Buscar

APG 23 ANEMIA HEMOLÍTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Anemia hemolítica
APG 23
Anemia hemolítica
ELINE DOS REIS - MEDICINA
R: PORTH - Fisiopatologia. 10 ed. 2019.
♥ A anemia hemolítica é caracterizada por:
1) Destruição prematura das hemácias;
2) Retenção orgânica de ferro e outros produtos
da degradação da hemoglobina;
3) Aumento na eritropoese.
♥ Quase todos os tipos de anemia hemolítica
se distinguem pela existência de hemácias
normocíticas e normocrômicas.
♥ Devido à redução da vida útil da hemácia, a
medula óssea geralmente se torna
hiperativa, resultando no aumento do
número de reticulócitos na circulação
sanguínea.
♥ Tal como acontece com outros tipos de
anemia, a pessoa sente:
 Cansaço;
 Dispneia;
 Outros sinais e sintomas de comprometimento
do transporte de oxigênio.
♥ Na anemia hemolítica, a degradação das
hemácias pode ocorrer de 2 formas:
1. Intravascular;
2. Extravascular.
♥ HEMÓLISE INTRAVASCULAR: é menos comum
e ocorre como resultado da fixação do
complemento em reações transfusionais,
dano mecânico ou fatores tóxicos.
♥ É caracterizada por:
 Hemoglobinemia;
 Hemoglobinúria (presença de hemácias na
urina);
 Icterícia;
 Hemossiderinúria (urina com alta
concentração de hemoglobina).
♥ Inclusive, a hemoglobinúria e a
hemossiderinúria são características que
ajudam a diferenciar hemólise intra e
extravascular, pois as mesmas ocorrem
somente na hemólise intravascular.
♥ HEMÓLISE EXTRAVASCULAR: é mais comum e
ocorre quando as hemácias perdem parte
da capacidade de deformação, o que
dificulta sua passagem através dos
sinusoides do baço. As hemácias anormais
são sequestradas e fagocitadas por
macrófagos.
♥ O formato bicôncavo é o que permite a
passagem das hemácias, então quando há
uma alteração na estrutura da hemácia e
esta muda seu formato, ela perde a
capacidade de passagem pelos capilares
fenestrados do baço.
♥ As manifestações de hemólise
extravascular incluem:
 Anemia;
 Icterícia.
♥ Outra classificação de anemia hemolítica
se baseia na causa:
1. Intrínseca;
2. Extrínseca.
♥ CAUSAS INTRÍNSECAS/HEREDITÁRIAS:
incluem defeitos da membrana das
hemácias, diversas hemoglobinopatias e
deficiência enzimática hereditária.
♥ Dois tipos principais de hemoglobinopatias
podem causar a lise das hemácias:
1. A substituição anormal de um aminoácido na
molécula de hemoglobina (como na anemia
falciforme);
2. Falhas na síntese de uma das cadeias
polipeptídicas que formam a porção globina da
molécula de hemoglobina (como na talassemia).
♥ CAUSAS EXTRÍNSECAS/ADQUIRADAS: são
causadas por agentes externos às
hemácias, como medicamentos, toxinas
bacterianas e outras, anticorpos e
traumatismo físico.
♥ Embora todos esses fatores possam
causar a destruição prematura e
acelerada de hemácias, não devem ser
tratados da mesma maneira. Alguns
respondem à esplenectomia, outros ao
tratamento com hormônios
corticosteroides e outros ainda não
apresentam resolução até que seja
corrigido o transtorno primário.
R: Anemia Falciforme: Aspectos Clínicos e Epidemiológicos.
Angélica Machado. 2018.
R: Anemia Falciforme. Guilherme H. Miranda Sousa.
Revista Ibero - Americana de Humanidades, Ciências e
Educação. 2021.
♥ Incluem:
 Anemia falciforme;
 Talassemia;
 Esferocitose hereditária.
♥ As pessoas que herdam um desses tipos de
anemia podem ter diferentes manifestações
clínicas, a depender do genótipo que
apresentam.
♥ É possível que uma pessoa seja gravemente
enferma ou apresente pouca/nenhuma
manifestação clínica.
♥ É transmitida principalmente de forma
autossômica dominante e é a doença
hereditária mais comum da membrana das
hemácias.
♥ A doença é causada por anormalidades nas
proteínas de membrana espectrina,
anquirina, proteína 4.2 ou banda 3, que
conduzem a uma perda gradual da superfície
da membrana.
♥ A perda relativa de membrana em relação
ao citoplasma faz a célula perder sua
bicamada lipídica do citoesqueleto. As
hemácias assumem uma forma esférica e
não conseguem atravessar facilmente o
baço.
♥ Gradualmente, a maioria dessas hemácias
perde uma quantidade cada vez maior de
membrana superficial e morre.
♥ Os sinais clínicos variam, mas geralmente
incluem:
 Anemia hemolítica leve;
 Icterícia;
 Esplenomegalia;
 Cálculos biliares de bilirrubina.
♥ Pode advir uma crise aplásica potencialmente
fatal quando a interrupção súbita da
produção de hemácias (frequentemente por
parvovírus B19) provoca uma rápida queda
nos índices de hematócrito e níveis de
hemoglobina.
♥ A doença é tratada, em geral, com
esplenectomia para reduzir a destruição das
hemácias. Podem ser necessárias
transfusões de sangue durante uma crise.
ELINE DOS REIS - MEDICINA
ELINE DOS REIS - MEDICINA
♥ É uma doença hereditária em que ocorre a
produção de uma hemoglobina anormal
(hemoglobina S [HbS]), que conduz a um
estado crônico de anemia hemolítica, dor e
falência de órgãos.
♥ O gene HbS é transmitido por herança
recessiva e pode se manifestar como traço
de células falciformes (i. e., heterozigoto
com um gene HbS) ou anemia falciforme (i.
e., com dois genes homozigotos HbS).
♥ A anemia falciforme afeta
aproximadamente 100 mil indivíduos nos
EUA.
♥ PREVALÊNCIA EM CERTAS POPULAÇÕES:
Através de mecanismos que não estão
totalmente elucidados, se sabe que
heterozigotos (HbAS) tem uma vantagem
considerável em zonas onde a Malária é
endêmica.
♥ Estudos realizados na África, Ásia e
Oceania com mais de 29.000 pessoas,
sendo 12.000 com grave quadro de Malária
e 17.000 controle, mostraram uma
redução de 86% em indivíduos HbAS
(WILLIAMS, 2018).
♥ O continente africano é de onde a doença
se originou e foi difundida graças a grande
quantidade de imigrantes escravos
(MANFREDINI, 2007).
♥ O Brasil, devido a sua grande população
afrodescendente, possui de 0,1 a 0,3% da
população vivendo com AF, sendo
prevalente nas regiões sudeste e nordeste
do país (FELIX, 2010).
♥ Segundo o ministério da saúde, esse
número pode chegar de 25 a 30 mil, e
ainda outras estimativas mostram que
esse número pode aumentar até 3.500
novos casos por ano (HOKAZONO, 2011).
♥ Anemia falciforme é uma doença
hereditária monogênica e a mesma se dá
pelo fato de uma mutação causadora da
doença ser mais prevalente dentre as
pessoas afrodescendentes no Brasil.
♥ Sendo representado com uma maior
frequência no Norte e Nordeste do que em
outras regiões país (JULIÃO, 2019), onde as
informações avaliadas mostram que 4% da
população brasileira e em média acerca de
10% dos negros ou afrodescendentes são
portadores do traço falciformes (Hb AS)
(QUIARATI, 2015).
♥ ETIOLOGIA E PATOGÊNESE: A estrutura
anormal de HbS resulta de uma mutação
pontual na cadeia β da molécula de
hemoglobina, com a substituição anormal
de um único aminoácido, a valina, pelo ácido
glutâmico.
♥ Existem variações nas proporções, e a
concentração de HbS está relacionada com
o risco de afoiçamento das hemácias.
♥ No indivíduo homozigoto com anemia
falciforme, a HbS causa o afoiçamento
quando desoxigenada ou em baixa tensão
de oxigênio.
♥ A hemoglobina desoxigenada forma
agregados que sofrem polimerização no
citoplasma e formam um gel semissólido,
que altera a forma e a capacidade de
deformação da célula.
♥ A célula que sofreu afoiçamento pode
retornar à sua forma normal pela
oxigenação dos pulmões. No entanto, depois
de repetidos episódios de desoxigenação,
as células tornam-se permanentemente
falciformes.
♥ A pessoa com traço falciforme, que tem
menos HbS, apresenta pouca tendência de
desenvolver células falciformes e é
praticamente assintomática.
♥ HbF (hemoglobina fetal) inibe a
polimerização de HbS. Portanto, a maioria
das crianças com anemia falciforme não
começa a sentir os efeitos do afoiçamento
ELINE DOS REIS - MEDICINA
ELINE DOS REIS - MEDICINA
até depois de 8 a 10 semanas de vida,
quando a HbF foi substituída por HbS.
♥ Há duas grandes consequências
relacionadas com o afoiçamento das
hemácias:
 Anemia hemolítica crônica;
 Oclusão dos vasos sanguíneos.
♥ A destruição prematura das células devido
à membrana rígida e indeformável ocorre
no baço, causando hemólise e anemia pela
diminuição do número de hemácias.
♥ A oclusãovascular é um processo complexo
que envolve uma interação entre células
falciformes, células endoteliais, leucócitos,
plaquetas e outras proteínas do plasma.
♥ Os fatores associados ao processo de
afoiçamento e oclusão vascular incluem:
 Frio;
 Estresse;
 Esforço físico;
 Infecção;
 Condições que provoquem hipoxia,
desidratação ou acidose.
♥ A taxa de polimerização de HbS é afetada
pela concentração de hemoglobina na célula.
♥ A desidratação aumenta a concentração
de hemoglobina e contribui para a
polimerização, resultando no afoiçamento.
♥ A acidose reduz a afinidade da
hemoglobina pelo oxigênio, resultando em
maior quantidade de hemoglobina
desoxigenada e no aumento do
afoiçamento.
♥ MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: indivíduos
homozigotos para o gene HbS sofrem de:
 Anemia hemolítica grave;
 Hiperbilirrubinemia crônica;
 Crises vasoclusivas.
♥ A hiperbilirrubinemia proveniente da
degradação dos produtos da hemoglobina
muitas vezes leva a icterícia e à produção
de cálculos de pigmentos na vesícula biliar.
♥ A oclusão dos vasos sanguíneos é
responsável pela maioria das complicações
graves.
♥ Um episódio de dor aguda resulta de uma
oclusão vascular e da hipoxia e pode
ocorrer subitamente em quase qualquer
parte do organismo.
♥ Comumente, a obstrução por células
falciformes acontece no abdome, tórax,
ossos e articulações. Muitas áreas podem
ser simultaneamente afetadas.
♥ Infartos causados pela lentidão do fluxo
sanguíneo têm como consequência lesões
crônicas do fígado, baço, coração, rins,
retina e outros órgãos.
♥ A síndrome torácica aguda ocorre quando há
oclusão vascular nos pulmões e é uma causa
importante de morte em pessoas com
doença falciforme.
♥ A síndrome torácica aguda é caracterizada
por dor torácica súbita.
♥ A tosse se desenvolve em decorrência de
infiltrados pulmonares.
♥ A insuficiência respiratória resulta em
dispneia.
♥ Crises ósseas dolorosas podem ser causadas
por infartos na medula óssea.
ELINE DOS REIS - MEDICINA
♥ As crianças têm suscetibilidade aumentada à
osteomielite e podem apresentar retardo do
crescimento.
♥ Ataque isquêmico transitório (AIT) ou
hemorragia cerebral pode preceder um
acidente vascular ou encefálico (AVE) e
aproximadamente 25% das pessoas com
doença falciforme desenvolvem
complicações neurológicas.
♥ O baço é especialmente suscetível a danos
por HbS. Devido à lentidão do fluxo
sanguíneo e à baixa tensão de oxigênio no
baço, a hemoglobina nas hemácias que
atravessam o baço sofre desoxigenação,
que provoca isquemia.
♥ A lesão esplênica se inicia na infância,
caracterizada por congestão intensa, e
geralmente é assintomática.
♥ A congestão causa asplenia funcional e
predispõe ao desenvolvimento de infecções
potencialmente fatais por microrganismos
encapsulados, incluindo Streptococcus
pneumoniae, Haemophilus influenzae tipo b
e Klebsiella spp.
♥ Recém-nascidos e crianças pequenas ainda
não tiveram tempo de produzir anticorpos
contra esses microrganismos e dependem
da função do baço para a remoção.
♥ Não havendo um anticorpo específico para
os antígenos capsulares de polissacarídios
desses microrganismos, a atividade do
baço é essencial para a remoção deles
quando invadem a corrente sanguínea.
♥ DIAGNÓSTICO E TRIAGEM: O diagnóstico
neonatal da anemia falciforme é feito com
base nos achados clínicos e nos resultados
de solubilidade da hemoglobina, que são
confirmados por eletroforese.
♥ Nos EUA, os programas de triagem têm
sido implementados para detectar os
recém-nascidos com anemia falciforme e
outras hemoglobinopatias.
♥ São coletadas amostras de sangue do
cordão umbilical ou do calcanhar, que são
submetidas à eletroforese para separar a
HbF da pequena quantidade de HbA e HbS.
Podem ser detectados e quantificados
outros tipos de hemoglobina, para análise
laboratorial posterior.
♥ Em muitos estados americanos, é
obrigatória a triagem de todos os recém-
nascidos, independentemente da origem
étnica.
♥ TRATAMENTO: Atualmente não existe cura
conhecida para a anemia falciforme.
Portanto, as estratégias de tratamento
devem se concentrar na prevenção de
episódios de afoiçamento, manejo de
sintomas e tratamento das complicações.
♥ A pessoa é aconselhada a evitar situações
que precipitam episódios de afoiçamento
das hemácias, como infecções, exposição
ao frio, esforço físico intenso, acidose e
desidratação.
♥ As infecções devem ser tratadas de
maneira agressiva e podem ser necessárias
transfusões de sangue em um episódio de
crise ou cronicamente realizadas em casos
graves da doença.
♥ A maioria das crianças com anemia
falciforme corre maior risco para o
desenvolvimento de septicemia por
microrganismos encapsulados durante os
três primeiros anos de vida.
♥ Recomenda-se manter em dia o calendário
de vacinação, incluindo vacina contra H.
influenzae e contra hepatite B.
♥ A hidroxiureia é um fármaco citotóxico
utilizado para evitar complicações da
anemia falciforme e é recomendado como
tratamento padrão para todos os
portadores dessa condição. Essa
substância viabiliza a síntese de uma
quantidade maior de HbF e menor de HbS,
reduzindo, desse modo, o processo de
afoiçamento. No entanto, são
desconhecidos os efeitos a longo prazo do
uso da substância em relação a danos em
órgãos, crescimento, desenvolvimento e
risco de doenças malignas.
♥ O transplante de medula óssea ou de
células-tronco tem o potencial de cura em
crianças sintomáticas, mas traz consigo
vários riscos de complicações.
ELINE DOS REIS - MEDICINA
♥ São um grupo de distúrbios hereditários
que envolvem a síntese de hemoglobina e
conduzem a uma redução na síntese das
cadeias α ou β-globina da HbA.
♥ As β-talassemias são causadas por
deficiência na síntese da cadeia β e as α-
talassemias por síntese deficiente da
cadeia α.
♥ O defeito é herdado como um traço
mendeliano e a pessoa pode ser
heterozigota para o traço e apresentar
uma forma leve da doença, ou ser
homozigota e apresentar a forma mais
grave.
♥ Como nos casos de anemia falciforme, as
talassemias ocorrem com muita frequência
em determinadas populações.
♥ As β-talassemias, algumas vezes
conhecidas por anemia de Cooley ou
anemia do Mediterrâneo, são mais comuns
nas populações do Mediterrâneo no sul da
Itália e na Grécia, e as α-talassemias são
mais comuns entre os asiáticos.
♥ Tanto as a quanto as β-talassemias são
comuns em africanos e afro-americanos.
♥ Há dois fatores que contribuem para a
anemia que se desenvolve nos casos de
talassemia:
 baixa hemoglobina intracelular (hipocromia)
devido à diminuição na síntese da cadeia afetada,
juntamente com a produção;
 acumulação contínua da cadeia de globina não
afetada.
♥ A redução na síntese de hemoglobina
resulta em uma anemia hipocrômica e
microcítica, enquanto a acumulação da
cadeia afetada interfere na maturação de
hemácias normais e contribui com as
alterações de membrana que conduzem a
hemólise e anemia.
1. BETA-TALASSEMIAS
♥ São o resultado de várias mutações
pontuais no gene da β-globina, causando um
defeito na síntese da cadeia b.
♥ Nas β-talassemias, o excesso de cadeias
α sofre desnaturação, formando
precipitados (i. e., corpúsculos de Heinz) nos
precursores de hemácias na medula óssea.
♥ Os corpúsculos de Heinz prejudicam a
síntese de DNA e provocam danos à
membrana das hemácias.
♥ Quando os precursores de hemácias são
gravemente afetados, eles são destruídos na
medula óssea.
♥ Aqueles que escapam da morte
intramedular estão em maior risco de
destruição no baço.
♥ Além da anemia, pessoas com formas
moderadas a graves da doença sofrem de
coagulopatias.
♥ As manifestações clínicas das β-
talassemias são baseadas na gravidade da
anemia.
♥ Gene normal em indivíduos
heterozigotos (talassemia menor)
geralmente resulta na síntese de
hemoglobina suficientemente normal para
impedir o desenvolvimento de um quadro
grave de anemia.
♥ Indivíduos homozigotos para o traço
(talassemia maior) têm anemia grave,
dependente de transfusão de sangue, que se
torna evidente entre 6 e 9 meses de idade,
quando a hemoglobina troca de HbF para
HbA. S
♥ e a terapia transfusionalnão é iniciada
no começo da vida, isso ocasiona grave
retardo de crescimento em crianças com o
distúrbio.
♥ Em casos graves de β-talassemia, o
quadro anêmico acentuado produzido por
hematopoese ineficaz e hemólise conduz a um
aumento na secreção de eritropoetina e
hiperplasia da medula óssea e de sítios
extramedulares de hematopoese.
♥ A massa crescente de medula eritropoética
invade o córtex ósseo, prejudica o
crescimento dos ossos e produz outras
anormalidades ósseas.
♥ Ocorre o adelgaçamento do córtex ósseo,
com formação de osso novo evidente no
ELINE DOS REIS - MEDICINA
maxilar e nos ossos frontais da face (i. e.,
fáceis de esquilo).
♥ Os ossos longos, costelas e vértebras podem
se tornar vulneráveis a fraturas devido a
osteoporose ou osteopenia, o que contribui
para o aumento da morbidade em pessoas
mais velhas.
♥ O aumento do baço (esplenomegalia) e do
fígado (hepatomegalia) provém de
hematopoese extramedular e aumento da
destruição de hemácias.
♥ A sobrecarga de ferro é uma das
principais complicações da β-talassemia.
♥ O excesso das reservas de ferro, que se
acumulam pelo aumento da absorção
dietética e por transfusões repetidas, se
deposita no miocárdio, fígado e órgãos
endócrinos e induz a lesões nesses órgãos.
♥ Doenças cardíacas, hepáticas e endócrinas
são causas comuns de morbidade e
mortalidade por sobrecarga de ferro.
♥ Transfusões de sangue regulares, para
manter os níveis de hemoglobina entre 9 e
10 g/dℓ, melhoram o crescimento e o
desenvolvimento, além de evitar a maioria
das complicações; a terapia quelante de
ferro pode reduzir a sobrecarga de ferro
e aumentar a expectativa de vida.
♥ O transplante de células-tronco
potencialmente representa a cura para
indivíduos de baixo risco, em particular em
pessoas mais jovens e sem complicações
resultantes da doença ou do tratamento, e
tem mostrado excelentes resultados.
♥ No futuro, a reposição gênica de células-
tronco pode proporcionar a cura para
muitas pessoas com a doença.
2. ALFA-TALASSEMIAS
♥ São causadas por uma deleção do gene que
resulta em defeitos na síntese da cadeia α.
♥ A síntese das cadeias de α-globina da
hemoglobina é controlada por dois pares ou
quatro genes. Portanto, a α-talassemia
mostra grande variação na gravidade dos
casos, que está relacionada com o número
de deleções de genes.
♥ Portadores silenciosos que têm deleção de
um único gene de α-globina são
assintomáticos e aqueles com supressão de
dois genes têm o traço para α-talassemia
e apresentam quadros leves de anemia
hemolítica.
♥ A deleção de três dos quatro genes da
cadeia α leva à formação de agregados
instáveis de cadeia a, chamados hemoglobina
H (HbH). Essa condição é a forma clínica
mais importante e é comum entre a
população asiática.
♥ As cadeias β são mais solúveis do que as
cadeias α e sua acumulação é menos tóxica
para as hemácias, de modo que são mais
afetadas as células senescentes do que as
células precursoras de hemácias.
♥ A maioria das pessoas com HbH apresenta
anemia hemolítica crônica moderada e pode
necessitar de uma transfusão de sangue
quando se encontram febris, enfermas ou
fazem uso de determinados medicamentos.
♥ A forma mais grave de α-talassemia se
desenvolve em crianças nas quais os quatro
genes de α-globina são suprimidos; a
condição é conhecida como síndrome de
hidropisia fetal.
♥ Esse tipo de defeito resulta na síntese de
uma molécula de hemoglobina (Hb Bart) que
é formada exclusivamente a partir de
cadeias de HbF.
♥ As moléculas Hb Bart, que têm afinidade
extremamente elevada com o oxigênio, não
são capazes de liberar o gás nos tecidos.
♥ A síndrome de hidropisia fetal geralmente
resulta em morte no útero ou logo após o
nascimento.
♥ O defeito enzimático de herança mais
comum que dá origem à anemia hemolítica é
uma deficiência de G6 PD.
♥ O gene que determina essa enzima se localiza
no cromossomo X, de modo que o defeito se
ELINE DOS REIS - MEDICINA
expressa apenas em indivíduos do sexo
masculino e em mulheres com genótipo
homozigótico.
♥ Há muitas variantes genéticas dessa doença
encontrada em todas as populações, mas
particularmente entre grupos do continente
africano e da área do Mediterrâneo.
♥ O distúrbio torna as hemácias mais
vulneráveis aos oxidantes e provoca a
oxidação direta da hemoglobina em meta-
hemoglobina, que não é capaz de
transportar oxigênio, e a desnaturação da
molécula de hemoglobina para formar os
corpúsculos de Heinz, que formam
precipitados nas hemácias.
♥ A hemólise geralmente ocorre à medida
que hemácias danificadas se movem
através dos vasos estreitos do baço,
causando hemoglobinemia, hemoglobinúria e
icterícia.
♥ A hemólise é de curta duração, ocorrendo
2 a 3 dias após o evento desencadeante.
♥ Entre a população negra o defeito se
expressa levemente e não está associado a
anemia hemolítica crônica, a menos que
seja desencadeado por substâncias
oxidantes, acidose ou infecção.
♥ O medicamento antimalárico primaquina,
sulfonamidas, nitrofurantoína, ácido
acetilsalicílico, fenacetina, alguns
quimioterápicos e outras substâncias
causam hemólise.
♥ Os radicais livres gerados por fagócitos
durante processos infecciosos também são
possíveis gatilhos.
♥ O distúrbio pode ser diagnosticado por um
ensaio com G6 PD ou teste de triagem.
R: Clínica Médica na Prática Diária. Celmo Porto. 2016.
♥ Vários fatores adquiridos, exógenos às
hemácias, produzem hemólise diretamente
por destruição da membrana ou por lise
celular mediada por anticorpos.
♥ Diversos medicamentos, produtos químicos,
toxinas, venenos e infecções como a
malária destroem a membrana das
hemácias.
♥ A hemólise também pode ser causada por
fatores mecânicos, como próteses
valvares cardíacas, vasculite e queimaduras
graves.
♥ Obstruções na microcirculação, como
em casos de coagulação intravascular
disseminada, púrpura trombótica
trombocitopênica e doença renal podem
traumatizar as hemácias pela produção de
turbulência e gradientes pressóricos instáveis.
♥ Muitos tipos de anemia hemolítica são
mediados pelo sistema imunológico, causadas
por anticorpos que destroem as hemácias.
♥ Podem ser produzidos autoanticorpos em
resposta ao uso de determinadas
substâncias ou a um processo patológico.
♥ Os aloanticorpos são provenientes de uma
fonte exógena e são responsáveis por
reações transfusionais e pela doença
hemolítica do recém-nascido.
♥ Os autoanticorpos que provocam a
destruição das hemácias são de dois tipos:
anticorpos da imunoglobulina tipo G (IgG) que
reagem ao calor e têm atividade máxima a 37°C;
anticorpos da imunoglobulina tipo M que reagem
ao frio e têm atividade máxima próximo a 4°C.
ANTICORPOS QUE REAGEM AO CALOR:
não provocam alterações morfológicas ou
metabólicas nas hemácias. Em vez disso,
reagem com antígenos sobre a membrana das
hemácias, causando alterações destrutivas que
conduzem à esferocitose, com destruição
subsequente por fagocitose no baço ou no
sistema reticuloendotelial (SRE).
♥ Eles não apresentam especificidade para os
antígenos do sistema ABO, mas podem reagir
com os antígenos do fator Rh.
♥ As reações têm rápida manifestação e
podem ser graves e potencialmente fatais.
♥ A fadiga é uma queixa comum, com icterícia
e esplenomegalia moderada. Também pode
se manifestar com angina ou insuficiência
cardíaca congestiva.
ELINE DOS REIS - MEDICINA
♥ As causas desse tipo de anemia são variadas.
Aproximadamente 50% são idiopáticas e os
outros 50% são induzidos pelo uso de
substâncias (p. ex., penicilina) ou estão
relacionados com algum outro distúrbio.
♥ A hemólise induzida pelo uso de substâncias
geralmente é benigna.
ANTICORPOS QUE REAGEM AO FRIO:
ativam o sistema complemento.
♥ A anemia hemolítica crônica causada
por anticorpos que reagem ao frio ocorre
com doenças linfoproliferativas e como um
transtorno idiopático de origem
desconhecida.
♥ O processo hemolítico se dá nas partes
distais do corpo, onde a temperatura pode
cair abaixo de 30°C.
♥ A obstrução vascular por hemácias
resulta em palidez, cianose das partes do
corpo expostas a temperaturas frias e o
fenômeno de Raynaud.
♥A anemia hemolítica causada por
anticorpos que reagem ao frio se desenvolve
apenas em alguns indivíduos e raramente é
grave.
♥ O teste direto de antiglobulina, também
conhecido como teste de Coombs, é usado
para diagnosticar anemias hemolíticas imunes.
Detecta anticorpos ou proteínas do sistema
complemento na superfície das hemácias.
♥ Nesse teste, hemácias lavadas e livres
de soro são misturadas com um reagente de
globulina anti-humana. Elas se aglutinam
quando se ligam ao reagente e unem os
anticorpos ou complemento nas hemácias
adjacentes.
♥ O resultado TDA é positivo em casos de
anemia hemolítica autoimune,
eritroblastose fetal (doença do Rh do
recém-nascido), reações transfusionais e
hemólise induzida por substâncias.
♥ O teste indireto da antiglobulina detecta
anticorpos no soro, e o resultado é positivo
para anticorpos específicos. É usado para
a detecção de anticorpos e reações
cruzadas antes de uma transfusão.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS (ANEMIA
HEMOLÍTICA AUTOIMUNE)
 Icterícia;
 •Palidez cutânea;
 •Mucosas descoradas;
 •Fraqueza;
 •Febre;
 Taquicardia;•
 Esplenomegalia leve;
 Hepatomegalia (rara);
 Acrocianose (autoanticorpos a frio);
 Livedo reticular (autoanticorpos a frio).
EXAMES COMPLEMENTARES (ANEMIA
HEMOLÍTICA AUTOIMUNE)
♥ Hemograma: anemia macrocítica (VCM
maior que 96 fℓ), policromasia, poiquilocitose
à custa de esferócitos e hemácias
fragmentadas, eritroblastos circulantes,
plaquetopenia eventualmente (síndrome de
Evans)
♥ •Teste de Coombs direto: adiciona-se
um preparado de imunoglobulinas anti-
imunoglobulina humana em uma suspensão de
hemácias do paciente, observando-se a
presença de aglutinação – reação positiva
em 90% dos casos
♥ •Reticulocitose: > 2,0%
♥ Hiperbilirrubinemia à custa de bilirrubina
indireta (> 0,6 mg/dℓ).
♥ Desidrogenase láctica (DHL) elevada (>
480 U/ℓ).
♥ •Haptoglobulina reduzida (< 26,0 mg/dℓ).
TRATAMENTO (ANEMIA HEMOLÍTICA
AUTOIMUNE)
♥ Anemia hemolítica por autoanticorpos “frios”:
evitar exposição ao frio (mudança de clima
pode ser necessária).
♥ Anemia hemolítica por autoanticorpos
“quentes”: prednisona, 1 a 2 mg/kg, VO, em
dias alternados, durante 30 dias. Ao atingir
níveis normais de hemoglobina, reduzir
gradativamente o corticoide até 5 a 10
mg/dia.
 Pulsos de corticoide podem ser utilizados na
fase aguda (casos graves): metilprednisolona,
ELINE DOS REIS - MEDICINA
IV, 1 g/dia, durante 3 a 5 dias, seguida de
prednisona, VO, a partir do 4o dia.
 Esplenectomia nos casos que não mantiverem
níveis adequados de hemoglobina com doses
baixas de prednisona (5 a 10 mg/dia).
 Imuossupressão: azatioprina ou associação de
imunossupressores em casos refratários –
ciclofosfamida, rituximabe (anti-CD 20).
 Transfusões de sangue apenas em casos
extremos (administração lenta, sob rigorosa
supervisão).
ELINE DOS REIS - MEDICINA

Outros materiais