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Cálculo Numérico Prof. Aparecido J. de Souza Prof. Moisés Dantas dos Santos Localização de Raízes de equações e o Método da Bisseção. Zeros (ou raizes) da equação f (x) = 0 Hipótese. Seja f : [a,b]⊂ R→ R contínua. Definição. Um número real ξ é um zero (ou raiz) da equação f (x) = 0 se f(ξ ) = 0 estiver satisfeita. Além disso, ξ é um zero de ordem m, se f (ξ ) = f ′(ξ ) = · · ·= f (m−1)(ξ ) = 0 e f (m)(ξ ) 6= 0. Teorema do valor intermediário. Seja f uma função contínua em [a,b]. Se f (a)× f (b) < 0 (isto é, se f (a) e f (b) tiverem sinais contrários), então há pelo menos um zero de f (x) = 0 em [a,b]. Obs. Se f ′ não mudar de sinal em [a,b], então o zero é único (a função f é monótona crescente ou decrescente). Pesquisa de zeros. Faz-se uma análise teórica através dos teoremas básicos, tabelas e gráficos para verificar intervalos onde há mudança de sinal nos valores de f . Zeros (ou raizes) da equação f (x) = 0 Exemplo 1. Seja f (x) = x3−9x + 3. Tabela de valores (apenas os sinais): f(−100) < 0, f(−10) < 0, f(−5) < 0, f (−3) > 0, f (−1) > 0, f (0) > 0, f(1) < 0, f(2) < 0, f (3) > 0, f (4) > 0. Assim, foram detectadas 3 trocas de sinais indicando a presença de três raizes e o Teorema do Valor Intermediário indica uma no intervalo [−5,−3], outra no intervalo [0,1] e outra no intervalo [2,3]. Zeros (ou raizes) da equação f (x) = 0 Exemplo 1 (cont.). Seja f (x) = x3−9x + 3. Foram detectadas três raizes: uma no intervalo [−5,−3], outra no intervalo [0,1] e outra no intervalo [2,3]. Veja o gráfico de f , para x ∈ [−5,5]. Métodos Numéricos para aproximação de um zero. Hipótese. Seja f : [a,b]⊂ R→ R contínua. Suponha que a equação f (x) = 0 possua um único zero x = ξ com ξ em (a,b). Objetivo. Obter uma sequência de aproximações sucessivas xk de ξ , k = 0, · · ·N, até atingir uma aproximação x¯ de ξ com a precisão requerida. A precisão para a aproximação x¯ do zero ξ é determinada pela tolerância TOL prescrita. Normalmente toma-se TOL = 10−m, em que m é o número de casas decimais que queremos corretas na aproximação obtida. Sobre a prescrição da precisão na aproximação. Prescrição em x . • |xk+1−xk |< TOL (Erro Absoluto). Não é aconselhável se a função f (x) tiver grande variação para x próximo de ξ . • |xk+1−xk | |xk | < TOL (Erro Relativo). Não é aconselhável se xk estiver muito próximo de zero. • (Melhoria) |xk+1−xk |< Ck TOL, com Ck = max{1, |xk |}. Sobre a prescrição da precisão na aproximação. Prescrição em f (x). • |f (xk+1)|< TOL. Não é aconselhável se f (x) variar muito pouco para x próximo de ξ . • (Melhoria) |f (xk+1)| L < TOL, com L = |f (x)| para algum x ∈ (a,b) com f (x) 6= 0. Pode-se combinar duas condições. Uma em x e outra em f (x). O Método da Bisseção. Hipótese. Seja f : [a,b]⊂ R→ R contínua. Suponha que a equação f (x) = 0 possua um único zero x = ξ com ξ em (a,b). Ideia. Obter uma sequência de aproximações sucessivas xk de ξ reduzindo o comprimento do intervalo que contém o zero por divisões sucessivas ao meio obtendo subintervalos [ak ,bk ] e tomando xk = ak +bk 2 (o ponto médio de [ak ,bk ]), k = 0, · · ·N, até atingir uma aproximação x¯ de ξ com a precisão requerida. Obs. Mesmo que a equação possua várias raízes, aproxima-se uma de cada vez, delimitando um intervalo adequado para a mesma. O Método da Bisseção Iteração 1: Faça (atribua) a1 = a e b1 = b. Faça (calcule) x1 = a1+b1 2 . Se TOL, então tome x¯ = x1 e FIM. Se não, Se (if) f (a1) f (x1) < 0, então (then) faça a2 = a1, b2 = x1. Se não (else), então faça a2 = x1, b2 = b1. Iteração 2: Faça (calcule) x2 = a2+b2 2 . Se TOL, então tome x¯ = x2 e FIM. Se não, Se (if) f (a2) f (x2) < 0, então (then) faça a3 = a2, b3 = x2. Se não (else), então faça a3 = x2, b3 = b2. E assim sucessivamente .... O Método da Bisseção Algorítmo (não interessa as aproximações intermediárias). 1. Dados iniciais: f (x), a, b, TOL, N. 2. Faça x = a+b2 3. Se TOL, então x¯ = x e FIM; 4. Se não, então faça k = 1 e M = f (a). 5. Enquanto (“while” ou “for”) k ≤ N: 5.1 Se M f (x) < 0, então faça b = x ; 5.2 Se não, então faça a = x e M = f (a). 5.3 Faça x = a+b2 e k = k + 1. 5.4 Se TOL, então x¯ = x e k = N + 2 (FIM); Final do “loop” (“end”), retorne ao passo 5. 6. Se k = N + 1, então “Tolerância não atingida” e FIM. O Método da Bisseção Estimativa do número de iterações via Erro Absoluto em x . Dada TOL > 0 queremos que |xk+1−xk |< TOL. Como |xk+1−xk |< bk −ak = b−a2k , então impomos que b−a 2k < TOL. Daí, 2k > b−aTOL =⇒ klog(2) > log(b−a)− log(TOL). Portanto, a estimativa para o número de iterações é: k > log(b−a)−log(TOL)log(2) . Exemplo 2. Sejam [a,b] = [2,3] e TOL = 10−2. k > log(3−2)−log(10 −2) log(2) = log(1)+2log(10) log(2) ≈ 20.3010 ≈ 6.64 Portanto, são necessárias 7 iterações. O método da bisseção Estimativa do número de iterações. k > log(b−a)−log(TOL)log(2) . Exemplo 3. Determine as estimativas dos números de iterações para obter aproximações dos zeros da função f (x) = x3−9x + 3 dada no Exemplo 1 com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3 = 0.001. Sabemos que esta função f possui três zeros simples. Uma no intervalo [−5,−3], outra em [0,1] e outra em [2,3]. (a) Intervalo [−5,−3]. k > log(−3+5)−log(10 −3) log(2) = log(2)+3log(10) log(2) ≈ 10.9658. Portanto, são necessárias 11 iterações. O método da bisseção Estimativa do número de iterações. k > log(b−a)−log(TOL)log(2) . Exemplo 3(cont.). Determine as estimativas dos números de iterações para obter aproximações dos zeros da função f (x) = x3−9x + 3 dada no Exemplo 1 com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3 = 0.001. (b) Intervalos [0,1] e [2,3]. Como em ambos intervalos temos b−a = 1, então vale a mesma estimativa. k > log(1)−log(10 −3) log(2) = log(1)+3log(10) log(2) ≈ 9.9658. Portanto, são necessárias 10 iterações. O método da bisseção Exemplo 4. Determine as aproximações dos zeros da função f (x) = x3−9x + 3 dada nos Exemplo 1 e 3 com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3. (a) Zero no Intervalo [−5,−3]. Precisamos de 11 iterações . x1 =−4.0 f1 =−25 x2 =−3.5 f2 =−8.3750 x3 =−3.25 f3 =−2.0781 x4 =−3.125 f4 = 0.6074 x5 =−3.1875 f5 =−0.6980 x6 =−3.1563 f6 =−0.0360 x7 =−3.1406 f7 = 0.2880 x8 =−3.1484 f8 = 0.1266 x9 =−3.1523 f9 = 0.0454 x10 =−3.1543 f10 = 0.0047 x11 =−3.1553 = x¯ f¯ =−0.0157 O método da bisseção Gráfico de f (x) = x3−9x + 3, para x ∈ [−5,−3]. x¯ =−3.1553. O método da bisseção Exemplo 4(cont.). Determine as aproximações dos zeros da função f (x) = x3−9x + 3 dada nos Exemplo 1 e 3 com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3. (b) Zero no Intervalo [0,1]. Precisamos de 10 iterações . x1 = 0.5 f1 =−1.375 x2 = 0.25 f2 = 0.7656 x3 = 0.375 f3 =−0.3223 x4 = 0.3125 f4 = 0.2180 x5 = 0.3438 f5 =−0.0531 x6 = 0.3281 f6 = 0.0822 x7 = 0.3359 f7 = 0.0145 x8 = 0.3398 f8 =−0.0193 x9 = 0.3379 f9 =−0.0024 x10 = 0.3369 = x¯ f¯ = 0.0060 O método da bisseção Gráfico de f (x) = x3−9x + 3, para x ∈ [0,1]. x¯ = 0.3369. O método da bisseção Exemplo 4(cont.). Determine as aproximações dos zeros da função f (x) = x3−9x + 3 dada nos Exemplo 1 e 3 com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3. (c) Zero no Intervalo [2,3]. Precisamos de 10 iterações . x1 = 2.5 f1 =−3.8750 x2 = 2.75 f2 =−0.9531 x3 = 2.875 f3 = 0.8887 x4 = 2.8125 f4 =−0.0652 x5 = 2.8438 f5 = 0.4034 x6 = 2.8281 f6 = 0.1670 x7 = 2.8203 f7 = 0.0504 x8 = 2.8164 f8 =−0.0075 x9 = 2.8184 f9 = 0.0214 x10 = 2.8174 = x¯ f¯ = 0.0069 O Método da Bisseção Gráfico de f (x) = x3−9x + 3, para x ∈ [2,3]. x¯ = 2.8174. O Método da Bisseção Exemplo 5. Determine as aproximações dos zeros da função f (x) = x2−sen(x) com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. Pelo gráfico de f (x), há uma raiz no intervalo [−1, 0.5] e outra em [0.5, 2] O Método da Bisseção Exemplo 5(cont.). Determine as aproximações dos zeros da função f (x) = x2−sen(x) com precisão até a terceira casa decimal, via Erro Absoluto em x . Solução. TOL = 10−3. Pelo gráfico de f (x), há uma raiz no intervalo [−1,1/2] e outra em [1/2,2] (a) Zero no Intervalo [−1,1/2]. Precisamos de 11 iterações . Aolicando o método da bisseção obtemos x¯ =−0.00024414 f¯ = 0.00024420 (b) Zero no Intervalo [1/2,2]. Precisamos de 11 iterações . Aolicando o método da bisseção obtemos x¯ = 0.8772 f¯ = 0.00052495
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