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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Rio de Janeiro, 25 de abril de 2017
Rael Policarpo dos Santos
Matrícula número: 201501389742
Direito Civil IV 
Atividade Avaliatória
Pesquisa de Jurisprudência relacionada ao Caso Concreto da semana 8, sobre usucapião extraordinário de bens móveis. 
TJ-RJ - APELAÇÃO : APL 00050311720078190045 RIO DE JANEIRO RESENDE 2 VARA CIVEL  
RESUMO
INTEIRO TEOR
EMENTA PARA CITAÇÃO
Inteiro Teor
OITAVA CÂMARA CÍVEL
APELAÇÃO CÍVEL Nº 2009.001.27895
APELANTE: RITA DE CASSIA SILVA NUNES
APELADO: PAULO CESAR PEIXOTO
RELATOR: DES. ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
Ação de usucapião de veículo julgada improcedente ante a inexistência de comprovação da posse mansa e pacífica do bem. Apelação da Autora. Aquisição da propriedade de bem móvel, via usucapião, que necessita da comprovação de que o possuidor exerce a posse sobre tal bem durante o lapso temporal previsto na lei civil, incontestadamente. Apelante que não preencheu os requisitos necessários à prescrição aquisitiva. Inteligência dos artigos 1.260 e 1.261 do Código Civil. Sentença que corretamente julgou improcedente o pedido inicial. Desprovimento da apelação.
VISTOS, relatados e discutidos estes autos da Apelação Cível n.º 2009.001.27895, em que é Apelante RITA DE CASSIA SILVA NUNES, e Apelado PAULO CESAR PEIXOTO.
ACORDAM, por unanimidade de votos, os Desembargadores que compõem a Oitava Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, em negar provimento à apelação.
Trata-se de ação usucapião de bem móvel proposta por RITA DE CASSIA SILVA NUNES em face do PAULO CESAR PEIXOTO, alegando, em síntese: que é possuidora do veículo marca chevrolet, modelo CORSA, placa KOT 0389, ano 1994, desde o ano de 2001; que o Réu, suposto proprietário do veículo, sucumbiu na ação de busca e apreensão nº 2005.045.001659-5, na qual tentou se apoderar do bem; que, embora conste nos documentos do veículo, o nome do Réu, que era seu namorado à época, não há dúvidas de que é a sua real proprietária, pois se encontra na posse do mesmo desde 2001 e que o Réu ajuizou diversas ações, inclusive na esfera criminal, visando turbar-lhe a posse do veículo, podendo esta ser comprovada pelo recibo emitido pelo Réu no processo nº 2005.045.002930-9, o qual está arquivado. Ao final, requereu que seja declarada por sentença a sua propriedade do veículo e seja oficiado o DETRAN para as devidas providências.
Em contestação (fls. 47/49), o Réu alegou, preliminarmente, a impossibilidade jurídica do pedido e a falta de interesse de agir, pois é impossível obter usucapião de bem móvel se as partes estão litigando em processo de execução, inexistindo posse mansa e pacífica do bem questionado. No mérito, disse: que, em
09/02/2006, ajuizou contra a Autora, ação no Juizado Especial Cível (2006.829.0009781), objetivando a cobrança do valor de R$ 7.380,20, referente à compra do veículo, a qual foi julgada procedente, estando atualmente em fase de execução, e que a Autora não comprovou a posse mansa e pacífica do bem.
Decisão saneadora, à fl. 103, na qual foi rejeitada a preliminar de impossibilidade jurídica do pedido e deferida a produção da prova oral, consistente no depoimento pessoal das partes, sob pena de confissão, e na oitiva de testemunhas.
Na audiência de instrução e julgamento (fls. 108/109), foram colhidos o depoimento pessoal do Réu e de três testemunhas (fls. 110/113).
Na sentença (fls. 127/130) foi julgado improcedente o pedido inicial, condenada a Autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da causa, observado o artigo 12 da Lei 1.060/50.
Apela a Autora, às fls. 132/135, alegando que a lei não exige o requisito da posse mansa e pacífica por cinco anos para reconhecimento do usucapião.
Foram apresentadas contrarrazões, às fls. 139/141, prestigiando a sentença recorrida.
O Ministério Público, em primeiro grau de jurisdição, opinou pela manutenção da sentença, e, em segundo grau de jurisdição, entendeu não existir interesse público que justifique a sua intervenção (fls. 143/145 e 149).
É o relatório.
Insurge-se a Apelante contra a sentença que julgou improcedente pedido de usucapião de automóvel ante a conclusão de que não ficou comprovada a posse mansa e pacífica do bem.
Afirma a Apelante, ser possuidora do veículo marca Chevrolet, modelo CORSA, placa KOT 0389, ano 1994, desde o ano de 2001, argumentando ser desnecessário comprovar a posse mansa e pacífica.
Ocorre que, ao contrário do que alega a Apelante, a usucapião extraordinária de bem móvel é um dos modos de aquisição da propriedade, por meio da qual o possuidor se torna proprietário do bem, mas para que esta se opere, é necessário que sejam preenchidos alguns requisitos.
É o que determinam os artigos 1.260 e 1.261 e do Código Civil, verbis:
1.260. Aquele que possuir coisa móvel como sua, contínua e incontestadamente durante três anos, com justo título e bo -fé, adquirir-lhe-á a propriedade.
1.261. Se a posse da coisa móvel se prolongar por cinco anos, produzirá usucapião, independentemente de título ou bo -fé.
Dessa forma, ao contrário do que alega a Apelante, para a aquisição da propriedade de bem móvel, via usucapião, há a necessidade de que o possuidor exerça a posse sobre o bem durante o lapso temporal previsto em lei, incontestadamente.
E, no caso dos autos, verifica-se que a Apelante não preencheu os requisitos necessários à prescrição aquisitiva, pois, apesar de ter a posse do veículo por lapso superior a três anos, não foi a mesma exercida de forma mansa e pacífica, em razão das diversas ações judiciais entre as partes discutindo o contrato de compra e venda do veículo, estando ainda em curso a execução que o Apelado move em face da Apelante no Juizado Especial Cível de nº 2006.829.000978-1 na qual lhe é cobrado o valor do preço do veículo em foco nestes autos (fls. 81/89).
Desta forma, não tendo sido comprovados os requisitos necessários para ao reconhecimento da usucapião, não merece reparo a sentença que corretamente julgou improcedente o pedido inicial.
Diante do exposto, nega-se provimento à apelação.
Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2009.
DES. ANA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA
Relatora

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