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Estudo Dirigido Atribuições do Analista, do Técnico e do Assessor Judiciário

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Atribuições do Analista, do Técnico 
e do Assessor Judiciário 
Estudo Dirigido 
Referência: MASSAD, Carlos Eduardo. Atribuições do 
assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico 
judiciário. 2. ed. Curitiba: InterSaberes, 2017. 
 
 
Olá, prezado aluno. O estudo dirigido é um pequeno 
resumo de alguns dos temas que podem ser cobrados nas 
avaliações da disciplina. Por se tratar de um resumo, ele é 
apenas um complemento. Estude pelas videoaulas, textos e 
demais materiais disponibilizados a você, de acordo com a 
Rotina de Estudos entregue na fase. 
Sumário 
Introdução ............................................................................................................... 2 
( 1 ) Servidores Públicos e Áreas de Atuação ...................................................... 2 
( 2 ) Analistas Judiciários ..................................................................................... 3 
( 3 ) Técnicos Judiciários ..................................................................................... 4 
( 4 ) Assessores Jurídicos ..................................................................................... 4 
( 5 ) Ingresso nas carreiras ................................................................................... 5 
( 6 ) Assessoramento de juízes, desembargadores e Ministros ............................ 6 
( 7 ) Normas dos Tribunais .................................................................................. 7 
( 8 ) Atendimento ao Público ............................................................................... 7 
( 9 ) Ética ............................................................................................................ 11 
( 10 ) Documentos Oficiais ............................................................................... 12 
( 11 ) Pesquisa de Doutrina e jurisprudência .................................................... 12 
( 12 ) Responsabilidade, crimes e penas — Servidor público, atenção! .......... 15 
 
2 
Introdução 
A Lei Maior do nosso País, a 
Constituição —, em seu art. 125, diz 
que os Tribunais têm grande 
autonomia para regular suas 
peculiaridades, com normas próprias 
em especial com lei estadual de 
organização judiciária. Além dela, 
portarias dos juízos, regulamentos dos 
tribunais, decretos estaduais, com toda 
a infinidade normativa que nosso país 
permite. 
Por isso, em nossos exemplos de aula, é impossível tratar de todos os temas 
conforme a regulamentação de cada estado! A obra elenca apenas alguns estados 
como exemplo, mas eles são muito úteis ao seu estudo, porque a regulamentação 
é parecida nas diversas unidades federativas. 
Os Tribunais (órgãos nos quais trabalham os assessores jurídicos, os 
analistas judiciários e os técnicos judiciários) têm muitas semelhanças em sua 
organização, pelo menos no que trata a nossa disciplina. Isso porque muitos 
requisitos de ingresso nas carreiras são estabelecidos em lei federal, e também 
porque as necessidades de trabalho entre um estado e outro são, em geral, 
parecidas. Pode mudar o número de servidores que auxiliam nos gabinetes de um 
desembargador na Bahia e no o número de servidores junto a um desembargador 
em Natal, porém, as qualificações exigidas e os editais de concurso tendem a ser 
parecidos nas exigências. 
E lembramos que este estudo é apenas um suplemento! Tenha foco 
também em tudo que já viu até o momento e ainda irá aprender nas rotas de 
aprendizagem e videoaulas. 
( 1 ) Servidores Públicos e Áreas de Atuação 
Os servidores muitas vezes atuam em estruturas chamadas de gabinetes. 
O gabinete consiste em uma estrutura física onde estão fixados, num local 
de trabalho, os desembargadores, procuradores de justiça, juízes, promotores, e 
seus respectivos servidores, entre os quais o assessor. 
Assim, o gabinete é o local de trabalho de juízes, promotores e outros 
membros do Poder Judiciário, portanto, ali são realizadas quase todas as funções 
exercidas nessas carreiras: elaboração de peças jurídicas, decisões, despachos; 
Art. 125. Os estados organizarão sua 
justiça, observados os princípios 
estabelecidos nesta constituição. 
§ 1º A competência dos tribunais será 
definida na constituição do estado, 
sendo a lei de organização judiciária 
de iniciativa do tribunal de justiça. 
(Constituição) 
3 
arquivamento e organização de documentos; triagem de processos, verificação de 
prazos. Cada integrante do gabinete deve saber realizar todos os serviços dali, até 
mesmo para que a ausência de um não prejudique o trabalho como um todo. 
A estrutura dos gabinetes dos magistrados, em especial, de primeiro grau, 
varia muito de acordo com a comarca e a vara em que atuam. A estrutura e o 
número de funcionários disponibilizados deve ser proporcional ao número de 
feitos que tramitam. 
Sobre o termo “assessoramento”, saiba que ele não se aplica apenas ao 
assessor! Assessorar é prestar assistência, e tanto os técnicos quanto os analistas 
judiciários prestam, também, atividades de assessoramento à atividade judiciária, 
ao conferir prazos de processos, numerar os autos, arquivar e organizar 
documentos, triar processos, entre outras atividades mais ou menos complexas. 
Essas atividades são, claro, de assessoramento, e fazê-las permite que o juiz tenha 
autos mais organizados em mãos, prontos para a atividade que lhe é exclusiva, 
como presidir audiências de instrução e de colheita de provas e decidir processos! 
Vamos lá! 
( 2 ) Analistas Judiciários 
O analista judiciário, servidor de nível superior, auxilia em sua área de formação. 
O analista e outros servidores cuja formação seja jurídica podem auxiliar na 
elaboração dessas peças, sempre com a supervisão do magistrado com quem 
atuam. Assim, o analista judiciário pode atuar no assessoramento de juízes e 
promotores de justiça, podendo inclusive ser chamado para ocupar o cargo de 
assessor. 
Apesar de o analista judiciário ter um cargo bastante reconhecido, ele não 
precisa estar sempre envolvido em funções estritamente técnicas, elaborando peças 
jurídicas em um gabinete apertado ou, se for área não-jurídica, escrevendo 
pareceres e estudando casos apresentados. O analista não precisa estar sempre 
envolvido em funções estritamente técnicas: nada impede que um analista 
judiciário com formação jurídica atenda ao público, e isso não é nenhum 
demérito! Pelo contrário, o contato com pessoas é estimulante e necessário, tanto 
por parte do usuário do serviço público, que quer ser bem atendido, quanto para 
quem atende, que aprende a ARTE DA CONVIVÊNCIA. 
Atender ao público é uma virtude. 
Nenhum cargo, por mais “elevado” 
que seja, pode ignorar seu público. 
4 
( 3 ) Técnicos Judiciários 
No assessoramento de juízes de primeiro grau, analistas e técnicos judiciários 
contribuirão para que os julgadores tenham condições de resolver o maior número 
possível de conflitos. 
As tarefas que podem ser praticadas para que o técnico judiciário auxilie 
no andamento de processos são inúmeras: conferir prazos de processos, numerar 
os autos, arquivar e organizar documentos, triar processos. Assim, os processos 
tramitam mais rapidamente e o julgador pode ter mais tempo para se dedicar ao 
julgamento em si. Também pode realizar a autuação, cada vez mais rara com a 
adoção progressiva do processo eletrônico. A autuação consiste, basicamente, em 
colocar uma capa sobre a petição, na qual será lavrado um termo que deve conter 
o juízo, a natureza do feito, o número de seu registro nos assentos do cartório, os 
nomes das partes e a data do seu início. 
Algumas atividades cotidianas de um processo são muitas vezes realizadas 
pelo técnico judiciário— sem prejuízo de que outros servidores o façam. Veja 
algumas: 
 Juntada: é o ato pelo qual se certifica o ingresso de uma petição 
ou documento nos autos. 
 Vista: é o ato de se franquear os autos à parte para que o advogado 
se manifeste. 
 Conclusão: é o ato pelo qual se certifica o encaminhamento dos 
autos ao juiz, para alguma ou providência ou decisão. 
 Recebimento: é o ato que documenta o momento em que os autos 
voltaram a cartório após uma vista ou conclusão. 
( 4 ) Assessores Jurídicos 
O assessor jurídico precisa ter formação em curso superior de Direito. Fazem parte 
das tarefas dos assessores jurídicos: facilitar a tramitação processual; subsidiar na 
elaboração de sentença, minutas de decisões interlocutórias e despachos; elaborar 
relatórios e termos de acordo; arquivamento e organização de documentos; triagem 
de processos, verificação de prazos; participação em audiências. Enfim, atividades 
do cotidiano jurídico das autoridades forenses.1 
Mas atenção! 
 
1 “Forense” quer dizer “de fórum”, isto é, às atividades praticadas nos fóruns e, de 
maneira ampla, no âmbito do Poder Judiciário de forma geral. 
5 
Quem pode fazer a sentença é o juiz togado, ou seja, concursado, conforme 
a legislação brasileira! O assessor não pode, por si só, proferir a sentença; o que 
ele faz é elaborar uma proposta ou minuta de sentença! Quem profere a sentença 
é o magistrado. E o primeiro passo na elaboração uma peça jurídica é estudar 
profundamente o processo para entender o que querem as partes e avaliar qual a 
medida a ser tomada. 
Os assessores jurídicos trabalham normalmente nos gabinetes, elaborando 
propostas de decisão, de voto, de parecer, dependendo do trabalho que prestam e 
para qual servidor (juiz, desembargadores, promotor de justiça). Essas atividades 
dependem da existência de um processo judicial. Você já parou para pensar como 
funciona um processo judicial? O processo começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial; isto é, o interessado procura o Judiciário com a 
demanda (iniciativa da parte, que protocola a petição inicial) e o magistrado faz o 
processo se desenvolver (impulso oficial). 
Os servidores públicos não ficam estagnados no lugar em que chegaram 
após o concurso, mas se desenvolvem em classes e padrões, com desenvolvimento 
que pode se dar por promoção e por progressão. 
( 5 ) Ingresso nas carreiras 
Você já deve estar cansado de saber, porém, não é demais frisar! Para 
ingressar nas carreiras judiciárias da União, via de regra, é necessário passar em 
concurso público! E, claro, isso vale para qualquer cargo público: federal, estadual, 
distrital ou municipal. É preciso ser aprovado em concurso público dentro das 
vagas ofertadas e satisfazer os requisitos legais e as regras do edital. 
Assim diz a Constituição, em seu art. 37, inciso II: “a investidura em 
cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de 
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo 
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em 
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração”. 
“Concurso é espécie do gênero prova de habilitação. É a prova de 
habilitação para a escolha dos melhores.” (MELLO, Oswaldo Aranha Bandeira de. 
Princípios gerais de direito administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 1969. p. 398.) 
Assim, segundo Mello, o concurso público é destinado a escolher os melhores. 
Lembremos que há reserva de vagas legalmente estabelecidas. Por exemplo, 
pessoas com deficiência (PCDs) e afrodescedentes. Assim, o resultado das provas 
e títulos no concurso público não é absoluto, havendo esse outro critério na seleção. 
6 
Por falar em reserva de vagas, conhecidas como “cotas”, veja esta matéria 
de 2015 para mostrar a aplicação do instituto: 
CNJ FIXA COTA DE 20% PARA NEGROS EM CONCURSO DE JUIZ E SERVIDOR DE 
TRIBUNAIS (09/06/2015) 
A medida tem efeito para o ingresso na carreira de magistratura em todos os 
tribunais do país e terá validade até 2024 [...]. 
O STF (Supremo Tribunal Federal) e o CNJ já adotam a cota para o 
preenchimento de vagas para servidores. As cadeiras de ministros e desembargadores 
não serão afetadas porque são preenchidas por indicação ou promoção na carreira. [...] 
(Leia mais em: FALCÃO, Márcio. Folha Online. <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/06/1639980-
cnj-fixa-cota-de-20-para-negros-em-concurso-para-juiz-e-servidores-dos-tribunais.shtml>. Acesso em: 25 
abr. 2018.) 
Afora os concursos públicos, outra forma de ingresso na Administração 
Pública é por meio de cargos em comissão, em que os servidores são nomeados e 
exonerados ad nutum, ou seja, sem a necessidade de justificação. Nesse caso, não 
há reserva de vagas, até porque não há processo seletivo. 
Para cada um dos cargos, diferentes são os requisitos. O técnico judiciário 
deve ter concluído o ensino médio ou curso técnico equivalente. Para ser analista 
judiciário, é preciso ter formação em curso superior, podendo ser em diferentes 
cursos. O assessor jurídico precisa ter formação em curso superior de Direito. 
( 6 ) Assessoramento de juízes, desembargadores e Ministros 
O assessor jurídico pode trabalhar em todas as instâncias do Poder Judiciário, com 
juízes (primeiro grau), desembargadores (segundo grau) e ministros (instâncias 
Mesmo com nota que, a princípio, o permita ficar dentro das vagas 
em concurso público, candidato que não se enquadra nas cotas pode 
não ser aprovado em razão da reserva de vagas. 
7 
superiores). De igual modo, os técnicos e analistas estarão em todas as instâncias, 
nos cartórios judiciais da 1ª e 2ª instâncias (perante juízes e desembargadores) e 
instâncias superiores (tribunais superiores). Isto é, o ocupante de cada cargo poderá 
atuar em qualquer instância! Depende, apenas, da regulamentação de cada estado 
da federação, que pode limitar, por exemplo, que técnicos trabalharão apenas no 
1º grau etc. 
O trabalho realizado por pelo assessor jurídico é essencialmente no 
gabinete dos membros do Judiciário e Ministério Público. Suas funções são, de 
acordo com o órgão em que trabalha, elaborar minutas de despachos, decisões, 
denúncias, pareceres, decisões monocráticas, relatórios e propostas de voto. 
Já quanto à tarefa dos demais servidores, no assessoramento de juízes de 
primeiro grau, analistas e técnicos judiciários propiciarão que os julgadores 
tenham condições de resolver o maior número possível de conflitos. 
( 7 ) Normas dos Tribunais 
Os tribunais têm certa autonomia para regular seu funcionamento. 
Todas as leis do país, e todas as normas infralegais, precisam obedecer à 
Lei Maior, à Constituição. A Constituição não teria espaço para regulamentar, 
minuciosamente, todos os detalhes sobre todos os assuntos que ela trata, por isso 
algumas normas mais específicas ficam a cargo de outros entes. Uma dessas 
espécies de normas é o regimento, que cada Tribunal pode elaborar. 
Os tribunais podem criar seus próprios regimentos. O regimento é o ato 
pelo qual os órgãos estabelecem normas sobre seu funcionamento interno. A base 
constitucional é o art. 96, I, “a” da Constituição. 
Em regra, cada Tribunal tem competência para regulamentar seu próprio 
funcionamento. Assim, se há uma norma que diz que no Tribunal de Justiça da 
Bahia os processos devem ser numerados sempre pelo chefe de secretaria, essa 
norma não vem do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, e sim do próprio Tribunal 
de Justiça da Bahia, que pode definir suas normas específicas! 
( 8 ) Atendimento ao Público 
O servidor público deve ser cordial e prestar a informação de forma 
precisa, clarae simples, principalmente levando em consideração que a pessoa 
que busca atendimento pode não dominar a linguagem técnico-jurídica. Outras 
qualidades no atendimento que podemos citar, são assiduidade e pontualidade, sem 
esquecer de: 
8 
 Desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou emprego público 
de que seja titular. 
 Exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento, pondo fim 
ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, 
principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na 
prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim 
de evitar dano moral ao usuário. 
 Ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, respeitando a 
capacidade e as limitações individuais de todos os usuários do serviço 
público, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, 
nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social. 
 
 Tratar cuidadosamente os usuários dos serviços, aperfeiçoando o processo 
de comunicação e contato com o público. 
 Conhecer a história, a estrutura, os serviços da instituição para a qual 
trabalha, para estar mais preparado para atender a qualquer que pedir ajuda. 
 
Há outros pontos a serem observados no atendimento: 
 
O atendimento ao público é, muitas vezes, o primeiro contato 
entre o cidadão e a justiça, razão por que é um serviço de 
extrema importância a ser realizado por todos os servidores 
do Poder Judiciário. 
9 
LINGUAGEM — A linguagem utilizada 
deve prezar por transmitir a informação 
de forma precisa, simples e clara, levando 
em consideração que a pessoa que busca 
atendimento pode não dominar a linguagem técnico-jurídica. 
Isso porque importa buscar a solução do problema, e não 
mostrar seus conhecimentos linguísticos. Não adianta o servidor 
querer se fazer entender utilizando a linguagem do seu mundo, 
se essa linguagem não é apropriada no mundo do outro. 
HORÁRIO DE ATENDIMENTO — Se, em algum 
dia, o serviço não for prestado regularmente, ou para atender em 
horários incomuns, temos o plantão judiciário. O plantão 
judiciário é o atendimento em horário diferenciado e dias sem 
atendimento normal (feriados, recessos, finais de semana), para 
suprir casos de necessidade ou urgência. 
 
É sabido que os usuários que compõem o público do atendimento do Poder 
Judiciário são as partes, os advogados, os peritos, os oficiais de justiça. 
Primeiramente, a qualidade de um bom atendimento ao público fundamenta-se na 
prestação da informação correta, cortesia do atendimento e em um atendimento 
qualificado. Desta forma, o aprimoramento da qualidade do atendimento ao 
usuário está sendo cada vez mais uma constante preocupação das repartições 
judiciárias, pois um serviço inadequado tem consequências indesejáveis. Sabe uma 
boa estratégia para melhorar o atendimento? É buscando experiências externas! É 
necessário investigar as experiências bem-
sucedidas e tentar aplicá-las na realidade da 
administração pública! Pesquisar e, se for o caso, 
implantar estratégias aplicadas com sucesso em 
outros lugares — técnica conhecida como 
benchmarking. 
 
Das qualidades no atendimento ao público, algumas conhecemos, outras 
são menos conhecidas. 
Benchmarking (termo advindo 
do marketing): processo de 
avaliação da empresa em 
relação à concorrência, por 
meio do qual incorpora os 
melhores desempenhos de 
outras firmas e/ou aperfeiçoa 
os seus próprios métodos. 
 
10 0 
Entre outras qualidades, o servidor público deve se pautar pela 
objetividade. Objetividade é, como o próprio nome diz, ser objetivo, prestando as 
informações corretas de forma clara e educada, sim, mas também breve, sucinta e 
precisa. 
A objetividade contribui para que mais pessoas possam ser atendidas 
porque, se não se importar com o tempo, as filas aumentarão e provavelmente será 
necessário inclusive ter mais pessoas contratadas apenas para atender ao balcão. 
Já a padronização é uma qualidade esperada em qualquer empresa, e mais 
ainda do serviço público. A padronização implica que deve-se atender bem a todos, 
sem distinção de aparência, classe social ou qualquer espécie de diferenciação. 
Empatia é outra qualidade importante. A empatia é, basicamente, colocar-
se no lugar do outro, aperceber-se de suas necessidades e, assim, portar-se de 
acordo com o que necessita aquela determinada pessoa que está à sua frente. 
A discrição faz parte da vida profissional do servidor público, no sentido 
de não alardear o conhecimento que tem sobre sua atividade, mesmo que não sejam 
fatos acobertados por sigilo ou segredo de justiça. 
Discrição 
“Não te abras com teu amigo 
Que ele um outro amigo tem. 
E o amigo do teu amigo 
Possui amigos também...” 
(Mário Quintana). 
Lembremos também que um ambiente de trabalho organizado faz parte do 
bom atendimento, pois este pode ser prejudicado pela desorganização; por 
exemplo, se o computador não funciona corretamente, ou se há uma busca 
incessante para encontrar uma caneta ou o livro de protocolo. 
Conforme norma do CNJ,2 “Os órgãos administrativos e judiciais do Poder 
Judiciário devem garantir às pessoas naturais e jurídicas o direito de acesso à 
informação, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de forma transparente, 
clara e em linguagem de fácil compreensão.” 
 
2 Acesse a resolução 215/2015 do CNJ: http://www.cnj.jus.br/busca-atos-
adm?documento=3062. 
11 
1 
Sabemos que, pelas inúmeras demandas que existem no judiciário, os 
profissionais deixam de cumprir muitas das obrigações para as quais foram 
contratados, acumulando atividades e prejudicando a qualidade do serviço junto 
aos usuários do serviço público. 
Os principais indicativos da perda de qualidade no serviço de atendimento 
ao público pelos servidores públicos, por exemplo, nos cartórios judiciais das varas 
e serventias, são a longa espera pelo usuário e a descortesia dos atendentes na 
prestação de informações. 
( 9 ) Ética 
A ética trata de valores que devem ser aplicados pelos seres humanos, sem 
exclusão de homem algum. É necessário que os servidores apliquem os valores 
éticos para que os cidadãos possam acreditar na eficiência dos serviços públicos. 
Devemos sempre ter em mente que os servidores públicos são 
profissionais que possuem um vínculo de trabalho profissional com órgãos e 
entidades do governo. 
O ideal seria que os seres humanos fossem sempre éticos, mas não é o que 
acontece. Na falta de se ter ética no sangue, temos as leis. As leis podem criar 
normas de conduta a serem seguidas pelos servidores públicos. Também podem 
proibir atos antiéticos e penalizar servidores que agem em desacordo com a lei. 
Assim, as leis e a ética têm correlação: a lei expressa a conduta ideal a ser seguida 
(ética) e muitas vezes prevê sanções para quem não a seguir. As leis possuem 
sanções e mecanismos que penalizam servidores públicos que agem em desacordo 
com suas atividades. 
O sigilo processual é um ponto forte a necessitar da ética. 
Os processos são públicos, não é mesmo? Mas não todos! Alguns 
processos, determinados em lei, tramitam sob segredo de justiça, porque a 
intimidade às vezes é um valor mais forte do que a publicidade. Esses processos 
são determinados no art. 189 do Código de Processo Civil: 
“Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia 
tramitam em segredo de justiça os processos: 
I - em que o exija o interesse público ou social; 
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, 
divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda de 
crianças e adolescentes;III - em que constem dados protegidos pelo direito 
constitucional à intimidade; 
12 
2 
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre 
cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade 
estipulada na arbitragem seja comprovada perante o juízo.” 
 
O que demanda essa proteção do segredo de justiça, restringindo a 
publicidade, é sempre a proteção de um interesse, como a segurança pública, a 
intimidade, ou a proteção de crianças e adolescentes. 
Lembre-se: 
 
( 10 ) Documentos Oficiais 
Entre as técnicas utilizadas para redação de documentos oficiais, sabemos 
que os pronomes de tratamento empregados para as autoridades são padronizadas 
pelo Manual de Redação da Presidência da República. Outras técnicas devem ser 
conhecidas por quem redigirá documentos oficiais. Por exemplo, os documentos 
oficiais devem ser concisos: em poucas palavras, sem excessos. 
A clareza também é importante nos atos do Poder Judiciário e nos atos da 
Administração Pública em geral. Ao contrário do que alguns podem pensar, ser 
claro não significa usar linguagem pobre. Ao mesmo tempo em que devem ser 
claros, os atos devem fazer uso do padrão culto, seguindo rigorosamente as normas 
da língua portuguesa. 
A linguagem é uma ferramenta incrível na vida do ser humano, em todas 
as áreas que se possa imaginar. Mesmo sozinho, o homem usa a linguagem em seu 
processo de pensamento. As características que pautam a redação de documentos 
oficiais são: uso da língua portuguesa, impessoalidade, padrão culto de linguagem, 
clareza, concisão, formalidade e uniformidade. 
( 11 ) Pesquisa de Doutrina e jurisprudência 
Técnicos judiciários, se tiverem formação jurídica, e mesmo estagiários de 
curso superior, além dos analistas judiciários e assessores jurídicos, podem realizar 
uma tarefa premente no Poder Judiciário: pesquisa de doutrina e jurisprudência. 
É necessário que os servidores apliquem 
os valores éticos para que os cidadãos 
possam acreditar na eficiência dos 
serviços públicos. 
13 
3 
Em termos gerais, vamos lá, entender os dois assuntos, pois doutrina e 
jurisprudência fazem parte da vida de um estudante da área jurídica e da 
parajurídica. 
Por doutrina entende-se o conjunto de princípios, ideias e ensinamentos de 
autores e juristas. Já Jurisprudência pode ser definida como o posicionamento do 
judiciário com relação à aplicação do direito aos casos concretos. 
Doutrina é uma ferramenta de peso. Por meio da doutrina, é possível o 
estudo aprofundado de normas e princípios, bem como a atualização dos conceitos 
e institutos. A doutrina jurídica se caracteriza pela especialização dos temas, 
organizando as matérias pela divisão dos diversos ramos da ciência jurídica: 
Direito Constitucional, Direito Trabalhista, Direito Penal etc. O trabalho dos 
doutrinadores auxilia, entre outras coisas, a suprir as lacunas da lei, isto é, auxilia 
na analogia legal.3 
 
Exemplo de emprego do termo doutrina: 
STJ: Estupro de vulnerável pode ser caracterizado mesmo sem contato 
físico 
Para a 5ª turma, a contemplação lasciva configura o ato libidinoso, sendo irrelevante 
que haja contato entre agressor e vítima. — Quinta-feira, 4 de agosto de 2016. 
[...] 
No recurso em HC interposto, a defesa do acusado alegou que a denúncia é inepta, e, 
portanto, o réu deveria ser absolvido. Para o defensor, não é possível caracterizar um estupro 
consumado sem contato físico entre as pessoas. 
Em seu voto, acompanhado pelos demais ministros da turma, o relator do processo, 
ministro Joel Ilan Paciornik, disse que no caso analisado o contato físico é irrelevante para a 
caracterização do delito. 
Para o magistrado, a denúncia é legítima e tem fundamentação jurídica de acordo com 
a doutrina atual. 
"A maior parte da doutrina penalista pátria orienta no sentido de que a contemplação 
lasciva configura o ato libidinoso constitutivo dos tipos dos artigos 213 e 217-A do Código Penal, 
sendo irrelevante, para a consumação dos delitos, que haja contato físico entre ofensor e 
ofendido.” 
[...] 
Fonte: http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI243382,31047-
STJ+Estupro+de+vulneravel+pode+ser+caracterizado+mesmo+sem+contato. (Destacou-se.) 
 
3 Analogia legal: o trabalho do estudioso concentrado nas lacunas da lei. (MASSAD, 
Carlos Eduardo. Atribuições do assessor jurídico, do analista judiciário e do técnico judiciário. 
Curitiba: InterSaberes, 2016. p. 129.) 
14 
4 
Podemos encontrar a doutrina em várias fontes: 
I – Códigos Comentados. 
II – Votos / decisões jurídicas. 
III – Sites (jurídicos) / páginas da internet. 
IV – Livros. 
V – Revistas Científicas. 
 
Jurisprudência, por sua vez, pode ser definida como o posicionamento do 
judiciário com relação à aplicação do direito aos casos concretos, isto é, como o 
Poder Judiciário tem decidido sobre determinados assuntos. A primeira coisa que 
se vê, na pesquisa por jurisprudência, é o que chamamos de ementas, como esta: 
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - ATRASO 
NA ENTREGA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO DANO MORAL EFETIVO AO 
PATRIMÔNIO MORAL - NÃO CONFIGURADO - INDENIZAÇÃO INDEVIDA. 
O sentimento de contrariedade ou a quebra da relação de confiança decorrente do atraso 
na entrega de mercadorias adquiridas, não acarretam, por si só, danos morais, se não 
houve a comprovação de dano efetivo ao patrimônio moral, aos atributos da 
personalidade, como in casu. (Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJ-MG - Apelação 
Cível 10439160057022001. Relator: Luciano Pinto; julgado em 12 de abril de 2018.) 
Uma ementa, exemplificada acima, é o resumo do que foi decidido no 
acórdão, de modo a facilitar a consulta aos posicionamentos das Turmas e 
Câmaras. Em alguns tribunais, ela é toda em letras maiúsculas e suas expressões 
não são separadas por travessão, mas por ponto. Independentemente disso, é uma 
síntese do que foi decidido. 
Quando você procura por decisões judiciais, encontrará especialmente 
duas espécies: sentenças e acórdãos. Sabe o que é cada um? Sentença: decisão de 
juiz monocrático que põe fim ao processo. Acórdão: decisão colegiada de um 
tribunal, que põe ou não fim ao processo. 
A jurisprudência tende a se alterar com o tempo. A doutrina e a 
jurisprudência, principalmente esta última, costumam mudar seu posicionamento 
com o decorrer do tempo. Doutrina e jurisprudência muitas vezes apresentam 
divergência, isto é, posicionamentos contrários. Isso normalmente ocorre em temas 
polêmicos e reflete a dificuldade em se firmar um entendimento sobre determinado 
assunto. 
 
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( 12 ) Responsabilidade, crimes e penas — Servidor público, 
atenção! 
Estudamos aqui as atribuições do assessor, do analista e do técnico 
judiciário, e esses profissionais são o nosso foco. A responsabilidade, porém, é 
comum aos servidores públicos, pois respondem pelos danos causados com dolo 
ou culpa no exercício da profissão, podendo responder civil, penal e 
administrativamente. 
O Processo Administrativo Disciplinar (PAD) também é um ponto comum 
nas diversas esferas do poder, portanto, seu estudo será mais do que proveitoso a 
todo servidor público ou quem queira conhecer de modo amplo o serviço público. 
Isso porque a apuração de responsabilidade de servidor público se dá mediante 
sindicância acusatória ou diretamente mediante processo administrativo 
disciplinar, quando se tem a materialidade e os indícios de autoria. A abertura da 
sindicância investigativa é para verificar se realmente ocorreram os fatos ilícitos e 
quem os praticou, para então se instaurar o processo administrativo disciplinar. 
Uma sindicância ou um PAD são instrumentos usadospara esclarecimento da 
verdade sobre os fatos. É garantida sempre a ampla defesa no processo 
administrativo. 
Quando tratamos do Procedimento do Processo Administrativo, ele tem 
início após a certeza dos fatos, em três fases: instauração, inquérito e julgamento. 
Para você apreender melhor essas 3 fases, observe o fluxograma abaixo, 
conhecendo o que há em cada uma: 
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Um PAD em suas 3 fases. Fonte: <http://www.copsia.ufu.br/sites/copsia.ufu.br/files/CGU-Etapas-do-PAD-
Rito-Ordinario.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018. 
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As penalidades possíveis 
estão descritas na Lei 8.112/90, art. 
127. Os Servidores Públicos, entre 
eles os oficiais de justiça, estão 
sujeitos às seguintes penas 
disciplinares pelas faltas cometidas 
no exercício de suas funções: I – 
Repreensão; II - Multa; III - 
Suspensão; IV - Destituição de 
função; V - Demissão; VI - 
Cassação da aposentadoria ou 
disponibilidade. 
 
 
 
Que tenha bem servido ao 
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Desejamos sucesso! 
Antoine Youssef Kamel 
Coordenador adjunto do CST em Gestão de Serviços Jurídicos 
e Notariais 
Penalidades que podem ser 
aplicadas ao servidor público 
(Lei 8.112/90) 
Art. 127. São penalidades disciplinares: 
I - advertência; 
II - suspensão; 
III - demissão; 
IV - cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade; 
V - destituição de cargo em comissão; 
VI - destituição de função comissionada. 
Art. 128. Na aplicação das penalidades 
serão consideradas a natureza e a 
gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para o serviço público, 
as circunstâncias agravantes ou atenuantes 
e os antecedentes funcionais. 
Parágrafo único. O ato de imposição da 
penalidade mencionará sempre o 
fundamento legal e a causa da sanção 
disciplinar.

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