemia Falciforme: Fisiopatologia e Sintomas

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Discentes:
Ana Karolina Amorim
Elivania Oliveira
Larissa Araújo
Sâmila Cruz
Tayane Aragão
Docente: Marilene Sousa	 Disciplina: hematologia clinica 
Curso: Biomedicina Turno: Matutino
anemia falciforme
INTRODUÇÃO
 A medula óssea tem como função a produção de células sanguíneas, dentre elas os eritrócitos. Os eritrócitos são células anucleadas com formato de disco bicôncavo, constituídos por uma substância denominada hemoglobina, a qual é responsável pelo transporte de gases através dos tecidos. (SANTOS; CHIN, 2012) 
Em indivíduos saudáveis encontram–se três tipos distintos de hemoglobinas, sendo essas diferenciadas a partir de suas cadeias globínicas
A anemia falciforme é uma doença hemolítica de caráter autossômico recessivo, presente em indivíduos homozigoticos para HbS ( hemoglobina S). É originada por uma mutação na posição 6 da extremidade N – terminal do cromossomo 11, onde ocorre a substituição de um ácido glutâmico pela valina
expectativa de vida é de 42 a 53 anos para homens e 48 a 58 anos para mulheres. (BRUNETTA, et al; 2010)
alteração fisiopatológica do eritrócito, gera a sua destruição precoce e a obstrução do fluxo sanguíneo nos capilares, gerando por sua vez graves manifestações clínicas como: vaso– oclusão, necrose da medula óssea, síndrome torácica aguda, problemas esplênicos, hemólise, etc. Entretanto durante os seis primeiros meses de vida, o indivíduo não apresenta sintomas, já que esse ainda apresenta altos níveis de HbF. ( BRUNETTA; et al,2010 ; DI NUZZO;et al,2004; SANTOS; CHIN, 2012;)
FISIOPATOLOGIA
A alteração molecular primária na anemia falciforme é representada pela substituição de uma única base no códon 6 do gene da globina , uma adenina (A) é substituída por uma timina (T) (GAG---GTC). 
A substituição do ácido glutâmico por valina na posição 6 ocorre na superfície da molécula, sem provocar alterações signifi cativas na sua conformação global. A hemoglobina S na conformação oxi é isomorfa à hemoglobina normal, sugerindo que a estrutura das duas moléculas (exceto pela substituição do aminoácido) são similares
A Hemoglobina Fetal (HbF) inibe a polimerização, fenômeno responsável pela redução de sintomatologia clínica nos pacientes com elevados níveis de Hb fetal. Da mesma forma, a HbA participa pouco do polímero e esta é a razão para a quase ausência de anormalidades clínicas nos heterozigotos para o gene da hemoglobina S.
Manifestação clinicas
A anemia falciforme pode se manifestar de forma diferente em cada indivíduo. Uns têm apenas alguns sintomas leves, outros apresentam um ou mais sinais. Os sintomas geralmente aparecem na segunda metade do primeiro ano de vida da criança. 
Crise de dor: é o sintoma mais freqüente da doença falciforme causado pela obstrução de pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos em forma de foice. A dor é mais frequente nos ossos e nas articulações, podendo, porém atingir qualquer parte do corpo. Essas crises têm duração variável e podem ocorrer várias vezes ao ano. Geralmente são associadas ao tempo frio, infecções, período pré-menstrual, problemas emocionais, gravidez ou desidratação; 
Icterícia (cor amarela nos olhos e pele): é o sinal mais frequente da doença. O quadro não é contagioso e não deve ser confundido com hepatite. Quando o glóbulo vermelho se rompe, aparece um pigmento amarelo no sangue que se chama bilirrubina, fazendo com que o branco dos olhos e a pele fiquem amarelos; 
Síndrome mão-pé: nas crianças pequenas as crises de dor podem ocorrer nos pequenos vasos sanguíneos das mãos e dos pés, causando inchaço, dor e vermelhidão no local; 
Infecções: as pessoas com doença falciforme têm maior propensão a infecções e, principalmente as crianças podem ter mais pneumonias e meningites. Por isso elas devem receber vacinas especiais para prevenir estas complicações. Ao primeiro sinal de febre deve-se procurar o hospital onde é feito o acompanhamento da doença. Isto certamente fará com que a infecção seja controlada com mais facilidade; 
Úlcera (ferida) de Perna: ocorre mais frequentemente próximo aos tornozelos, a partir da adolescência. As úlceras podem levar anos para a cicatrização completa, se não forem bem cuidadas no início do seu aparecimento. Para prevenir o aparecimento das úlceras, os pacientes devem usar meias grossas e sapatos; 
Sequestro do Sangue no Baço: o baço é o órgão que filtra o sangue. Em crianças com anemia falciforme, o baço pode aumentar rapidamente por sequestrar todo o sangue e isso pode levar rapidamente à morte por falta de sangue para os outros órgãos, como o cérebro e o coração. É uma complicação da doença que envolve risco de vida e exige tratamento emergencial. 
CINÉTICA DA FALCIZAÇÃO 
Todas as hemácias contendo predominantemente hemoglobina S podem adquirir a forma falciforme clássica após desoxigenação, em decorrência da polimerização intracelular da desoxi-Hb S, processo normalmente reversível após a reoxigenação
Em decorrência de sua acentuada rigidez, as células irreversivelmente falcizadas têm vida-média reduzida e contribuem signifi cativamente para a anemia hemolítica dos pacientes. No entanto, o quadro clínico da anemia falciforme, contrastando com as demais formas de anemia hemolítica, não dependem substancialmente dos sintomas causados pela anemia propriamente, mas, sim, da ocorrência de lesões orgânicas causadas pela infl amação e obstrução vascular e das chamadas “crises de falcização”. 
O PROCESSO VASO-OCLUSIVO 
O fenômeno de vaso-oclusão ocorre geralmente na microcirculação. No entanto, grandes artérias, principalmente nos pulmões e cérebro, também podem ser afetadas. Atualmente, acredita-se que o fenômeno vaso-oclusivo compreende um processo com várias etapas que envolve interações de hemácias, leucócitos ativados, células endoteliais, plaquetas e proteínas do plasma 
 A liberação intravascular de hemoglobina pelas hemácias fragilizadas, além da vaso-oclusão recorrente e dos processos de isquemia e reperfusão, leva a dano e ativação das células endoteliais da parede do vaso.
Como consequência, há indução de uma resposta inflamatória vascular e a adesão de células brancas e vermelhas à parede dos vasos sanguíneos. Tal fato, associado a uma redução na biodisponibilidade de Óxido Nítrico (NO) no interior do vaso e ao estresse oxidativo, pode ocasionar, em alguns casos, uma redução no fluxo sanguíneo e, finalmente, a vaso-oclusão. 
Alterações no hemograma
A anemia hemolítica presente na doença falciforme é associada com níveis brandos e moderadamente reduzida de hematócrito, hemoglobina e eritrócitos.
anemia do tipo normocítica e normocrômica podendo se tornar até macrocítica com alto grau de anisocitose e poiquilocitose. 
A concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) será normal, além disso, há a presença der eticulocitose de aproximadamente 2 a 15%. 
Os leucócitos estarão elevados, devido às crises de hemólise ou infecções. 
As plaquetas estarão aumentadas, devido à relação da atrofia do baço. Entretanto esses valores podem variar de acordo com o genótipo apresentado pelo paciente. (ANVISA,2002; AREND; et al,2005;NOGUEIRA; et al,2013). 
 hemograma, 
teste de falcização, 
teste de solubilidade, 
dosagem de hemoglobina fetal e hemoglobina A2, 
focalização isoelétrica,
 imunoensaio e triagem em neonatal. 
Entretanto a confirmação da anemia falciforme ocorre pela detecção da HbS. Dessa forma a técnica mais eficaz é a eletroforese de hemoglobina emacetato de celulose ou em agarose, com pH variando de 8 a 9. 
DIAGNOSTICO LABORATORIAL
Existem 4 tipos de anemia falciforme. Duas que tem cadeia alfa e duas com cadeia beta.
Doença de hemoglobina SS
A doença hemoglobina SS é o tipo mais comum da doença falciforme. Ocorre quando o paciente herda cópias do gene da hemoglobina S de ambos os pais, o que gera uma hemoglobina conhecida como Hb SS. Indivíduos com essa forma também experimentam os piores sintomas em uma taxa mais elevada.
Doença de hemoglobinaSC
 A doença hemoglobina SC é o segundo tipo mais comum de anemia falciforme. Acontece quando o paciente herda o gene Hb C de um dos pais e o gene Hb S do outro. Indivíduos com Hb SC tem sintomas parecidos com o Hb SS, mas a anemia é menos grave.
Hemoglobina SB+ (Beta) Talassemia
A hemoglobina SB+ (Beta) Talassemia afeta a produção de genes da globina beta. O tamanho dos glóbulos vermelhos é reduzido porque menos proteína beta é feita. Se for herdado o gene Hb S, o paciente terá hemalamicina Beta talassemia. Os sintomas não são graves.
Beta-Zero Talassemia
A talassemia beta-zero é o segundo tipo de beta-talassemia e possui sintomas semelhantes à anemia Hb SS. Às vezes, os sintomas de beta-zero talassemia são mais graves e estão associados a um pior prognóstico.
TRATAMENTO
 Não há tratamento específico para a doença falciforme. Existem apenas medidas preventivas, a fim de se minimizar as consequências da anemia crônica e das crises de falcização. Os pacientes acometidos pela anemia falciforme apresentam susceptibilidade as infecções, sendo assim importante a vacinação desses contra as principais patologias(MANFREDINI, et al; 2007).
fármacos como a 5–azicitidina utilizam-se de moléculas covalentes (isocianatos e clofibrato), 
suplementação com arginina, 
 fitomedicamentos, 
transfusões sanguíneas regulares, 
medicamentos quelantes de ferro,
 introdução da hidroxiuréia.
Vacinação contra agravantes
fármacos como a 5–azicitidina utilizam-se de moléculas covalentes (isocianatos e clofibrato), 
suplementação com arginina, 
 fitomedicamentos, 
transfusões sanguíneas regulares, 
medicamentos quelantes de ferro,
 introdução da hidroxiuréia.
Vacinação contra agravantes
Considerações finais 
A única opção conhecida para a cura da AF ainda é o transplante de medula.
 A despeito desse benéfico panorama, o transplante de medula apresenta limitações e envolve uma série de problemas como, por exemplo, reduzido número de doadores compatíveis; variabilidade na severidade da doença; possibilidade de rejeições; quimerismo das células hematopoiéticas e, consenso médico quanto à realização deste procedimento
Pouco avanço na descoberta de novos fármacos para tratamento dos sintomas da anemia falciforme tem ocorrido desde a descoberta o único recurso terapêutico aprovado pela agencia norte-americana FDA é o antineoplásico hidroxiureia. 
Sífilis Cutânea e Visceral: Apresentação Inusitada - Fred Bernardes Filho1, Maria Victória PQ Santos1, Vitor Paulo F Perez2, Nadua M Jaber2, Andreia O Alves3,David Rubem Azulay4, Alice M Machado5, José Augusto C Nery6
 SÍFILIS: UMA ABORDAGEM GERAL - Ana Carolina Zschornak da Silva1; Simone Martins Bonafé2 
Sífilis: diagnóstico, tratamento e controle - João Carlos Regazzi Avelleira1 Giuliana Bottino2
REFERêNCIAS

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