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FISIOLOGIA FEMININA HORMÔNIOS FEMININOS
 Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, que são secretados pelos ovários em resposta aos dois hormônios da adeno-hipófise. Esses hormônios não são secretados em quantidades constantes durante todo o ciclo sexual mensal da mulher, porém com velocidades nitidamente diferentes, durante as diversas fases do ciclo. A Figura abaixo ilustra as mudanças nas concentrações dos hormônios gonadotrópicos da adeno-hipófise, FSH e LH, e dos hormônios ovarianos, estradiol (estrogênio) e progesterona. 
Embora ainda não se tenha efetuado qualquer determinação detalhada, é possível que o hormônio de liberação, GnRH, do hipotálamo também sofra variações cíclicas. Antes de considerarmos a inter-relação entre esses diferentes hormônios, é necessário descrever, em primeiro lugar, algumas de suas funções específicas, bem como suas relações com a função ovariana.
FUNÇÕES DOS HORMÔNIOS OVARIANOS ESTRADIOL E PROGESTERONA
Os dois tipos de hormônios sexuais ovarianos são os estrogênios e as progestinas. Sem dúvida alguma, o mais importante dos estrogênios é o estradiol, enquanto a progestina mais importante é a progesterona. Os estrogênios promovem principalmente a proliferação e o crescimento de células específicas no organismo e são responsáveis pelo aparecimento da maioria dos caracteres sexuais secundários da mulher. Por outro lado, as progestinas estão implicadas quase totalmente com a preparação final do útero para a gravidez e das mamas para a lactação.
QUÍMICA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS
ESTROGÊNIOS.
 Na mulher não-grávida, os estrogênios só são secretados em grandes quantidades pelos ovários, embora quantidades diminutas sejam secretadas pelo córtex supra-renal. Durante a gravidez, a placenta também secreta enormes quantidades desses hormônios.
Apenas três estrogênios estão presentes em quantidades significativas no plasma da mulher: ßN-esiradiol, estrona e estriol, cujas fórmulas estão indicadas na figura abaixo.
O principal estrogênio secretado pelos ovários é o ßï-estradiol. Verifica-se também a secreção de pequenas quantidades de estrona, porém a maior parte desse hormônio é formada nos tecidos periféricos a partir dos androgênios secretados pelo córtex suprarenal e pelas células da teca do ovário. O estriol é um produto oxidativo estrogênico muito fraco derivado do estradiol e da estrona, cuja conversão ocorre principalmente no fígado. 
A potência estrogênica do ßÅ-estradiol é 12 vezes maior que a da estrona e 80 vezes maior que a do estriol. Considerando-se essas potências relativas, podemos verificar que o efeito estrogênico total do ßÍ-estradiol é, em geral, muitas vezes maior que dos outros dois reunidos. Por esse motivo, o ß6- estradiol é considerado como o principal estrogênio, apesar de os efeitos estrogênicos da estrona não serem desprezíveis.
PROGESTINAS. 
Sem dúvida alguma, a progesterona é a mais importante das progestinas. Todavia, pequenas quantidades de outra progestina, a 17-a hidroxiprogesterona, também são secretadas com a progesterona e possuem essencialmente os mesmos efeitos. Contudo, para finalidades práticas, é geralmente conveniente considerar a progesterona como a única progestina importante.
Na mulher não-grávida, a progesterona só aparece era quantidades significativas durante a segunda metade de cada ciclo ovariano, quando é secretada pelo corpo lúteo. Durante a primeira metade do ciclo ovariano, a progesterona ocorre apenas em quantidades diminutas no plasma, sendo secretada em quantidades aproximadamente iguais pelos ovários e pelo córtex supra-renal.
SÍNTESE DOS ESTROGÊNIOS E DAS PROGESTINAS. 
Observando as fórmulas químicas dos estrogênios e da progesterona na imagem acima, constatamos que todos eles são esteróides. Esses hormônios são sintetizados nos ovários, principalmente, a partir do colesterol proveniente do sangue, mas, também, em menor grau, a partir da acetilcoenzima A, pela combinação de muitas de suas moléculas para formar o núcleo esteróide apropriado. No processo da síntese, a progesterona e o hormônio sexual masculino testosterona são formados em primeiro lugar; a seguir, durante a fase folicular do ciclo ovariano, antes desses hormônios saírem do ovário, quase toda a testosterona e grande parte da progesterona são convertidas em estrogênios pelas células da granulosa. Durante a fase lútea do ciclo, a quantidade de progesterona formada é muito grande para que toda ela seja convertida, o que explica a acentuada secreção de progesterona observada nessa fase. Mesmo assim, a testosterona é secretada no plasma pelos ovários em quantidade da ordem de 1/15 da que é secretada no plasma pelos testículos.
TRANSPORTE DOS ESTROGÊNIOS E DA PROGESTERONA NO SANGUE. 
Os estrogênios e a progesterona são transportados no sangue ligados principalmente à albumina plasmática às globulinas específicas de ligação de estrogênio e de progesterona. Todavia, a ligação desses hormônios às proteínas plasmáticas é frouxa o suficiente para que sejam rapidamente liberados nos tecidos dentro de 30 minutos ou mais.
DESTINO DOS ESTROGÊNIOS; FUNÇÃO DO FÍGADO NA DEGRADAÇÃO DOS ESTROGÊNIOS. 
O fígado conjuga os estrogênios com a consequente formação de glicuronídios e sulfatos; cerca de um quinto desses produtos conjugados é secretado na bile, enquanto a maior parte do restante é excretada na urina. Além disso, o fígado converte os potentes estrogênios estradiol e estrona no estrogênio quase totalmente destituído de potência, o estriol. Por conseguinte, a redução da função hepática aumenta a atividade dos estrogênios no organismo, causando, por vezes, hiperestrinismo.
DESTINO DA PROGESTERONA. 
Dentro de poucos minutos após sua secreção quase toda a progesterona é degradada a outros esteróides que não possuem efeito progesterônico. Também neste caso, a exemplo dos estrogênios, o fígado é especialmente importante no processo de degradação metabólica.
O principal produto final de degradação da progesterona é o pregmanediol. Cerca de 10% da progesterona são excretados na urina sob essa forma. Por conseguinte, é possível estimar a velocidade de formação da progesterona no organismo a partir de sua velocidade de excreção.
FUNÇÕES DOS ESTROGÊNIOS - SEUS EFEITOS SOBRE OS CARACTERES SEXUAIS FEMININOS PRIMÁRIOS E SECUNDÁRIOS
A principal função dos estrogênios é causar a proliferação celular e o crescimento dos tecidos dos órgãos sexuais e de outros tecidos relacionados à reprodução.
EFEITO SOBRE O ÚTERO E OS ÓRGÃOS SEXUAIS EXTERNOS.
 Durante a meninice, os estrogênios só são secretados em diminutas quantidades, porém, após a puberdade, a quantidade de estrogênios secretada sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários sofre aumento de cerca de 20 vezes ou mais. Nessa ocasião, os órgãos sexuais femininos transformam-se e passam a adquirir as características da mulher adulta. Os ovários, as trompas de Falópio, o útero e a vagina aumentam de tamanho várias vezes. Além disso, a genitália externa aumenta com a deposição de gordura no monte de Vênus e nos grandes lábios e com o aumento dos pequenos lábios.
Além disso, os estrogênios alteram o epitélio vaginal de tipo cuboide, transformando-o em tipo estratificado, que é consideravelmente mais resistente ao traumatismo e às infecções do que o epitélio pré-puberal. Nas crianças, infecções como vaginite gonorréica podem, na realidade, ser curadas simplesmente pela administração de estrogênios, devido ao consequente aumento da resistência do epitélio vaginal.
Durante os primeiros anos após a puberdade, o útero aumenta por duas a três vezes. Entretanto, mais importante do que o aumento de tamanho são as alterações que ocorrem no endométrio sob a influência dos estrogênios, uma vez que esses hormônios determinam acentuada proliferação do estroma endometrial e intensificam muito o desenvolvimento das glândulas endometriais que, mais tarde, ajudarão a nutrição do ovo implantado. Esses efeitos são discutidos emseções posteriores deste capítulo, juntamente com o ciclo endometrial. 
EFEITO SOBRE AS TROMPAS DE FALÓPIO.
 Os estrogênios exercem efeito sobre o revestimento mucoso das trompas de Falópio, semelhante ao observado no endométrio uterino: determinam a proliferação dos tecidos glandulares e, de especial importância, provocam aumento do número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de Falópio. Além disso, a atividade dos cílios aumenta de modo considerável, vibrando sempre no sentido do útero. Isso ajuda a impelir o ovo fertilizado em direção ao útero. 
EFEITO SOBRE AS MAMAS.
 As mamas primordiais são exatamente iguais em ambos os sexos, e, sob a influência de hormônios apropriados, a mama masculina, pelo menos durante as duas primeiras décadas de vida, pode desenvolver-se o suficiente para produzir leite, da mesma forma que a mama feminina. 
Os estrogênios causam (1) desenvolvimento dos tecidos do estroma das mamas, (2) crescimento do extenso sistema canalicular, e (3) deposição de gordura nas mamas. Os lóbulos e os alvéolos das mamas desenvolvem-se em pequeno grau, mas são a progesterona e a prolactina que ocasionam o crescimento determinativo e a função dessas estruturas. Em resumo, os estrogênios iniciam o crescimento das mamas e de seu aparelho produtor de leite; além disso, são responsáveis pelo aspecto externo característico das mamas femininas adultas, mas não completam o trabalho de conversão das mamas em órgãos produtores de leite. 
EFEITO SOBRE O ESQUELETO. 
Os estrogênios provocam aumento da atividade osteoblástica. Por conseguinte, na puberdade, quando a mulher entra em seus anos reprodutivos, a velocidade do crescimento fica acelerada durante vários anos. Entretanto, os estrogênios possuem outro efeito potente sobre o crescimento esquelético — isto é, causam a fusão precoce das epífises com as diáfises dos ossos longos. Esse efeito é muito mais forte na mulher do que o efeito semelhante da testosterona no homem. Em consequência, o crescimento na mulher cessa geralmente vários anos antes do crescimento no homem. O eunuco feminino, que carece por completo de produção de estrogênio, cresce geralmente vários centímetros mais do que a mulher adulta normal, visto que não sofre a fusão precoce das epífises. 
OSTEOPOROSE DOS OSSOS CAUSADA PELA DEFICIÊNCIA DE ESTROGÊNIOS NA VELHICE. 
Após a menopausa, os ovários quase não secretam estrogênio. Essa deficiência estrogênica resulta em (1) redução da atividade osteoblástica dos ossos, (2) diminuição da matriz óssea, e (3) menor disposição de cálcio e de fosfato no osso. Em algumas mulheres, esse efeito é extremamente grave, com o consequente desenvolvimento de osteoporose. Como esse processo pode enfraquecer acentuadamente os ossos e ocasionar fraturas, sobretudo das vértebras, uma percentagem significativa de mulheres pós-menopáusicas é tratada continuamente com estrogênios de reposição. 
EFEITO SOBRE A DEPOSIÇÃO DE PROTEÍNAS. 
Os estrogênios causam ligeiro aumento das proteínas corporais totais, o que é evidenciado por um balanço nitrogenado ligeiramente positivo quando se administram estrogênios. Isso provavelmente resulta do efeito do estrogênio de promover o crescimento dos órgãos sexuais, dos ossos c de alguns outros tecidos do organismo. O aumento da deposição de proteína causado pela testosterona é muito mais geral e mais forte que o ocasionado pelos estrogênios. 
EFEITO SOBRE O METABOLISMO E A DEPOSIÇÃO DE GORDURA.
 Os estrogênios aumentam ligeiramente a intensidade metabólica, porém esse efeito é apenas de cerca de um terço do causado pelo hormônio sexual masculino testosterona. Além disso, determinam a deposição de quantidades aumentadas de gordura nos tecidos subcutâneos. Em consequência, o peso específico total do corpo feminino, quando avaliado pela flutuação - em água, é consideravelmente menor que o do corpo masculino, que contém maior quantidade de proteína e menor quantidade de gordura. Além da deposição de gordura nas mamas e nos tecidos subcutâneos, os estrogênios ocasionam a deposição de gordura nas nádegas e nas coxas, caracterizando a figura feminina. 
EFEITO SOBRE A DISTRIBUIÇÃO DOS PELOS. 
Os estrogênios não afetam acentuadamente a distribuição dos pelos. Todavia, verifica-se o desenvolvimento de pelos na região púbica e nas axilas após a puberdade. Os androgênios formados pelas glândulas suprarenais são os principais responsáveis por isso. 
EFEITOS SOBRE A PELE. 
Os estrogênios fazem com que a pele adquira textura macia e geralmente lisa, porém mais espessa que a da criança ou da mulher castrada. Além disso, os estrogênios fazem com que a pele se torne mais vascularizada do que o normal; esse efeito está quase sempre associado a aumento da temperatura da pele e, com frequência, resulta em maior sangramento por cortes superficiais do que o observado nos homens. Os androgênios supra-renais, que são secretados em grandes quantidades após a puberdade, causam aumento da secreção das glândulas sudoríparas axilares e, com freqüência, provocam acne. 
EFEITO SOBRE O EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO. 
Foi assinalada a semelhança química dos hormônios estrogênicos com os hormônios córtico-supra-renais; os estrogênios, da mesma forma que a aldosterona e alguns outros hormônios córtico-supra-renais, causam retenção de sódio e de água pelos túbulos renais. Entretanto, esse efeito dos estrogênios é leve e raramente significativo, exceto durante a gravidez, conforme descrito no capítulo seguinte. 
FUNÇÕES INTRACELULARES DOS ESTROGÊNIOS. 
Até agora, discutimos os efeitos básicos dos estrogênios sobre o organismo. Os mecanismos celulares subjacentes a esses efeitos são: Os estrogênios circulam no sangue durante apenas alguns minutos antes de serem liberados nas células-alvo. Ao penetrarem nessas células, combinam-se, dentro de 10 a 15 segundos, com moléculas protéicas "receptoras" no citoplasma e, a seguir, combinados com essa proteína, interagem com porções específicas do ADN cromossômico. Essa interação desencadeia imediatamente o processo da transcrição; cm consequência, o ARN começa a ser produzido em poucos minutos. Além disso, durante várias horas, pode-se verificar também a produção de novo ARN, resultando eventualmente na divisão da célula. O ARN difunde-se para o citoplasma, onde determina acentuado aumento da síntese de proteínas e, subsequentemente, alteração da função celular. 
Uma das principais diferenças entre o efeito anabólico protéico dos estrogênios e o da testosterona é que os primeiros exercem seu efeito quase exclusivamente em poucos órgãos-alvo específicos, como o útero, as mamas, o esqueleto e certas áreas adiposas do corpo, enquanto a testosterona tem efeito mais generalizado sobre todo o organismo.
FUNÇÕES DA PROGESTERONA
 EFEITOS SOBRE O ÚTERO.
Sem dúvida alguma, a função mais importante da progesterona consiste em promover as alterações secretoras do endométrio uterino, durante a segunda metade do ciclo sexual feminino, preparando, assim, o útero para a implantação do ovo fertilizado. Essa função é discutida mais tarde, juntamente com o ciclo endometrial do útero. 
Além desse efeito sobre o endométrio, a progesterona diminui a freqüência das contrações uterinas, ajudando, assim, a evitar a expulsão do ovo implantado. 
EFEITO SOBRE AS TROMPAS DE FALÓPIO. 
A progesterona também promove alterações secretoras no revestimento mucoso das trompas de Falópio. Essas secreções são necessárias para a nutrição do ovo fertilizado em processo de divisão à medida que ele percorre a trompa de Falópio, antes de sua implantação. 
EFEITO SOBRE AS MAMAS.
 A progesterona estimula o desenvolvimento dos lóbulos e dos alvéolos das mamas, levando à proliferação e ao aumento de tamanho das células alveolares, que adquirem natureza secretora. Todavia, na realidade, a progesterona não ocasiona a secreção de leite pelos alvéolos, visto que, conforme discutido no próximo capítulo, o leite só é secretado depois que a mama preparada é novamente estimulada pela prolactina secretadapela adeno-hipófise. 
A progesterona também provoca intumescimento das mamas. Parte desse aumento decorre do desenvolvimento secretor dos lóbulos e dos alvéolos, mas também parece resultar, em parte, do aumento de líquido no próprio tecido subcutâneo. 
EFEITO SOBRE O EQUILÍBRIO ELETROLÍTICO.
 A progesterona, em quantidades muito grandes — da mesma forma que os estrogênios, a testosterona e os hormônios córtico-supra-renais — pode aumentar a reabsorção de sódio, cloreto e água pelos túbulos distais dos rins. Entretanto, por estranho que pareça, a progesterona causa com maior freqüência maior aumento da excreção de sódio e de água. A causa reside na competição entre a progesterona e a aldosterona que, provavelmente, ocorre da seguinte maneira: Essas duas substâncias combinam-se com as mesmas proteínas receptoras existentes nas células epiteliais dos túbulos. Quando a progesterona se combina com esses receptores, a aldosterona não pode fazê-lo. Contudo, a progesterona exerce um efeito sobre o transporte de sódio centenas de vezes menor que o da aldosterona. Por conseguinte, a despeito do fato de que, em condições adequadas, a progesterona pode promover ligeira retenção de água e de sódio pelos túbulos renais, ela bloqueia o efeito mais potente da aldosterona, resultando, assim, em perda efetiva de sódio c de água do organismo.
CICLO ENDOMETRIAL E MENSTRUAÇÃO
Associado à produção cíclica de estrogênios e de progesterona pelos ovários existe um ciclo endometrial que ocorre por meio dos seguintes estágios: primeiro, proliferação do endométrio uterino; segundo, alterações secretoras do endométrio; e terceiro, descamação do endométrio, conhecida como menstruação. As várias fases do ciclo endometrial estão ilustradas na figura abaixo.
FASE PROLIFERATIVA (FASE ESTROGÊNICA) DO CICLO ENDOMETRIAL. 
No início de cada ciclo mensal, a maior parte do endométrio sofre descamação pelo processo da menstruação. Após a menstruação, só permanece uma delgada camada de estroma endometrial na base do endométrio original, e as únicas células epiteliais remanescentes são as que se localizam nas porções profundas remanescentes das glândulas e criptas do endométrio. Sob a influência dos estrogênios, secretados em quantidades crescentes pelo ovário durante a primeira fase do ciclo ovariano, as células do estroma e as células epiteliais proliferam rapidamente. A superfície do endométrio é reepitelizada dentro dos 4 a 7 dias após o início da menstruação. Durante as duas primeiras semanas do ciclo — até a ovulação —, o endométrio aumenta acentuadamente de espessura, devido ao número crescente de células do estroma e ao progressivo crescimento das glândulas endometriais e dos vasos sanguíneos no endométrio. Na época da ovulação, o endométrio tem espessura aproximada de 3 a 4 mm. Nessa ocasião, as células endometriais, em particular, as da região cervical, secretam um muco fino e filamentoso. Os filamentos de muco distribuem-se ao longo do canal cervical, formando canais que ajudam a orientar os espermatozoides em sua ascensão para o útero.
FASE SECRETORA (FASE PROGESTACIONAL) DO CICLO ENDOMETRIAL.
Durante a segunda metade do ciclo mensal, a progesterona e o estrogênio são secretados em grandes quantidades pelo corpo lúteo. Os estrogênios provocam ligeira proliferação celular adicional no endométrio durante essa fase do ciclo endometrial, enquanto a progesterona causa acentuados intumescimento e desenvolvimento secretor do endométrio. As glândulas ficam mais sinuosas; as substâncias secretoras se acumulam nas células epiteliais glandulares. Além disso, o citoplasma das células do estroma aumenta; os depósitos de lipídios e de glicogênio sofrem acentuado aumento nas células do estroma; e a irrigação sanguínea do endométrio aumenta ainda mais em proporção ao desenvolvimento da atividade secretora, tornando os vasos sanguíneos altamente sinuosos. No final da fase secretora, o endométrio apresenta espessura de 5 a 6 mm.
Toda a finalidade dessas alterações endometriais é a produção de endométrio altamente secretor, contendo grandes quantidades de nutrientes armazenados capazes de oferecer condições apropriadas para a implantação do ovo fertilizado durante a segunda metade do ciclo mensal. Desde o momento da fertilização até a implantação do ovo, as secreções uterinas, denominadas "leite uterino", proporcionam a nutrição para o ovo em início de divisão. A seguir, uma vez implantado no endométrio, as células trofoblásticas na superfície do blastocisto começam a digerir o endométrio e a absorver as substâncias endometriais armazenadas, tornando disponível uma quantidade ainda maior de nutrientes para o embrião na fase inicial de desenvolvimento.
MENSTRUAÇÃO. 
Aproximadamente 2 dias antes do final do ciclo mensal, a secreção dos hormônios ovarianos, estrogênios e progesterona diminui acentuadamente e atinge baixos níveis.
A menstruação é causada pela súbita redução dos estrogênios a da progesterona, em particular desta última, ao final do ciclo ovariano mensal. O primeiro efeito observado consiste numa redução da estimulação das células endometriais por esses dois hormônios, seguida rapidamente pela involução do próprio endométrio até cerca de 65% de sua espessura anterior. Durante as 24 horas que precedem o início da menstruação, os vasos sanguíneos sinuosos que irrigam a camada mucosa do endométrio tornam-se vasoespásticos, presumivelmente devido a algum efeito da involução, como a liberação de material vasoconstritor— possivelmente um dos tipos vasoconstritores de prostaglandinas presentes em quantidades abundantes nessa fase. O vasoespasmo e a perda do estímulo hormonal provocam a necrose inicial do endométrio, em particular dos vasos sanguíneos situados no estrato vascular. Em conseqüência, o sangue exsuda para a camada vascular do endométrio, e as áreas hemorrágicas aumentam no decorrer de um período de 24 a 36 horas. Gradualmente, as camadas externas necróticas do endométrio descolam-se do útero no local das hemorragias, até que, aproximadamente 48 horas após o início da menstruação, todas as camadas superficiais do endométrio já sofreram descamação. A massa do tecido descamado e o sangue na cavidade uterina, possivelmente em associação com os efeitos contrateis das prostaglandinas, desencadeiam as contrações uterinas que expelem seu conteúdo.
Durante a menstruação normal, ocorre perda aproximada de 40 ml de sangue e 35 ml de líquido seroso. Esse líquido menstrual normalmente não coagula, devido à liberação de fibrinolisina juntamente com o material endometrial necrótico. Todavia, se houver sangramento excessivo da superfície uterina, a quantidade de fibrinolisina pode não ser suficiente para impedir a coagulação. A presença de coágulos durante a menstruação constitui-se, em geral, numa prova clínica de patologia uterina.
Dentro de 4 a 7 dias após o início da menstruação, a perda de sangue cessa, visto que, nessa época, o endométrio já está totalmente reepitelizado
LEUCORRÉIA DURANTE A MENSTRUAÇÃO. 
Durante a menstruação, é liberado grande número de leucócitos juntamente com o material necrótico e o sangue. E provável que alguma substância liberada pela necrose endometrial ocasione essa saída de leucócitos. Em conseqüência desses numerosos leucócitos c de outros possíveis fatores, o útero torna-se altamente resistente à infecção durante a menstruação, embora as superfícies endometriais estejam expostas. Obviamente, isso tem grande valor protetor
REGULAÇÃO DO RITMO MENSAL NA MULHER INTER-RELAÇÃO ENTRE OS HORMÔNIOS OVARIANOS E HIPOTALÂMICO-HIPOFISÁRIOS
Uma vez apresentadas as principais alterações cíclicas que ocorrem durante o ciclo sexual feminino, podemos tentar explicar o mecanismo rítmico básico responsável por essas variações cíclicas.
EFEITO DE FEEDBACK NEGATIVO DO ESTROGÊNIO, DA PROGESTERONA E DA INIBI NA SOBRE A SECREÇÃO DE HORMÔNIO FOLÍCULO - ESTIMULANTE E HORMÔNIO LUTEINIZANTE
O estrogênio, em pequenas quantidades, e a progesterona, em grandes quantidades, inibem a produçãode FSH e de LH. Esses efeitos de feedback parecem atuar diretamente sobre a adeno-hipófise, porém, em menor grau, sobre o hipotálamo, diminuindo a secreção de GnRH, especialmente por alterar a freqüência de seus pulsos.
Além dos efeitos de feedback do estrogênio e da progesterona, outro hormônio também parece estar envolvido. Trata-se da inibina, que é secretada juntamente com os hormônios sexuais esteróides pelo corpo lúteo, da mesma maneira que as células de Sertoli secretam esse mesmo hormônio no testículo do homem. A inibina possui o mesmo efeito na mulher e no homem, inibindo a secreção adeno-hipofisária de FSH e, em menor grau, a do LH. Por conseguinte, acredita-se que a inibina possa ser especialmente importante para provocar a redução da secreção de FSH e LH ao final do ciclo sexual feminino.
EFEITO DE FEEDBACK POSITIVO DO ESTROGÊNIO ANTES DA OVULAÇÃO - SURTO PRÉ - OVULATÓRIO DE HORMÔNIO LUTEINIZANTE
Por motivos que ainda não estão totalmente elucidados, a adeno-hipófise secreta quantidades muito aumentadas de LH durante 1 a 2 dias, nas 24 a 48 horas que precedem a ovulação. Esse efeito está ilustrado na Fig. 81.3, que também mostra um surto pré-ovulatório bem menor de FSH. Experimentos têm demonstrado que a infusão de estrogênio na mulher acima de determinada velocidade crítica, durante um período de 2 a 3 dias na primeira metade do ciclo ovariano, causa rápida aceleração do crescimento dos folículos, além de acelerar a secreção dos estrogênios ovarianos. Durante esse período, a secreção de FSH e de LH pela adeno-hipófise é ligeiramente suprimida. A seguir, de modo abrupto, a secreção de LH aumenta por seis a oito vezes, enquanto a do FSH aumenta por cerca de duas vezes. Desconhece-se a causa dessa elevação abrupta da secreção de gonadotropinas. Todavia, existem várias causas possíveis: (1). Foi sugerido que, nesse estágio do ciclo, o estrogênio exerce efeito especial de feedback positivo, estimulando a secreção hipofisária das gonadotropinas. Esse efeito contrasta acentuadamente com seu efeito de feedback negativo normal que ocorre durante o resto do ciclo mensal feminino. (2).As células da granulosa dos folículos começam a secretar quantidades pequenas, porém crescentes, de progesterona aproximadamente 1 dia antes do surto pré-ovulatório de LH; sugeriu-se que esse fator poderia estimular o excesso da secreção de LH. Na ausência desse surto pré-ovulatório normal de LH, não ocorre ovulação.

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