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Sistema Renina Angiotensina Aldosterona 
O sistema renina-angiotensina-aldosterona tem como principal função a regulação da pressão 
sanguínea a longo prazo. Para entender por completo como é a fisiologia deste sistema, vamos começar 
imaginando uma situação em que a pressão sanguínea esteja caindo. Um exemplo simples e comum 
nas emergências médicas é a hemorragia. 
Nas hemorragias, há perda de sangue devido ao rompimento de vasos do sistema circulatório e como 
consequência lógica, a diminuição da PA, podendo levar o paciente a um choque hipovolêmico e a 
um possível óbito. Como tentativa de recuperar a pressão e o volume sanguíneo, o sistema renina-
angiotensina-aldosterona é ativado. 
Quem participa do sistema? 
Por ser um sistema complexo e que envolve vários órgãos, é de suma importância entender quem 
participa de todo o processo. São eles: 
1. Sistema Nervoso Central (encéfalo e medula espinal) 
2. Rins 
3. Fígado 
4. Sistema circulatório pulmonar 
5. Córtex das adrenais 
 
Papel do Rim e do SNC na ativação do sistema 
Imaginemos um paciente com uma hemorragia. A perda de sangue causa uma diminuição do débito 
cardíaco e consequentemente a diminuição da perfusão renal (quantidade de sangue chegando aos 
rins). Essa diminuição no volume e pressão é sentida por sensores presentes ao redor das arteríolas 
aferentes dos néfrons. Esses sensores são barorreceptores, formados por células musculares lisas 
alteradas, que tem a capacidade de pressentir essa diferença de pressão nas arteríolas. Esse grupo de 
células tem o nome de células de Polkissen. Quando estas células percebem essa diferença de pressão, 
começam a liberar a enzima renina. Portanto, este grupo de células possuem duas funções: perceber a 
diferença de pressão na perfusão renal e caso ela esteja abaixo do normal, liberar renina. 
Os rins possuem ainda, outro sensor. Desta vez, ao invés de barorreceptores, são quimiorreceptores de 
sódio, que o tempo inteiro estão ‘’medindo’’ a quantidade de sódio no túbulo contorcido distal 
(lembrando que 60-70% do sódio é reabsorvido no túbulo proximal e 20-25% no túbulo distal). Este 
conjunto de células quimioreceptoras é denominado Mácula Densa e está em contato direto com 
células mesangiais de suporte. Estas, por sua vez estão em contato direto com as células de Polkissen, 
citadas acima. O conjunto Células de Polkissen das arteríolas aferentes + células mesangiais de suporte 
+ Mácula Densa no túbulo contorcido distal receberam o nome de APARATO 
JUSTAGLOMERULAR. Observe a figura abaixo para visualizar melhor. 
 
 
Portanto, cada um dos seus 2 milhões de néfrons possui um sensor de pressão e volume sanguíneo e 
um sensor de sódio funcionando o tempo todo incessantemente. 
Já entendemos que os barorreceptores (células Polkissen) são ativados e liberam renina (cuja função 
veremos mais a frente) na arteríola aferente quando percebem uma diminuição no fluxo e pressão 
sanguínea. Agora vamos ver como os nossos sensores de sódio (Mácula Densa) são ativados. 
Retomando: o paciente está perdendo sangue, há diminuição do fluxo sanguíneo e perfusão renal. Por 
este motivo, a taxa de filtração glomerular logicamente diminuirá. Esta diminuição causa também uma 
diminuição na velocidade do fluxo sanguíneo no glomérulo e nos túbulos. Como já citamos, as células 
renais do túbulo proximal captam de 60-70% do sódio filtrado, aproximadamente. Como a diminuição 
da velocidade do fluxo sanguíneo, estas células têm mais tempo de ‘’trabalhar’’ e conseguem captar 
mais sódio. Imagine o seguinte: você está parado dentro de um rio cheio de maçãs sendo levadas pela 
correnteza. Seu trabalho é pegar o maior número de maçãs possível. Em que situação você conseguirá 
pegar mais, com a correnteza rápida ou com a correnteza devagar? Obviamente, a correnteza mais 
lenta pois haverá mais tempo para pegar as maçãs! A mesma coisa acontece com o sódio no túbulo 
proximal. A diminuição na velocidade do fluxo permite maior captação de sódio pelas células renais 
do túbulo proximal, aumentando a porcentagem de absorção (acima dos 60-70% normais). O filtrado 
continua pela alça de Henle e quando chega nos túbulos distais, onde nossos sensores de sódio estão 
presentes (mácula densa), estes percebem que a quantidade de sódio ‘’medida’’ está abaixo dos 20-
25% normais. Este fato faz com que os quimiorreceptores sejam ativados e enviem sinais (liberação 
de prostaglandinas, entre outros) para as células de Polkissen, que respondem liberando mais 
renina para a arteríola aferente. 
Portanto, já discutimos duas maneiras intra-renais de liberação de renina na corrente sanguínea: 
diretamente pelas células de Polkissen e indiretamente pela sinalização da mácula densa. Há ainda 
uma terceira maneira de liberação de renina, desta vez extra-renal, e que acontece antes ainda do 
sangue chegar aos rins. Aqui entra a participação do Sistema Nervoso Central. Vamos ver como 
ocorre. 
Na bifurcação da carótida comum que gera as carótidas interna e externa, encontramos o seio carotídeo 
que nada mais é que um barorreceptor, que além de agir medindo a frequência cardíaca, também tem 
participação na regulação da pressão arterial, nosso tópico de assunto neste artigo. Como já vimos, um 
paciente com hemorragia estará com débito cardíaco diminuído. As carótidas obviamente estão mais 
próximas do coração do que os rins e portanto, o seio carotídeo sentirá a diferença de pressão bem 
antes. Assim neurônios especializados levarão o sinal ao sistema nervoso central, avisando que a PA 
não está num valor regular. Há estimulação simpática e neurônios saindo da medula e que estão em 
contato direto com aparato justaglomerular estimulam este sistema (por norepinefrina e receptores 
beta1 nas células de Polkissen) a produzir mais renina. Este é o teceiro mecanismo de liberação de 
renina no organismo. Portanto, temos 2 mecanismos intra-renais (Polkissen e Mácula Densa) e um 
mecanismo extra-renal sistêmico (seio carotídeo e estimulação simpática) de liberação de renina. 
Depois de entender os mecanismos de liberação desta enzima, vamos agora entender seu papel no 
corpo humano. 
OBS: Os rins e o SNC ainda vão atuar pela ação aldosterona. Esta função está explicada no tópico ‘’A 
Aldosterona e suas funções no organismo’’ 
Papel da Renina, do Fígado e dos Pulmões na 
regulação da PA 
O fígado humano tem uma importante função de síntese de proteínas no corpo. Dentre elas, podemos 
citar a albumina, alpha-globulinas, beta-globulinas e a mais importante para o estudo da regulação 
pressórica, o Angiotensinogênio. Ao contrário da renina, o angiotensinogênio é fabricado o tempo 
todo pelo fígado. É nesta proteína que a enzima renina irá atuar. A renina converte o angiotensinogênio 
em Angiotensina I. 
Neste momento, os pulmões iniciam sua participação no sistema. Nas células endoteliais dos capilares 
pulmonares há a produção de uma enzima importantíssima chamada enzima conversora de 
angiotensina (ECA). Esta enzima tem como função primária a conversão da Angiotensina I em 
Angiotensina II e tem grande importância clínica devido ao número de medicamentos que agem nela 
(captopril, enalapril, lisinopril – inibidores da ECA). A função da Angiotensina II é de vasoconstrição 
e sua ação será discutida a seguir. Como função secundária, a ECA tem capacidade de quebrar a 
bradicinina, um vasodilatador endógeno circulante no organismo, inativando-a. Tal função leva a 
vasoconstrição e consequentemente aumento da pressão sanguínea. Portanto, duas funções da ECA: 
converte angiotensina I em angiotensina II e quebra a bradicinina. 
Ações da Angiotensina II na regulação da PA 
A primeira ação da Angiotensina II ocorre no sistema circulatório, especificamente nas veias. As veiascontêm 70% de todo o sangue do corpo e as células musculares lisas presentes no sistema venoso 
possuem receptores para a Angiotensina II. Sabendo que a função da Angiotensina II é de 
vasoconstrição, conclui-se facilmente que as veias sofrerão constrição, aumentando a pressão dentro 
do sistema. Assim, mais sangue chega ao coração direito. Depois de passar pela circulação pulmonar, 
esse aumento de volume e pressão chega ao coração esquerdo fazendo as células do miocárdio 
distenderem-se. De acordo com a lei de Frank Starling, quanto mais as células miocárdicas são 
distendidas, maior será a sua força de contração. Dessa maneira, há aumento do débito cardíaco e 
aumento da pressão sistólica! Finalmente chegamos ao objetivo de tudo isso, o aumento da pressão 
sistólica. 
A segunda ação da Angiotensina II, ainda no sistema circulatório, ocorre sobre as arteríolas. Essa ação 
ocorre ao mesmo tempo em que a constrição das veias, com o objetivo de não deixar o sangue retornar 
facilmente as vênulas. Um exemplo rápido: durante a diástole, a válvula aórtica se fecha. Se as 
arteríolas não tiverem sofrido constrição, o sangue retornaria facilmente as veias, perdendo pressão no 
sistema arterial, o que não é o objetivo! Portanto, ao mesmo tempo em que as veias sofrem constrição, 
as arteríolas também sofrem para que o sangue fique retido nas artérias. Dessa maneira, junto ao 
aumento da pressão sistólica há também um aumento da pressão diastólica. 
No SNC, a angiotensina II tem dois importantes papeis: o primeiro é na estimulação simpática total, a 
mesma que ocorre durante uma situação de estresse ou fuga. Aumento da FC, liberação de adrenalina 
entre outros. A segunda é na estimulação no centro da sede do hipotálamo, que faz com que o indivíduo 
deseja ingerir líquidos. 
Angiotensina II, sua ação sobre as adrenais e a 
liberação de Aldosterona 
No córtex das adrenais encontramos a Zona Glomerulosa. Nessa parte da glândula, encontramos 
células que também possuem receptores para a Angiotensina II. Ao serem ativadas, estas células 
liberam um hormônio chamado Aldosterona. 
Portanto, conclui-se que as três funções da Angiotensina II são: constrição das veias, constrição das 
arteríolas e liberação de aldosterona. 
 
 
A Aldosterona e suas funções no organismo 
A Aldosterona, depois de produzida na zona glomerulosa das adrenais entra na circulação. Uma de 
suas ações ocorrerá nas Células Principais do rim. Estas células estão presentes na metade final do 
túbulo contorcido distal e nos dutos coletores. A aldosterona liga-se a receptores destas células que 
iniciam a transcrição de dois genes. Um deles leverá a produção de Na+/K+-ATPases (bombas de 
sódio potássio) na superfície de toda a membrana das células principais, exceto na parte luminal (em 
contato com o túbulo e o ducto). Isso faz com que praticamente todo o sódio seja devolvido ao sangue, 
deixando a célula rica em potássio. Já o segundo gene, leverá a produção de canais de sódio apenas na 
parte luminal da célula. Devido a diferença de concentração, o pouco de sódio restante (maioria 
absorvida no túbulo proximal) passa facilmente pelos canais de sódios induzidos pela aldosterona e 
imediatamente é jogado para o sangue pelas bombas de sódio potássio também induzidas pela 
aldosterona. Essas ações permitem a reabsorção de quase 100% do sódio filtrado e praticamente 0% é 
perdido na urina. O sódio volta para o sangue e junto dele leva água, que também é reabsorvida. Assim, 
há aumento do volume sanguíneo e consequentemente aumento da PA! Há ainda um terceiro gene 
ativado pela aldosterona nas células Principais que induzem a produção de canais de K+, que por 
diferença de concentração saem das células e vão para o túbulo distal e o ducto coletor, sendo 
eliminado pela urina. 
O hormônio aldosterona também atuará no SNC, mais especificamente em receptores no hipotálamo, 
aumentando a produção da vasopressina (ADH) pelo núcleo supra-óptico. O ADH atua diretamente 
no ducto coletor, aumentando sua permeabilidade a água e portanto a reabsorção.

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