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TDE 3 Resumo: Aplicação da Lei Penal no tempo e no espaço Aluna: Jéssica Thaís Fossa Segundo o princípio tempus regit actum, a lei segue os fatos praticados durante sua vigência, até o momento de sua revogação. Mas, sempre que houver modificação de alguma lei, e esta for mais benigna ao réu, ocorrerá a retroatividade e a ultratividade da lei, onde sempre a mais benéfica prevalecerá. Um fato que for praticado antes de ser tornado crime ou sendo imposta pena pela sua execução, não valerá, uma vez que não há crime sem lei anterior, caracterizando a irretroatividade da lei penal. Existem diversas formas de conflitos de leis penais no tempo, e dentre elas estão: Novatio legis incriminadora (quando uma lei nova torna crime um fato que não era incriminado – art. 5º, XXXIX, CF, e art. 1º, CP); Abolitio criminis (a lei nova deixa de tornar crime fato anteriormente incriminado – ex: adultério e sedução); Novatio legis in pejus (a lei nova é mais dura que a já existente); Novatio legis in mellius (a lei nova é menos severa que a anterior). Leis temporárias são aquelas em que o legislador já fixa por quanto tempo ela ficará vigente, e leis excepcionais entram em vigor em casos de emergências. Ambas possuem ultra-atividade, ou seja, regulam os fatos mesmo depois de ter saído de vigência; ao mesmo tempo, não derrogam o princípio da reserva legal, já que não são aplicadas a fatos ocorridos anteriormente. É necessário que se saiba exatamente o momento em que o delito foi praticado, e existem diversas teorias a respeito da aplicação da pena: a) teoria da atividade – adotada pelo CP (art. 4º): o tempo do crime é o exato momento da conduta/ação, não da sua consequência (ex: momento em que o autor dispara os tiros, mesmo que a vítima faleça depois); b) teoria do resultado: considera tempo do crime quando a intenção é realizada (ex: num homicídio é na morte da vítima); c) teoria mista ou da ubiquidade: considera ambos o tempo do crime, podendo ser o momento da ação ou da consumação (ex: no homicídio, seria considerado crime o momento dos disparos e o momento do falecimento). Além do momento, é preciso saber o local. Teorias: a) da atividade: o lugar em que foi praticada a ação é o local do crime; b) do resultado: o local do crime é onde ocorreu o efeito; c) da ubiquidade – adotada pelo CP (art. 6º): entende ambos como local do crime. Princípios gerais para quando um crime interfere em dois ou mais países: a) da territorialidade (regra brasileira – art. 5º, CP): a lei nacional é aplicada quando o fato foi praticado no território do próprio país; b) da nacionalidade ou da personalidade (3ª exceção – art. 7º, II, b, CP): deve ser aplicada a lei do país de origem do agente; c) de proteção, da competência real ou da defesa (1ª exceção – art. 7º, I e §3º, CP): Estende a aplicação da lei para fora dos limites do território se o bem lesado for da nacionalidade do Estado, independente da nacionalidade do infrator, a fim de proteger bens jurídicos considerados essenciais (CP: art. 7º, I), bem como os interesses do Estado além-fronteiras; d) da justiça universal ou da justiça cosmopolita (2ª exceção – art. 7º, II, a, CP): o agente será punido conforme as leis do local em que foi encontrado; e) da representação (4ª exceção – 7º, II, c, CP)- crimes ocorridos em embarcações ou aeronaves: quando houver deficiência legislativa ou desinteresse de quem deva reprimir, aplicar-se-á a lei de onde a aeronave ou embarcação estiver registrada, ou da bandeira que ostenta (CP: art. 7º, II, c). Quando a pena for cumprida no estrangeiro, se forem diferentes. amenizará a imposta no Brasil e, quando forem idênticas, será computada. Se a pena no Brasil for mais severa, restará ao acusado cumprir o saldo, sendo a estrangeira a mais severa, não haverá mais nada a ser cumprido. Em sendo penas diversas, a cumprida no estrangeiro amenizará a que for aplicada no Brasil, de acordo com a decisão do juiz. A sentença estrangeira será admitida pelo brasil quando houver os mesmos efeitos, após a homologação do STF (art. 102, I, h, CF na dependência do art. 9º, CP), para obrigar o sentenciado a reparação dos efeitos civis constantes na condenatória ou para cumprimento de mandado de segurança. Divergências quanto a contagem de prazos: art. 10º CP: o dia do inicio da pena é computado, beneficiando o réu; art. 798, §1º, CPP: não considera o dia de início da pena, mas conta o do vencimento, e será contada conforme calendário comum. O art. 11 determina que sejam desprezados, na pena privativa de liberdade e na restritiva de direito as frações do dia (horas e minutos) e, nas multas, as de real (centavos).
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