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Resumo Aula 2 - O Barroco Hispano Americano

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Aula 2 - O Barroco Hispano-Americano
Contexto Histórico
 
No Novo Mundo a educação era função dos padres que, além de catequizar os índios, ensinavam a língua espanhola e os instruíam em diversas práticas, pintura, escultura, ofício mecânicos etc.
A sociedade mesclada precisa de uma identidade artística e, para ter aceitação da metrópole, deve seguir os padrões europeus da época. 
Tinham como nomes a serem almejados os cânones Lópe de Vega, Calderón de La Barca e Tirso de Molina.
"A América Nasceu Barroca", segundo Luiz Alberto Sánchez, "retorcida, sobrecarregada de rodeios". A arte incaica também tinha motivos ornamentais e curvas bem semelhantes aos da Europa.
 
A poesia de Sor Juana Inés de la Cruz
 
Considerada representante máxima da poesia nas terras hispânicas com as obras mais pessoais da literatura colonial.
Suas poesias têm o amor como principal tema e deleitam-se no humano. Analisando todas as complicações, causas e efeitos do amar. Com a sua liberdade de escrita e expressão alcançou o ápice nobre da literatura.
Aos 16 anos encantou a todos com a sua "cultura" e erudição. Elegante e multi-instrumentista foi dana de companhia da Vice-Rainha por 2 anos na corte.
Aprendeu a ler aos 3 anos, aos 7 queria se disfarçar de homem para ir à Universidade, mas não recebeu apoio da mãe, não contente, leu toda a biblioteca de seu avô. Exalava poesia e música.
Em 1667 decide ser freira e até hoje segue uma incógnita sobre a decisão. Analisando seus escritos, afirma ser negação ao mundano, o que vai de encontro ao tema principal de toda a sua obra: o amor.
A sua escrita parte de uma ansiedade que vai a uma veemência temperamental finalizada em um resignado equilíbrio. A angústia humana, a dualidade, a dúvida entre o ser e o parecer são algumas das características mais marcantes da estética barroca a que sua obra pertence.
"El Sueño" - chamado também de "Primer sueño" -, tem cerca de 609 versos e é o único que escreveu de próprio gosto, segundo confissão. Os outros poemas de amor foram escritos a pedido de reis, príncipes, duques em louvor a uma dama.
 
Barroco Hispano-Americano
 
Ao estabelecerem as novas cidades, fica proibida a circulação de obras imaginativas, assim, proíbe-se o intercâmbio entre as partes da América. O Barroco Hispano-Americano acaba nos moldes da produção europeia. Destacando-se dois tipos de produção literária: o teatro e a poesia.
 
O teatro americano não é um "teatro espanhol" realizado em terras hispânicas. Junta-se ao modelo da Europa elementos que permitirão um caráter próprio e diferenciado. Como uns dos mais importantes estão os costumes indígenas, ritos e danças peculiares. Percebe-se uma nova América nos escritos literários, unida por uma nova língua e credo.
 
O teatro Hispano-Americano subdivide-se em:
 
Teatro Missionário: símbolo da fusão entre os espíritos espanhol e indígena;
Teatro Escolar: de intenção didática, segue a tradição latina das universidades espanholas;
Teatro "Criollo": escrito por espanhóis e mestiços, reflete a nova sensibilidade americana (ainda em formação).
 
Teatro Criollo - Juan Ruiz de Alarcón y Mendonza
 
Tem como seu principal representante o escrito mexicano Juan Ruiz de Alarcón y Mendonza (1580/1639) filho de nobres espanhóis. Com a peça "La Verdad Sospechosa" dá início à comédia de caráter, revelando uma nova consciência artística, urdindo comédias variadas, onde já se nota um afastamento dos cânones espanhóis implantados por Lope de Veja. Graças a Alarcón a América deixa de ser passiva na produção cultural e começa a exportar e influenciar a literatura europeia. Considerado por Manuel Bandeira como a maior vocação teatral da América Hispânica de sua época.
A obra de teatro produzida na América passa a ter, então, características e notas pessoais peculiares do autor que a escreve. 
Saiba mais:
Tirso de Molina é autor de "El Burlador de Sevilla", um clássico da literatura espanhola, e também de um mito muito popular: "Dom Ruan". 
O homem conquistador, personagem principal da referida obra é um enganador de mulheres, que não mede esforços para aproveitar-se delas.
 
Sor Juana
A beleza de sua obra dramática também era motivo de sempre ser convidada para participar dos festejos da Corte e da Igreja. Isso não agradava aos sacerdotes de postos mais altos da igreja, pois, como afirma o escritor mexicano Octavio Paz, "A preeminência alcançada por Sóror Juana ofendia muitos prelados". Escreve Paz que "todos eles eram seus superiores e quase todos se achavam teólogos, literatos e poetas. A freira encarnava uma exceção dupla e insuportável: a de seu sexo e de sua superioridade intelectual."(PAZ, Octavio. Artigo: "Poesia e silêncio". Revista Veja, 22/07/1998. p. 120-122).

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