Buscar

Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico existencial

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

REFERÊNCIA: DONATELLI, M. Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico existencial in ANCONA-LOPEZ, S. Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. II. p. 45-64 
	
A autora que escreve esse capítulo nos apresenta os pressupostos do atendimento clínico do psicodiagnóstico e suas etapas. Ela inicia o capítulo nos apresentando o psicodiagnóstico como um processo de intervenção, algo que não levávamos em consideração no passado, já que entediamos que esse processo servia para apenas levantamento de dados com um olhar patológico em cima desses dados, evitando criar vínculos com o cliente. 
No Brasil revemos essa forma de atuação na década de 1980, quando M. Ancona-Lopez começou a introduzir um modelo de psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial, onde investigamos e trabalhamos as queixas trazidas pelos clientes e em conjunto a eles procuramos meios de compreender as mesmas. O psicodiagnóstico interventivo tem como características o fato de que ao longo do processo realizamos devolutivas ao cliente por meio de pontuações, classificações, assinalamentos que abrangem seu mundo interno na tentativa de que novos significados, novas apropriações e ressignificações sejam realizadas sobre si mesmo. E quando falamos de um psicodiagnóstico infantil, trabalharemos em conjunto com a família, essa que vem até nós quando a criança apresenta comportamentos que os atinge.
Podemos pensar no psicodiagnóstico como prática colaborativa, já que é um processo realizado em conjunto do psicólogo, dos pais e da criança, onde os dois últimos se fazem ativos. O que os pais trazem para o processo, sejam elas informações, compreensões, expectativas, são todas de grande valor para se construir em conjunto ao psicólogo uma melhor compreensão do que se passa com a criança. Um trabalho próximo a esse é o do psicodiagnóstico como prática compartilhada, onde o psicólogo compartilha suas impressões aos clientes buscando afirmar ou reformular suas ideias. Esse trabalho possui derivações da Psicologia Fenomenológica que enxerga o homem como um ser consciente de suas escolhas e que se responsabiliza pelas mesmas, então o psicodiagnóstico nesse caso se dá por meio de colaboração de todas as partes sendo possível aprenderem e compreenderem os fenômenos em conjunto, é também realizado através de uma contextualização e possuí característica interventiva.
Observamos que no psicodiagnóstico interventivo fenomenológico-existencial as experiências que se dão ao longo da vida de um indivíduo constituem seu campo fenomenal e cabe ao psicólogo compreender esse campo fenomenal sem se deixar cegar pela teoria. O psicodiagnóstico como prática de compreensão das vivências trata melhor esse aspecto, há uma maior valorização dos conhecimentos pessoais da criança e dos pais. O trabalho do psicólogo e dos clientes aqui seria o de descontruir o que sabem da queixa na busca do significado principal. O psicólogo deve então se envolver nesse processo a ponto de comunicar seus entendimentos do caso, compartilhar seus conhecimentos, se envolver, mas conseguir se manter neutro para conseguir refletir e trabalhar.
A autora do texto fala do psicodiagnóstico interventivo como prática descritiva, onde os psicólogos devem evitar de utilizar o psicodiagnóstico para fazer classificações, pois é um modelo descritivo na medida em que contextualiza a vida do cliente nos aspectos biopsicossocial.
Esse processo requer participação e comprometimento de todas as partes envolvidas, o psicólogo, os pais e a criança, que juntos auxiliam na construção de uma melhor compreensão do que lhes ocorre. E aqui cito o que a autora acrescenta sobre psicodiagnóstico: 
"Desse modo, tanto as experiências do cliente quanto as impressões do psicólogo sobre elas são compartilhadas, caindo por terra a ideia de que existem aspectos que não devem ser mencionados pelo psicólogo ao cliente: o importante é como dizer, e não o que dizer." (DONATELLI, M. Psicodiagnóstico interventivo fenomenológico existencial in ANCONA-LOPEZ, S. Psicodiagnóstico interventivo: evolução de uma prática. Cap. II. p. 50-51).
Há no texto uma descrição de como se dá o atendimento em psicodiagnóstico interventivo na abordagem fenomenológico-existencial. A autora começa a descrição decorrendo sobre a entrevista inicial em que apenas os pais são chamados, o psicólogo se apresenta e explica da melhor forma que lhe for possível como é o trabalho e atendimento no psicodiagnóstico e que o comprometimento deles é essencial para o processo funcionar. 
Num momento posterior, o encontro com os pais é marcado para se realizar a entrevista de anamnese, onde tento investigar o contexto familiar em que a criança está envolvida, conhecer melhor a estrutura de valores, crenças, tradições que se fazem valer no ambiente da família. Ao atingir o esperado nessa sessão pode-se combinar datas e horários das futuras sessões, podendo solicitar que o próximo encontro seja somente com a criança.
Em um primeiro contato com a criança, as premissas do primeiro contato com os pais retornam, onde o psicólogo deve, de acordo com a capacidade da criança, explicar quem é o porquê e o que se está fazendo ali, estabelecer regras de data e horário, dizendo que esse trabalho é de cunho sigiloso mesmo que ainda se precise manter o contato com os pais, e que a esses, devoluções serão dadas do que o profissional interprete e perceba nas sessões. Nessa primeira sessão a observação lúdica será utilizada com o auxílio da caixa lúdica que pode conter materiais gráficos, bonecos da família e de animais, diversos tipos de jogos, móveis de casa, diversos tipos de automóveis. Por meio da brincadeira perguntas podem ser feitas para melhor compreensão dos aspectos internos da criança, de como ela interpreta o seu mundo. A observação de como essa criança se comporta nas brincadeiras, do que ela está brincando. Nessas sessões a utilização de testes serve para conhecer melhor o funcionamento da criança. Podendo ao final das sessões conversar e sanar dúvidas que ocorreram durante as observações com a criança.
Algumas sessões de devolutivas aos pais devem ocorrer alternadamente entre uma sessão com a criança. Ideias, observações, dúvidas, percepções são compartilhada aos pais e sendo articuladas em conjunto, de acordo com a queixa que trouxeram. Levando em consideração e trabalhando com os sentimentos que os pais possam apresentar frente a essas novas informações, nesse momento cabe uma orientação, mas devemos ter cuidado para não soarmos como se fossemos retentores de uma verdade concreta e absolutista.
O processo do psicodiagnóstico não se restringe ao ambiente clínico, algumas vezes visitas à escola ou à casa da criança podem auxiliar na compreensão de como essa criança está inserida no meio em que vive. Essas visitas devem ser marcadas antecipadamente e as partes devem estar em comum acordo, caso contrário não se deve forçar.
A autora nos mostra cinco objetivos que ela tem quando se chega as últimas sessões com os pais. Os objetivos compreendem mostrar o que e como foi se dando o processo de psicodiagnóstico; trabalhar com os pais a finalização do processo, esse que possibilitou que todos os envolvidos criassem vínculos, e o desligamento pode gerar angústias; em conjunto refletir as mudanças, o objetivo atingindo, no decorrer do processo; demonstrar aos pais aspectos que possam ajudar em seu relacionamento com a criança num futuro; trabalhar possíveis encaminhamentos e/ou encerramento do processo.
Um relatório de caráter descritivo é realizado no final do processo contendo informações advindas da queixa inicial, informações advindas das sessões com a criança e de testes ou observações lúdicas realizadas, o que foi trabalhado durante o período, e quaisquer outros aspectos que se fez presente durante o atendimento. Ele é lido aos pais e esses podem solicitar que haja acréscimos ou que se retire algo e até mesmo nos indicar possíveis modificações.
A criança também deve receber uma devolutiva no final do atendimento, devemos utilizarde meios lúdicos e de melhor compreensão dentro das capacidades da criança. O exemplo de finalização do processo citado no texto é de se fazer um livro onde a história contada é a da própria criança.

Continue navegando