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AULA 8 OBRIGAÇÕES CESSÃO DE CRÉDITO E ASSUNÇÃO DE DÍVIDA (1)

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AULA 8
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CESSÃO DE CRÉDITO
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
CESSÃO DE CONTRATO
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CESSÃO DE CRÉDITO
Chama-se cessão de crédito o negócio jurídico pelo qual o credor (cedente) transfere a outrem (cessionário) a sua qualidade creditória contra o devedor (cedido), recebendo o cessionário o direito respectivo, com todos os acessórios e todas as garantias (art. 287, CC). 
É uma alteração subjetiva da obrigação, mantendo-se em vigor o vínculo obrigacional. 
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CESSÃO DE CRÉDITO
É a forma de transmissão (gratuita ou onerosa) do polo ativo da relação obrigacional, em que o credor (cedente) transfere os seus direitos de crédito para outra pessoa (cessionário), que o substitui na relação jurídica-obrigacional.
OBJETO: bem incorpóreo (crédito)
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EXEMPLO PRÁTICO E EFEITO
Amanda é credora de Glauber (devedor) da quantia de 100 mil reais.
Precisando de dinheiro cede seu crédito a Carlos (pessoa estranha à obrigação) pelo valor de 90 mil reais.
Glauber, uma vez notificado, terá que pagar 100 mil a Carlos, que desse modo lucrará 10 mil.
EFEITO PRINCIPAL: É A ALTERAÇÃO DO DESTINATÁRIO DA PRESTAÇÃO A SER REALIZADA PELO DEVEDOR, O QUAL, NOTIFICADO, DEVERÁ PAGAR AO CESSIONÁRIO, E NÃO MAIS AO CEDENTE. O devedor que não for notificado, se pagar ao credor primitivo, fica desobrigado. 
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NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR
O cedido (devedor) não participa da cessão.
Contudo, precisa ser notificado para que tenha conhecimento de quem é o novo credor e a quem deve validamente realizar o pagamento (art. 290).
Frise-se: a notificação (pode ser judicial ou extrajudicial, sendo encargo do cessionário) não é elemento de validade, mas sim de eficácia em relação ao devedor.
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NOTIFICAÇÃO DO DEVEDOR
Notificação fixa o momento em que o devedor pode opor ao cessionário as exceções que possuir em face do cedente (art. 294, CC)
Art. 377. O devedor que, notificado, nada opõe à cessão que o credor faz a terceiros dos seus direitos, não pode opor ao cessionário a compensação, que antes da cessão teria podido opor ao cedente. Se, porém, a cessão lhe não tiver sido notificada, poderá opor ao cessionário compensação do crédito que antes tinha contra o cedente.
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 ACEITAÇÃO PELO CEDIDO E PAGAMENTO
Não há necessidade de seu consentimento, bastando a notificação (art. 290, CC).
Em outros sistemas (art. 403, BGB e art. 1.689, Código Civil francês) a aceitação expressa do devedor é requerida.
Ausente a notificação, válido será o pagamento efetuado ao cedente (art. 292, CC), não configurando pagamento indevido.
Havendo pluralidade de cessões, deve o cedido pagar ao portador do título da cessão ou do título da obrigação cedida.
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EFEITOS PARA O DEVEDOR
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo, 
ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida;
 quando o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação.
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CARACTERÍSTICAS BÁSICAS
Com o fim da pessoalidade do vínculo (Direito Romano), a regra passou a ser a possibilidade de cessão do crédito (art. 286, CC).
Despersonalização do crédito: o crédito integra o patrimônio do credor, e é bem que pode ser negociado com outras pessoas.
É possível: cláusula proibitiva da cessão de crédito, mas precisa constar expressamente na obrigação cedida, para ser oponível a terceiros.
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CARACTERÍSTICAS DA CESSÃO AO CESSIONÁRIO
O cessionário pode exercer atos conservatórios do seu direito (crédito cedido), independente da notificação do devedor. 
Art.293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido.
Ex. Inclusão do nome do devedor no SPC.
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REQUISITOS DA CESSÃO DE CRÉDITO
A) CAPACIDADE DAS PARTES (art. 104, I, CC)
B) O CRÉDITO TEM QUE SER TRANSMISSÍVEL
C) FORMA PRESCRITA OU NÃO DEFESA EM LEI (em regra, aplica-se o art. 107, CC)
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LIMITAÇÕES DA CAPACIDADE PARA SER CESSIONÁRIO
1) Os pais no exercício da administração dos bens dos filhos menores não podem efetuar cessão sem prévia autorização do juiz (art. 1.691, CC)
2) Não pode o tutor dispor dos bens do menor a título gratuito e nem constituir-se cessionário de crédito contra o menor. (art. 1.749, CC)
3) O falido e o inventariante em regra não podem realizar cessão (somente admitida após prévia autorização judicial).
*
Exemplos de limitações subjetivas à cessão de crédito
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública: 
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração; 
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta; 
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
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CESSÃO CRÉDITO E LIMITAÇÕES 
Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor;
1.NATUREZA DA OBRIGAÇÃO: créditos personalíssimos 
2.LEI: obrigação alimentar, herança de pessoa viva
3.CONVENÇÃO COM O DEVEDOR: pacto de non cedendo (parte final do art. 286, CC)
 
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CRÉDITOS PERSONALÍSSIMOS – NÃO ADMITEM CESSÃO DE CRÉDITO
Ex. Art. 10 da Lei 1.060/50: “São individuais os benefícios da assistência judiciária que não se transmitem ao cessionário de direito e se extinguem com a morte do beneficiário”
Ex. Pacta corvina: “Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.”
Ex. Benefício previdenciário: art. 114, Lei 8.212/91
Ex. Direito de Preferência. “Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.”
*
Exs. NÃO PODEM SER CEDIDOS:
Pela natureza: Os créditos acessórios sem a transferência do principal.
Pela lei: A obrigação de alimentos (art. 1.707, CC) e a cessão de crédito decorrente de bens sob administração (art. 497, p. único, CC).
Pela convenção: O locador quando proíbe ao locatário ceder a locação.
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OBRIGAÇÃO ALIMENTAR E VEDAÇÃO DA CESSÃO DO CRÉDITO 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora.
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Informativo 553, STJ
Tendo os conviventes estabelecido, no início da união estável, por escritura pública, a dispensa à assistência material mútua, a superveniência de moléstia grave na constância do relacionamento, reduzindo a capacidade laboral e comprometendo, ainda que temporariamente, a situação financeira de um deles, autoriza a fixação de alimentos após a dissolução da união. 
No presente julgado, a hipótese é de prévia dispensa dos alimentos, firmada durante a união estável, ou seja, quando ainda existentes os laços conjugais que, por expressa previsão legal, impõem aos companheiros, reciprocamente, o dever de assistência. Observe-se que a assistência material mútua constitui tanto um direito como uma obrigação para os conviventes, conforme art. 2º, II, da Lei 9.278/1996 e arts. 1.694 e 1.724 do CC. Essas disposições constituem normas de interesse público e, por isso, não admitem renúncia, nos termos do art. 1.707 do CC: "Pode o credor não exercer, porém lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o respectivo crédito insuscetível de cessão, compensação ou penhora". 
Dispõe o Enunciado 263, aprovado na III Jornada de Direito Civil, segundo o qual: "O art. 1.707 do Código Civil não impede seja reconhecida válida e eficaza renúncia manifestada por ocasião do divórcio (direto ou indireto) ou da dissolução da união estável. A irrenunciabilidade do direito a alimentos somente é admitida enquanto subsista vínculo de Direito de Família". Com efeito, ante o princípio da irrenunciabilidade dos alimentos, decorrente do dever de mútua assistência expressamente previsto nos dispositivos legais citados, não se pode ter como válida disposição que implique renúncia aos alimentos na constância da união, pois esses, como dito, são irrenunciáveis. 
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CONTRATO DE FACTORING
É aquele segundo o qual o comerciante (faturizado) cede seus créditos relativos às vendas a terceiros, total ou parcialmente, a um outro comerciante ou a uma instituição financeira (faturizador) prestando este àquele serviços de administração de crédito mediante uma remuneração pactuada entre as partes.
Contrato atípico regulamentado por resoluções do BACEN e do Conselho Monetário Nacional.
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RESPONSABILIDADE DO CEDENTE
NA CESSÃO ONEROSA:
REGRA: pro soluto = o cedente responde pela existência do crédito no momento da cessão, mas não pela insolvência futura do devedor.
Ex. Responde se o crédito é nulo, se vier a ser anulado ou falso, já prescrito.
NA CESSÃO GRATUITA: só responde se agir de má-fé.
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Exemplo prático
Daniel é credor de Martins (que lhe deve 100 mil), mas cede o crédito para Moreira, por metade desse valor (e recebe 50 mil).
Mas o contrato que deu nascimento ao montante do crédito era nulo, pois Martins, ao assiná-lo, já estava em situação de incapacidade mental, só percebida mais tarde (quando foi encontrado delirando em baile funk).
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EFEITO JURÍDICO 
Mesmo que Daniel não soubesse da incapacidade de Martins, a cessão foi onerosa, logo responderá pelo débito originário de 100 mil a Moreira. 
 x
Já se a cessão tivesse sido gratuita, não haveria responsabilidade, pois não houve má-fé por parte de Daniel. 
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CESSÃO DE CRÉDITO PRO SOLVENDO (art. 296 e 297, CC)
Nesta modalidade, o cedente garante a existência do crédito no momento da cessão e a solvência do devedor, limitada a sua responsabilidade àquilo que recebeu do cessionário, acrescida de juros, despesas da cessão e as que o cessionário tiver feito com a cobrança.
Depende de estipulação expressa.
*
RESPONSABILIDADE DO CEDENTE
Art. 295, CC: Determina a responsabilidade do cedente pela existência da dívida, nas cessões à título oneroso ou nas cessões à título gratuito se tiver procedido de má-fé, a fim de evitar o enriquecimento sem causa.
Art. 296, CC: Determina que, no silêncio do negócio, o cedente não responde pela solvência do cedido (cessão pro soluto). Nada obsta que as partes pactuem em sentido contrário (cessão pro solvendo), devendo arcar o cedente com aquilo que receberia, mais as despesas da cessão e da cobrança (art. 297, CC).
*
JURISPRUDÊNCIA
CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA CUMULADA COM COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. CESSÃO DE CRÉDITO. SUBSTITUIÇÃO DE PARTES. AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO. - A cessão de crédito não vale em relação ao devedor, senão quando a ele notificada. Precedentes desta Turma. - Agravo no recurso especial não provido. (AgRg no REsp 1.171.617/PR, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/2/2011, DJe 28/2/2011). 
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JURISPRUDÊNCIA - TJRJ
AGRAVO LEGAL. UTILIZAÇÃO FRAUDULENTA DE DADOS. CESSÃO DE CRÉDITO. INSCRIÇÃO CADASTRO RESTRITIVO. DANO MORAL.1-É dever do cessionário a comprovação da origem, existência e regularidade do débito, bem como a notificação da parte devedora acerca da cessão de crédito. 2- E não comprovada a origem do débito, bem como a notificação da parte devedora acerca da cessão, forçoso o reconhecimento da inexigibilidade do débito. 3- Neste aspecto, a inscrição do nome do consumidor em cadastros restritivos de crédito decorrente de débito relativo a cartão de crédito não contratado, macula a segurança necessária à realização dos negócios, caracteriza o defeito do serviço e enseja o dever de indenizar os prejuízos daí advindos. 4- Desta forma, a indenização por dano moral deve representar compensação razoável pelo constrangimento experimentado, cuja intensidade, aliada a outras circunstâncias peculiares de cada conflito de interesses, deve ser considerada para fixação do seu valor, não podendo, todavia, traduzir-se em enriquecimento indevido. 
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ASSUNÇÃO DE DÍVIDA/CESSÃO DE DÉBITO
Inovação do CC/02 (arts. 299 a 303).
CONCEITO:
“É o negócio jurídico pelo qual o devedor, com anuência expressa do credor, transfere a um terceiro, que o substitui, sua posição na relação jurídica.”
DEVEDOR transfere a dívida para: ASSUNTOR/ASSUMENTE 
*
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA
O art. 299, CC possibilita a transferência da dívida a outrem, necessitando, para tanto da anuência do credor, o que não ocorre na cessão de crédito. 
O silêncio do credor importa em recusa.
Enunciado 16 da I Jornada de Direito Civil: “O art. 299, CC não exclui a possibilidade da assunção cumulativa da dívida quando dois ou mais devedores se tornam responsáveis pelo débito com concordância do credor”.
*
MODALIDADES 
A) Assunção por expromissão (assunção externa): ocorre quando a cessão decorre de negócio realizado entre terceiro e o credor, sem a participação ou anuência do devedor. Não está expressamente prevista no CC/02.
B) Assunção por delegação (assunção interna): ocorre quando a cessão decorre de negócio realizado entre o terceiro (delegado) e o devedor (delegante) com a concordância do credor (delegatário). Prevista no CC/02, art. 299. 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
*
NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA AO CREDOR
Art. 299.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
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GARANTIAS
Quanto às garantias:
A) O art. 300, CC determina a extinção das garantias especiais (= prestadas por terceiros), salvo disposição em contrário.
B) Enunciado 352 da IV Jornada de Direito Civil: “Salvo expressa concordância dos terceiros, as garantias por eles prestadas se extinguem com a assunção da dívida; já as garantias prestadas pelo devedor primitivo somente serão mantidas se este concordar com a assunção (por delegação)”.
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RESTABELECIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRIMITIVA
O art. 301, CC determina que a obrigação primitiva deverá ser restaurada no caso de anulação da assunção de dívida.
As garantias prestadas por terceiros (ex.: fiança) deverão ser restauradas, no caso do terceiro ter ciência do vício.
Devedor responde, no caso de insolvência do terceiro (assuntor) desconhecida pelo credor, ao tempo da assunção (art. 299, CC).
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CESSÃO DE CONTRATO
Pressupõe a transferência de direitos e deveres, ou seja, de todo o conjunto contratual a outrem. Não prevista no CC/02.
Decorre da possibilidade de celebração de contratos atípicos (art. 425, CC).
Necessita da concordância da outra parte.
Exemplos:
A) Sublocação admitida em contratos de locação (art. 14, L. 8.245/91);
B) Substabelecimento permitido em contratos de mandato (art. 667, CC).
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CONTRATO DE FINANCIAMENTO
Diante da cessão de contrato, existe a necessidade de consentimento do banco mutuante, conforme art. 303 do CC: O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do débito, entender-se-á dado o assentimento.
Segundo a jurisprudência do TRF, quem adquire imóvel por meio do chamado contrato de gaveta não tem legitimidade para requerer a revisão de cláusulas ou qualquerum dos direitos do mutuário original (ex.: quitação das parcelas pelo seguro no caso de morte do mutuário originário).
O desembargador Marcus Abraham destacou que o cessionário só tem legitimidade ativa quando o contrato originário possui a cobertura do Fundo de Compensação de Variações Salariais e o contrato de cessão foi firmado até 25 de outubro de 1996.

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