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Estudo Dirigido Sobre Os Contratualistas

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA
PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PROGRAD
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
AMANDA ELLEN NASCIMENTO DE ARAÚJO
C - Estabeleça comparações entre as Teorias do Contrato Social (Estado de Natureza – Contrato – Estado Civil) apresentadas pelos três autores contratualistas.
	Os autores contratualistas tinham uma visão parecida no que se diz respeito à criação do Estado, que este se formaria por meio de um contrato. Nas obras trabalhadas esses pensadores vão afirmar que existe uma ordem para 	o estabelecimento de uma sociedade politica, onde ela – a ordem – é composta por três fases: estado de natureza, contrato e estado civil. Neste trabalho serão apresentadas – e comparadas – as formas de instaurar um Estado Civil, do ponto de vista de Hobbes, Locke e Rousseau.
	Em suas obras, de forma primeira, os autores descrevem o que antecedem o Estado Civil, ou seja, o Estado de Natureza do homem. Em relação ao estado de natureza, é comum entre os pensadores a afirmação de que esta é a primeira fase do indivíduo, – a fase antes do “ser politico” – nela os homens são sujeitos de uma liberdade total e a partir dessa podem se utilizar qualquer meio que lhes for conveniente para manter a sua sobrevivência, sem que haja leis para impedi-los. Com base nessa ideia (comum), cada um dos autores colocam suas afirmações de como funciona esse estado de natureza. 
	Hobbes caracteriza esse estado como sendo um “estado de guerras” constantes entre as pessoas para sobreviveram e manterem suas conquistas (“A guerra de todos contra todos”), pois eles próprios são os responsáveis por sua segurança, sobrevivência e conquistas. De acordo com Hobbes, essa realidade conflituosa não era a melhor para viver, porque residia nos sujeitos o medo (constante) da morte. Esse medo deu inicio a necessidade de algo maior que pudesse manter a segurança dos indivíduos. Mediante a procurar de uma resolução para esse problema os homens veem como uma saída à criação do contrato, para saciar suas vontades de uma melhor forma de vida.
	John Locke, em contraposição a Hobbes, tem uma forma menos pejorativa de ver o estado de natureza. Esse estado de natureza não seria um lugar constantemente conflituoso, – como entende o autor anterior - os indivíduos desfrutariam de mesma igualdade e liberdade, podendo assim agir da maneira que considerasse mais agradável, no entanto, dentro das leis naturais regentes. Entretanto, mesmo sem a ocorrência de conflito a todo instante, esse estado de natureza, também, não era considerada a ideal para residir, porque essa não assegurava os bens, a vida e a segurança dos sujeitos expostos a ela – pois os homens são seres que desejam, e esses desejos podem leva-los a agir fora da razão. Locke acreditava ser preciso a instauração do Estado, por meio do contrato, que visasse à proteção dos indivíduos e sua propriedade.
	Diante dos pensamentos sobre esse Estado de Natureza, Rousseau se mostra o mais distante dessa visão de um homem mais bestializado, a seu ver o indivíduo em seu estado natural se faz um ser de boa convivência (“O homem nasce bom, a sociedade o corrompe”), ou seja, o estado natural do homem é um estado de harmonia em que haverá diferenças, porém, o que impera é a igualdade e consciência do ser. Em sua teoria, o homem se torna um ser bestial após a instauração de um Estado Civil – que tem por objetivo afastar o indivíduo de seu modo de vida natural.
	Vê-se que os contratualistas têm ideias convergentes e divergentes sobre o modo como vivia o homem em seu estado natural. Sob essas teorias da situação primeira do homem que surgi o pensamento (deles) da criação do contrato como um objeto de transição para aplicação do Estado – o ente politico. 
	O contrato (de Hobbes) foi criado porque os indivíduos ansiavam proteger a sua liberdade e aspiravam ao domínio sobre o outro. O leviatã (Estado) aparece então como uma forma de evitar que os homens comandem uns aos outros; nele – no contrato – um conjunto de pessoas escolhia um soberano, que seria a autoridade central, e a ele cabia o poder absoluto de governar (proteger e garantir a existência) o conjunto que o escolheu. 
	Em Locke o contrato ocorre quando os homens entregam parte (ou um todo) da sua liberdade a um determinado governo para ser formado o Estado Civil – o autor defende a monarquia parlamentarista – que terá como principal obrigação organizar os homens em harmonia e proteger a propriedade, juntamente a comunidade, de males e conflitos internos e externos.
	A problemática de Rousseau se baseava em como poderia ser preservada a liberdade que o homem tem em seu estado natural e ao mesmo tempo garantir-lhes a segurança e bem-estar que se encontra no estado civil. Com base nisso, ele vai dizer que a única forma é instaurar um estado civil que possa cobrir essas vontades – no seu ponto de vista, um estado democrático onde todos se juntavam para criar leis e colaborar nas decisões (sem que existisse um soberano) era a melhor forma – por meio de um contrato, ao quais os indivíduos deixariam de lado todo pensamento e vontades particulares em prol do bem comum e igualdade dos homens.
	Frente à aceitação do contrato o Estado Civil seria formado (como sendo um último passo). Cada autor tem seu modo de pensar como essa sociedade politica deve agir. Elas devem saciar algumas vontades estabelecidas pelo contrato; assim quando essas vontades são deixadas de lado a massa pode rebelar-se contra o contrato ou apenas deixar de cumpri-lo.
	Na monarquia absoluta que Hobbes propõe, os indivíduos vivem sob o direito civil, ou seja, o monarca cria e aplica as suas leis ao povo e estes vivem sob a regência delas. Nessa forma de governo o indivíduo não pode deixar de obedecer ao soberano apenas por sua vontade próprio, este só pode se desvincular com do soberano em casos específicos de descumprimento do pacto por parte do soberano. O contrato é criado com o intuito de trazer paz, segurança e preservação da sobrevivência dos indivíduos; quando o soberano não consegue manter essas vontades saciadas os seus súditos podem se desvincular dele, podem vir a fazer isso também em casos de morte ou de perca de batalha vindo do soberano. 
	Em Locke, o Estado tem a obrigação de tentar ao máximo garantir a paz e proteger a propriedade privada dos indivíduos que aderiram ao pacto (contrato) – essa garantia da propriedade é o ponto fundamental visto por Locke, pois toda a sua teoria se volta para a preservação desta. Esse feito pode ser cumprido através das criações de leis que possam adotar uma igualdade entre as pessoas. Quando o Estado não consegue cumprir esses quesitos ou quando age de má fé os homens podem se rebelar (diferente do que Hobbes propõe que é apenas em alguns casos).
	O Estado de Rousseau é um estado democrático, o povo junto compõe um corpo politico que elaboram leis e as põe em vigor – em sua concepção o homem é livre quando passa a obedecer a leis criadas por eles mesmos. Ao invés de um soberano, elege-se um representante da soberania popular. O povo pode se rebelar diante dessa forma de governo quando esse rouba a liberdade dos indivíduos ou quando o interesse privado se sobrepõe ao interesse geral dos seres.
	Pode-se concluir por meio disso, que mesmo com a existência de divergências de pensamento, os contratualistas compartilham a mesma visão de que o bem-estar do homem só pode ser alcançado através da instauração (criação) de algo maior (o Estado) que tenha o poder de guiar, proteger e conservar o homem e sua propriedade.

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