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Distúrbios da Hemostasia Primária Doenças Relacionadas a Hemostasia Primária Alexsandra Ribeiro Gabriela Souza Gleisiane Pinto Ivan Aragão Larissa Silva Maiara Soares Docente: Monaliza Magalhães Discentes: Plaquetopatias Hereditárias Trombastenia de Glanzmann Síndrome de Bernard-Soulier Síndrome da Plaqueta Cinza e Branca Bernard-Soulier Trombastenia de Glanzmann Trombastenia de Glanzmann Uma doença hematológica rara, que afeta a linha megacariocítica, caracterizado por défice de agregação plaquetária, sendo uma disfunção qualitativa das plaquetas e a apresentação clínica se assemelha às demais Plaquetopatias. Na maioria dos casos a TG se manifesta na infância e apresenta, principalmente, sangramento de mucosa, embora ocasionalmente a TG seja diagnosticada mais tardiamente. Trombastenia de Glanzmann O diagnóstico baseia-se na existência de hemorragia mucocutânea com agregação plaquetária ausente em resposta a todos os estímulos fisiológicos, associada com uma contagem e morfologia plaquetária normais. Esta síndrome hemorrágica apresenta variabilidade clínica: púrpura, epistaxis, hemorragia gengival e menorragia são características praticamente constantes; as hemorragias gastrointestinais e a hematúria. Trombastenia de Glanzmann Quando uma hemorragia começa, as plaquetas são ativadas, agregam-se e aderem ao local lesado com o objetivo de formar um coágulo. Por outro lado, o plasma contém os fatores necessários que estabilizam esse coágulo. Na dimensão dos distúrbios hemorrágicos, a Trombastenia de Glanzmann apresenta uma deficiência na coagulação sanguínea. Afeta a capacidade das plaquetas sanguíneas se agregarem em torno da região lesada. Trombastenia de Glanzmann Geralmente, as plaquetas estão presentes em quantidade normal, mas são incapazes de funcionar normalmente. Mais especificamente, o distúrbio decorre pela deficiência de uma proteína na superfície das plaquetas – a Glicoproteína IIb / IIIa. Esta proteína é necessária para que as plaquetas se agreguem e assim, estanquem a hemorragia. Trombastenia de Glanzmann A doença assume três níveis de gravidade. A quantidade da proteína define a gravidade. Se assume um valor abaixo de 5% do valor considerado normal, corresponde ao Tipo I – grave, entre 5 – 20%, Tipo II – gravidade moderada, e superior 50% ao Tipo III – gravidade leve. Este distúrbio manifesta os primeiros sinais de hemorragia durante o seu primeiro ano de vida, especialmente a hemorragia de mucosas como a boca e o nariz, que se tornam mais graves pela dificuldade no controle, hemorragias gastrointestinais e, muito raramente, cerebrais. A hemorragia pode ser causada por um trauma, ou por um evento aparentemente inofensivo como espirrar, chorar ou tossir. Síndrome de Bernard Soulier Síndrome de Bernard Soulier Característica Principal: Plaquetas gigantes Síndrome de Bernard Soulier Foi primeiramente descrita em 1948 por Bernard e Soulier. É uma doença autossômica recessiva de disfunção plaquetária. Geralmente não há histórico familiar de sangramento. Decorre de defeito primário na hemostasia devido a ausência da glicoproteína GPIb/IX/V. Encontra- se agregação anormal diante da ritocestina. Síndrome de Bernard Soulier É uma doença muito rara com incidência em homozigotos de 1:1.000.000 e frequência em heterozigotos de 1:500. Na homozigose a contagem plaquetária varia de 10 a 280 x 109/L. Na heterozigose a contagem plaquetária varia de 20 x 109/L até valores normais. Sintomas • Epistaxe. • Equimoses. • Menometrorragia. • Hemorragia gengival. • Sangramento gastrointestinal. • Cirurgia • Extração dentária. • Menstruação. • Parto • Acidentes. Sangramentos Laboratorial: aglutinação plaquetária pela “alta dose” de ritocestina nos homozigotos. Biologia Molecular: Citometria de fluxo para quantificação das glicoproteínas do complexo GPIb/IX/V. • A transfusão plaquetária é efetiva até o desenvolvimento de aloimunização. • O transplante de células tronco pode fornecer um tratamento definitivo mas ainda é uma opção perigosa. Síndrome da Plaqueta Cinza e Branca QUE É A SÍNDROME DA PLAQUETA CINZENTA? Doença rara caracterizada por alterações morfológicas e bioquímicas nos grânulos α das plaquetas Podendo haver a diminuição ou ausência de grânulos e seus constituintes nas plaquetas e seus precursores. SÍNDROME DA PLAQUETA CINZENTA Alguns autores postulam que o defeito seja devido, não à produção dos constituintes dos grânulos mas a um defeito na membrana dos grânulos que os torna incapazes de reter essas proteínas no seu interior. As proteínas armazenadas nestes grânulos têm um papel importante na hemóstase, apresentando estes doentes distúrbios hemorrágicos. MORFOLOGIA / QUADRO CLÍNICO As plaquetas são caracterizadas maiores que o normal e possuem cor cinzenta clara. No quadro clínico caracteriza-se por alterações da hemóstase com trombocitopenia que pode variar de ligeira a grave acompanhada por prolongamento do tempo de hemorragia e por alterações nas provas de agregação plaquetária com ADP, ristocetina e colágeno. MANIFESTAÇÕES Existem as hemorrágicas que são geralmente ligeiras, sendo as manifestações mucocutâneas as mais comuns. Em algumas situações, contudo, a discrasia hemorrágica pode apresentar- se de forma mais grave, principalmente se o doente se encontra sob terapêutica antiagregante. DIAGNÓSTICO É confirmado por microscopia eletrônica, onde são visíveis plaquetas de diversos tamanhos com diminuição ou ausência dos grânulos α e seus constituintes e presença de abundantes vacúolos. Fig. 1 – Microscopia electrónica de plaquetas em esfregaço de sangue periférico: Observam-se plaquetas de diâmetro médio com cerca de 3,5 mm com forma discoide, observando-se no seu interior numerosos vacuolos electron-lucentes. A mielofibrose é um achado frequente nestes doentes, devido ao depósito medular de fibras de reticulina, que se desenvolvem numa fase precoce da doença mas que não é progressiva, podendo associar-se a esplenomegalia. Fig. 2 – Microscopia eletrônica de plaquetas em esfregaço de sangue periférico (ampliada): Observam-se plaqueta de diâmetro médio com cerca de 3,5 mm com forma discoide, observando- se no seu interior numerosos vacúolos electron- lucentes e um sistema canalicular aberto e muito desenvolvido; não sendo observados grânulos-alfa e corpos densos. A Síndrome da plaqueta cinzenta Num doente com trombocitopenia, o esfregaço de sangue periférico é essencial e, por vezes, diagnóstico. A Síndrome da plaqueta cinzenta é uma doença rara, que não deve ser desvalorizada em doentes com trombocitopenia. A suspeição deste diagnóstico assenta nas alterações do esfregaço de sangue periférico, sendo confirmada, pela microscopia electrónica. Trombocitopenias Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) Doença de Von Willebrand (DVW) Von Willebrand Púrpura Trombocitopênica Idiopática (PTI) Púrpura Trombocitopênica Idiopática Também conhecida como Púrpura Trombocitopênica Imunológica, Autoimune ou Isoimune, que se caracteriza por trombocitopenia que produz hemorragias puntiformes (petéquias) disseminadas pelo organismo, sangramentos pelas membranas mucosas e menstruações volumosas nas mulheres. As hemorragias podem ser espontâneas ou desencadeadas por mínimos traumas.! Púrpura Trombocitopênica Idiopática Pode ser provocada por anticorpos antiplaquetários específicos, que se fixam às glicoproteínas receptores da membrana das plaquetas da superfície das plaquetas provocando assim a diminuição do tempo de vida esobrevivência. Também pode surgir pela ruptura de capilares, que pode ser de origem alérgica, hormonal ou genética entre outras causas. Classificação PTI aguda: comum na infância. O mecanismo autoimune tende a ser desencadeado por um virose; em casos raros em adultos pode ser causada por alguma droga. Se apresenta por uma destruição súbita das plaquetas, com síndrome hemorrágica grave, equimoses e petéquias disseminadas, bolhas hemorrágicas na boca e sangramento das mucosas. Pode levar a hemorragia cerebral. Classificação PTI crônica: Mais comum em mulheres jovens podendo cursar por toda a vida. O mecanismo autoimune é de lenta instalação; se apresenta de forma progressiva e menos intensa. PTI secundária ao Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) PTI correlacionada a AIDS PTI correlacionada a Hepatite PTI correlacionada ao H. pylori Diagnóstico Inexistem exames laboratoriais específicos para o diagnóstico de PTI, que costuma ser feito sendo realizado com base na história clínica e no exame físico, além de hemograma completo e esfregaço de sangue periférico. O diagnóstico é confirmado quando houver: Presença de trombocitopenia (menos de 100.000 plaquetas/mm3) isolada, sem alterações nas outras séries do hemograma e no esfregaço de sangue periférico; Ausência de outras condições clínicas que cursam com trombocitopenia, como infecções, doenças autoimunes, neoplasias, efeito adverso de medicamentos, entre outras. Tratamento O tratamento da PTI é individualizado e depende das condições de cada paciente. Aceita-se, de um modo geral, que os pacientes assintomáticos e com contagem de plaquetas superior a 30.000/mm3 não necessitam tratamento e devem ser apenas observados. O tratamento comumente é feito através de corticosteroides por via oral permitindo controlar os sintomas e estimulando o aumento das plaquetas, diminuindo assim o risco de sangramento. Tratamento Na infância, pode ocorrer remissão espontânea da doença, o que não se ver com facilidade na vida adulta. Certos pacientes podem receber imunoglobulinas ou anticorpos anti-Rh. Quando há recidivas frequentes, a esplenectomia pode produzir longas remissões. Os pacientes que não respondem à esplenectomia, são tratados com drogas imunossupressoras Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) Púrpura Trombocitopênica Trombótica Acontece das formas Hereditária: autossômica recessiva (gene ADAMTS13) Adquirida: HIV, Transplantes e Cirurgias É uma doença rara e fatal que se caracteriza pelo aumento da agregação plaquetária, onde se formam trombos, os quais fazem com que os eritrócitos circulantes sejam lizados, ocasionando uma anemia hemolítica. A formação desses trombos faz com que diminua o fluxo sanguíneo ocasionando problemas neurológicos. Púrpura Trombocitopênica Trombótica O gene responsável pela ADAMTS-13 está localizado no cromossomo 9q34. ! ADAMTS13 = a disintegrin and metalloproteinase with a thrombospondin type 1 motif, member 13 SIGNIFICA: Uma desintegrina e metaloproteinase com um motivo de tipo 1 de trombospondina, membro 13 Fator Genético O gene ADAMTS13 fornece instruções para fazer a enzima ADAMTS-13 que processa uma grande proteína chamada Fator Von Willebrand. A enzima ADAMTS-13 quando reduzida ou em ausência, impede a clivagem dos multímeros ULVWF, o que induz a adesão e subsequente agregação das plaquetas circulantes. !ULVWF é uma glicoproteínagrande (multímero) do FatorVon Willebrand Achados Laboratoriais Síndrome caracterizada pela plaquetopenia, anemia hemolítica do tipo microangiopática, alterações renais, febre, alterações neurológicas podendo evoluir à fatalidade. Há também alteração renal com proteinúria, micro-hematúria, oligúria ou anúria. Outros órgãos também são acometidos, mas as lesões neles costumam ser evidenciadas apenas pela necropsia (coração, fígado, pâncreas etc.). Fig. 1 – Paciente com PTT, presença de esquizócitos. Fig. 2 – Esquizócitos, circulados em vermelho. Diagnóstico Baseia-se nas manifestações clínicas e em alguns achados hematológicos, como: - Plaquetopenia no sangue periférico; - Megacariócitos geralmente aumentados em número na medula óssea - Anemia hemolítica, com poiquilocitose acentuada e eritrócitos fragmentados. Tratamento Troca do plasma usando plasma fresco congelado ou criossobrenadante (plasma pobre em crioprecipitado). Em casos crônicos ou retorno da doença são usados corticosteroides em altas doses, vincristina, imunoglobulina intravenosa, rituximabe e tratamento imunossupressor com azatioprina ou ciclofosfamida. Crioprecipitado é a concentração precipitada a frio do fator VIII. O produto contém a maior parte do fator VIII e parte do fibrinogênio do plasma original. ! Sobrenadante Informações Complementares Nos casos não tratados, a mortalidade aproxima-se de 90%. Recaídas e retorno da doença são frequentes. A transfusão de plaquetas é contraindicada na PTT. Doença de Von Willebrand Doença de Von Willebrand Tipo 1: Deficiência parcial Tipo 3: Deficiência total Tipo 2: São divididos em: 2A 2B 2M 2N A doença de von Willebrand é uma condição de saúde que pode causar hemorragia prolongada ou excessiva. É geralmente hereditária, mas, em casos raros, ela pode ser adquirida ao longo da vida também. Curso da doença A doença de von Willebrand é geralmente causada por um defeito herdado no gene que controla a produção da proteína fator de von Willebrand (FVW). Quando a quantidade desta proteína é escassa, ou que pelo menos não está funcionando corretamente devido a anomalias estruturais, as plaquetas do sangue não podem se juntar nem fixar-se às paredes dos vasos sanguíneos quando estes sofrerem alguma lesão. O resultado é a interferência no processo de coagulação, levando a um quadro persistente de hemorragia. Sintomas Sangramento anormal é o sinal mais comum da doença de von Willebrand. Os tipos de sangramento mais comuns incluem: Sangramento excessivo de um corte ou após uma extração de dente Sangramento das gengivas Aumento do fluxo menstrual Presença de sangue nas fezes ou na urina. Hematomas com mais facilidade Caroços que se formam embaixo da pele. Diagnóstico Anamnese Exames de Screening Exames específicos = A dosagem de antígeno de von Willebrand Exames discriminatórios Análise molecular Diagnóstico Anamnese Exames de Screening Exames específicos = A dosagem de antígeno de von Willebrand Exames discriminatórios Análise molecular Tratamento Crioprecipitado (concentração precipitada a frio do fator VIII.) DDAVP ou desmopressina: análogo da hormona vasopressina cuja função é aumentar o nível plasmático do FvW através da libertação dos depósitos endoteliais do mesmo. Fármaco antifibrinolítico: pode ser suficiente para permitir que um paciente possa fazer pequenas cirurgias dentárias. Referências <http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/viewFile/1 679/1259 :Acesso em: 22-05-2017 às 10h e 39min. <http://www.scielo.br/pdf/rba/v62n4/v62n4a09.pdf (acessado dia 27 de maio de 2017, às 11:40 am) <http://www.emforma.net/8086-trombastenia-de-glanzmann (acessado dia 27 de maio de 2017, às 12:01 am) LORENZI, Therezinha. Manual de hematologia : propedêutica e clínica. 4.ed. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006
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