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DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica A patologia agrupa duas enfermidades diferentes: Enfisema, e Bronquite Obstrutiva Crônica. Os médicos fazem o uso da sigla DPOC pela frequência de pacientes que apresentam a combinação das duas patologias. Antes de desmembrar o conceito dessa patologia, irei destacar um dos fatores principais da inflamação dos Brônquios e dos Alvéolos; região onde ocorre a inflamação crônica para o desenvolvimento da Doença pulmonar. Pesquisas apontam que 85% a 90% da morte pela doença é o Tabagismo; sendo que os fumantes tem o risco de 10 a 14 vezes de morte, não excluindo a possibilidade de quem não fuma ter a inflamação. Uma pesquisa na universidade de Washington, destacou o número de fumantes em todo o mundo se aproxima de 1 bilhão. Anatomia do Sistema Respiratório – Parte Superior - Nariz, faringe (garganta), Parte inferior - laringe (caixa de voz), traqueia (tubo de vento), brônquios e pulmões. A condução do ar consiste em cavidades e tubos interconectados, onde se inclui o nariz, faringe, laringe, traqueia os brônquios e os bronquíolos terminais, sua função é filtrar, aquecer, e umedecer conduzindo para os pulmões, a parte respiratória consiste de tecidos dentro dos pulmões onde ocorre a hematose, incluindo os bronquíolos respiratórios, os duetos alveolares, sacos alveolares e os alvéolos; esses são os principais locais que se da à gasosa entre o ar e o sangue. O epitélio respiratório que faz parte da histologia do sistema respiratório é do tipo pseudoestratificado cilíndrico ciliado e contém muitas células caliciformes (produtoras de muco), exclusivamente confinados às vias aéreas do sistema respiratório de mamíferos, localiza-se no revestimento da traqueia, brônquios e cavidade nasal. É composto por diferentes tipos celulares, caracterizados por sua morfologia e a localização de seus núcleos: Principais (núcleo alongado podendo ter localização basal, células cilíndricas altas com cílios); Basais (núcleo arredondado e central, célula curta cuja altura não alcança a superfície do epitélio, atua na renovação celular); Caliciformes (núcleo arredondado basal, célula cilíndrica com formato de cálice, secreta muco com função lubrificante). Esse muco, carregado de dejetos, é propulsionado com o auxílio dos cílios para a nasofaringe, onde pode ser engolido ou expectorado. o A célula Caliciforme tem formato de cálice, e durante a fixação do tecido tem forma de cilíndrico, tem características polarizada, com grande importância na fisiopatologia de diversas doenças, como por exemplo, na bronquite crônica e na fibrose cística, onde estas células sofrem hiperplasia e metaplasia. São secretoras de muco rico em polissacarídeos. o Células em escova, devido aos numerosos microvilos (Projeção microscópica da membrana) presentes em suas superfícies apicais. o Células basais, pequenas e arredondadas, estas células multiplicam-se continuamente, por mitose e originam os demais tipos celulares do epitélio respiratório. o Célula granular; célula endócrina que atua como efetora na integração das secreções mucosa e serosa; parece a célula basal, mas possui numerosos grânulos que deixam sua parte central mais densa aos elétrons. o As células de sustentação são colunares e com microvilos, prismáticas, largas no seu ápice e mais estreitas na base, com microvilos na sua superfície que se projetam para dentro da camada de muco que cobre o epitélio Além do suporte físico, secretam proteínas de ligação aos odorantes. As células em escova são também colunares e com microvilos, mas a superfície basal está em contato sináptico com fibras nervosas. A área olfatória está localizada na região superior das fossas nasais e é responsável pela sensibilidade olfativa. O epitélio que compõe essa região é o epitélio respiratório formado por três tipos distintos de células: Células de sustentação, Células basais, Células olfatórias: são neurônios bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. Na bronquite crônica, ocorre uma irritação na mucosa brônquica, normalmente como consequência do fumo ou da inalação da nicotina, e assim provocando uma estimulação excessiva das células produtoras de muco, aumentando a atividade secretora, danificando as células ciliadas, diminuindo o seu número e tamanho. Esses fatores fazem com que ocorra a diminuição do mecanismo de defesa dos brônquios, o que cria o ambiente para a proliferação dos microrganismos que penetram com o ar inspirado. Um dos sintomas principais da doença é a dificuldade na movimentação do ar pelos brônquios e na oxigenação do sangue, produção de catarro resultando em falta de ar com facilidade na atividade aeróbica, ou simplesmente subir uma escada, uma ladeira, progredindo para a dificuldade de executar tarefas simples, por conta da baixa taxa de oxigênio e aumento do gás carbônico, assim prejudicando a homeostase do coração. A diminuição das trocas gasosas entre o ar e o sangue dos pulmões é um dos fatores para a dificuldade de realizar tarefas, um défice de oxigenação e um aumento da concentração de dióxido de carbono que vai se acumulando nos organismo. Como consequência, embora penetre com certa facilidade nos sacos alveolares em cada inspiração, o ar não consegue sair em perfeitas condições ao longo da expiração, provocando um progressivo aumento da pressão no seu interior, o que facilita a ruptura das finas paredes alveolares, dando origem ao desenvolvimento de um enfisema, uma doença que se caracteriza pela dilatação alveolar e pelo consequente défice da função respiratória. De facto, é tão frequente a associação da bronquite crónica ao enfisema que ambas as alterações pertencem, juntamente com a asma brônquica crónica e a bronquiectasia (Condição em que as vias aéreas dos pulmões são danificadas, dificultando a secreção de muco.), a uma síndrome habitualmente denominada “doença pulmonar obstrutiva crónica”. A bronquite crónica provoca outro perigo, a medula óssea ao tentar compensar a situação, para aproveitar ao máximo o oxigénio presente no ar, proveniente dos pulmões, fabrica glóbulos vermelhos em excesso, provocando um aumento da viscosidade do sangue causando um perigo de trombose ou embolias. O défice de ventilação de algumas zonas dos pulmões provoca alterações na circulação pulmonar, em longo prazo, o esforço excessivo mais o próprio défice de oxigenação do miocárdio, pode originar uma insuficiência cardíaca, que impacta ainda mais a qualidade de vida dos pacientes. O interesse em avaliar a qualidade de vida das pessoas com DPOC é alvo de grandes pesquisas, o conceito de qualidade de vida é bastante amplo, em função de seu alto grau de subjetividade. A DPOC é a maior causa de morbidade em idosos, com sensação de dispneia, sintomas de ansiedade e depressão, fatores relacionados à tolerância ao exercício, estado nutricional, frequência de tosse e gravidade da doença interferem na qualidade de vida em pacientes com DPOC. O índice de massa corpórea (IMC) tem relação direta com a qualidade de vida, tolerância ao exercício, força muscular, aspectos psicológicos como ansiedade e depressão é um dos fatores que apresentam o IMC baixo. Programas de reabilitação pulmonar resultam em melhora da força muscular periférica, respiratória, da tolerância ao exercício e do IMC. Relação no estado nutricional de pacientes com DPOC tem forte influência, há evidências da correlação entre a piora do estado nutricional com a qualidade de vida. Interferir na qualidade de vida de pacientes com DPOC, em hospital para avaliações precisas é um meio de intervenção para o agravamento da doença. Cuidados: • Evitar a permanência em ambientes contaminados, repletos de pó, fumos ou vapores irritantes. • Evitaros ambientes muito secos, recorrendo a humidificadores. • Beber líquidos em abundância, pelo menos 21 diários. • Proteger-se do frio com roupas adequadas a temperatura ambiental, sem provocar um calor excessivo. • Manter uma atividade física moderada e regular, pelo menos um passeio diário. • Evitar o excesso de peso, cumprindo dieta em caso de obesidade. • Respeitar as prescrições do médico e solicitar toda a informação oportuna sobre a dose, o modo de administração e os eventuais efeitos secundários dos medicamentos indicados. Medicamentos – O tipo e as doses dos medicamentos dependem da gravidade da doença, medida por um conjunto de fatores: histórico clínico, exames físicos, espirometria, radiografia de tórax e nível de oxigênio no sangue arterial. Em geral, podem ser usados os seguintes medicamentos: Broncodilatadores. Corticoides (cortisona) oral (afeta o organismo todo) ou inalatório (somente afeta os brônquios e pulmão). Antibióticos (utilizados durante os ataques agudos). Oxigênio, que em alguns casos pode melhorar o desempenho físico e a qualidade de vida. Reabilitação Pulmonar – Programa de treinamento específico da musculatura respiratória e dos membros, possibilitando um aumento considerável da capacidade física e da qualidade de vida. O Sírio-Libanês possui um moderno centro de reabilitação com programas específicos para DPOC. Cirurgia – Em raríssimos casos com predomínio de enfisema, há uma opção cirúrgica para melhora dos sintomas. O tratamento cirúrgico é chamado de cirurgia redutora de volume. O Sírio-Libanês possui equipe habilitada para todo o processo, desde a avaliação da indicação até a realização da operação. Tratamento das Crises – O grande diferencial é o socorro imediato e precoce. Para tanto, o Núcleo de Doenças Pulmonares e Torácicas possui retaguarda de atendimento 24 horas. A Bulectomia é um procedimento cirúrgico por vezes utilizado em pacientes com DPOC para remover bolhas gigantes dos pulmões. As bolhas são espaços de paredes finas, cheias de ar no revestimento do que os pulmões estão ampliados para um centímetro ou mais de diâmetro. Esta condição pode ocorrer em doença pulmonar obstrutiva crónica ou DPOC. Orientações nutricionais DPOC: Faça pequenas refeições várias vezes ao dia (5 a 6), pois assim, facilita a digestão e conserva energia; - Limite o consumo de líquidos durante as refeições, beba apenas uma hora após as refeições; - Faça pequenas refeições, preferindo alimentos fáceis de mastigar, pois vai ajuda a diminuir o cansaço; - Inclua frutas, vegetais, grãos e proteínas, tais como peixe e frango; - Consuma frutas e legumes todos os dias; - Evite o consumo de alimentos refinados; - Beba bastante água; - Evite embutido, presunto, bacon, carnes fumadas; - Evite bebida s muito quentes ou muito frias, assim como alimentos que possam causar tosse irritativa; - Faça suas refeições lentamente e repouse antes e depois das refeições; O papel do enfermeiro centra-se na elaboração em cooperação com os outros técnicos da equipa multidisciplinar de um plano terapêutico global para o cliente, em que este é um parceiro e o fulcro da sua atuação, ajudando-o na responsabilização pela manutenção da sua saúde como ator privilegiado na tomada de decisão. Assim o enfermeiro, formula diagnósticos de enfermagem e propõe intervenções, centradas na relação terapêutica, como forma de garantir o autocontrole e o autocuidado do cliente, onde a adoção de um estilo de vida mais saudável, pelo recurso ao exercício físico, a uma alimentação saudável, à cessação tabágica são de realçar. A “intervenção de enfermagem centra-se em programas educativos e programas de reabilitação respiratória”. Esta intervenção tem como objetivo o retardamento da progressão da doença, visa qualidade de vida, a promoção da saúde, a prevenção complicações, a satisfação do cliente o seu bem-estar e autocuidado, assim como o autocontrolo eficaz dos problemas de saúde”. Nas exacerbações da doença o enfermeiro institui o processo de enfermagem onde é frequente surgirem os seguintes diagnósticos de Enfermagem (CIPE): ventilação espontânea comprometida, dispneia atual, limpeza das vias aéreas comprometidas, conhecimento para a saúde diminuído e ansiedade atual. O enfermeiro após formular os diagnósticos de enfermagem planeia intervenções de enfermagem específicas e individualizadas a cada cliente, que valida com o próprio. É frequente a instituição de oxigenoterapia, ventilação não invasiva, inaloterapia, cujo ensino enquadra-se na área das intervenções autónomas de enfermagem sendo direcionado ao cliente ou em caso de impossibilidade do próprio ao seu cuidado. Ass: Luan Meireles
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