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CENTRO PAULA SOUZA ETEC TENENTE AVIADOR GUSTAVO KLUG Curso Técnico em Logística Jefferson Machado Honorio Michaelli Vitória Rosa de Oliveira Miriam Cristina de Latorre Lombardi Rodrigo Pereira da Silva Rogério Felício Barbosa A ADAPTAÇÃO DO MÉTODO 8’S NO AMBIENTE DOMICILIAR Pirassununga-SP 2017 Jefferson Machado Honorio Michaelli Vitória Rosa de Oliveira Miriam Cristina de Latorre Lombardi Rodrigo Pereira da Silva Rogério Felício Barbosa A ADAPTAÇÃO DO MÉTODO 8’S NO AMBIENTE DOMICILIAR Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado ao Curso Técnico em Logística da Etec Tenente Aviador Gustavo Klug orientado pelo Prof. Marcos Eduardo Altoé, como requisito para a obtenção do título de Técnico em Logística. Pirassununga-SP 2017 Jefferson Machado Honorio Michaelli Vitória Rosa de Oliveira Miriam Cristina de Latorre Lombardi Rodrigo Pereira da Silva Rogério Felício Barbosa A ADAPTAÇÃO DO MÉTODO 8’S NO AMBIENTE DOMICILIAR TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM LOGÍSTICA Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Técnico, no curso de Logística da Escola Técnica Estadual Tenente Aviador Gustavo Klug de Pirassununga/SP. BANCA EXAMINADORA: ____________________________________________ Orientador: Marcos Eduardo Altoé ____________________________________________ Professor(a): ____________________________________________ Professor(a): ____________________________________________ Professor(a): ____________________________________________ Professor(a): Dedicatória Dedicamos este trabalho a todos que possam se beneficiar com este método. Agradecimentos Agradecemos primeiramente a Deus por nos ter dado saúde e forças para poder concluir este curso. Aos nossos familiares por nos ter dado apoio durante nossa trajetória e a todos colaboradores da ETEC Tenente Aviador Gustavo Klug, por todo suporte que recebemos. Epigrafe “É impossível haver progresso sem mudança e quem não consegue mudar a si mesmo não muda coisa alguma” George Bernard Shaw Resumo Este trabalho apresenta a forma no qual um método de melhoria contínua deve ser implementado no ambiente domiciliar. Como estudo de pesquisa foi –se escolhido o método 8’s, que é utilizado nas empresas, pois da mesma forma que nas empresas este método auxilia na diminuição de desperdícios e riscos à integridade física daqueles que habitam o local. Para tanto, criaram –se técnicas para a aplicação deste método no ambiente domiciliar, pois a má organização acaba por desencadear desarranjos no ambiente, facilitando assim possíveis acidentes e trazendo desperdícios. Espera –se que com a implementação, manutenção e controle deste método o ambiente torne –se mais seguro e otimize as tarefas diárias daqueles que o aplicam. Palavras-chave: método; melhoria; organização; ambiente domiciliar; 8’s Abstract This Works presents the way in which a method of continuous improvement should be implemented in the home enviroment. As a research study, the 8’s method was chosen, which is used in companies, for the same way that in the companies, this method helps to reduce waste and risk to the physical integrity of those who live in the place. For that, techniques were created for the application of this method in the home environment, because the bad organization has as consequence disturbances in the enviroment, facilitating possible accidents and bringing waste. It is expected that with the implementation, manintence and control of this method the enviroment will become more secure and optimize the daily tasks of those who apply it. Keywords: Method; improvement; organization; home environment; 8’s LISTA DE TABELAS Tabela 1- Os 5 sensos .............................................................................................. 21 Tabela 2- Os 5’s no corpo humano ........................................................................... 22 Tabela 3- Separação e seleção dos itens ................................................................. 28 Tabela 4- Acidentes domésticos em relação à mortalidade ...................................... 42 Tabela 5- Acidentes domésticos em relação à hospitalização .................................. 43 LISTA DE FIGURAS Figura 1- Ciclo PDCA ............................................................................................... 47 Figura 2- Fluxograma de implementação do método 8's dentro de casa ................. 51 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1- Quantos cômodos têm a sua casa, incluindo: varanda, lavanderia e garagem? .................................................................................................................. 31 Gráfico 2- Quantas pessoas moram na mesma casa que você? ............................. 32 Gráfico 3- Na sua casa há união para a realização das atividades domésticas? ..... 33 Gráfico 4- Todos em sua casa "falam a mesma língua" em relação a organização do ambiente?.................................................................................................................. 33 Gráfico 5- Em sua casa é feita a separação de objetos que são necessários dos que não são necessários? ............................................................................................... 34 Gráfico 6- Em sua casa os objetos são guardados de acordo com sua frequência de utilização? ................................................................................................................. 34 Gráfico 7- É possível identificar a fonte da sujeira (excluindo poeira) e da desordem em sua casa? ............................................................................................................ 35 Gráfico 8- Na sua casa é possível identificar e eliminar rapidamente tudo o que coloca em risco a segurança dos moradores? .......................................................... 36 Gráfico 9- Você se considera uma pessoa disciplina tratando-se de regras de boa convivência? .............................................................................................................. 36 Gráfico 10- Na hora da compra é priorizada a economia ou a qualidade? .............. 37 Gráfico 11- Você sabe o que é o método 5’s? ......................................................... 37 Gráfico 12- Se sim, explique o que é este método ................................................... 38 Gráfico 13- Você conhece o método 8’s? ................................................................ 40 Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13 2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 15 3. PROBLEMÁTICA ..............................................................................................16 4. OBJETIVOS ....................................................................................................... 17 4.1. OBJETIVO GERAL...................................................................................... 17 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 17 5. METODOLOGIA ................................................................................................ 18 6. SISTEMA 5’S ..................................................................................................... 19 6.1. A ORIGEM ................................................................................................... 19 6.2. OS 5 SENSOS ............................................................................................. 21 6.3. DESAFIOS ................................................................................................... 22 6.4. IMPLEMENTAÇÃO ...................................................................................... 23 6.5. BENEFÍCIOS ............................................................................................... 24 7. UTILIZAÇÃO DO SISTEMA 5’S ........................................................................ 24 8. ADAPTAÇÃO DO 8’S NA FAMÍLIA .................................................................. 25 9. OS 8 SENSOS ................................................................................................... 26 9.1. 1º S – SENSO DE DETERMINAÇÃO E UNIÃO (SHIKARI YARO) ............. 26 9.2. 2º S – SENSO DE CAPACITAÇÃO, EDUCAÇAÕ E TREINAMENTO (SHIDO) ................................................................................................................. 27 9.3. 3ºS – SENSO DE UTILIZAÇÃO (SEIRI) ...................................................... 27 9.4. 4º S – SENSO DE ORGANIZAÇÃO (SEITON) ........................................... 28 9.5. 5º S – SENSO DE LIMPEZA (SEISO) ......................................................... 29 9.6. 6º S – SENSO DE HIGIENE (SEIKETSU) ................................................... 29 9.7. 7º S – SENSO DE AUTODISCIPLINA (SHITSUKE) ................................... 29 9.8. 8º S – SENSO DE ECONOMISA E COMBATE AO DESPERDÍCIO (SETSUYAKU) ...................................................................................................... 30 10. PESQUISA DE CAMPO .................................................................................. 31 10.1. CONCLUSÃO DA PESQUISA ................................................................. 40 11. PROBLEMAS NA CONSERVAÇÃO DE BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS NA FAMÍLIA E RISCOS À SEGURANÇA ............................................ 40 11.1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMESTICOS ....................................... 42 11.1.1. Como evitar acidentes domésticos: ............................................... 43 12. CICLO PDCA .................................................................................................. 47 12.1. IMPLEMENTAÇÃO .................................................................................. 49 13. DIA D ............................................................................................................... 53 13.2. IMPLEMENTAÇÃO DO 8’S ...................................................................... 53 14. MANUTENÇÃO, AVALIAÇÃO, E SUSTENTAÇÃO DO MÉTODO 8’S ......... 54 15. CONCLUSÃO ................................................................................................. 55 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56 ANEXOS ................................................................................................................... 60 13 1. INTRODUÇÃO A busca pela qualidade é algo visado por várias empresas, independentemente de seu porte, área de atuação ou cultura organizacional, porém nem todas conseguem atingir a tão buscada qualidade, que é um grande fator competitivo. Parte dos problemas relacionados à qualidade são resultado de deficiências nos métodos empregados, e para reduzir estes déficits as organizações devem adotar o método correto, utilizar técnicas e ferramentas da gestão da qualidade podem ajudar uma organização a ganhar espaço no mercado e assim conquistar mais clientes. Uma das ferramentas utilizadas na gestão da qualidade é o método 5’s também conhecido como 5 sensos, um método desenvolvido no Japão pós- Segunda Guerra Mundial, momento marcado por problemas no sistema produtivo do país, o território japonês precisava se reestruturar após a devastação ocasionada pelas bombas atômicas. Percebeu-se que as fábricas japonesas eram muito sujas e desorganizadas, o que acabava por atrapalhar na qualidade de vida e produtividade dos colaboradores, foi então que Kaoru Ishikawa junto de Joseph Moses Juran e William Edwards Deming desenvolveram este método. A implantação do método 5’s contribuiu de fato com a recuperação do sistema produtivo japonês, através de ações realizadas no dia-a-dia de forma constante. Diferente de alguns métodos da gestão da qualidade ele tem um início, mas não tem um fim, pois seu objetivo é a melhoria contínua. No Brasil este programa desenvolveu-se em atenção a competitividade e a necessidade de sobrevivência das empresas, aliada a uma melhoria na qualidade de vida de seus colaboradores. Com o passar do tempo os gestores perceberam que apenas 5’s não eram suficientes apara se atingir a qualidade, com o objetivo de complementar e adequar esta filosofia nas empresas do Brasil, foi-se adicionado mais 3 novos sensos. Agora com 8’s, o programa de melhoria contínua se torna mais consistente, ampliado e estruturado, pois além de proporcionar um ambiente saudável, seguro, limpo e padronizado, é levado em consideração os recursos humanos e materiais, visando a eliminação de desperdícios e agilidade nos processos produtivos. Técnicas de melhoria contínua não são exclusivas do ambiente coorporativo, vários métodos podem ser adequados para diversos tipos de ambientes por exemplo 14 ambiente domiciliar, pois da mesma forma que nas empresas a má organização no ambiente domiciliar acaba por ocasionar um desarranjo no ambiente, trazendo consigo desperdícios e riscos à segurança. O trabalho tem por objetivo propor um método de organização de para os domicílios que seja de fácil manutenção e sustentação e que traga melhorias no ambiente domiciliar. Com o programa 8’s podem ser alcançados excelentes resultados que acarretarão na melhoria do ambiente, métodos utilizados dentro de casa e para as pessoas que não moram sozinhas, um melhor relacionamento com todos os membros da casa. Este trabalho visa implementar o método 8’S (que é tão buscado e aplicado em empresas) no ambiente familiar, para que sejam diminuídos os desperdícios dentro de casa e diminuído o risco de acidentes proporcionando assim uma melhoria no ambiente. Este trabalho está estruturado em três partes sendo teórico, crítico e prático. A parte teórica do trabalho trata da base do método 8’s que é o método 5’s, sua origem, benefícios, os sensos, como é feita sua implementação e sua utilização, já na parte crítica é abordada a evolução do método 5’s para 8’s, a parte prática tem como foco a elaboração de fases de implementação do método 8’s no ambiente domiciliar. 15 2. JUSTIFICATIVA Este temafoi escolhido com o intuito de se implementar o método 8’S (que é tão buscado e aplicado em empresas) no ambiente doméstico, para que sejam diminuídos os desperdícios dentro de casa e diminuído o risco de acidentes proporcionando assim uma melhoria contínua. 16 3. PROBLEMÁTICA A má organização no ambiente domiciliar acaba por ocasionar um desarranjo no ambiente, trazendo consigo desperdícios e riscos à segurança. Tendo isto em vista surgiu a questão problema deste tralho que é: Como implementar e controlar o sistema 8’S dentro de casa? 17 4. OBJETIVOS 4.1. OBJETIVO GERAL O objetivo principal do trabalho é propor um método de organização para os domicílios que facilite e traga melhorias contínuas no ambiente domiciliar. 4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar o método 5’s Explicar o que é o sistema 8’s Criar um modelo 8’s para ser aplicado no ambiente domiciliar 18 5. METODOLOGIA A pesquisa será feita por meio bibliográfico para composição de conhecimentos e análises sobre o tema e também por meio de atividades de campo. Com o intuito de colocar em prática os conhecimentos adquiridos para maior clareza na resolução da problemática central. 19 6. SISTEMA 5’S O método 5’s, também conhecido como 5 sensos é uma ferramenta utilizada na gestão da qualidade, que tem uma ligação com o Kaizen, que pode ser traduzido como “melhoria contínua”, método este que pode ser aplicada nas empresas, casas e na vida pessoal. No Japão essa técnica é ensinada dentro de casa onde os pais passam para os filhos os conceitos e práticas, que os acompanham até sua fase adulta. Quando chegou ao ocidente ficou conhecida também como Housekeeping. 6.1. A ORIGEM A filosofia do método 5’s foi baseado no Bushido, um código de princípios morais dos samurais que foi passado de geração em geração, esse código de conduta dos samurais era aplicado tanto no campo de batalha quanto fora dele. Haviam aqueles que não respeitavam o Bushido e traziam desonra e má reputação sobre ele e sua família, um samurai sem honra era uma coisa sem perdão e a única forma de ter sua honra e glória de volta era através do Harikiri (Ritual do Suícidio). Quando os samurais saiam de casa para servir os senhores feudais, era responsabilidade da mulher não só cuidar dos filhos, mas também manter a integridade do lar, educar os filhos e manter a ordem dentro de casa. Além disso as mulheres tinham conhecimento em Yawara (arte marcial de mãos vazias), Kenjutsu (arte marcial com katana), naginata (lança de 2 metros com uma lâmina em uma das pontas, muito praticado por mulheres e monges budistas na época) e o tanto (punhal que servia para o ritual do suicídio dos samurais) para a defesa pessoal na ausência do marido. Em 18 de junho de 1908 os primeiros japoneses chegaram ao Brasil, embarcados no navio Kasato Maru que aportou no porto de Santos. Os brasileiros ficaram admirados com as atitudes dos primeiros imigrantes que chegaram, como foi noticiado no jornal paulistano Correio Paulistano em 25 de junho de 1908, 6 dias após o desembarque dos japoneses, na matéria de J. Amandio Sobral é relatado que após a refeição os japoneses surpreenderam a todos pelo estado no qual haviam deixado o salão do refeitório: sem nenhuma ponta de cigarro e sem nem um cusp,o diferente de outros imigrantes que aqui chegaram, outro fato que também 20 trouxe espanto foi o asseio pelo corpo, pois os japoneses tomavam repetidos banhos e sempre colocavam roupas limpas. Os empregados da alfândega declararam que nunca viram tanta gente que mantivesse a ordem com tanta calma durante a conferência das bagagens. Estes primeiros imigrantes trouxeram consigo a essência da cultura 5’s e os valores do Bushido, como forma que as mulheres dos samurais cuidavam da casa, o asseio por seu lar, apesar da situação da moradia dos imigrantes (casas feitas de pau a pique e chão batido). Durante a Segunda Guerra Mundial em 7 de dezembro de 1941 a nação do Japão atacou a base naval de Pearl Harbor nos Estados Unidos, fruto de uma rivalidade que ocorria desde 1920, período que os Estados Unidos vetaram algumas exigências sobre territórios da China, além da presença dos Estados Unidos nas Filipinas o que incomodava o Japão, pois almejava esta região. Em 06 de agosto de 1945 o bombardeiro B-29 que foi apelidado de Enola Gay lançou uma das bombas atômicas na cidade de Hiroshima, que explodiu a 570 metros do solo, 3 dias depois outro bombardeiro o Bokscar lançou em Nagasaki outra bomba atômica. Em 02 de setembro de 1945 o imperador japonês assinou a rendição do país. Após o evento da Segunda Guerra Mundial, no início da década de 50, momento em que o Japão passava por sua reconstrução, para essa reestruturação do país os japoneses receberam ajuda de especialistas americanos como Joseph Moses Juran (1904 - 2008) e William Edwards Deming (1900 – 1993), alguns autores citam que criado pelo Dr. Kaoru Ishikawa (1915 -1898) (Engenheiro químico e principal disseminador dos conceitos de qualidade total no país), isto porque Kaoru Ishikawa foi o responsável pela criação do CCQ – Círculo de Controle da Qualidade, com o objetivo de tornar popular os conceitos da estatística aplicada à qualidade. No princípio o 5’s era mais focado em liberar área, evitar os desperdícios e acabar com a sujeira nas fábricas, mas com a evolução da tecnologia e da comunicação o 5’s evoluiu, pois após sua reconstrução o Japão se tornou uma grande potência econômica e passou a ser foco de estudos por outros países, que tinham o interesse em conhecer as ferramentas utilizadas para aumentar a produtividade (Qualidade Total; Just in Time; Manutenção Produtiva Total; Círculo de Controle da Qualidade; Kaizen). O 5’s passou a ser utilizado por várias empresas em torno do mundo, fazendo parte de modelos de gestão. No Brasil este método se tornou popular por meio da 21 Fundação Christiano Ottoni, em uma publicação no ano de 1991. No início apenas os 3 primeiros sensos eram abordados, logo após o quarto e o quinto senso foram incorporados. A área empresarial foi uma das primeiras a adotar este método, tendo como objetivo otimizar custos, reduzir desperdícios e aumentar a produtividade. 6.2. OS 5 SENSOS Os 5’s são palavras nipônicas que tem como inicial a letra “s”. Por ser difícil encontrar uma tradução para cada palavra que também inicie em “s” foi feita uma adaptação: a palavra “senso” foi adicionada antes da tradução de cada um dos 5’s. Além de iniciar com S, facilita a didática deste método. “Senso, sm, Qualidade de sensato; cautela, circunspecção, prudência. Faculdade de julgar, de entender, de sentir; entendimento, juízo, percepção, sentido. Direção que se pode tomar; rumo, sentido” (Weiszflog,1998) Os sensos são: Tabela 1- Os 5 sensos S JAPONÊS PORTUGUÊS 1º Seiri Senso de Utilização Arrumação Organização Seleção 2º Seiton Senso de Ordenação Sistematização Classificação 3º Seiso Senso de Limpeza Zelo 4º Seiketsu Senso de Asseio Higiene Saúde Integridade 5º Shitsuke Senso de Autodisciplina Educação Compromisso Fonte: Do grupo,2017 22 A natureza dos 5’s é muito parecida com a dos seres humanos: Tabela 2 - Os 5’s no corpo humano 5’s COMANDO NO CORPO HUMANO Seiri Separa o útil do inútil e melhor o uso do que é útil O corpo humano descarta tudo o que não é mais útil. Seiton Cada coisa deve ter seu lugar. Em cada sistema do corpo, cada célula está em seu lugar. Seiso Além de limpar deve-se evitar sujar Não seria possível sobreviver se o corpo não fizesse uma limpeza constante do organismo pelas fezes, urina, respiração, etc. Seiketsu Padronizar as práticas saudáveis O que cada célula do organismo deve fazer está no DNA Shitsuke Assumir responsabilidades de seguir os padrões saudáveis Cada célula já “sabe” o que deve fazer, não há a necessidade de chamar atenção dela. Fonte: Do grupo, 2017 Adaptado de: Viver 5’s Disponível em: http://5s.com.br/2/o-que-e-5s.php 6.3. DESAFIOS Os desafios que podem ser encontrados no programa 5's são: Resistencia aos métodos implantados na empresa, pois as pessoas tendem a demorar a aceitar essa nova rotina em relação ao programa 5's Falta de comprometimento nas fiscalizações para ver se todos exercem seu papel na implementação desse novo método Inovar o programa para que não vire uma coisa repetitiva, deixando com que os funcionários se sintam estimulados com esse novo sistema Colocar supervisão pelo 5's, para não deixarem de praticar Disciplina do líder em manter o sistema, pois assim os funcionários possam ter uma motivação a mais ao exercerem as atividades do projeto 5's 23 6.4. IMPLEMENTAÇÃO O sistema 5's pode ser implementado em qualquer tipo de empresa tais como, órgãos públicos, escola e podendo ser associado também em nossas vidas. A prática do 5’s pode ocorrer de forma espontânea ou por meio de líderes que praticam e estimulam seus subordinados a praticar. Quando a este método é aplicado e estimulado pela alta direção, deve-se eleger uma pessoa responsável por coordenar as atividades. É de extrema importância que o coordenador do método 5’s conheça profundamente os conceitos e metodologia deste sistema de melhoria contínua. O responsável por coordenar as atividades deve elaborar um plano diretor para orientar e desenvolver a implantação do método de forma que sejam atingidos os objetivos e metas, para que assim chegue-se aos resultados esperados. Com isto deve-se ter em mente alguns pontos importantes, tais como: Prática e teoria devem ser executadas de forma conjunta, pois quanto maior o entendimento do 5’s melhor será sua execução Independentemente do nível hierárquico todos devem participar Respeitar as características de cada pessoa que faz parte do projeto de implementação Flexibilidade O comportamento grupal deve estar acima das atitudes individuais Aquilo que for definido pelo grupo após as discussões e o brainstorming devem ser cumpridos As atividades 5’ devem ser desenvolvidas na rotina “O programa 5’s é um programa para todas as pessoas da empresa, do presidente aos operadores, para as áreas administrativas, de serviço, de manutenção e de manufatura. O programa deve ser liderado pela alta administração da empresa e é baseado em educação, treinamento e prática em grupo. ” (CAMPOS,1999, p.173) Com a implementação do 5's podemos ter resultados no aumento de produtividade, eficiência e motivação. 24 6.5. BENEFÍCIOS Os benefícios obtidos pelo 5's trazem grandes resultados para todos que adotam esses métodos, seja ele nas empresas ou até mesmo no ambiente domiciliar. Alguns dos benefícios na implementação do método 5’s são: Aumento de qualidade do produto ou serviço Previne falhas humanas no serviço Melhoria na qualidade de vida Traz confiança para os trabalhadores Facilita a busca por matérias Fornece a base necessária para implementar outros programas de qualidade Eliminação de desperdícios Otimização de espaços Ambiente de trabalho agradável Mudança de hábitos e comportamentos Autodisciplina Padronização em processos Prevenção de Acidentes 7. UTILIZAÇÃO DO SISTEMA 5’S O sistema 5’s deve ser utilizado como uma das ferramentas do Lean Manufacturing, uma filosofia de gestão que é inspirada em práticas e resultados do Sistema Toyota, que se baseia numa abordagem onde deve – se identificar e eliminar o desperdício através da melhoria contínua buscando a qualidade total. Enquanto é feito o planejamento e treinamento de pessoas chaves no Lean, estas disseminam a prática do 5’s em todas as áreas e em todos os níveis hierárquicos. Seiri: Este senso está estritamente ligado ao Just in Time, que é o foco do Lean. 25 Seiton: O senso de ordenação faz com que as pessoas adquiram o hábito de realocar os objetos em seus lugares. O sistema Lean não funciona se o ambiente estiver desorganizado. Seiso: A preocupação com a limpeza faz com que as pessoas inspecionem com uma visão mais crítica o ambiente de trabalho. Ambientes que prezem pelo asseio e cuido com a limpeza favorecem a operacionalização do Lean. Seiketsu: Quando há a melhoria na saúde e higiene com a eliminação de problemas ergonômicos por exemplo diminuem a fadiga nos colaboradores e o absenteísmo, pode –se também haver o aumento na autoestima. Este tipo de ambiente é o necessário para a eficácia do Lean. Shitsuke: Neste senso as pessoas já se sentem autônomas e não há mais a necessidade de monitoramento ou cobranças, pois cada um já sabe o que deve ser feito. Caso não seja utilizado com alguma das ferramentas do Lean o 5’s é reduzido de um sistema de gestão e melhoria contínua para apenas um episódio de limpeza e organização dentro da empresa. A operacionalização do método dependerá das pessoas para que o sistema possa “rodar”. 8. ADAPTAÇÃO DO 8’S NA FAMÍLIA Ao longo do tempo os gestores perceberam que apenas 5’s não eram suficientes para suprir as necessidades das empresas. A ideia de se implementar mais 3’s neste sistema veio através de pesquisas realizadas pelo professor José Abrantes em sua dissertação de mestrado em tecnologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) entre os anos de 1996 e 1997. A manutenção e implementação do programa 8’s tem por objetivo a reformulação completa da empresa, a partir dos recursos humanos tendo em vista uma melhor produtividade através da organização e ainda eliminar tudo aquilo que provoca desperdícios, mesmo aqueles que não são percebidos, mas que acabam por impactar a organização. A grande vantagem deste novo sistema é que não se faz necessário que se façam investimentos em máquinas ou sistemas automáticos, pois tem como foco a gestão de recursos humanos e materiais. 26 Assim como nas empresas, dentro de casa existe muito desperdício, seja em espaço, suprimentos e tempo para limpeza e organização do ambiente, e da mesma forma que nas empresas o sistema 8’s pode ser aplicado dentro de casa. Essa metodologia promove a mudança no comportamento dos envolvidos, assim passam a se unir com uma visão de sobrevivência e continuidade das atividades realizadas dentro de casa, principalmente no combate de desperdícios visando uma maior economia. 9. OS 8 SENSOS Da mesma forma que nas empresas os 5’s poderiam ser aplicados no ambiente familiar, esses novos 3’s devem ser adaptados de acordo com a realidade do ambiente em que vai ser implantado. Após a inclusão dos 3 novos “s” houve uma alteração naordem dos sensos, a partir disto a ordem ficou: 9.1. 1º S – SENSO DE DETERMINAÇÃO E UNIÃO (SHIKARI YARO) Nas empresas prega - se a participação da alta administração em parceria com os outros colaboradores. Dentro de casa o exemplo deve vir de cima, o chefe de família deve motivar os outros moradores. É através da mudança do comportamento dos líderes que o grupo se sente motivado a participar de um programa de melhorias em seu ambiente. Sendo tratado com educação, respeito e sendo ouvidos todos participam. Segundo Abrantes (1997). Existem 10 etapas para a implantação deste primeiro S, sendo elas: 1 Conscientização da gerência. 2 Reunião entre a alta administração. 3 A escolha da pessoa no qual irá coordenador o método 8’s. 4 Comunicação entres todos que irão participar. 5 Reunião com todos os envolvidos. 6 Disseminação do programa. 7 Elaboração de um plano para motivar as pessoas. 8 Avaliação completa de satisfação das pessoas que estão colaborando com o projeto de implantação. 9 Criação de um plano de ação para solução de problemas. 10 Avaliação de todos os sensos. 27 As pessoas que moram sozinhas devem desenvolver a motivação de realização que nada mais é do que um impulso para superar desafio, avançar crescer, atingir objetivos, neste caso uma melhoria em sua qualidade de vida no lar. Segundo Davis e Newstrom (1989), cada indivíduo tende a desenvolver certas forças motivacionais como resultado do ambiente no qual está inserido. 9.2. 2º S – SENSO DE CAPACITAÇÃO, EDUCAÇAÕ E TREINAMENTO (SHIDO) Esse senso trata da capacitação, treinamento e educação do ser humano. Dentro das empresas este senso visa qualificar o colaborador com o intuito de entregar ao mercado de trabalho pessoas treinadas e educadas. Segundo Abrantes (1997), este senso compreende à preparação de todo o programa, seguindo as etapas: 1- Treinamento do líder/coordenador responsável pelo programa. 2- Treinamento dos gestores. 3- Instalação de um escritório para o programa 8s. 4- Capacitação dos gerentes. 5- Escolha e treinamento dos facilitadores. 6- Produção do plano diretor. 7- Aperfeiçoamento de todos os colaboradores. 8- Registro e análise da atual situação da organização. 9- Elaboração de planos de execução. 10- Avaliação total do senso. Ao ser adaptado para o ambiente familiar este senso busca trazer a padronização das atividades dentro de casa, por meio de um planejamento de treinamento contínuo para que se tenha sucesso nas ações, onde todos os membros da casa expõem suas opiniões para que assim seja elaborado por meio de um senso comum o método que será adotado para a realização das atividades domésticas durante o dia – a – dia. 9.3. 3ºS – SENSO DE UTILIZAÇÃO (SEIRI) Da mesma forma que nas empresas dentro de casa este senso visa separar os itens necessários dos que não servem mais. Os necessários são separados para o uso, os que são desnecessários devem ser descartados corretamente. Colocando em prática percebe -se a grande quantidade de objetos que são desnecessários e que acabam ocupando espaço podendo até trazer riscos à segurança. 28 Além de identificar o excesso deve-se analisar o porquê deste excesso para que assim possam ser adotadas medidas para evitar a volta de acúmulos desnecessários. “Na terminologia da qualidade denominamos esta ação de “bloqueio de causas”. Sentido amplo: “Utilizar os recursos disponíveis com equilíbrio, evitando ociosidades e carências. ” Sentido restrito para ação imediata: “Manter no ambiente focado somente os recursos necessários. ”” (Senai - SP, 2005) Tabela 3- Separação e seleção dos itens Identificação Providências Usado a todo momento Deixar no próprio local de uso Usado todo dia Deixar próximo ao local de uso Usado toda semana Deixar em um local de fácil acesso, mas não há a necessidade de deixar no local de uso ou próximo ao local de uso Quando não é necessário Descartar Fonte: Do grupo, 2017 9.4. 4º S – SENSO DE ORDENAÇÃO (SEITON) Após a liberação de espaço no ambiente, executado com a aplicação do seiri, as coisas que ficaram para uso devem ser disponibilizadas de uma forma lógica e coerente para que quando forem utilizados sejam usados de forma rápida, segura e organizada. “Organização, s.f. Ação ou efeito de organizar, de pôr em estado de funcionar; organismo; constituição física. ” (Grande dicionário da língua portuguesa 1986, p.554) Os materiais devem ser identificados para que quando estiverem fora de seu lugar possam ser realocados rapidamente. Para a definição do local apropriado deve-se ser adotado o critério de facilidade de retorno ao local de origem após o uso. Segundo Ribeiro (1997, p.99) “Guardar as coisas necessárias, de acordo com a frequência de utilização, com o objetivo de facilitar o acesso e a reposição. ” 29 9.5. 5º S – SENSO DE LIMPEZA (SEISO) Mais importante do que limpar é não sujar. Este senso é responsável pela manutenção da boa aparência do ambiente, em ambientes limpos há uma melhor produtividade e uma motivação maior para se realizar as tarefas. Segundo Osada (1992) o importante é manter o local de trabalho sempre limpo, pois não é possível viver bem e fazer um bom trabalho em um ambiente sujo. O objetivo principal é ter em mente que o importante é não sujar. É de extrema importância que além de se fazer a limpeza, seja identificada a fonte da sujeira, para que assim seja bloqueada. 9.6. 6º S – SENSO DE HIGIENE (SEIKETSU) Este senso tem como finalidade manter os outros três sensos anteriores (Seiri, Seiton, Seiso), criando assim padrões individuais e coletivos. Neste senso também é identificado e eliminado tudo o que coloca em risco a segurança. “Além do ambiente de trabalho, o asseio pessoal acaba também melhorando, pois, os funcionários tendem, naturalmente, a incorporar hábitos mais sadios quanto à higiene pessoal e aparência, por não quererem destoar do ambiente limpo e agradável no qual trabalham. ” (Ballestero-Alvez,2001, p.300) É necessário que se tenha perseverança para a execução e manutenção deste senso. As pessoas devem mudar seus hábitos e rotinas que interferem na manutenção dos sensos anteriores, pois se não houver perseverança, rapidamente volta-se ao estágio inicial, quando não era feita a implementação do sistema de melhoria contínua. 9.7. 7º S – SENSO DE AUTODISCIPLINA (SHITSUKE) Este senso pode ser considerado o mais difícil de se alcançar. Não se trata de apenas uma obediência às normas e regras, este senso é desenvolvido a partir de exercícios de respeito a si mesmo e aos outros. Conforme Bertaglia (2005), A disciplina é um hábito de seguir normas, regras, procedimentos. Esse hábito é o resultado de um exercício sendo de força moral, mental e física. 30 As normas devem ser seguidas por todos, e devem ser revisadas periodicamente, onde todos possam dar sua opinião para que se tenha uma melhoria contínua no ambiente. É importante que se tenha união para que se chegue a este senso com perfeição, pois se alguma parte do ele se enfraquecer todo o resto da equipe fica comprometida e assim fica mais fácil retornar ao ponto de partida. 9.8. 8º S – SENSO DE ECONOMISA E COMBATE AO DESPERDÍCIO (SETSUYAKU) Da mesma forma que nas empresas, dentro de casa não se pode dar ao luxo do desperdício, seja no reaproveitamento de itens que teriam sido descartados ou até mesmo no desperdício de espaço. Quando os outros sete sensos já estão incorporados nas atitudes dos indivíduos, estas sentem-semotivadas para dar continuidade a melhorias e prosseguindo com modificações, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Para o sucesso deste Senso, é essencial o estabelecimento de um plano de combate aos desperdícios com as seguintes etapas: 1- Ampla campanha promovida pela alta administração. 2-Reunião entre diretores, gerentes e supervisores. 3-Divisão da empresa em setores de atuação e escolha dos líderes de grupos de sugestões. 4-Coleta de sugestões e ideias. Todas devem ser aceitas e nenhuma descartada antes de uma análise detalhada. 5-Análise das sugestões, separando-se as de execução simples e imediata das que necessitam estudos projetos e investimentos. Neste caso deve-se fazer uma análise de custo x benefício. 6-Execução das melhorias. 7- Avaliação dos resultados. 8-Divulgação dos resultados. 9- Recompensa e elogios aos autores das sugestões.(Abrantes, 1997) Para proporcionar a economia e o combate de desperdícios dentro de casa planilhas, listas, gráficos e tabelas irão auxiliar no controle dos gastos, lembretes de não se esquecer de pagar as contas, levar lista de compra ao supermercado, na cozinha deve-se evitar o desperdício fazendo receitas que aproveitem ao máximo o alimento. Aplicativos como o Organizze irão auxiliar no combate ao desperdício. Não são ferramentas que irão combater o desperdício, elas apenas colocam a vista os pontos a serem melhorados e gastos a serem evitados. 31 10. PESQUISA DE CAMPO A pesquisa de campo foi realizada por meio da plataforma de internet Google Forms (no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScdj6R_uUYEETrZByx- 41eGC6QHINwQ7wANGvO6oQ5hmeDwJw/viewform). O link ficou ativo por 3 semanas onde foram obtidas respostas de 100 pessoas. A pesquisa foi dividida em 3 partes: na primeira parte identificava quantos cômodos e quantas pessoas moravam na mesma casa que o entrevistado, os entrevistados que deram como resposta “moro sozinho(a)” foram direcionados à pergunta 3 da segunda parte da pesquisa, pois as duas primeiras perguntas se tratavam respectivamente do senso de determinação e união e do senso de treinamento, a segunda parte da pesquisa tratava-se de perguntas que tinham em seu cerne conceitos dos 8 sensos, na terceira parte as perguntas tiveram como objetivo mensurar se os entrevistados sabiam o que era o método 5’s e se conheciam o método 8’s.Esta pesquisa teve como objetivo identificar se os entrevistados aplicavam algum dos conceitos do método 8s, se conheciam os métodos 5’s e 8’s. Gráfico 1- Quantos cômodos têm a sua casa, incluindo: varanda, lavanderia e garagem? Fonte: Do grupo, 2017 Dos 100 entrevistados 56% moram em casas que têm de 6 – 9 cômodos, isto incluindo a varanda, lavanderia e garagem, 21% têm em sua residência de 2 – 5 cômodos, 17% têm de 10 – 13 cômodos em sua casa e 6% dos entrevistados moram em casas que tenham 14 ou mais cômodos. 21% 56% 17% 6% Quantos cômodos têm a sua casa, incluindo: varanda, lavanderia e garagem? 2-5 6-9 10-13 14 ou mais 32 Gráfico 2- Quantas pessoas moram na mesma casa que você? Fonte: Do grupo, 2017 Das 100 pessoas que responderam ao questionário apenas 2% moram sozinhas e outros 2% moram acompanhados de 7 pessoas ou mais, 50% dos entrevistados moram acompanhados com mais 1 – 3 pessoas, as pessoas que moram com 4 – 6 ocupam 46% dos resultados. As pessoas que moram sozinhas foram direcionadas automaticamente para a pergunta 5, pois as perguntas 3 e 4 foram destinadas a pessoas que moram com outras pessoas. 2% 50% 46% 2% Quantas pessoas moram na mesma casa que você? Moro sozinho(a) 1-3 4-6 7 ou mais 33 Gráfico 3- Na sua casa há união para a realização das atividades domésticas? Fonte: Do grupo, 2017 Esta pergunta se refere ao senso de Determinação e União. Das pessoas que responderam esta pergunta 66% disseram que há união para a realização das tarefas domésticas enquanto 34% disseram que não há união na hora de realizar as atividades domésticas. Gráfico 4 - Todos em sua casa "falam a mesma língua" em relação a organização do ambiente? Fonte: Do grupo, 2017 O senso desta pergunta é o de Treinamento. Dos entrevistados que responderam esta pergunta 51% tem em seu ambiente domiciliar pessoas que “falam a mesma língua” na hora de organizar o ambiente enquanto 49% não. 66% 34% Na sua casa há união para a realização das atividades domésticas Sim Não 51% 49% Todas em sua casa "falam a mesma língua" em relação a organização do ambiente? Sim Não 34 Gráfico 5- Em sua casa é feita a separação de objetos que são necessários dos que não são necessários? Fonte: Do grupo, 2017 A partir desta pergunta as pessoas que moram sozinhas voltaram a responder o questionário. Dos 100 entrevistados 56% separam os objetos necessários dos que não são necessários dentro de suas casas, enquanto 44% não tem o mesmo hábito. Esta pergunta refere-se ao senso de organização. Gráfico 6- Em sua casa os objetos são guardados de acordo com sua frequência de utilização? Fonte: Do grupo, 2017 Esta pergunta refre-se ao senso de ordenação e 66% dos entrvistados adotam o sistema de guardar os objetos de acordo com sua utilização em suas casas, e 34% não adotam este método. 56% 44% Em sua casa é feita a separação de objetos que são necessários dos que não são necessários Sim Não 66% 34% Em sua casa os objetos são guardados de acordo com sua frequência de utilização? Sim Não 35 Gráfico 7- É possível identificar a fonte da sujeira (excluindo poeira) e da desordem em sua casa? Fonte: Do grupo, 2017 O senso de limpeza prega que além de ser feita a limpeza deve-se identificar e bloquear tudo aquilo que traz desordem ao ambiente. Das 100 pessoas que responderam o questionário 84% consegue identificar em seus lares tudo aquilo que possa sujar e trazer a desordem excluindo a poeira, pois está sempre presente, enquanto 16% não conseguem identificar o que suja e causa desordem em suas casas. 84% 16% É possível identificar a fonte da sujeira (excluindo poeira) e da desordem em sua casa ? Sim Não 36 Gráfico 8- Na sua casa é possível identificar e eliminar rapidamente tudo o que coloca em risco a segurança dos moradores? Fonte: Do grupo, 2017 Na casa de 85% dos entrevistados é possível identificar e eliminar tudo o que coloca em risco dos moradores, 15% dos entrevistados não conseguem identificar para eliminar o problema. Esta pergunta está relacionada ao senso de saúde. Gráfico 9- Você se considera uma pessoa disciplina tratando-se de regras de boa convivência? Fonte: Do grupo, 2017 Dos 100 entrevistados 74% se consideram disciplinados vivendo com outras pessoas, já 26% dos entrevistados não se consideram disciplinados. Esta pergunta refere-se ao senso de autodisciplina. 85% 15% Na sua casa é possível identificar e eliminar rapidamente tudo o que coloca em risco a segurança dos moradores? Sim Não 74% 26% Você se considera uma pessoa disciplinada tratando-se de regras de boa convivência? Sim Não 37 Gráfico 10- Na hora da compra é priorizada a economia ou a qualidade? Fonte: Do grupo, 2017 A maior parte dos entrevistados, 52% prezam mais pela economia na hora de realizar compras, já 48% dos entrevistados prezampela qualidade. O “S” referente a esta pergunta é o de Economia e Combate ao desperdício. Gráfico 11- Você sabe o que é o método 5’s? Fonte: Do grupo, 2017 Pode-se observar que 69% dos entrevistados não sabem o que é o método 5’s e 31% dizem saber o que é este método. 52% 48% Na hora da compra é priorizada a economia ou a qualidade? Economia Qualidade 31% 69% Você sabe o que é o método 5s ? Sim Não 38 Gráfico 12- Se sim, explique o que é este método Fonte: Do grupo, 2017 Foi pedido para que as pessoas que responderam “sim” na pergunta anterior para que definisse o que é o método 5’s, porém nem todos realmente sabem o que é este método, para a elaboração deste gráfico as respostas foram analisadas entre “Soube definir” e “Não soube definir”, onde apenas 39% das pessoas souberam definir o que é o método 5’s enquanto 61% não souberam definir. As respostas obtidas foram: É um jeito de organização pra ter tudo em ordem Método que ajuda disciplinar um local Métodos de organização e limpeza em qualquer local Método de organização do ambiente Método de organização, limpeza, manter o ambiente limpo, e descartar tudo aquilo que não é necessário. Metodo de organização É um metodo japones que ajuda na organizacao 5s é uma técnica chinesa ou japonesa de organização É uma ferramenta que nos ajuda a diminuir o disperdicio e o espaço focando na eficiencia operacional 5 S É um método criado pelos japoneses para evitar desperdício, comprar somente o que for utilizar 39% 61% Se sim, explique o que é este método Soube definir Não soube definir 39 Como ter uma boa convivência questão de limpeza E um metodo que foi criado no Japao, para organizacao das empresas metodo de organização Refere se a sensos dentro da organizacao O método japonês sobre organização Senso de organização, limpeza, saúde e entre outros Senso de organização, limpeza, saúde e entre outros Senso de utilização: separar o util do inutil. senso de organizacao: identificar e organizar os materiais. senso de limpeza: manter o ambiente limpo. senso de padronização e saúde: padronização de cores, iluminação, placas....e senso de autodisciplina: tornar os outros 4 sensos em hábito. É uma metodologia para se ter uma organização em determinados lugares, tanto na sua casa ou em empresas É um programa que visa se aproximar da qualidade total, aprimorando 5 pontos base, a disciplina, higiene, limpeza, utilização e organização. É um método de organização e reciclagem Método de organização É um método de organização e limpeza dentro da empresa Métodos de limpeza e organização São 5 etapas de organização, disciplina e limpeza São conceitos criados no Japão chamados de (Senso), pra ajudar a melhor o ambiente de trabalho ou ambiente domiciliar, tem o senso de limpeza, saúde, organização, disciplina É um método de organização do ambiente É um metodo de organização e disciplina saõ tecnicas de organização é um metodo no qual organizamos, separamos e assim, mantemos a ordem e a funcionalidade do ambiente. 40 Gráfico 13 - Você conhece o método 8’s? Fonte: Do grupo, 2017 Apenas 2% dos entrevistados conhecem o método 8’s enquanto 98% dos entrevistados não conhecem. 10.1. CONCLUSÃO DA PESQUISA Apesar de aplicaram seus conceitos, muitas pessoas não conhecem o método o que é o método 8’s. Algumas pessoas dizem ter conhecimento do método 5’s mas na verdade muitas confundem como apenas organização ou limpeza, mas o 5’s vai muito além de um episódio de mutirão de organização e limpeza. 11. PROBLEMAS NA CONSERVAÇÃO DE BENS DE CONSUMO NÃO DURÁVEIS NA FAMÍLIA E RISCOS À SEGURANÇA Bens são valores sendo eles materiais ou imateriais. Podem ser classificados em: móveis, corpóreos e incorpóreos, fungíveis e infungíveis, consumíveis e inconsumíveis, divisíveis e indivisíveis, singulares e coletivos, comercializáveis ou fora do mercado, principais ou acessórios, e públicos ou particulares. Os bens de consumo são aqueles usados pelas pessoas isoladamente ou pelas famílias, podendo ser eles divididos em duráveis ou não duráveis. Os bens de consumo que são comercializados em cada país representam o padrão de vida da população e também permitem qualificar os gostos e as 2% 98% Você conhece o método 8s? Sim Não 41 características da sociedade. Segundo dados do IBGE a despesa de consumo das famílias caiu 4,2% em 2016, segundo a coordenadora de contas nacionais do instituto este índice foi afetado por conta da piora no mercado de trabalho, outros fatores que motivaram a queda do índice segundo ela foi o constante recuo das operações de crédito e os juros de 2016 acima do patamar de 2015. O consumo das famílias tinha caído 3,9% no ano de 2015 e teve uma piora nos três primeiros meses do ano de 2016. Os bens de consumo duráveis são aqueles que podem ser utilizados por um tempo relativamente longo, como por exemplo: casas, automóveis, eletrodomésticos, etc. Já os bens de consumo não duráveis são aqueles que são utilizados por um curto período de tempo ou poucas vezes tendo como exemplos: alimentos, produtos de limpeza, roupas, etc. Grande parte das pessoas acumulam objetos em casa e acabam não tendo espaços para armazenar. Manter a ordem é necessário para economizar tempo na procura de tais objetos. Portanto, é fundamental aproveitar ao máximo todo e qualquer espaço dentro destes ambientes. Algumas pessoas tendem a amontoar pertences, armazenam artefatos de vários tipos, muitas vezes por razões sentimentais, outras por pensarem que em algum instante poderão utilizá-los, e outras, somente, por preguiça. A casa acaba ficando repleta de entulhos, gerando um ponto critico e se tornando impossível de habitar, andar ou ao menos fazer qualquer outra atividade como cozinhar, dormir ou limpar, pois os lugares estão cheios de materiais e lixos, que acabam virando verdadeiros montes de bagunça, trazendo roedores e insetos e prejudicando a saúde. Aglomeração excessiva de bens materiais não faz bem nem para o psicológico, nem para o físico, sendo capaz de acarretar sérios efeitos para a saúde como sinusite, renite, ansiedades, fobias e medos. Como principais problemas, em relação a falta de organização, podem – se citar: Dificuldades em encontrar objetos; Aumento de compras irrelevantes; Estresse ao procurar algo e não encontrar; Menor agilidade no trabalho; 42 Danificação no aspecto visual dos ambientes; Falta de espaço. 11.1. PREVENÇÃO DE ACIDENTES DOMESTICOS Acidentes domésticos são comuns no dia a dia, mesmo com todo o cuidado tomado por meio dos membros da casa, porém existem situações e objetos que podem desencadear um acidente, principalmente se for com crianças ou idosos. Segundo dados disponibilizados pelo Instituto Doutor José Frota (IJF), localizado em Fortaleza – Ceará, entre os meses de janeiro do ano de 2017 à junho de 2017 foram realizados 15.240 atendimentos por ocasião de acidentes domésticos sendo 7.290 com crianças de 0 a 14 anos de idade, sendo uma média de 1.270 ocorrências por mês. Por meio de dados apresentados na Cartilha de Acidentes Domésticos, disponibilizada virtualmente pela PROTESTE Associação de Consumidores em outubro de 2013, as estatísticas em relação a acidentes infantis são as seguintes: Tabela 4- Acidentes domésticos em relação à mortalidade Idade(anos) 1º lugar 2º lugar 3º lugar 4º lugar 5º lugar < de 1 Sufocação Passageiro de Veículo Queda Afogamento Queimadura com fogo De 1 a 4 Afogamento Atropelamento Passageiro de Veículo Sufocação Queimadura com fogo De 5 a 9 Afogamento Atropelamento Passageiro de Veículo Queda Sufocação De 10 a 14 Afogamento Atropelamento Passageiro de Veículo Andar de bicicleta Queda Fonte: Cartilha de Acidentes Domésticos, PROTESTE Associação de Consumidores, out. 2013 43 Tabela 5- Acidentes domésticos em relação à hospitalização Idade (anos) 1º lugar 2º lugar 3º lugar 4º lugar 5º lugar < de 1 Queda Queimaduras com líquidos quentes ou outras fontes de calor Choque elétrico Atropelamento Queimadura com fogo De 1 a 4 Queda Queimaduras com líquidos quentes ou outras fontes de calo Choque elétrico Atropelamento Queimadura com fogo De 5 a 9 Queda Choque elétrico Atropelamento Andar de bicicleta Sufocação De 10 a 14 Queda Choque elétrico Atropelamento Andar de bicicleta Envenenamento por plantas e animais venenosos Fonte: Cartilha de Acidentes Domésticos, PROTESTE Associação de Consumidores, out. 2013 11.1.1. Como evitar acidentes domésticos: Cozinha Não deixe crianças sozinhas neste cômodo, quando estiver cozinhando mantenha as crianças longe sob cuidados de outro adulto; Mantenha as facas bem guardadas longe do alcance das crianças, se este ou outros objetos pontiagudos forem colocados em locais altos, para a proteção de todos os membros da casa deve-se ser espetado em um pedaço de isopor ou algum outro tipo de material, para que assim caso este objeto caia não machuque ninguém; Mantenha os produtos de limpeza em locais fora do alcance das crianças e evite colocar em garrafas de bebidas como de refrigerantes; Ambientes sem ou com pouca manutenção na limpeza podem ocasionar acidentes; A mangueira do botijão de gás não deve encostar no fogão, evitando assim que derreta com o calor do eletrodoméstico e ocasionando em um incêndio. Deve-se verificar regularmente a validade da mangueira e registro do botijão de gás, caso esteja com o prazo de validade vencido troque o mais rápido possível; 44 Se por acaso ocorrer vazamento de gás não acenda nenhuma lâmpada, pois há risco de explosão, se ocorrer vazamento deve-se abrir portas e janelas para que o gás disperse, após este procedimento busque a causa do vazamento; Antes de lavar ou encerar o piso deste ou de qualquer outro cômodo, bloqueie o acesso do local, e procure sempre usar calçado antiderrapante para minimizar os riscos de queda; Use sempre luvas ou pegadores quando for manipulador algo que estiver no forno, evite usar panos de prato ou panos finos para esta função; Vire sempre os cabos das panelas quentes para dentro do fogão, para evitar que esbarrem nelas e acabe tendo um episódio de queimadura; Mantenhas as sacolas e sacos longe das crianças, pois elas podem tentar brincar e acabar se sufocando; Fósforos e álcool devem manter distância do fogão; Não faça o uso de tolhas de mesa muito grande caso haja crianças pequenas na casa, elas podem acabar puxando a toalha e assim derrubar todos os objetos que estão em cima de seu próprio corpo. Piscinas, jardins e áreas de lazer Se na casa houver crianças, às piscinas devem permanecer fechadas. Proteger a área da piscina com cercas de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou travas que dificultem o acesso. Os afogamentos de crianças são constantes, então todo cuidado e pouco; Nunca deixe que crianças brinquem em lajes. As quedas são quase sempre fatais; Oriente que as pipas sejam empinadas apenas em locais abertos e longe de fios elétricos; Tire os cachecóis e capuzes das crianças antes que elas comecem a brincar para evitar os riscos de estrangulamentos; O tanque de roupas deve ter fixação adequada e deve-se evitar encher até seu limite; 45 Tome muito cuidado com plantas que são tóxicas. No Brasil 60% dos casos de intoxicação por plantas ocorrem com crianças menores de 9 anos, e 80% delas são por acidente. Cada planta pode trazer uma consequência diferente. Janelas, escadas, corredores Coloque telas ou grades de proteção para evitar quedas em janelas de prédios. Não limpe janelas pelo lado de fora. Para esse tipo de serviço contrate profissionais; Certifique-se que todas as janelas que crianças tem acesso se mantenham trancas quando não há um adulto por perto; Use grades de proteção no topo e na base das escadas; Não deixe objetos espalhadas em escadas; Os corredores devem estar sempre iluminados, sem tapetes ou outros objetos que possam obstruir a passagem; Se houver tapete na escada deve-se fixa-lo; De preferência colocar corrimão dos dois lados da escada para prevenir escorregões e para dar apoio principalmente para idosos e pessoas com necessidades especiais. Banheiro Caso haja banheira, tenha muito cuidado e sempre supervisione as crianças, um simples descuido pode levar ao óbito por afogamento; Use tapetes antiderrapantes na área interna do banheiro. Isso evitará escorregões, e possíveis acidentes; Deve-se fazer o aterramento do chuveiro para se evitar os contatos elétricos; Deve-se evitar subir no vaso sanitário, essa atitude pode causar graves lesões; Evite o uso de aparelhos eletrônicos quando estiver com o corpo molho, evitando assim possíveis descargas elétricas; 46 Instale barras de segurança no banheiro caso haja pessoas idosas na residência ou que a viste regularmente, as barras devem ficar próximas ao vaso e na área abaixo do chuveiro; As escovas de dentes devem ser mantidas bem guardas para evitar contaminação por bactérias lançadas pela descarga do vaso sanitário. Sala Objetos de decoração como bibelôs e porta-retratos devem ser mantidos fora do alcance de crianças, e evitados pois pode correr o risco de serem quebrados e ocasionar ferimentos com seus resíduos; Verifique a situação das instalações elétricas neste cômodo e nos outros. Fios desencapados são perigosos; Não use benjamins ou extensões, muitos aparelhos ligados na mesma tomada pode ocasionar sobrecarga e curto-circuito na fiação. Se utilizar extensões evite deixa-las esticadas, ou então fixe-a no chão com fita para que não haja o risco de os membros da casa tropeçarem; Todos eletrodomésticos devem ficar longe de líquidos; As tomadas devem ser protegidas por tampas apropriadas, esparadrapos, fita isolante, ou escondida por móveis; Opte por móveis que tenham pontas arredondadas; Evite mesas de centro ou tapetas caso haja idosos ou crianças pequenas na casa. Móveis leves, como bancos cadeiras ou até mesmo mesas, podem ser perigosos quando utilizados para subir; Opte por cortinas ou persianas sem cordas para evitar o estrangulamento pelas crianças. Quartos Instale prateleiras longe da cama; Verifique a qualidade das maçanetas, tanto as crianças como os adultos podem ficar trancados acidentalmente em cômodos; Se possível não compre beliches; 47 Guarde itens pesados em gavetas e prateleiras baixas. 12. CICLO PDCA A ferramenta de melhoria contínua, conhecido por PDCA, foi criado na década de 30 por Walter A. Shewart, porém se popularizou por meio de William Edward Deming na década de 50, que aplicou no Japão pós – Segunda Guerra Mundial.Este método é utilizado como uma ferramenta de planejamento muito utilizado nos setores de gestão da qualidade das empresas, podendo ser adaptado para outros ambientes também. A sigla PDCA significa: Plan, Do, Check e Act, que significam: Planejar, Executar (Desenvolver, Fazer), Verificar (Checar) e Agir (Atuar). Figura 1 - Ciclo PDCA Fonte: O Ciclo PDCA e a melhoria contínua Disponível em: http://www.sobreadministracao.com/o-ciclo-pdca-deming-e-a-melhoria-continua/ O Plan-Do-Check-Act – PDCA – é a descrição da forma como as mudanças devem ser efetuadas numa organização de qualidade. Não inclui apenas os passos de planejamento e de implementação de uma mudança, mas também o de verificar se as alterações produziram a melhoria desejada ou esperada, de forma a ajustar, corrigir ou efetuar uma melhoria adicional com base nesse passo de verificação. (BERTAGLIA, 2005, p.411) 48 Este procedimento serve tanto para a aplicação de novas ideias quanto para resolução de possíveis falhas. O ciclo tem início com a definição de um plano, baseado em diretrizes ou políticas da empresa. Segundo Campos (2004), as etapas da fase PLAN são subdivididas em cinco: 1) Identificação do problema; 2) Estabelecimento de metas; 3) Análise dos fenômenos; 4) Análise dos processos; 5) Elaboração de um plano de ação. 1) Identificação do Problema: é executado todas as vezes que a organização se encontrar um resultado/efeito indesejado, oriundo de um processo. 2) Estabelecimento de metas: o problema será sempre a meta não alcançada, sendo a diferença entre o resultado atual e um resultado desejado. Toda meta deverá sempre ser constituída de três partes - objetivo gerencial, prazo e valor. 3) Análise dos fenômenos: análise detalhada do problema encontrado e suas peculiaridades, por meio de fatos e dados coletados. 4) Análise dos processos: busca das causas mais importantes que ocasionam o problema, através da análise das características importantes. 5) Elaboração de um plano de ação: é o resultado de todas as ações da fase PLAN em que estão contidas, em detalhes, todas as ações que deverão ser tomadas para se atingir a meta proposta inicialmente. Para sua elaboração a metodologia mais indicada é 5W1H/5W2H, uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer ambiente que esteja sendo feito um planejamento. Esta técnica é feita em forma de questionamentos: What? (o que?), Who? (quem?), When? (quando?), Where? (onde?), Why? (por que?), How? (como?), How much? (quanto custa?). DO Esta etapa refere-se à execução do plano, que consiste no aperfeiçoamento dos envolvidos, a aplicação propriamente dita e o recolhimento de dados para posterior análise. 49 Essa etapa se subdivide em duas partes: 1) Treinamento: Nesta etapa, é feita a divulgação a todos os que estão envolvidos no processo, para que eles tomem ciência do que está sendo feito. Assim, o plano de ação poderá ser colocado em prática. 2) Execução da ação: Nesta fase devem –se ser realizadas verificações no local, com o objetivo de manter tudo controlado e afastar qualquer tipo de dúvida que possa surgir durante a execução. CHECK O terceiro passo do PDCA é a análise ou verificação dos resultados alcançados e dados coletados. Segundo Slack at al (2002) o estágio C (Check) do ciclo PDCA é o momento onde a nova solução implementada é avaliada, para aferir se o resultado esperado foi alcançado. Ela pode ocorrer ao mesmo tempo que a realização do plano, onde se é verificado se o trabalho está sendo feito da forma correta, ou após a execução, momento em que são feitas análises dos dados e verificação dos itens de controle. ACT Última etapa deste método de melhoria, é caracterizada pela aplicação das medidas corretivas, a correção dos erros que foram encontrados na fase anterior, também pelo processo de padronização das ações executadas. Nesta etapa que se retorna ao inicio do método novamente, gerando assim um ciclo de melhoria contínua. 12.1. IMPLEMENTAÇÃO O novo pode causar um certo desconforto nas pessoas, adotar um novo método pode ser complicado no início, mas após a adoção deste método é importante que se tenha um controle para que ele se mantenha e tenha melhorias. É necessário que se tenham regras e comprometimento de todos os envolvidos. Com a ajuda do Ciclo PDCA, podemos gerenciar melhor as tarefas. 50 Segundo Lobos (1991). No ambiente onde está sendo implementado um processo de Gestão da Qualidade, o aprendizado constante faz parte do trabalho, pois a meta deste é o aperfeiçoamento. A seguir um fluxograma com as fases para a implementação do método 8’s dentro de casas que tenham mais de 1 morador (pessoas que moram sozinhas não realizam a fase 1 pois é voltada a reuniões e discussões em grupo): 51 Figura 2- Fluxograma de implementação do método 8's dentro de casa Fonte: Do grupo, 2017 FASE 1 • Brainstorming para escolha do líder/ coordenador do método 8’s • Comprometimento do líder da casa para a aplicação do método 8’s • Orientação da aplicação dos métodos para todos os membros da residência FASE 2 • Brainstorming para identificar os problemas e suas medidas corretivas • Elaboração da Ata de reunião FASE 3 • Estabelecimento de metas e cronograma • Elaboração de uma rotina para aplicação dos 8’s dentro de casa FASE 4 • Elaboração de um Check list • Implementação do método 8s FASE 5 • Avaliação do resultado final • Manutenção e melhoria contínua do método implantado 52 FASE 1: Durante uma reunião no qual o objetivo é discutir sobre a implantação do método 8’s dentro de casa é necessário que seja elegido um líder ou coordenador, que seja exemplo para os outros membros, para vistoriar as atividades, fazer os apontamentos junto dos outros membros do que deve ser melhorados, além de incentivar todos os outros membros envolvidos no processo. É importante que o líder/coordenador tenha conhecimento deste método de melhoria contínua para que ele possa instruir e ajudar corretamente os outros membros explicando o que e como deve ser feito, quem deve fazer e em quanto tempo. FASE 2: Na mesma reunião no qual o líder/coordenador foi elegido, junto com todos os envolvidos deve-se identificar quais são os possíveis problemas e soluções para estes problemas. Deve-se definir de quanto em quanto tempo serão avaliados os resultados obtidos com a execução do método. É de extrema importância que todos os envolvidos neste projeto de melhoria contínua estejam presentes nesta reunião e que exponham suas opiniões. A utilização de uma Ata para esta reunião é muito importante, pois nela podem ser anotados quais são os problemas descritos e suas soluções encontradas, nesta ata também deve conter quais são as prioridades a serem desenvolvidas e melhoradas. Deve-se dividir a casa em setores e seus membros em grupos que ficarão responsáveis por cada setor, se a casa for pequena (contém no máximo 5 cômodos, incluindo a lavanderia, varanda e garagem) ela fica definida como um único setor. FASE 3: Nesta fase é definido o cronograma das atividades de acordo com cada um dos “S” deste método. A criação de um bom cronograma influenciará diretamente nos resultados obtidos e na satisfação dos envolvidos. O cronograma é feito em forma de planilha onde será definido quem faz o que, quais são os recursos necessários para a realização de cada atividade, em quanto tempo será realizada a atividade, muito mais do que fazer a atividade no tempo certo é fazer comqualidade, caso algo sai do cronograma deve-se ser a analisada a causa do ocorrido e rapidamente corrigido o problema para que não atrapalhe as outras atividades. Existem softwares e aplicativos para celular que facilitam a criação de cronogramas. É nesta fase também que se é elaborada a rotina da implementação do programa de melhoria contínua tendo sido definido na hora do brainstorming qual “S” será aplicado e em qual dia, qual o objetivo de sua aplicação. 53 Segundo Campos (1990) A rotina é a base para implementação das melhorias. FASE 4: Após todo o processo de planejamento nesta fase é elaborado um check list dos sensos operacionais (Utilização, Organização, Limpeza e Saúde) para que assim possa ser economizado tempo e recursos dando prioridade no que está mais trazendo desarranjos no ambiente, após a elaboração e conferência dos itens no check list é colocado em prática cada um dos conceitos dos 8’s de acordo com o cronograma e rotina estabelecidos na fase 3. FASE 5: Nessa fase é avaliado o desempenho de cada pessoa que colaborou, analisados os pontos negativos e positivos sobre o trabalho de cada um, como a colaboração não é um trabalho isolado é também analisada a desenvoltura da equipe, como cada um colaborou para que o trabalho do outro pudesse ser feito com eficácia, promover o desenvolvimento e (estimulá-los) a atingir suas metas. Não se pode considerar como resultado final até porque este é um método de melhoria contínua, com novos problemas a serem solucionados, por isso é importante ser feita manutenção periódica do método no ambiente, até que se torne algo natural. 13. DIA D O Dia D ou Dia da Decisão aconteceu em 6 de junho de 1944, durante a Segunda Guerra Mundial. Este foi o dia em que as tropas Aliadas desembarcaram na Normandia (região noroeste da França) para conter as tropas alemãs. Aproximadamente mais de 155 mil homens participaram desta ação contra a Alemanha que tentava tomar a capital da França. Popularmente a expressão “Dia D” é usada para se referir a uma data especial, planejada e muito esperada. 13.2. IMPLEMENTAÇÃO DO 8’S De acordo com os resultados obtidos com as pesquisas e seguindo os passos de implementação do método 8’s contidos no fluxograma do tópico 12.1 existiu a tentativa de implantar esta ferramenta de melhoria contínua no ambiente domiciliar de um dos membros do grupo, porém sem nenhum resultado obtido, pois houve 54 resistência de um dos chefes da casa em relação a execução desta técnica, onde não foi possível realizar ao menos a Fase 1 da Implementação seguindo as informações do fluxograma elaborado pelo grupo. Tendo em visto o fato ocorrido constatou-se que uma das grandes dificuldades na implantação de métodos de melhoria contínua em certos ambientes é a resistência de novas técnicas, sendo desde o nível operacional até a alta administração. 14. MANUTENÇÃO, AVALIAÇÃO, E SUSTENTAÇÃO DO MÉTODO 8’S Por ser um programa que se tem por objetivo a melhoria contínua faz – se necessária a manutenção desta técnica a fim de barrar qualquer atividade ou atitude que atrapalhe a execução do método, e também para que seja melhorado cada vez mais, bem como uma nova cultura para os membros da casa. A manutenção deve ser realizada em todo reunião de avaliação do método, neste momento todos os envolvidos devem dar sugestões de possíveis melhorias e apontando os principais erros e dificuldades encontrados ao longo da realização das tarefas. Como esta atividade é intrínseca, o líder/coordenador do 8’s dentro da casa onde está sendo implantado deve sempre procurar motivar e estar à disposição para debater com os envolvidos, para que assim o método se torne mais produtivo, eficiente e eficaz. Todos os sensos e membros devem ser avaliados, seja diariamente, mensalmente ou bimestralmente, sendo atribuídas notas para que se possa ter um índice quantitativo e estatístico de onde está vindo a maior dificuldade. Após a avaliação e apresentação dos resultados, deve-se cruzar os dados de antes da implementação e após a implementação, para que assim possam ser observados e comparados. É importante que antes da implementação do método devam ser levantados diversos índices sendo um deles o consumo da família, para que assim mais tarde possa ser utilizado como dado comparativo de antes e depois do projeto. A partir do momento em que todos os membros da casa já entenderam todos os processos e executam de uma forma natural, sem que haja cobrança do líder/coordenador ou de outros membros, estes já estão cientes e consegue enxergar os benefícios da aplicação desta ferramenta, sendo assim sua sustentação será de forma espontânea. 55 15. CONCLUSÃO O desenvolvimento do presente trabalho possibilitou a análise de como um método de melhoria contínuo pode ser aplicado fora do mundo coorporativo e ser adaptado para o ambiente domiciliar. Além disso, permitiu a realização de uma pesquisa de campo para obter dados sobre o nível de conhecimento de uma amostra de pessoas sobre o tema abordado, de modo geral, a grande maioria das pessoas que participaram da pesquisa de campo aplicam alguns dos conceitos do método 8’s em seu dia – a – dia. Foram – se elaboradas técnicas de como deve –se implementar o método 8’s no ambiente domiciliar, com o objetivo de trazer melhorias no local onde seria implementado. Apesar de ter atingido os objetivos do trabalho tinha –se como desafio de o grupo aplicar este método na casa de um de seus integrantes, porém não foi possível a aplicação pois houve resistência de um dos chefes da casa sobre a execução do método apesar de ser uma ferramenta que otimizaria as atividades diárias do lar. A aplicação do método 8’s no ambiente domiciliar traz grandes benefícios para os que habitam o local em que está sendo feita sua aplicação, deixando o ambiente mais organizado, seguro, melhorando a convivência e hábitos dos envolvidos e fazendo com que a qualidade de vida melhore, tudo isso sendo com o menor custo possível ou até mesmo sem custo algum. 56 REFERÊNCIAS ABRANTES, José. Programa 8S: Ferramenta para a economia e combate aos desperdícios na indústria. Dissertação de Mestrado (M. S.c.). CEFET/RJ, Rio de Janeiro, Brasil, 1997. ABRANTES, José. Programa 8S. Da alta administração a linha de produção: o que fazer para aumentar o lucro. Uma base para a filosofia seis sigma. Rio de Janeiro: Interciência, 2001. ADMINISTRADORES.COM. Relatório de implantação do programa 5s. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-financas/relatorio-de- implantacao-do-programa-5s/62379/>. Acesso em: 13 jun. 2017. BLOG DA QUALIDADE. Programa 8s. Disponível em: <http://www.blogdaqualidade.com.br/programa-8s/>. Acesso em: 16 mai. 2017. CAMPOS, Vicente Falconi. Gerência de qualidade total estratégia para aumentar a competitividade da empresa brasielira. Belo Horizonte: Bloch - Fundação Christiano Ottoni, 1990. 187 p. CAMPOS, Vicente Falconi.:TQC – Controle de Qualidade Total (no estilo Japonês). Belo Horizonte Brasil. 8ª Edição. Editora de Desenvolvimento Gerencial – 1999. CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM FOCO. Recursos materiais (administração). Disponível em: <http://cienciatecnologiafoco.blogspot.com.br/2014/10/recursos- materiais-administracao.html>. Acesso em: 23 out. 2017. CITISYSTEMS. Programa 5s nas empresas, conceito, implantação e auditoria.. Disponível em: <https://www.citisystems.com.br/programa-5s-empresas-conceito- implantacao-auditoria/>. Acesso em: 23 mai. 2017. DAVIS, Keith;
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