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1 Prof. Dra Manuela Karloh SDE0530 - Eletrotermofototerapia Objetivos da aula • Mecanismos de ação do frio • Métodos de aplicação (crioagentes) Massagem com cubos de gelo Bolsas de gelo Imersão Sprays evaporadores Unidades de compressão geladas Criocinética/ Crioalongamento • Indicações • Precauções e Contra indicações Referências • Cryos – frio • aplicação de qualquer substância ao corpo que vise reduzir a temperatura tecidual pela remoção de calor corporal • “terapia com frio” - engloba toda modalidade que utilize o frio para fins terapêuticos • Aplicação de água a uma temperatura inferior a 4º C Crioterapia • Gregos e romanos • 1950 – uso clínico • Primeiras evidências – 1960 – lesões musculoesqueléticas - militares Crioterapia • Aplicação de frio em fisioterapia é quase sempre localizada • Pode ser por condução (compressa) ou evaporação (líquido ou spray) • Tecidos superficiais x profundos Crioterapia 2 PRESSUPOSTO TEÓRICO • Tratamento de lesões agudas e subagudas de tecidos moles • Regulação das fases iniciais do processo de reparo dos tecidos • Manejo de dor e espasticidade (espasmo protetor) Crioterapia • Reação primária: se dá a nível dos vasos superficiais – Vasoconstrição e diminuição da circulação local (palidez) – Mecanismo de proteção para limitar a perda de calor – Ação direta e indireta – Facilita o resfriamento na área de aplicação do frio • Reação secundária: vasodilatação (VIF) e hiperemia – Reação dos tecidos a fim de protegê-los de possíveis lesões causadas pelas baixas temperaturas – Prolongada ou abaixo 10ºC – Sempre abaixo dos valores basais – Anastomoses arteriovenosas (AAVs) Mecanismos de ação do frio • Pacientes relatam três a quatro estágios – Sensação desconfortável de frio intenso – Picadas/agulhadas – Ardor ou sensação de dor – Entorpecimento (hipoestesia, analgesia) Mecanismos de ação do frio Mecanismos de ação do frio REPARO DOS TECIDOS • Redução do sangramento • Diminuição na formação de edema • Controle do trauma secundário • Alívio da dor * • Redução espasmo mm * Alívio da dor: • Contrairritação • Hipossensibilidade nociceptiva • Velocidade de condução das fibras nervosas Mecanismos de ação do frio Mecanismos de ação do frio Diminuição na formação do edema ⁻ Vasoconstrição imediata das arteríolas e vênulas ⁻ Diminui o extravasamento de fluido para o interstício ⁻ Redução no metabolismo e na liberação de substâncias vasoativas 3 LESÃO PRIMÁRIA x LESÃO SECUNDÁRIA • Lesão primária: dano tecidual causado diretamente pelo trauma • Lesão secundária: dano tecidual que ocorre na periferia, em resposta a lesão primária. Causada por alterações enzimáticas e hipóxia – Redução no metabolismo induzida pelo frio reduz a demanda metabólica dos tecidos periféricos Mecanismos de ação do frio Mecanismos de ação de frio MÉTODOS DE APLICAÇÃO – Massagem com cubos de gelo – Bolsas de gelo – Imersão – Sprays evaporadores – Unidades de compressão geladas – Criocinética/ Crioalongamento Métodos de aplicação MASSAGEM COM CUBOS DE GELO • Tratamento breve em áreas delimitadas • Áreas pequenas e pontiagudas • Pontos-gatilhos, espasmo mm, contusão, fibromialgia, tendinopatia Massagem com cubos de gelo 4 • Resfriamento é pouco profundo • Áreas com no máximo 15 cm2 • Movimentos circulares semelhantes aos do cabeçote do US • Tempo de aplicação – efeitos e sensação do paciente (3 a 10 min) Massagem com cubos de gelo Objetivos da aplicação • Alívio da dor: 5-10 min usando movimentos lentos • Facilitação da resposta motora: 3-5 passadas rápidas sobre o dermátomo (hemiplegia, paralisia flácida) Massagem com cubos de gelo Indicações – Alívio da dor – Lesão subaguda – Espasmos mm – Contusões – Dessensibilização pontos gatilhos – Estímulo mm. flácidos Massagem com cubos de gelo BOLSAS DE GELO • Práticas e acessíveis • Indicada para lesões agudas e subagudas, no controle de edema e lesões secundárias • Permite compressão e elevação da parte lesionada • 10-30 min – Intervalo entre aplicações ± 2 horas Bolsas de gelo Bolsas de gelo 5 Bolsas de gelo RICE • Rest: evitar mvtos que aumentem a tensão e irritem os tecidos, até 24h • Ice: controle da dor, hemorragia e edema • Compression: evitar hemorragia, edema • Elevation: controle do edema favorecido pela ação da gravidade • PRICE Bolsas de gelo • Resfriamento tecidual Bolsas de gelo •Gel de silíca •Ficam “mais frias” que o gelo (-5ºC em 2 horas, -15ºC) •Em virtude da maior diferença de temperatura entre a bolsa e a pele o resfriamento é maior e mais rápido e pode resultar em lesão à pele •Flexível, permitindo melhor acoplamento a área anatômica Bolsas de gel Bolsas de gel • Mistura de duas substâncias químicas, cada uma dentro de uma bolsa separada, sendo ambas envoltas por uma cobertura plástica flexível • Não reutilizáveis • Queimaduras químicas Bolsas de gelo instantâneo 6 Aplicação • Utilizar uma camada isolante de tecido entre a bolsa e a pele • 10-20 min Bolsas frias comerciais Bolsas de Gelo x Compressas Frias comerciais Bolsas de Gelo Pele 1 cm Intramuscular Modalidades que passam por uma mudança de fase Resfriamento x camada tecido adiposo Bolsas de Gelo Gordura subcutânea k=0,45 Pele k=0,90 Mm k= 1,53 Otte, JW et al. Arch Phys Med Rehab, 2002 • Prática clínica • ↓ resfriamento tecidual (taxa de mudança de temperatura) • ↑ tempo de resfriamento Bolsas de Gelo ↑ camada tecido adiposo ? Gelo + compressão Bolsas de gelo Pele 1 cm Intramuscular Bolsas de gelo 7 IMERSÃO APLICAÇÃO LOCAL • Utilizado para tratar extremidades • Permite exercícios ativos • Não permite a elevação do membro • T entre 10-18º, 5-20 min • T ≤ 10ºC: aplicação intermitente ou por períodos mais curtos Imersão • Agitar a água regularmente – camada limítrofe • Perda da camada limítrofe faz com que os tecidos se resfriem mais rapidamente • Turbilhão: movimento da água rompe continuamente a camada limítrofe Imersão APLICAÇÃO GLOBAL • Recuperação pós exercício Imersão ADIEE/UDESC, GR Floripa Challenge 2014 Imersão Imersão 8 • Total body cryotherapy Imersão SPRAYS EVAPORADORES • Líquido de evaporação rápida (fluorimetano) • Resfriamento superficial, rápido e intenso na pele • Não ocorre mudança na temperatura abaixo da epiderme • Aplicação: – No mínimo 20 cm de distância – Não manter mais do que 5s na mesma área Spray UNIDADES DE COMPRESSÃO GELADA • manguitos para crioterapia (polar care, criocuff, theracool) • Água fria pressurizada, bombeada para um manguito colocado na área a ser tratada • Frio e compressão • Pós operatórios • Menor resfriamento que bolsas de gelo Unidades de compressão gelada CRIOCINÉTICA/ CRIOALONGAMENTO 9 Criocinética e crioalongamento • “Frio e movimento” • Deve-se proporcionar o entorpecimento do local lesionado (10-15min) e em seguida trabalhar no ganho progressivo de ADM • analgesia/hipoestesia duram de 3 a 5 min • Gelo (12-20min) – alongamento (3-5min) – gelo • Ciclo pode ser repetido até 5 vezes Criocinética e crioalongamento INDICAÇÕES • Alívio da dor • Controle da inflamação • Método simples, prático e barato de promover o alívio da dor e a redução do espasmo muscular após uma lesão Indicações Lesões agudas e processos inflamatórios agudos • Efeito se manifesta pelo desaparecimento dos sinais clínicos característicos da fase aguda do processo inflamatório • Rompimento do ciclo dor-espasmo-isquemia-dor • Vasoconstrição e diminuição hemorragia• Analgesia • Diminuição no metabolismo • Controle da inflamação e do edema Indicações PRECAUÇÕES E CONTRA INDICAÇÕES 10 Teste do cubo de gelo • Determinar se o paciente sofre de urticária desencadeada pelo frio (hipersensibilidade ao frio ou alergia ao frio) • Massagear a pele com um cubo de gelo por cerca de 3 min – zona avermelhada em até 5 min após o início da massagem – (+) se for substituído por um “vergão” (edema de pele localizado) Precauções Precauções Origem do edema • Origem vascular (edema, pele fria, pálida) – CONTRA INDICADO • Origem inflamatória (edema, calor, rubor) – INDICADO Outras precauções • Úlceras e feridas abertas: congelamento dos tecidos • HAS: aplicações generalizadas podem provocar o aumento passageiro da PA • Paralisias nervosas por frio (nervo ulnar, nervo fibular) • Queimaduras por frio • Alterações na sensibilidade ou fatores psicológicos (crianças, idosos, alterações mentais, diabetes) Precauções • Doenças vasculares periféricas (frio compromete ainda mais a irrigação sanguínea) • Perda da continuidade nos tecidos superficiais • Enfermidades neoplásicas • Transtornos vasoespásticos (Reynauld) • Urticária por frio (histamina - reação alérgica) • Crioglobulinemia: agregação anormal de proteínas séricas nas extremidades, bloqueio vascular, isquemia e gangrena - Lupus eritematoso sistêmico e mieloma múltiplo • Hemoglobinúria (hemoglobina na urina) Contra-indicações
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